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Evolução Histórica da Mediação no Mundo

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Mediação de Conflitos
Aula 2: Evolução histórica da mediação
INTRODUÇÃO
Nesta aula, veremos que permanentes conflitos marcam a nossa história, desde os povos e tribos primitivos, que quase sempre decidiam suas questões pela força, 
muitas vezes, com extrema violência, até os conflitos atuais.
Estudaremos a mediação em seus aspectos históricos, em sua evolução e propostas em alguns países, bem como o surgimento de sua importância em nosso país.
Perceberemos que está sendo dada, cada vez mais, importância à mediação. Observaremos como ela está sendo desenvolvida no Brasil, incluindo sua regulamentação 
legal.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Identificar o surgimento da mediação;
Contrastar as diversas formas de aplicação da mediação no mundo;
Analisar o aparecimento da mediação no Brasil;
Reconhecer a Lei da Mediação do Brasil.
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A MEDIAÇÃO NO MUNDO
VOCÊ SABIA?
Somente a partir da virada do século XX, a mediação tornou-se institucionalizada em vários países, e desenvolveu-se como uma profissão reconhecida. O crescimento 
da mediação deve-se, principalmente, ao reconhecimento dos direitos humanos: aspirações em relação à partic ipação democrática em todos os níveis sociais, a crença 
de que o indivíduo tem o direito de partic ipar e ter controle sobre as decisões que afetam a sua vida e maior tolerância à diversidade.
AMÉRICA DO NORTE
Iniciaremos nossa viagem para entender como funciona a mediação no mundo. Nossa primeira parada: América do Norte.
CANADÁ E ESTADOS UNIDOS
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: illpos / Shutterstock
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de forma mais rápida nos Estados Unidos e no Canadá. Os primeiros setores 
em que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e empregados, em 1913.
Na esfera federal, nos Estados Unidos, serviu de modelo para o desenvolvimento de resolução de disputas, nas comunidades e em relação às práticas discriminatórias 
quanto à etnia e à nacionalidade. No Canadá, foram organizados serviços de resolução de disputas, também, para lidar com as diferenças entre comunidades étnicas.
Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses, a mediação, segundo Moore (1998), vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de 
terras, em questões relacionadas aos desabrigados, em conflitos entre os cidadãos e a polícia e em disputas entre consumidores.
Além de programas de mediação local, há programas de âmbito estadual em muitos Estados norte-americanos.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
A mediação é praticada nas escolas e nas Instituições de Ensino Superior em relação às disputas de alunos entre si, entre alunos e professores, entre os membros do 
corpo docente e entre o corpo docente e a administração.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
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Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e dos Estados Unidos têm utilizado a mediação para as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima 
e agressor. Uma outra área de crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de filhos e separações.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: IhorZigor / Shutterstock
Nos setores corporativos e comerciais, segundo Moore (1998), a mediação, em alguns tipos de disputa, ultrapassou a arbitragem quanto a sua escolha. Uma área de 
amplo crescimento, nos Estados Unidos e no Canadá é a da atenção à saúde. São tratados casos de negligência médica, além de conflitos entre médicos, 
administradores, hospitais, equipes técnicas, disputas bioéticas, negação de cobertura de seguradoras de saúde etc.
ÁSIA
Seguimos adiante, próxima parada: Ásia.
CHINA
A República Popular da China vem praticando a conciliação para resolver disputas interpessoais, comunitárias e cíveis através dos Comitês de Conciliação e tribunais de conciliação. 
Esses Comitês Populares são prestadores de serviços institucionalizados pelo governo. A mediação tem sido introduzida para resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre 
entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as mediações comerciais e familiares. Segundo Nazareth (2009), o país já formou um milhão de mediadores.
JAPÃO
O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa estão ligadas aos costumes do país. A mediação está incorporada à cultura empresarial e 
é utilizada nos tribunais para casos cíveis de uma forma geral, principalmente na área de família. A mediação familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e 
para muitas questões entre pais e filhos.
OUTROS PAÍSES
A Coreia desenvolveu a mediação para lidar com conflitos familiares e cíveis através de programas independentes e dos tribunais. A Tailândia, a Malásia e a Indonésia desenvolveram 
vários setores em que a mediação é usada. As Filipinas e o Sri Lanka estabeleceram programas de mediação comunitária para os conflitos cíveis e criminais de menor potencial 
ofensivo. Na Índia, os Tribunais Populares oferecem mediação e conciliação para conflitos matrimoniais e cíveis. O Nepal desenvolveu os processos de mediação para tratar de 
conflitos conjugais, financeiros e ambientais.
AUSTRÁLIA, NOVA ZELÂNDIA E MELANÉSIA
Agora, aterrissaremos na Oceania para conhecer a mediação nas seguintes regiões:
AUSTRÁLIA
Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências governamentais. Na maioria dos Estados, foram fundados Centros de mediação comunitária para as 
disputas cíveis e de vizinhança. Além disso, tem sido bem desenvolvida a mediação em disputas industriais e culturais dos povos aborígenes.
NOVA ZELÂNDIA
Assim como a Austrália, a Nova Zelândia também teve desenvolvimento na mediação, muito semelhante aos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias 
disputas como: comerciais, cíveis, crimes de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais.
MELANÉSIA
Na Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as disputas. Esse processo é, ao mesmo tempo, um julgamento e um acordo por consenso.
ÁFRICA E ORIENTE MÉDIO
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
Nossa viagem segue com uma rápida parada na África e no Oriente Médio.
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Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para 
região. No Quênia e na Somália, o trabalho de mediação tem sido realizado por um Comitê, por grupos religiosos e não religiosos locais para disputas entre clãs e 
disputas étnicas. A África do Sul tem apresentado o maior desenvolvimento, neste continente, no que diz respeito à mediação formal. Em 1968, foi fundado um Centro 
de Resolução de conflitos que foi importante, não apenas para a resolução de conflitos, mas também para a redução da violência, dos conflitos trabalhistas, raciais e 
políticos. Desde as eleições nacionais de 1994, a mediação mudou seu enfoque da violência para o desenvolvimento e reconciliação nesse país.
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, em tribos e cidades, tem sido o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões 
políticas e militaresinternas e entre os Estados Árabes. O uso de intermediários no Oriente Médio para ajudar nas resoluções de disputas é muito comum hoje. A 
mediação tem papel importante nos conflitos diplomáticos e nas guerras.
EUROPA
Chegou a hora de carimbarmos nosso passaporte no velho continente.
O movimento pela mediação na Europa teve início no fim da década de 90, seguindo a nova era que emergia nos EUA a partir da Pound ConferencePound ConferencePound ConferencePound Conference de 1976de 1976de 1976de 1976 (glossário)(glossário)(glossário)(glossário), 
em que nasceram conceitos como o multimultimultimulti----door courthousedoor courthousedoor courthousedoor courthouse (glossário)(glossário)(glossário)(glossário). Apesar disso, muitos países já conheciam e utilizavam a mediação.
A Comunidade Europeia, em 1986, através do Conselho Europeu, encaminhou uma recomendação do Conselho de Ministros aos Estados Membros, sugerindo que 
fossem estudados mecanismos alternativos para o tratamento de conflitos, dando ênfase à mediação e reconhecendo a sobrecarga de processos dos tribunais 
europeus. As formas como as nações europeias se organizam, dependem dos seus fatores constitucionais culturais e políticos, no entanto, os mecanismos alternativos 
de resolução de conflitos têm sido amplamente utilizados. Em 1998, foram publicados os Princípios Europeus sobre Mediação Familiar, pelo Conselho Europeu, cujo 
texto foi elaborado pelos representantes dos quarenta Estados Membros desse Conselho.
Diferentes modelos se desenvolveram na Europa, alguns países regulamentaram a mediação e tornou-se comum a existência de programas de mediação para resolver 
conflitos envolvendo direitos dos consumidores. O Parlamento Europeu desenvolveu, em 2004, um projeto para uma Diretiva relativa à mediação, culminando com sua 
publicação em 2008. Em 21 de maio de 2008, foi publicada a Diretiva nº 52 pelo Parlamento Europeu, oriunda da recomendação fundamental lançada em 1998 
(98/257/CE) e em 2001 (2001/310/CE) (PINHO e PAUMGARTTEN, 2013).
Nessa Diretiva, de acordo com Pinho e Paumgartten (2013), os Estados-membros europeus seriam livres, quando da transposição aos seus ordenamentos internos, para 
disporem sobre os métodos que seriam adotados na instalação de programas de mediação.
AMÉRICA LATINA
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Itan1409, Vertes Edmond Mihai / Shutterstock
Nos últimos cinco anos, tem aumentado, na América Latina, o uso das resoluções alternativas de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça. 
Vejamos como os países seguintes utilizam a mediação na resolução de suas disputas.
COLOMBIA
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação. A prática iniciou por volta do ano de 1983, sendo muito avançada no setor privado da 
arbitragem comercial. A Colômbia foi a pioneira no uso da mediação entre os países da América Latina. Optou-se por um modelo descentralizado e desjuridicializado de solução de 
conflitos, judicial e extrajudicial. Serviços prestados por centros de conciliação e arbitragem, conectados aos tribunais e utilizados como monitores do sistema no Ministério da Justiça. 
O decreto nº 2.651 fazia referência direta ao método, embora dispositivos legais editados anos antes já fizessem menção à mediação como forma de aliviar a carga de trabalho das 
varas judiciais. Atualmente, o país possui um dos mais avançados trabalhos com mediação no setor privado. (NAZARETH, 2009, p. 26).
A experiência da Colômbia em conciliação extrajudicial foi importante, sobretudo porque influenciou vários países vizinhos, como por exemplo, o Peru.
PERU
No PeruPeruPeruPeru, a lei institucionalizou a conciliação extrajudicial e criou um requisito de procedibilidade da ação judicial. Este modelo tem a vantagem de haver regulado a prestação dos 
serviços por intermédio de centros supervisionados pelo Ministério da Justiça, não somente no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos legais, mas também em relação à 
qualidade dos serviços e cumprimento de normas éticas.
BOLÍVIA
A BolíviaBolíviaBolíviaBolívia institucionalizou a arbitragem, conciliação e mediação, por meio de Centros de Conciliação, sob a égide do Ministério da Justiça, seu controlador; tais centros são utilizados 
como canais não formais de acesso à justiça.
EQUADOR
Organizado em Centros de mediação e arbitragem, o sistema do EquadorEquadorEquadorEquador, permite balancear adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor 
público e no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas.
GUATEMALA
Na GuatemalaGuatemalaGuatemalaGuatemala desenvolveu-se um sistema denominado bifrontal: por um lado, anexo aos tribunais onde se atendem casos advindos dos juízes ou a requerimento de pessoas 
individuais, instituições públicas ou privadas. Quando se tratar de mediação penal será necessária a homologação judicial para sua validade. Possibilitou-se, também, o 
desenvolvimento de centros privados ou públicos, além de centros comunitários que atendem com mediação os conflitos dos povos indígenas.
NICARÁGUA
Na NicaráguaNicaráguaNicaráguaNicarágua, a mediação foi adotada, em matéria de conflitos de terra, como procedimento obrigatório, uma vez integrada a lide; ou o uso da arbitragem quando solicitado pelos 
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sujeitos. A mediação prévia obrigatória é, muitas vezes, descartada para economia do tempo do juiz, salvo quando se tratar de medidas penais ou de ordem pública.
ARGENTINA
Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (“Resolução Alternativa de Disputas”), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de 
uma comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foi aprovada a Lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996. O país teve por base inicial as 
regras do Instituto de Justiça Estatal do Centro para Resolução de Conflitos, com sede em Washington, DC, bem como do Instituto de Administração Judicial, com sede em Nova York 
(HIGHTON;ALVAREZ,2008).
MEDIAÇÃO NO BRASIL
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: e X p o s e / Shutterstock
Finalmente, chegamos ao nosso destino final: o Brasil.
1988
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, quando se redemocratizou o país, o Judiciário começou a ser demandado pela maioria da população brasileira. Essa explosão de demandas 
judiciais, ligada à busca da cidadania, teve reflexo imediato: a crise do Poder Judiciário.
Por um lado, nunca o Judiciário teve tanta visibilidade para a população; por outro, a qualidade dos serviços prestados decaiu, especialmente por falta de estrutura material ou de 
pessoal, além de uma legislação processual inadequada aos novos desafios institucionais. Surge, a partir desse momento, o fenômeno da judicialização das relações políticas e sociais 
e o tema da democratização do acesso à justiça.
O acesso à justiça, porém, não se limita ao ajuizamento de uma ação perante o Poder Judiciário, mas à garantia de entrada a um processo justo, sem impedimentos e demora, e 
adequado à solução do conflito. Dessa forma, percebeu-se que facilitar a comunicação entre os litigantes e garantir mais liberdade na discussão de suas desavenças contribui para a 
construção de uma solução consensual, com a vantagem de tornar as partes mais propensas em cumprir voluntariamente o acordo, bem como prevenir novos desentendimentos.
Por força dessas vantagens, a mediação veio sendo difundida paulatinamente em nosso País. Curiosamente, com o advento da lei de Arbitragem (9.307/96), observou-se um número 
crescente de câmaras arbitrais também especializadasem mediação. A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi apresentada em 1998 
(PL 4.827/98), oriunda de uma proposta da Deputada Zulaiê Cobra, definindo o instituto.
A proposta teve por objetivo fixar as diretrizes fundamentais do procedimento, mas sem regulamentar todos os detalhes. Aprovado o projeto na Câmara dos Deputados, a proposição 
seguiu para o Senado Federal (PLC 94/2002). Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP e a Associação de Magistrados Brasileiros – AMB, através de uma 
equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação, demonstrando que o debate sobre o tema também se fez presente no meio jurídico-acadêmico.
2003-2006
Na verdade, diante da variedade de propostas legislativas e da diversidade de abordagem da questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro 
de 2003, e que resultou numa “versão única”.
Encaminhada essa versão ao senador Pedro Simon, relator do projeto de lei então aprovado na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal – 
CCJ/SF, em junho de 2006, acolheu as sugestões apresentadas na forma de um substitutivo, o qual também prestigiou algumas modificações.
Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas legislativas referentes à utilização da mediação, notadamente para a solução de conflitos 
familiares, como são exemplos os seguintes Projetos de Lei na Câmara dos Deputados: 5.696/2001, 599/2003, 1.415/2003, 505/2007, 507/2007, 1.690/2007, 428/2011 e 5.664/2013. 
(SALOMÃO, 2015).
No Senado Federal, outro projeto de lei apresentado para regulamentar a mediação – o PLS 517, de 2011, de autoria do Senador Ricardo Ferraço –, permaneceu à espera de debate por 
mais de dois anos.
2010
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução n. 125 (http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2579), de 29 de novembro de 2010, indicando a mediação como 
meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e pelos Tribunais do país, em 
parceria com outros órgãos e instituições.
2013
O Senado Federal, por iniciativa do Presidente Renan Calheiros, instalou, em 3 de abril de 2013, uma comissão de juristas, com a finalidade de elaborar um anteprojeto de lei de 
arbitragem e mediação. Após seis meses de trabalho intenso – em que foi garantida ampla participação ao público interessado –, foram apresentados dois anteprojetos de lei: um que 
propunha alterações na atual Lei de Arbitragem (PLS 406/2013) e outro sobre mediação extrajudicial (PLS 405/2013).
O Ministério da Justiça, concomitantemente, sob orientação do Secretário da Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano, instituiu uma comissão de juristas com o objetivo de 
formular proposta que subsidiasse a adoção de formas adequadas à solução célere de conflitos. E o resultado foi a elaboração de anteprojeto de lei de mediação que também passou a 
tramitar no Senado Federal (PLS 434/2013).
2015
Analisando conjuntamente esses 3 projetos de lei (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, 
apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados(PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter. Remetido novamente ao 
Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 
de junho de 2015, pela Presidente Dilma Roussef, como Lei 13.140 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm).
A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma 
cultura que privilegie o diálogo, o consenso e a paz. A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes 
tipos de conflito. A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a 
diversos tipos de conflitos.
Agora, vamos praticar com uma atividade!
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A Comunidade Europeia vêm recomendando as RAD’s (Resoluções Alternativas de Disputas) em seus estados-membros. Podemos enfatizar nesse sentido:
O acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações internacionais, respeitando a soberania local.
A criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de litígios judiciais na Europa.
A padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-membros, alterando a legislação interna deles.
A publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos representantes dos estados-membros.
A possibilidade de mediação empresarial nas diferentes empresas em diferentes países.
Justificativa
Glossário
SEGUNDO NAZARETH (2009)
NAZARETH, Eliana Riberti. Mediação: o conflito e a solução. São Paulo: Artepau Brasil, 2009.
POUND CONFERENCE DE 1976
Foi uma reunião histórica de juristas para discutir formas de lidar com a insatisfação popular com o sistema legal americano e reformar a administração e a prestação da justiça.
MULTI-DOOR COURTHOUSE 
Tribunal com portas abertas para uma ampla gama de processos de resolução de litígios, em que as disputas podem ser eficientemente resolvidas através do mecanismo mais 
adequado para as partes e as questões envolvidas.
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PL 4.827/98
“a atividade técnica exercida por terceira pessoa, que, escolhida ou aceita pelas partes interessadas, as escuta e orienta com o propósito de lhes permitir que, de modo consensual, 
previnam ou solucionem conflitos” (art. 1º, caput), passível de ser utilizado antes ou no curso do processo judicial (art. 3º). O texto traz a possibilidade de homologação judicial do 
acordo obtido (art. 5º), a interrupção da prescrição e o impeço à decadência nas hipóteses em que o interessado requerer ao juízo a intimação da parte contrária para comparecer em 
audiência (art. 6º).
SUBSTITUTIVO
O substitutivo aprovado pelo Senado Federal em 2006 descreve a mediação prévia ou incidental, judicial ou extrajudicial (art. 3º), aceitando-a “em toda a matéria que admita 
conciliação, reconciliação, transação ou acordo” (art. 4º). Ressalta que o procedimento será sigiloso, em regra (art. 6º), e que o acordo obtido constitui título executivo extrajudicial e, 
homologado pelo juiz, terá eficácia de título judicial (arts. 7º e 8º). Consigna que os mediadores poderão ser judiciais e extrajudiciais, devidamente inscritos em registro de mediadores 
a ser mantido pelos Tribunais de Justiça locais (arts. 11 e 12), que também exercerão a fiscalização das atividades dos mediadores extrajudiciais (art. 18), ao passo que a fiscalização 
dos mediadores judiciais competirá às seccionais da OAB. Aponta as causas de impedimento dos mediadores (arts. 21 e 23), o que é considerado como conduta inadequada, bem 
como causas de exclusão do registro de mediadores (arts. 24 e 25). Regula a interrupção da prescrição (arts. 29, parág. único, e 35, caput) e a obrigatoriedade da mediação incidental, 
salvo exceções que estabelece (art. 34), bem como prevê a dispensa do recolhimento de honorários aos beneficiários de assistência judiciária gratuita.
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