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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA GRAFISMO INFANTIL

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GRAFISMO INFANTIL 
Eber Hypolito 
Jenifer Natali da Rosa Debastiani 
Lorhainne da Silva Costa 
Susana Sena da Silva 
 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise do Grafismo Infantil a partir 
de estudos e pesquisas realizados pelos autores Lucket (1969), Vicktor Lowenfeld (1976) e 
Jean Piaget (1976). 
Os autores aqui citados mostram o que desenvolveram em anos de pesquisa e 
classificaram em fases cada um dos momentos em que a criança se desenvolve através do 
grafismo, possibilitando que nós estudantes possamos compreender melhor a criança como 
um ser sensível, e que por meio das representações gráficas externalizam aquilo que faz parte 
da sua vida, seja real ou imaginário. 
 O estudo do grafismo infantil não é, simplesmente, uma atividade descomprometida, 
antes, ela envolve o desenvolvimento físico e psicológico da criança. Através dos desenhos 
elaborados por ela, podem ser observados seus movimentos corporais, a coordenação do seu 
desenvolvimento visual e sua percepção do meio ambiente. (PEREIRA e col. 2016) 
 Esta análise apresenta um estudo que se compõe em duas etapas: o primeiro de cunho 
bibliográfico e o segundo em uma discussão crítica, considerando os estudos dos autores 
citados sobre desenhos elaborados por crianças de 4 a 8 anos. 
 As categorias analisadas foram os elementos visuais: cores, linhas, texturas, planos, e 
as temáticas como: figura humana, moradia, árvores; juntamente a símbolos e formas 
geométricas. 
 O material coletado para a análise e experimento foi previamente autorizado pelos pais 
e responsáveis das crianças e as pesquisas referente ao assunto abordado foram estudados a 
fim de obter uma sustentação teórica para a análise e interpretação dos dados coletados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DOS DESENHOS 
 
(Figura 1). Este desenho foi realizado por uma criança de 4 anos de idade, no qual é 
possível identificarmos uma alegria transmitida pelas cores em que a criança utiliza em seu 
desenho. Ao vermos o desenho, podemos notar que nele se encontram, uma casa colorida com 
janela e uma porta, uma árvore, e alguns riscos pelo desenho todo. Notamos uma certa 
dificuldade da criança em realizar, pois é possível identificar que a casa se encontra flutuando, 
sem qualquer tipo de base. Os traços não são tão precisos e ouve uma dificuldade na distribuição 
de cores. 
Ao comparamos o desenho da criança com as teorias transmitidas por Luquet (1969), é 
possível dizer que a criança está na fase do Realismo Fracassado, onde a criança tenta 
reproduzir formas e objetos que fazem parte do cotidiano dela, porém encontra dois obstáculos 
um de ordem física e motora na execução do desenho, característicos ainda com alguns rabiscos 
e outra de ordem psíquica que tem relação com o que a criança mais gosta e vivência, como: 
desenhos animados, filmes e a vivência. Nesta fase, a criança já consegue variar tamanhos. 
Assim segundo Luquet (1969) é no Realismo Fracassado que são encontrados os fracassos e os 
sucessos que a criança se depara para desenhar. 
Assim como Luquet, Lowenfelf também aborda as classificações das fases. Ao 
considerar as fases de Lowenfeld com o desenho da criança de 4 anos de idade, notamos que 
ela se encontra na fase Pré-Esquemática, onde é possível notar que ela faz uma comparação 
com mundo a sua volta, a criança coloca figuras aleatórias, mas também realiza desenho de 
formas de diagramas. Ao desenhar, a criança retrata do que sabe e não o que vê. No desenho 
percebemos que a criança começa a adquirir compreensão de formas (a casa começa a adquirir 
uma forma, com portas e janelas), ainda que de maneira desordenada e desproporcional. 
E por último, vamos fazer a relação de Piaget. Tanto a fase de Luquet, quanto a fase de 
Piaget, ambas apresentam a criança no início da vida, por essa questão as classificações são 
semelhantes. Analisando o desenho, podemos classificá-lo na teoria pré-operatória de Piaget (2 
a 7 anos), pré-esquemático. É possível analisarmos a relação entre desenho, pensamento e 
realidade. Notamos ali que os desenhos ainda estão dispersos, não relacionam entre si. Quanto 
as cores, ela usa, mas não há relação com a realidade. A criança ainda não utiliza linha de base, 
o desenho está solto. 
 
(Figura 2) A criança, de 6 anos, apresenta em seu desenho, detalhes que nos levam há 
um dia de sol, seu desenho é composto por uma floresta onde animais (como macaco, elefante 
e talvez um lobo (talvez um cachorro) estão entre as árvores. No céu composto por nuvens e 
um sol radiante, temos uma borboleta e um pássaro. Importante também notar que o desenho 
foi feito com uma linha de base. O desenho é bem estruturado, e rico em detalhes, as nuvens 
estão alinhadas, as árvores com troncos densos e todas com copa fechada. O macaco, pendurado 
de cabeça para baixo, e o elefante, como que tentando se alimentar das folhas da árvore. 
Observa-se que o desenho se concentra no lado esquerdo do papel, tanto o sol como os animais 
estão direcionados para lado esquerdo do papel. 
Analisado segundo a classificação das fases propostas por Luquet (1969) o desenho de 
J.V, aponta que a criança, estaria na Fase do Realismo Intelectual, pois ele desenha não o que 
está vendo mais sim o que ele conhece. Representa como vê e interpreta a natureza, como um 
ambiente harmônico e saudável. 
Segundo a classificação das fases de desenvolvimento, LOWENFELD, Viktor. A 
criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1976. O desenho da criança, que apesar de ter 6 anos 
classifica-se na fase do Estágio Esquemático, pois representa de forma descritiva, representativa 
e bem organizada. Há aparecimento da linha de base possibilitando maior coordenação no 
desenho: objetos do chão e objetos no céu. A criança consegue relacionar cores e formas. 
E segundo Piaget (1976), uma criança com 6 anos de idade estaria saindo da fase pré-
operatório (de 2 a 6 anos) e entrando na fase do operatório concreto (7 a 12 anos). Analisando 
o desenho podemos perceber essa transição, com características das fases PRÉ-
ESQUEMATISMO e EQUESMATISMO, que representa a sua visão do real e seus 
pensamentos, já apresenta uma relação espacial definida, céu e chão (linha de base), e já utiliza 
de seleção de cores como sol amarelo, nuvem azul, copa das árvores verdes, troncos da cor 
marrom. 
 
(Figura 3). Podemos observar no desenho da criança de 8 anos, detalhes sobre seu jogo 
favorito chamado Minecraft. Seu desenho leva o nome do jogo em destaque como título e 
abaixo podemos visualizar uma cena, onde o personagem chamado Steve encontra-se em uma 
espécie de casa (talvez sala, ou na entrada de uma caverna), tendo como objetivo principal 
utilizar uma marreta que está em suas mãos, para quebrar a parede do local e resgatar alguns 
objetos geométricos coloridos (recompensas). Seu desenho é rico em formas geométricas dando 
maior assimilação com o gráfico real do próprio jogo. 
De acordo com as fases de desenvolvimento do grafismo classificadas 
por Luquet (1969), podemos dizer que esta criança está na fase do Realismo Intelectual, pois 
ela desenha tudo o que está internalizado em si, o que já sabe e conhece. 
Com base neste autor, podemos observar uma notável característica no desenho nesta fase, que 
é a presença de legendas, seja porque a criança julgou indispensável para que os outros possam 
compreender o que quis representar, como também o nome do jogo possa ser para criança uma 
de suas características, sendo um elemento essencial, tal como as diferentes partes do desenho. 
Assim como Luquet, Vicktor Lowenfeld (1976), também classifica os estágios do 
grafismo infantil. Considerando esses estágios, o desenho se remete a Fase 3 Figuração 
Esquemática. Neste estágio as crianças já conseguem fazer relações de referências 
socioculturais, para desenharem casas, pessoas, animais, etc. “descobrindo a existência de uma 
ordem definida nas relações espaciais.” (SOUZA, 2010, p. 24). Ou seja, neste estágio a criança 
cria um sentido através dos seus desenhos, que por sua vez cada um está no seu lugar e no seu 
espaço seguindo uma ordem correta. 
Nesta etapa também observamos o que as crianças mais gostam de traçar: figuras 
geométricas, principal característica neste estágio, e a partir disso surge outro elemento 
marcante que é a superposição com transparência, que faz ser possível ver os elementos dentro 
das casas, prédios, carros. (Bombonato & Farago, 2016). 
Jean Piaget (1976) assim como os outros autores, também desenvolve fases para estudar 
o desenho das crianças. O desenho pode ser destacado pela fase 3 Esquematismo. A terceira 
fase destacada por Piaget, caracteriza-se pelos esquemas representativos que se inicia na 
construção de novas formas que por ela eram isentas. (Bombonato & Farago, 2016, p. 191) 
Podemos observar nesta fase, a relação entre a cor e o objeto, assim como utiliza a linha de 
base, relativamente à figura humana, embora já tenha definido um conceito sobre a mesma, 
são visíveis algumas derivações nos esquemas relativamente à mudança ou omissão do símbolo 
(como a ausência dos pés do personagem Steve), e ao exagero e à negligência (os braços 
relativamente grandes do personagem). (Alexandroff, 2010; Bombonato & Farago, 2016). Esta 
fase está relacionada com a fase de desenvolvimento das Operações Concretas que ocorrem dos 
7 aos 10 anos de idade. 
 
DISCUSSÃO 
 
Visão Geral do Grafismo Infantil, uma abordagem teórica 
Vimos e analisamos desenhos ricos em detalhes, mas o que é o Grafismo Infantil e 
qual sua importância para a compreensão do desenvolvimento infantil? Como a criança ao 
representar sobre uma folha de papel adquire e transmite conhecimento? 
Aplicação correta e precisa do Grafismo Infantil é de suma importância em diversas 
áreas do conhecimento, dentre elas destacam as áreas de Avaliação Psicológica e em Projetos 
Pedagógicos. 
Porém, se faz mister, que a aplicação seja eficaz e precisa, para que isto ocorra é 
imprescindível o aprofundamento no estudo das abordagens teóricas que norteiam o tema. 
Assim segundo Derdyk: seus rabiscos provêm de uma intensa atividade do imaginário. 
O corpo inteiro está presente na ação, concentrado na pontinha do lápis. Esta funciona como 
ponte de comunicação entre o corpo e o papel. (DERDYK, 1989, p. 63). 
Desde o século XIX, diversos pesquisadores se dedicaram ao estudo e entendimento 
do Grafismo e como esta ferramenta colabora na aprendizagem do desenvolvimento Infantil. 
Segundo BOMBONATO, G. A., FARAGO, A. E, As etapas do desenho infantil 
segundo autores contemporâneos, 2016, p.181, o grafismo infantil tem suas características 
próprias e determinantes quando retratamos no ato de desenhar, a autonomia, a reflexão, a 
concentração e o simbolismo, que são concepções particulares deste momento da criança, pois 
são nestas ações que percebemos que elas se sentem à vontade quando estão traçando algo e 
que são as protagonistas da cena, elas “experimentam movimentos e materiais oferecidos sem 
medo, fazendo-os variar por intermédio de suas ações. Trabalham concretamente e esquecem 
o entorno” (IAVELBERG, 2013, p. 35). 
O desenho, segundo Derdyk (1989) é o palco de suas criações, encenações e este 
universo de construção é particularmente dela. 
Iavelberg (2013) destaca que a cultura também os influencia nesta temática, revelando 
que, desde muito pequenos já fazem a “apresentação e seleção de meios e suportes e na 
observação dos atos dos desenhos” (IAVELBERG, 2013, p.35), fazendo assim a construção 
do que é e para que serve o desenho. 
Luquet (1969), por sua vez não acredita que a cultura é o principal fator do desenvolvimento 
do grafismo, mas sim as tendências do realismo, que seriam as representações que chegariam 
mais próximas da realidade, ou seja, os objetos desenhados seriam percebidos de acordo com 
o real. E por ser o primeiro autor a definir as primeiras fases do desenho da criança, veremos 
sua contribuição logo abaixo. 
1 – Realismo Fortuito começa aos 2 anos 
Para Luquet (1969) o prazer é o ponto principal que faz a criança desenhar. Ele 
acredita que ela descarrega seu desejo de modo que a faz repetir esta ação novamente. A 
criança visualiza o que os adultos fazem e tentam repetir da mesma maneira, sendo assim, ela 
desenha por imitação e repete por prazer. Gradualmente ela vai percebendo que ao desenhar 
está construindo uma simbologia, relacionando algo desenhado com algum objeto, surgindo à 
representação destas analogias. 
Do fazer involuntário, a criança passa para o processo de premeditação, que seria a 
descoberta do grafismo passando-o para a intencionalidade. “Para Luquet, esse fazer 
consolida-se como desenho propriamente dito, regido por: intenção, execução e interpretação 
segundo a intenção”. (IAVELBERG, 2013, p. 38) 182 
O Realismo Fortuito é o estágio responsável pelos últimos traços das crianças, ou 
melhor, pelos rabiscos. 
2 – Realismo Fracassado, entre 3 e 4 anos 
Mèredieu (2006) afirma que para Luquet (1969) é na fase do Realismo Fracassado, 
que é encontrado o fracasso e sucessos que a criança se depara para desenhar, pois a criança 
ao desenhar faz relação com a vida adulta e as transmite, mas encontra obstáculos e 
dificuldades nesta tarefa. O autor indica duas ordens de obstáculos, que se encontram neste 
estágio: “física, deficiência na execução, e psíquica, caráter descontínuo da atenção ou 
incapacidade sintética, quando a criança percebe o geral dos detalhes, mas não consegue 
executar”, (IAVELBERG, 2013, p. 38). Daí o título pelo qual nomeou este estágio. 
3– Realismo Intelectual, dos 4 aos 12 anos 
 Ainda segundo Bombonato & Farago, 2016, p 183, agora a criança já consegue 
transmitir todos os princípios da realidade, pois sua intelectualidade vai além do concreto, isto 
é, que podem ser vistos por ela ou não. Mesmo que ela não enxergue o alvo do seu desenho, 
ela traz para consigo todos os elementos reais para o grafismo, desenhando tudo o que já está 
internalizado em si, tudo o que já sabe e conhece. 
 Luquet (1969) acredita que as crianças mesmo não considerando as 
imperfeições de seus desenhos, ou seja, os erros, estes por sua vez são essenciais para o 
desenvolvimento da aproximação com a realidade, pois enfatiza que através destes é que elas 
conseguem chegar aos objetos reais. 
 E há também as características desenvolvidas por eles, que representam o 
espaço em si em um único desenho, estas características são conhecidas por: “Rebatimento, 
transparência, planificação e mudança de ponto de vista” (IAVELBERG, 2013, p. 39). 
Mèredieu (2006) pondera que o Realismo Intelectual, refere-se ao que criança já sabe 
desenhar e não apenas aquilo que vê, ressaltando os dois processos: o plano deitado e a 
transparência. Sobre o primeiro processo a autora nos apresenta serem objetos que estão 
deitados a certo ponto, ou seja, uma árvore na beira da estrada, por exemplo. Na transparência 
a informação é quando a criança desenha um bebê na barriga da mãe e também quando, ao 
mesmo tempo, desenha a casa por dentro e por fora. Esta fase acontece entre os dez, doze 
anos. 
4 – Realismo Visual, por volta dos 12 anos. 
Segundo Iavelberg (2013), Luquet (1969) faz referência da seguinte maneira: 
Quando a submissão à perspectiva entra no desenho da criança, atinge proximidade 
visual com a arte do adulto – circunscrita a uma determinada cultura visual. A partir daí, só a 
habilidade técnica estabelece as diferenças individuais. Ocorre o “Enxugamento do grafismo, 
pois se assemelha às produções dos adultos”. 
Bombonato & Farago, 2016, p 185, começa a detalhar também às quatro fases 
propostas por Viktor Lowenfeld (1976), para estudar os desenhos das crianças. 
1° Estágio – Rabiscação Desordenada ou Garatuja, dentro desse mesmo estágio há 
ainda a Rabiscação Longitudinal e a Rabiscação. 1 – Rabiscação Desordenada ouGaratuja: 
Fase que corresponde a um ano e meio. Esse primeiro estágio pontua que a criança desenha 
sem intenção nenhuma de escrever ou desenhar, apenas pelo prazer de rabiscar, nota-se a 
despreocupação da intencionalidade sobre o desenho. Fase essa que corresponde a um ano e 
meio. 
Nessa fase a criança está vivendo seus gestos instintivos, ou seja, é o responsável pelo 
prazer orgânico “causando expansão às necessidades motoras. Nesta fase, a criança expressa, 
através de seus traçados, ternura e confiança ou medo e agressividade” (SOUZA, 2010, p. 20) 
Após essa fase a criança já passa por uma atividade intencional, isto é, ela já aprecia 
seus traçados e observa suas produções. Ela não abandona as garatujas, mas faz a aparição de 
bolinhas, cruzes, quadrados, etc. Essa fase é conhecida como Rabiscação Longitudinal, pelo 
fato de já conseguir realizar símbolos praticamente isolados. 
Ainda, no primeiro estágio há a fase de Rabiscação, aonde a aparição da fabulação se 
inicia, mostrando toda sua criatividade e invenção. Aqui a criança dá nome a seus desenhos e 
traça o que imagina e o que viveu, através de uma linguagem plástica carregada de 
simbolismo. A figura humana já é perceptível, ela fecha os seus traços para formar braços, 
pernas, cabeça, de modo que esses são para abraçar, caminhar e pensar. Elas reconhecem para 
que servem os desenhos. 
2 – Figuração Pré – Esquemática: Neste estágio a figuração está presente, pelo fato da 
criança fazer relações “entre desenhos, pensamentos e realidade” (SOUZA, 2010, p. 22). As 
garatujas não perdem seus sentidos, apenas torna as mesmas reconhecíveis e com 
significados. Isto porque, a criança experimenta todos os seus símbolos e repete diversas 
vezes para chegar a um conceito de forma. Segundo Lowenfeld (1976), neste estágio as 
crianças fazem as figuras humanas e de objetos de acordo com seu mundo, ou melhor, elas 
representam o que está em seu entorno com uma “intenção figurativa simbólica” (SOUZA, 
2010, p. 23). Usam diversos traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser 
caracterizados como membros de suas figuras, como: braços, pernas, olhos, cabeça, que 
posteriormente poderão ser enriquecidos com muitos outros detalhes. A criança mesmo que 
relacione os seus desenhos com a sua realidade, ela não consegue distinguir o tamanho dos 
objetos, apresentando exageros e omissões, tentando repetir suas figurações para um melhor 
desempenho, segundo Lowenfel (1976) as figuras que as crianças sempre repetem favorecem 
seu desenvolvimento mental. Os seus desenhos ainda não são alinhados e as crianças não têm 
uma visão geral do que são os desenhos, mas a fabulação e a narração estão sempre presentes 
em suas atividades, mostrando que entendem sobre fantasias e imaginações, pois falam sobre, 
dando uma sequência lógica dos mesmos. Enquanto seus desenhos estão em forma de 
evolução, a pintura continua com características da primeira fase, pois ainda pintam 
rabiscando e isso para Lowenfeld (1976) é um processo natural da criança. Já para a escolha 
das cores é inteiramente relacionada com o emocional, escolhem as cores que lhes agradam 
ou que são de caráter afetivo, pois escolhem pelas suas emoções e por prazer. 
4 – Figuração Realista: Nesta última fase, a criança se encontra mais detalhista, 
desenhando tudo o que vê. Além disso, também se percebe como ser integrante de uma 
sociedade, iniciando a exploração de seus pensamentos a respeito do mundo, descobrindo a 
importância do trabalho coletivo, que é mais produtivo em grupo do que individualmente, 
pois para Lowenfeld (1976), esta fase também é caracterizada como idade da “turma”, pois 
percebem que tarefas podem ser realizadas em conjunto. Ao contrário do que diz a fase Pré-
Esquemática, a criança nesse estágio consegue distinguir o tamanho dos objetos, 
compreendendo que o que está na frente é maior e esconde o que está atrás, e ainda vai além, 
utiliza sombras para dar acabamento, mas principalmente para dar noção de perspectiva (claro 
e escuro) e a figura humana consegue ser diferenciada pelos sexos. 
Porcher (1982) ressalta que a criança mesmo na adolescência, faz cópias para 
desenharem e ao verificar que não conseguiu atingir o que desejava, não conseguem 
equilibrar seus sentimentos e desistem de terminá-lo, sentindo-se um ser impotente. Mesmo 
tendo a consciência do que está fazendo e de suas imperfeições, para o autor a criança diz não 
saber desenhar, por se sentir envergonhada e decepcionada. 190 Cadernos de Educação: 
Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 3 (1): 171-195, 2016. A partir dessa reflexão, podemos 
dizer que o professor deva incentivar o seu aluno nesse processo de transição, para que não 
ocorra a destruição de sua criatividade pessoal e fique apenas em cópias como acredita o 
ensino tradicional. A não desistência desse andamento proporcionará à criança o fazer 
artístico de seu potencial criativo e inventivo. 
E Bombonato & Farago, 2016, p 190, começa a detalhar também às cinco fases 
propostas por Jean Piaget (1976), para estudar os desenhos das crianças: 
Segundo Piaget (1976), as crianças passam por cinco fases, que correspondem a suas 
etapas de desenvolvimento: 
1- Garatuja, que se subdivide em: Garatuja Desordenada e Garatuja Ordenada. 
Período relacionado com a fase Sensório-Motora (0 a 2 anos) e também parte da Pré-
Operatória (2 a 7 anos). Nesta fase, Piaget (1976), é bem semelhante à teoria de Luquet 
(1969), pois os dois autores nos apresentam que a criança em seu primeiro período de vida, 
desenha por extremo prazer e para o primeiro autor a figura humana ainda não tem valor, ou 
seja, ela é inexistente, as cores também ficam em um papel secundário não tendo interesse 
pelo mesmo, apenas pelo contraste. Com referência a esta fase, também tem a Garatuja 
Desordenada como o próprio nome diz, nos remete às características de movimentos amplos e 
desordenados, não havendo nenhuma preocupação com o desenho em si, pois a criança 
desenha várias vezes no mesmo local, não se preocupando com o que já foi desenhado 
anteriormente. A Garatuja Ordenada caracteriza-se por movimentos mais distantes e 
circulares, apesar de conseguir desenhar caracóis. Seu limite não ultrapassa as margens da 
folha mesmo tentando utilizar todo espaço possível, neste estágio ela não se preocupa com a 
posição, tamanhos ou ordens em que cada desenho está localizado e sim pelas formas. Com 
relação à figura humana não se tem uma formação concreta, apenas imaginária, ela desenha o 
que pensa ou acha sobre determinado objeto, não havendo uma relação fixa entre este e sua 
representação, por isso antes mesmo de terminar seu desenho, o seu traçado pode se 
transformar em diversas coisas, como por exemplo, um risco pode ser uma árvore, ou antes, 
de terminar pode ser um cachorro correndo. 
2- Pré-Esquematismo, (pré-operatória) que por sua vez faz relações entre 
desenho, pensamento e realidade. Esta descoberta para a criança parte de suas emoções, onde 
seus traçados ou cores não têm relação com características reais, apenas utilizam da sua 
imaginação para desenharem e estes elementos finais são dispersos que não se relacionam 
entre si. Neste mesmo estágio surge o homem girino, que apresenta vários tentáculos em seu 
corpo, estágio este que é defendido também por Berson (1966), que em seu Estágio 
Comunicativo além de quererem imitar a escrita de um adulto, a criança também é levada a 
desenhar pelo prazer de poder levantar e abaixar o lápis, conseguindo desta forma traços mais 
ricos e o surgimento do boneco girino ou o aparecimento da irradiação. 
3- Esquematismo, caracteriza-se pelos esquemas representativos que se inicia na 
construção de novas formas que por ela era isenta. A cada categoria de objetos a criança cria 
uma forma diferente de expressão e entendimento. Exemplo: categoria = pássaro, forma = 
letra V. Ainda neste estágio elas percebem o uso da linha do caderno como base, facilitandosua escrita e também seus traçados e descobrem a relação cor-objeto, característica que era 
desconhecida na fase anterior, pois partiam de suas emoções e não da realidade. Por outro 
lado, a figura humana mesmo tendo um conceito formado sobre ela, ainda constitui 
perceptíveis desvios de esquema, como: exagero, negligência, omissão ou mudança de 
símbolo, aparecendo desta maneira, fenômenos como a transparência e o rebatimento. Esta 
fase está relacionada com a fase de desenvolvimento das Operações Concretas que ocorrem 
dos 7 aos 10 anos. 
4- Realismo, final das operações concretas, que por sua vez aparecem a 
consciência do sexo e a autocrítica pronunciada, para isto as crianças fazem uma 
diferenciação no que se trata do primeiro conceito, elas colocam uma acentuação nas roupas 
dos seus personagens para diferenciarem os sexos, mas sua consciência consegue perceber as 
diferentes características, ou seja, o que é para menino e o que é para menina. No plano da 
evolução, as crianças abandonam a linha de base que é encontrada na fase do Esquematismo e 
aderem às formas geométricas, na qual aparecem com maior rigidez e formalismo. Tem-se 
também a descoberta do plano e a superposição, que nada mais é, que a colocação de objetos 
sobre sua visão, como realmente é encontrado na realidade. 
5- Pseudo Naturalismo, que põe fim da arte como atividade espontânea e inicia-se 
uma investigação de sua própria personalidade, tem como características o realismo, a 
objetividade, a profundidade, o espaço subjetivo e também o uso consciente da cor em seus 
traçados. Ao contrário da fase anterior, a figura humana aparece com características sexuais 
exageradas, presença de articulações e proporções. Esta fase acontece nas operações abstratas 
que é dos 10 anos em diante. 
Após estudar as Abordagens Teóricas de Luquet, Lowenfeld e Piaget, podemos ponderar que 
os desenhos, construídos pelas três crianças, com uma diferença de idade de 2 anos de uma 
para outra, testificam a eficácia do Estudo do Grafismo. É importante salientar que não foi 
levado em consideração no presente trabalho, aspectos socioeconômicos e culturais das 
crianças, que segundo Luquet não influência no resultado do grafismo, porém para Piaget o 
desenvolvimento do conhecimento ocorre a partir da interação do sujeito com o meio, de sua 
ação e levantamento de hipóteses, sendo um processo interativo em que a espontaneidade tem 
um papel importante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com o desenvolvimento do tema, foi possível identificar que o ato de rabiscar é para a criança 
muito mais do que uma obra de livre expressão. Sem que ela note, desenhar ou rabiscar é uma 
experiência que tem grande contribuição para a sua formação, uma vez que, durante a 
representação através dos desenhos a criança, garantidamente, expressa como ela percebe o 
meio ambiente, o mundo, a família e a si mesma. 
O desenho traz consigo uma linguagem que transmite o exercício livre de construção da 
forma, trazendo assim, uma correlação entre o significado e o significante. Para Piaget o ato 
de desenhar estimula a função semiótica, a qual a criança tem a capacidade de representar 
objetos que são ausentes. 
Considerando o que afirma Piaget, o conhecimento não se origina no sujeito, nem no objeto, 
mas sim no conjunto de ambos. Com isso, buscamos uma alternativa para a utilização do 
grafismo em um ambiente que seja de convívio próprio da criança, com o intuito de gerar uma 
troca de espaço em que habita. 
É visível notar que na etapa da análise pode se confirmar vários conceitos abordados pelos 
autores. 
É possível confirmar, em cada etapa analisada, os vários conceitos abordados pelos autores, 
como o fenômeno da transparência, a humanização dos objetos e o início do desenvolvimento 
da figura humana. Também constatamos que no Realismo Intelectual de Luquet a criança 
desenha um objeto não como ela o vê, e sim o que é mais importante para ela. Porém, na fase 
de Figuração Realista de Lowenfeld, a criança se encontra mais detalhista, desenhando tudo o 
que vê. 
Portanto, concluímos que através do desenho, a criança pede, relata, informa e representa tudo 
o que sente e conhece. E tais aspectos só surgem com a relação que a criança desenvolve com 
o meio. A criança cognitiva, afetiva e socialmente, expõe esse amadurecimento através do 
grafismo infantil. Com isso, cada criança dentro de sua própria faixa etária e de seus 
convívios manifesta suas próprias características. O desenho para a criança é o momento, 
onde se concretizam relações com o ambiente em sua volta. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
IAVELBERG, Rosa. O desenho cultivado da criança: prática e formação de 
educadores. Porto Alegre, RS: Zouk, 2013. 
DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. 
São Paulo: Scipione,1989. 
LUQUET, Georges-Henri. O desenho infantil. Barcelona, Porto Civilização, 1969. 
MÈREDIEU, Florence de. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 2006. 
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1976. 
PIAGET, Jean. A equilibrarão das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 
BOMBONATO, G. A., FARAGO, A. E.,As etapas do desenho infantil segundo autores 
contemporâneos, 2016. 
PORCHER, Louis. Educação Artística: Luxo ou necessidade? São Paulo: Summus, 
1982. SOUZA, Ana Paula Bellot de. Evolução do Grafismo na educação Infantil. Pós-
Graduação – Universidade Candido Mendes Instituto a Vez do Mestre, Rio de Janeiro, 2010. 
50 p. 
 
ANEXOS 
 
Figura 1 - Maria Valentina 4 Anos 
 
 
 
 
Figura 2 - João Vicente, 6 anos 
 
Figura 3 - Arthur Cuenca Duarte, 8 anos

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