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Gestantes e Lactantes em local insalubre

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Bruna Silva 
Bruna Rocha 
Bruno Andrade 
Giovanna Nougueira
Sabrina Rocha
Centro Universitário Jorge Amado – UNIJORGE 
Curso: Direito 4AM 
RESUMO: O presente artigo abordará o tema “Grávidas e lactantes em trabalho insalubre”. Objetiva-se aqui fazer uma análise esclarecedora e completa sobre o conteúdo. Tratando-se do artigo 394-A da CLT que foi alterado conforme a Reforma Trabalhista por meio da Lei nº 13.467/2017. O conteúdo está baseado em pesquisas realizadas por doutrinas majoritárias e textos de leis, para que se possa conhecer a ideologia por completo. Ademais, pretende-se com o presente trabalho instigar o leitor a exercitar sua análise crítica acerca do tema. 
Palavras-chave: Direito do Trabalho; Gestantes; Lactantes; Reforma Trabalhista; CLT; Insalubre. 
Introdução 
O direito do trabalho é um ramo autônomo do direito que trata as normas e princípios a fim de regulamentar o convívio entre empregado e empregador. Antes da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) que foi aprovada no ano de 1943, já existiam leis não regulamentadas sobre alguns temas específicos como, por exemplo, a proibição do trabalho de menores de 12 anos, lembrando que essas “leis específicas” criadas antes da CLT, foram promulgadas com a abolição da escravatura e posterior a proclamação da república, com isso após a sua consolidação que o direito do trabalho ganha força. 
A função específica do Direito do Trabalho é garantir que os direitos dos trabalhadores, como saúde e dignidade seja cumprida no momento em que confere os direitos básicos impedindo sua exploração, tanto de mão de obra como da sua qualidade de vida. Ainda que demoradamente e por vezes coagidos, o trabalhador tem conquistado seus direitos por meio de interruptas reivindicações e do exercício do seu direito a greve. 
Desde a criação da CLT, que foi decretada pelo atual presidente da época Getúlio Vargas, a mesma passou por várias reformas, contando mais de 500 emendas. Reforma trabalhista é uma exigência do atual governo com a argumentação da crise econômica, pois de acordo seus criadores a partir de sua aprovação tornarão possível uma flexibilidade de normas relativas ao direito do trabalho assim “progredir” a legislação, através de negociação entre empregadores e empregados. Pela ordem cronológica temos 13 reformas decretadas desde 1943 a 2017. A última que foi decretada pelo atual Presidente da República Federativa Michel Temer, como o exemplo, trabalho de gestantes e lactantes em local insalubre. Lembrando que insalubre significa tudo àquilo que não faz bem à saúde. Insalubridade é a qualidade de insalubre, ou seja, um local que possa causar doenças ao trabalhador pela prática do seu trabalho. A legislação brasileira determina que a insalubridade seja aquela atividade ou operação que por sua natureza ou condição expõem o trabalhador a um grau de insalubre acima do que se é permitido onde a mesma foi criada em 1936 com a Lei de nº 185 com a função de ajudar os trabalhadores na compra de comida, ou seja, acreditava-se que trabalhadores bem alimentados estavam livres de contrair doenças. O valor a ser atribuído por conta da insalubridade varia entre 10%, 20% e 40% do salário mínimo nacional. Com a aprovação da Lei nº 13.287/2016, no qual se aplicava, apenas, a proteção da saúde da mulher durante o período de gestação e lactação, proibindo-a taxativamente de trabalhar em qualquer tipo de ambiente insalubre. 
No artigo 394-A antes da reforma da CLT deixa determinado que as gestantes e lactantes não possam trabalhar em áreas de risco a saúde sendo transferida para um local salubre. Com isso no momento que é certificada a gravidez, a trabalhadora deveria ser afastada do ambiente de trabalho que possua insalubridade na qual estava notório seu risco à saúde. Nessa lógica o legislador foi preciso em proibir o trabalho nesses ambientes, pois é conhecido que ambiente não salubre é extremamente desfavorável a saúde principalmente aquela que possui em seu corpo outra vida, ou, está servindo de fonte alimentar na amamentação. 
Artigo 394-A em 1943 X Reforma Trabalhista 2017 
A antiga CLT artigo 394 - A incluído pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 determinava que as gestantes e lactantes deveriam ser afastadas de trabalhos em locais insalubres, passando a exercer em locais salubres, enquanto durasse a gestação ou lactação, onde prezava o conforto, segurança, e proteção para a saúde das funcionárias gestantes e seu feto, também as lactantes. O parágrafo único desse artigo foi vetado, pois prévia o pagamento integral com adicional de insalubridade, muitos acreditam que essa foi uma ação de proteção para o empregador.
Texto anterior: 
“Art. 394-A. A empregada gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas atividades em local salubre.”
A reforma trabalhista trouxe uma mudança drástica nesse artigo, que foi e ainda é, alvo de muitas críticas devido ao seu novo texto, que traz um risco para os bebês, gestantes e lactantes. Com a reforma, a gestante somente seria afastada caso exercesse sua atividade em locais insalubres de grau máximo, para ser afastada de locais insalubres de grau médio e mínimo, teria que apresentar uma recomendação de afastamento através de um atestado médico, já as lactantes só poderia ser afastadas também apresentando um atestado médico com recomendação de afastamento.
Texto da reforma:
“Art. 394-A Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: 
(Redação dada pela Lei n° 13.467, de 2017)
I – atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; (Incluído pela Lei n° 13.467, de 2017)
II – atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação; (Incluído pela Lei n° 13.467, de 2017)
III – atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. (Incluído pela Lei n° 13.467, de 2017)
§ 2o Cabe à empresapagaro adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de saláriose demais rendimentos pagos oucreditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
Após ser alvo de muitas críticas, o texto foi alterado através da medida provisória, alterando o caput, o parágrafo §2° e §3°, onde traz pontos que suavizam a reforma. 
Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017
 “Art. 394-A. A empregada gestante será afastada, enquanto durar a gestação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres e exercerá suas atividades em local salubre, excluído, nesse caso, o pagamento de adicional de insalubridade. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
§ 2º O exercício de atividades e operações insalubres em grau médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar atestado de saúde, emitido por médico de sua confiança, do sistema privado ou público de saúde, que autorize a sua permanência no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)
§ 3º A empregada lactante será afastada de atividades e operações consideradas insalubres em qualquer grau quando apresentar atestadode saúde emitido por médico de sua confiança, do sistema privado ou público de saúde, que recomende o afastamento durante a lactação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017)”
Com a nova redação, a gestante seria afastada de imediato das suas atividades em locais insalubres, e exerceria em local salubre tendo seu adicional de insalubridade excluído, para que ela exercesse a atividade em local insalubre, teria que apresentar um atestado remetido por um médico de sua confiança, autorizando a permanência dela naquele local. Já as lactantes, somente seria afastada caso apresentasse um atestado remetido pelo médico de sua confiança, recomendando seu afastamento. 
Mas como todo medida provisória, ela tem validade e sua vigência chegou ao fim, trazendo novamente uma insegurança jurídica nas relações trabalhistas. Dessa forma a redação da reforma trabalhista volta a vigor, trazendo insegurança para as gestantes e lactantes, permitindo que ambas trabalhem em locais insalubres de grau médio e mínimo, sendo afastada somente se apresentarem atestado médico solicitando seu afastamento.
Jurisprudência
Com o artigo exposto acima, vejamos agora a jurisprudência do TST a fim de comprovar o estudo feito sobre as gestantes e lactantes em local insalubre.
 RECURSO ORDINÁRIO. DISPENSA IMOTIVADA. EMPREGADA GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. RECONHECIMENTO. A disposição contida na alínea b, inciso II, art. 10 do ADCT da atual Constituição Federal tem como fim a proteção da proteger a mulher grávida da dispensa imotivada. O referido dispositivo legal é expresso ao vedar a dispensa arbitrária ou sem justa causa de empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, sendo, portanto, o empregador responsável pelos salários e demais direitos decorrentes do contrato de trabalho durante o período de estabilidade. Cumpre destacar, ainda, que o fator essencial ao direito à estabilidade consiste na prova de que o início da gravidez ocorreu durante a constância da relação contratual, de modo que a responsabilidade do empregador, neste caso, é objetiva, consoante o entendimento consubstanciado na Súmula 244 da C. TST. Recurso da reclamante a que se dá provimento. (TRT 1, 2016).
Com essa jurisprudência, notamos que nas demissões em que não se justificam é atribuída à gestante e garantida por lei o direito a licença maternidade, apesar da nova mudança na lei nenhuma gestante após o conhecimento da gestação poderá ser demitida, até por que é um direito garantido na constituição cidadã, ou seja, mesmo o médico deixando exposto que o local em que a gestante esta trabalhando é de mínima ou média insalubridade poderá acarretar na saúde do feto. 
Visão Crítica 
Segundo o doutrinador Maurício Godinho Delgado, com a implantação da Reforma Trabalhista através da Lei nº13. 467/2017 houve um segrega mento entre as pessoas e classes sociais, dessa forma, contribuindo com a desigualdade entre os grupos. Visto que, afasta os paradigmas estabelecidos pela Constituição Federal que estima os princípios e igualdade do bem comum, dispondo como base o Estado Democrático de Direito. 
O Direito do Trabalho atua na seara de ligação do mundo empregatício e os seres que aditam na economia mediante o vínculo de emprego. Instituindo normas necessárias que contenham relevância mínima no intuito de garantir um patamar civilizatório mínimo, assim, ratificando de forma justa a equidade. 
Com a alteração realizada no artigo 394-A da CLT ocasionou uma regressão aos direitos das gestantes e lactantes, pondo em risco fatos associados à saúde e segurança laborando em locais insalubres. Além disso, ferindo os princípios vigentes na Carta Magna como o da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III, CF/88), do bem-estar individual e social, da valorização do trabalho e do emprego (artigo 170, inciso VIII, CF/88) e o princípio da igualdade em sentido material (artigo 5º, CF/88), no qual, planeia o trato jurídico distinto aos indivíduos na medida de sua desigualdade, de modo que ateste a isonomia entre eles. 
Considerações Finais 
Podemos concluir que o Direito do Trabalho surgiu com o intuito de humanizar as classes sociais, de modo que, não ocorra a desigualdade entre os indivíduos e não ultrapasse os limites jurídicos instituídos através dos princípios que são pilares para a garantia da democracia e sempre em concordância com a Constituição Federal. 
A Lei nº 13.467/2017 reformulou alguns dispositivos já existentes, provocando a segregação e individualização de direitos e garantias. Com isso, dificultou a estabilização das gestantes e lactantes no mercado de trabalho, acarretando possíveis obstáculos na jornada laboral, logo, consentindo com a falha na segurança e saúde. 
Referências Bibliográficas
DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm Acesso em (04/10/2018) 
DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A reforma trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei nº 13.467/2017. São Paulo: LTr, 2017. 
Gestante e lactante no contexto da Reforma Trabalhista. Disponível em: https://m.migalhas.com.br/depeso/270865/gestante-e-lactante-no-contexto-da-reforma-trabalhista Acesso em (13/10/2018)
MP 808 caduca e gera insegurança jurídica nas relações trabalhistas. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/mp-808-caduca-e-gera-inseguranca-juridica-nas-relacoes-trabalhistas/ Acesso em (28/09/2018) 
O que você precisa saber sobre o trabalho da Gestante em local insalubre. Disponível em: https://fernandamartinss.jusbrasil.com.br/artigos/552638608/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-trabalho-da-gestante-em-local-insalubre Acesso em (04/10/2018)
Reforma trabalhista traz mudanças na CLT. Disponível em: http://especiais.g1.globo.com/economia/economia/concursos-e-emprego/2017/nova-lei-trabalhista-traz-mudancas-na-clt/ / Acesso em (13/10/2018)
Reforma Trabalhista: o que muda para gestantes e para as mães. Disponível em: http://www.maesdepeito.com.br/reforma-trabalhista-o-que-muda-para-gestantes-e-para-asmaes Acesso em (04/10/2018)
Reintegração. Dispensa imotivada. Empregada gestante. Recurso Ordinário da reclamante. TRT-2RO: 1334200431402009 SP 01334-2004-314-02-00-9. Disponível em: https://trt-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/15860842/recurso-ordinario-ro-1334200431402009-sp-01334-2004-314-02-00-9 Acesso em: (05/10/2018)
Veja as principais mudanças de leis trabalhistas desde a criação da CLT. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/11/1934725-veja-as-principais-mudancas-de-leis-trabalhistas-desde-a-criacao-da-clt.shtml / Acesso em (13/10/2018)

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