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GRAFISMO INFANTIL

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UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA
		
LAÍS RAMOS SANTOS
GRAFISMO INFANTIL			
SOROCABA
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA
LAÍS RAMOS SANTOS			RA: D4163F-6
GRAFÍSMO INFANTIL			
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado para apresentar a análise de grafismo infantil de três indivíduos, entre 2 a 14 anos. 
O objetivo desta pesquisa é compreender cada estágio de desenvolvimento da criança através de seu desenho. Foi fornecido pelo grupo.
Materiais necessários para que a criança pudesse executar seu desenho:
Foram observados enquanto desenhavam: comportamentos, expressões facial e corporal. Após executado o desenho, explicavam o que haviam desenhado de maneira voluntária.
Esta pesquisa de análise do grafismo infantil foi embasada nas teorias de Jean Piaget (1999) Luquet (1969), Lowenfeld (1977), que classificam as idades e desenhos em estágios.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Jean Piaget teórico importante nos estudos sobre inteligência infantil, desenvolveu a teoria cognitiva conhecida como Epistemologia Genética. Concluiu após anos de estudos e pesquisas que, crianças possuem raciocínios distintos em relação ao de um adulto e que evolui gradativamente em fases, de forma que uma substitui a outra. Piaget divide essas fases em quatro estágios: Sensório-Motor, Pre- Operatório, Operatório Concreto e Operatório Formal (Moreira, Marco Antonio; Teorias da Aprendizagem, EPU. São Paulo, 1995)
Luquet (1969) outro teórico importante no grafismo infantil compreende os desenhos como uma busca da criança à realidade que ela está inserida, observa o desenho da criança do ponto de vista de sua evolução cognitiva, procurando compreender o quê e como a criança desenha.
Luquet também definiu os quatro estágios do desenvolvimento gráfico para a compreensão do desenvolvimento da criança, esses estágios são denominados por: Realismo Fortuito, Realismo Falhado, Realismo Intelectual e Realismo Visual. O primeiro estágio que é Realismo Fortuito começa por volta dos dois anos e põe fim ao período chamado rabisco. A criança desenha linhas, mas não tem consciência de que o conjunto delas passa a representar objetos que não trás significado a seus grafismos, mas tem prazer em repetir os gestos em função da atividade motora adquirida. ( PILLOTTO, 2004)
O segundo estágio que é Realismo Falhado, acontece por volta dos três a quatro anos. Nesse estágio a criança já faz representação do objeto, ora com sucesso, ora fracassado, não existe coerência no que desenha, exagera ou omite partes, pois considera apenas o seu ponto de vista.
O terceiro estágio chamado de Realismo Intelectual é caracterizado pelo fato de que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe, a criança de forma consciente tenta reproduzir o objeto representando não só o que vê, mas também aquilo que não está presente à partir da noção que tem do objeto.
O quarto estágio é denominado de Realismo Visual, a criança desenha de acordo com o que ela internalizou em sua estrutura cognitiva, ou seja, ela desenha aquilo que sabe e que vê.
Lowenfeld (1977) a respeito dos desenhos, diz que os grafismos é uma forma de compreender os sentimentos da criança, sendo necessário que a mesma se sinta livre para expressar-se. Lowenfeld também caracteriza essas fases em quatro estágios, sendo eles: Estágio das Garatujas, que dá por volta dos dois aos quatro anos, nesse estágio a criança só quer explorar a folha, não há formas fechadas no desenho, só rabiscos desordenados, há também a Garatuja ordenada, onde a criança já consegue fechar formas e depois a garatuja nomeada, onde a criança já consegue tirar o lápis do papel, começa elaborar o desenho.
A segunda fase Pré-Esquemática tem início por volta dos quatro anos e estende-se até os sete. Nesta fase já existe formas reconhecíveis, deixa de ser um conjunto de linhas e começa o processo mental ordenado, a criança desenvolve a consciência da forma. A figura humana aparece com formas desproporcionais, os chamados Badamecos e Badameco-girino.
A terceira fase que é a Esquemática, começa por volta dos sete aos nove anos, a criança já tem a percepção acentuada, consegue passar para os seus desenhos aquilo que pertence ao seu meio, com o objetivo de representar a realidade à partir de suas vivências.
A quarta fase que é o estágio do Realismo, se dá dos nove aos doze anos, onde começa a rejeição em desenhar, porque para ela o desenho não é um retrato fiel, pois a criança agora tem mais consciência de si, de seu ambiente, por isso não se sente à vontade em expor seus desenhos aos outros, prefere não mostrar aos adultos, pois agora ela possui uma autocrítica 
GRAFISMO INFANTIL, PRIMEIRA CRIANÇA.
Nome: A. R.
Idade: 2 anos
Sexo: Masculino 
Inicialmente, quando convidado a fazer um desenho, o menino apresentou certa resistência, mas depois de alguns minutos se mostrou interessado. Com uma caneta em mãos, começou a fazer alguns rabiscos na lateral direita, dizendo ser um carro (Porsche Branco), que seria dele.
Depois de um tempo fazendo outras atividades, o desenho se estendeu ao longo da folha, tendo inclusive um círculo no meio, que ele disse ser a roda. Na lateral esquerda, há outros rabiscos que ele disse ser a Captiva.
Para Piaget, A. R. se encontra na fase pré-operatória, caracterizada pela explosão de fala e utilização de símbolos, sendo manifestamente presente a característica de egocentrismo, quando se refere à “minha Porsche”.
Segundo Luquet (1969, p. 145), a princípio, o desenho da criança não é um traçado executado simplesmente para fazer linhas. Podemos observar que A. R. está no realismo fortuito, onde a criança começa a fazer traços sem nenhum objetivo aparente, mas ao longo do desenho, pode aplicar nomes aos objetos. Luquet se refere a essa fase como “realismo fortuito voluntário”.
Por seu turno, Lowenfeld denomina esse tipo de desenho como “garatujas nomeadas ou ordenadas”. É nesta fase que a criança começa a desenhar círculos, às vezes de várias cores, em várias partes da folha.
Estes círculos, que inicialmente se parecem com “meias luas”, ficam completamente fechados depois de algum tempo, constituindo um fato importante para a preparação do desenho da figura humana, já que a criança é capaz de controlar os músculos da mão e do braço.
GRAFISMO INFANTIL, SEGUNDA CRIANÇA.
Nome: S. P.
Idade: 6 Anos
Sexo: Feminino
Quando convidada a fazer um desenho, sem hesitar, aceitou prontamente. Foi também perguntado qual material ela gostaria de usar. Entre todos os que foram oferecidos ela escolheu, lápis grafite para desenhar e lápis de cor para pintar.
Assim que pegou o papel, sem perguntar nada já começou a desenhar, enquanto executava o desenho conversava muito. Foi observado enquanto desenhava. Tinha uma expressão segura no rosto e um olhar firme, às vezes comprimia os lábios e conversava desinibidamente sobre acontecimentos comuns em sua família. Após terminar, entregou o desenho explicando o que havia desenhado. Era uma pessoa que ela gostava muito, e que estava num jardim com muitas flores. Na parte superior esquerda fez um pequeno sol que ficou quase escondido pelas cores que ela colocou nas bordas da folha, desenhou também uma nuvem com chuva caindo sobre o jardim, insistia em dizer que queria muito colorido porque ela gostava muito das cores. Antes de sair se ofereceu para um próximo encontro se precisasse dela.
S. P. está na fase pré-operatória de Jean Piaget. Enquanto ela falava ficou claro uma linguagem bem desenvolvida, mas com a compreensão e a memória verbal apresentando limitações, foi observado também que seu discurso já está mais social e menos egocêntrico.
Segundo Luquet, S. está inserida na fase Realismo Intelectual que estende-se dos 4 aos 10 anos, caracterizada pelo fato de que a criança desenha do objeto, não aquilo que vê, mas aquilo que sabe, a criança nesta fase mistura diversos pontos de vista. Para Luquet, esse Realismo Intelectual, pode ser levado até o ponto de reproduzir nodesenho não só os elementos concretos invisíveis, mas mesmo os elementos abstratos que só existem no espírito do desenhador ( Luquet, o que talvez explica os riscos coloridos quase cobrindo o desenho em si.
Na fase Pré-esquemática de Lowenfeld que entende dos 4 aos 7 anos, ele afirma que a criança transmite o que se dá na consciência, onde começa a fazer tentativas de representar o real de forma, desordenada e desproporcional.
GRAFISMO INFANTIL, TERCEIRA CRIANÇA.
Nome: J.S.M.
Idade: 14 anos
Sexo: feminino
Pedimos para que a menina fizesse um desenho, ela perguntou que tipo de desenho? Então explicamos a ela que poderia ser qualquer desenho que ela gostasse e sentisse vontade de fazer, que era pra um trabalho de faculdade, então a menina nos disse que tinha um desenho pronto e mostrou, dissemos a mesma que poderia ser, mas de repente ela pegou os materiais: a folha o lápis de cor a régua e começou a fazer um novo desenho sempre em silêncio, muito segura sem prestar atenção em barulhos externos muito concentrada em que estava fazendo com muita firmeza usou régua e por vezes a borracha para apagar algumas linhas que ficaram tortas, ela estava em um ambiente bem movimentado que era a cozinha a mãe estava fazendo o jantar outras crianças brincando fazendo barulho e a irmã dela também desenhando ao lado dela na mesa e ela muito bem concentrada e detalhista, apresentando muita facilidade e dedicação na produção do seu desenho, teve uma duração de meia hora ela não apresentou pressa, fez tudo com muita precisão. Quando terminou dissemos que estava lindo o desenho dela, ela sorriu um pouco tímida, a irmã que também estava desenhando a elogiou e falou que ela sabia desenhar muito bem a mesma respondeu a irmã que quando era mais nova assim como ela não desenhava tão bem assim e que era prática. E nós perguntamos onde era aquele lugar a casa que ela desenhou, respondeu que era a casa que gostaria de morar.
Para Viktor Lowenfeld, a criança encontra-se na 4° Fase Realismo (9 a 12 anos) Pré- adolescente sujeito se preparando pra fase adulta principalmente depois dos 12. Evidência raciocínio abstrato lógico e internalização de regras e condutas. É a preocupação com a perspectiva, profundidade, sobreposição, detalhes e pormenores, a criança desenha por opção e muitas vezes não desenha mais pela perda da espontaneidade. Como por exemplo, nesse desenho da casa ela se preocupou com os detalhes, e também usa de seu raciocino lógico desenhando um lugar real onde gostaria de morar.
Georges-Henri Luquet É a fase do Realismo Visual, a criança desenha o que vê, há uma perda da espontaneidade para desenhar. A criança desenha de acordo com o que internalizou, o que ela sabe do objeto, assim como esse lugar a casa, a árvore, o verde o lago. Um lugar onde ela já conhece e gostaria de morar. 
 Para Piaget na adolescência, o sujeito é capaz de formar esquemas conceituais abstratos (amor, justiça, saudade) e realizar operações mentais de acordo com uma lógica formal mais sofisticada em termos de conteúdo e flexibilidade de raciocínio. É capaz de discutir sobre valores morais dos pais, construir seus próprios valores, adquirindo autonomia.
Capaz de levantar hipóteses e expressar proposições para depois testá-las e refletir sobre seus próprios pensamentos, buscando justificativas lógicas para seus julgamentos. Isso o levará a construção de autonomia e identidade. Passagem da lógica indutiva para a lógica dedutiva. O sujeito tem a capacidade cognitiva de pensar a partir de um princípio geral e chegar a antecipação de uma experiência (caminhar do geral para o particular). Dados concretos e Operações mentais, capacidade de combinar, associar, objetos, fatos, ideias, proposições. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente trabalho possibilitou entender e observar na prática os estádios de desenvolvimento infantil, compreendendo assim as matérias apresentadas em sala de aula.
Pudemos encontrar nos desenhos os elementos do imaginário infantil que foram descritos por Piaget, Luquet e Lowenfeld.
Essa experiência mostrou que o grafismo sempre mostra a fase em que a criança se encontra naquele dado momento.
O grafismo é a primeira forma de expressão registrada pela humanidade, é fascinante entender como ele é capaz de mostrar tanto!
REFERÊNCIAS 
LOWENFELD, V.; BRITAIN, W. L. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou. 1977.
Luquet, G. H. O DESENHO INFANTIL Porto: Editora do Minho, 1969
PIAGET. JEAN Seis Estudos da Psicologia, tradução Maria Alice Magalhães D`Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva- 24 ed. Rio de Janeiro Forence Universitária, 1999
PILLOTO, SS, D , Silva, M. T. ; Mognol, L. T. Grafismo Infantil Linguagem do Desenho, 2004
ANEXOS
Criança Nº1
Criança Nº2
Criança Nº3

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