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CAPITULO 9

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9 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A AÇÃO PEDAGÓGICA FRENTE 
À DIVERSIDADE EM SUAS MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS NA 
EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Lisandra Sandri1 
Mara Lúcia Salazar Machado2 
INTRODUÇÃO 
Neste capítulo que tem por desafio tratar sobre a formação do professor 
e a ação pedagógica frente a diversidade em suas múltiplas perspectivas na 
Educação Básica, você será convidado\a a tecer um série de reflexões sobre a 
construção da docência em uma escola que identifica, respeita e valoriza a 
diversidade. Mediante o (re)conhecimento de uma sociedade marcada pela 
pluralidade cultural, a docência precisa reconhecer os diferentes saberes que 
são compartilhados espaços escolares. 
O capítulo inicia com um breve resgate histórico de diferentes episódios 
que influenciaram a formação de professores para valorizarem a diversidade. 
Também chama sua atenção para alguns pontos frágeis de uma proposta 
educacional que defende culturas hegemônicas, excludentes e discriminatórias. 
Na sequência, problematizamos a importância de uma ação coletiva para 
atuar com a diversidade. A formação docente para trabalhar neste contexto 
exige que o/a profissional da educação esteja amparado por políticas públicas, 
formação acadêmica inicial e continuada, uma gestão democrática que assuma 
seu papel junto à sociedade. 
 Encerrando o capítulo, propomos algumas reflexões sobre a construção 
de uma prática Educativa voltada para a diversidade. 
 
1 Professora do Curso de Pedagogia na modalidade EAD. Especialista em Educação 
Especial, Informática aplicada a Educação e Metodologia do Ensino Superior todas voltadas ao 
tema da Pessoa com Deficiência. Mestre em Educação na área do Desenvolvimento Humano. 
Atua como professora de AEE na rede municipal no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, 
membro de diversas entidades de garantias de direitos das pessoas com deficiência. 
 
2 Professora do curso de Pedagogia nas modalidades EAD e Presencial. Especialista em 
Psicomotricidade e Psicopedagogia. Mestrado em Ciências do Movimento Humano com o tema: 
Terapias Corporais e Autismo. Atuou em Escola de Ensino Fundamental, na Educação Infantil, 
com projetos de Inclusão de alunos e alunas que apresentam deficiência. 
 
 
9.1 Formação de professores para a diversidade: Tecendo um 
resgate histórico 
O histórico de formação de professores descrito nas disciplinas de 
“História da Educação” foi marcada por episódios de pouca valorização da 
carreira, ou seja, qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento tornava-se 
professor ou melhor, empiricamente ia transmitindo conhecimentos aos demais 
que eram desprovidos de conhecimento e cultura. 
Na década de 80, avaliava-se a qualidade dos professores por meio da 
escolarização e da formação prévia e dos certificados obtidos ao longo da 
carreira, pois não havia políticas de formação, capazes de atrair e manter os 
melhores professores em sala de aula, tão pouco havia a equidade na Educação 
Brasileira, fator este que também foi destaque na literatura internacional, em 
especial nesta época pelos Estados Unidos. 
A Educação no Brasil ganhou maior importância apenas na história 
recente, a qual foi marcada pela Constituição Federal de 1988, fortalecendo o 
Estado de bem-estar social no país, com isso o acesso à escolarização e a 
democracia, garantindo a Educação a todos os cidadãos brasileiros. Neste 
discurso iniciaram-se os trabalhos na busca de equidade no campo educacional. 
 
Conforme Abrúcio, 2016 Equidade no campo educacional apresenta 
pontos nefrálgicos na Educação 
 
 
 
 
 
 
 
Os pontos nefrálgicos apresentados rumo à equidade no campo 
educacional são discutidos e recebem crescente espaço no cenário nacional. 
Desde o final do século XX, observa-se a exigência de práticas sociais 
-Baixo desempenho na qualidade do ensino. 
-Análise do capital humano. 
-Grande número de professores em período de aposentadoria. 
-Janela de oportunidades para novos profissionais. 
-Busca pela consolidação de uma carreira sólida. 
-Formação e profissionalização continuada dos professores já em 
exercício e investimento nos novos profissionais. 
 
 
compatíveis contra o processo de exclusão. A escola também inicia a ocupar 
seu lugar social imbuída de combater as diferentes maneiras de fazer exclusão. 
Neste sentido, Mantoan (2003) alerta que: 
 
A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas 
maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno 
diante dos padrões de cientificidade do saber escolar. Ocorre que a 
escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não aos 
novos conhecimentos. 
 
O longo processo de mudança precisa ser compreendido e vivenciado 
pelos diferentes segmentos sociais que começam a assumir práticas capazes de 
aceitar a riqueza que é a diversidade humana. Oliveira e Leite (2007) descrevem 
que estamos diante de uma das metas mais complexas vivenciadas pela 
educação nos últimos tempos. Neste sentido, verifica-se que existe um cenário 
político pouco favorável, uma vez que, se, por um lado há o anúncio de uma 
proposta político-educacional inclusiva, por outro, ainda hão de ser dadas as 
condições para sua operacionalização. A Educação busca sustento junto às 
políticas públicas que atendam a Educação Básica e o Ensino Superior. 
 
 
 
DOCÊNCIA E DIVERSIDADE: RESULTADO DE AÇÕES COLETIVAS 
 
 
 
 
http://www.smsunivers.com/img/cms/point_interrogation.jpg 
 
Vejamos um panorama histórico que ajuda a dimensionar a formação e o 
aperfeiçoamento dos professores rumo ao repensar antigas e inapropriadas 
ações pedagógicas voltadas para uma sociedade preconceituosa e excludente. 
 
1980 Inicia-se os estudos sobre os saberes docentes. 
1982 
Criação de Centros Específicos de Formação e 
Aperfeiçoamento do Magistério – investimento na qualidade 
formativa – apoio com bolsas de estudos. 
1986 
Conselho Federal de Educação permitiu a atuação dos 
formados em Pedagogia que atuasse na docência dos primeiros anos 
do Ensino Fundamental. 
1990 
As Universidades com avanço crescente na área da pesquisa. 
Constatação da dificuldade da escola em lidar com as novas 
exigências socioculturais. 
1991 20% dos Professores graduados no Ensino Superior 
 
1996 
Com a LDB, fortaleceu o papel dos profissionais da Pedagogia 
e demais licenciaturas – suposição do governo que o aumento da 
escolarização reverteria maior qualidade no corpo docente da 
Educação Básica. Oportunidade de cursar o Ensino Superior em 
instituições particulares financiadas por programas como o PROUNI e 
o FIES. 
 
2000 
O professor passa a ser reconhecido como um profissional 
reflexivo, ou seja, produtor de estratégias inteligentes que orientam 
o seu fazer pedagógico, reconhece, em contrapartida, que o ato 
pedagógico encerra múltiplas dimensões, sendo, portanto, quase 
impossível medi-las, prevê-las e controlá-las totalmente segundo 
métodos científicos. 
2006 
O avanço na Educação a Distância, visando a formação inicial 
e continuada, em especial participação nas licenciaturas. O Número 
de professores com ensino superior passou de 20% para 60 %. 
2010 
O capital cultural e social justifica em alguns momentos a 
precariedade da formação inicial dos estudantes do magistério e 
ensino médio. 
2013 
75% dos professores com Ensino Superior completo, mas ainda 
de forma desigual em algumas regiões do Brasil como o norte e 
nordeste, investindo-se mais na Educação a Distância e 
oportunizando maior equidade, levando a educação nos locais de 
maior dificuldade de acesso. 
2014 
Percebe-se que só investirem formação inicial e continuada 
não era suficiente para manter a qualidade de ensino, fator este que 
foi evidenciado pelo ENADE, 
2017 
Trabalha-se na ótica de que é necessário entender quais 
competências e habilidades os professores devem ter e como as 
desenvolvem na formação inicial e continuada, para que de fato os 
alunos aprendam. 
2018 
Professores deverão atuar com público mais heterogêneo, 
resultante da busca da universalização educacional em todos os 
ciclos da Educação Básica, incluindo grupos historicamente 
negligenciados pelo Estado brasileiro. 
*Diagnóstico, agenda de políticas e estratégias para a mudança. Abrúcio, 2016. 
 
Não podemos mais aceitar uma prática educativa desconectada dos 
cenários sociais contemporâneos transversalizados por ambientes 
pluriculturais. 
9.2 Ação coletiva para atuar com a diversidade 
A continuidade de nosso estudo sobre este tema tão complexo que 
envolve a formação de professores para atuar na diversidade, em suas múltiplas 
perspectivas, pressupõe que alguns questionamentos sejam realizados. 
 
- Então vejamos a primeira 
problematização: 
 
 
 
 
Para ajudar a construção de respostas para esta problematização, 
vejamos a reportagem publicada por 3Maria Judith Sucuoira Lins, em 
 
3 Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/a-diversidade-humana-na-escola-
20398986#ixzz5DSnUU0pi 
 
 
Professor 
Inovador 
ou 
Escola 
inovadora? 
02/11/2016, em matéria intitulada: “A diversidade humana na escola”. 
 
A elevada taxa de evasão é uma triste realidade e, ao mesmo tempo, 
um indicativo de que a escola, tal como se apresenta atualmente, não 
está satisfatória. A reflexão sobre quais os procedimentos que podem 
melhorar o ensino médio tem como base uma modificação substancial 
no currículo rígido que observamos hoje nas escolas. 
 
 Uma reestruturação nas propostas geradoras de novas ações pedagógicas 
para atuar com a diversidade exige uma escola que invista neste sentido. Se a 
diversidade humana é considerada uma de suas riquezas fundamentais, porque 
então oferecer um currículo único nas escolas. 
Maria Judith afirma que qualquer proposta inovadora precisa ser 
debatida por especialistas, professores que estejam em constante formação. O 
fato está em se desvencilhar das antigas amarras que engessam e priorizam um 
ensino voltado para um único tipo de aluno para investir em novas perspectivas. 
Um professor pode ser idealista, mas se estiver sozinho o tempo todo, 
seus ideais de mudança começarão a esmorecer. 
 
Vem moreninha / vem tentação. Não andes assim tão sozinha. Que 
uma andorinha não faz verão. Dizem morena Que teu olhar. Tem 
correntes de luz que faz secar. O povo anda dizendo / Que essa luz do 
teu olhar. A Light vai mandar cortar. 
João de Barro e Lamartine Babo. 
 
O status de mudança que precisa ser acionado pela escola, em seus 
diferentes segmentos, necessita passar por uma várias situações, das mais 
diferentes ordens. Investimentos na derrubada de barreiras, quebra de 
paradigmas, organização, planejamento e práticas educativas contextualizadas 
com a diversidade que envolve seus alunos. 
Sair da passividade de estruturas escolares enraizadas por décadas exige 
da escola uma organização ousada quanto a várias ações: uma delas faz 
referência a formação de professores, descrita por Nóvoa (2002) como ser de 
responsabilidade da escola a aprendizagem de seus alunos e a aprendizagem 
permanente dos docentes. Junto à formação continuada, chamamos especial 
atenção para o desenvolvimento organizacional e autônomo da escola, 
construção descrita por Alarcão (2003) para explicar um processo acontecido à 
medida em que esta instituição se questiona e aprende a atuar coletivamente. 
Aprendizagem na coletividade significa pensar a escola inserida em uma 
comunidade rica no quesito diversidade, desconstruindo antigas ideias de 
hegemonia (superioridade) de uma condição sobre as outras. Ou seja, esta 
ultrapassada maneira de pensar a escola, em suas diferentes propostas 
pedagógicas, desenho de currículos, relações interpessoais, ainda, prevalece 
no cotidiano da docência. 
Gobbi e Nascimento (2012) corroboram com nossas reflexões afirmando 
que uma escola que não reconhece outros saberes produzidos no cotidiano de 
grupos sociais diversos é marcada por conflitos, resistências e reações. Assim, 
chamamos especial atenção de vocês sobre a existência de muitos professores 
que não aceitam mais a escola tradicional e elitista promotora de exclusão e 
fracasso escolar. 
Sociedades como a nossa, é possível pensar a escola para a diversidade? 
- Claro que sim, pois se não fosse assim não estaríamos atuando na 
formação de professores com propostas pedagógicas inovadoras, metodologias 
ativas e grupos de profissionais que também lutam para que esta realidade 
social mude. 
 
- 4Você, também já faz parte deste processo de 
mudança! 
- Não estamos afirmando que seja fácil ou que seus 
resultados serão a curto prazo. Entretanto, cabe ressalvar que esta luta não é 
isolada, não se sinta solitário/a. 
 
4 Imagem disponível em: https://pixabay.com/pt/voc%C3%AA-dedo-apontando-dedo-smilli-
2386968/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A letra da música de Lenine, disponível em clipe no endereço: 
https://www.vagalume.com.br/lenine/diversidade.html levanta uma bandeira 
que não é só da área da educação. 
Retornamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, citada por 
Gobbi e Nascimento (2012, p. 94) reforçam o desafio da formação do 
profissional da educação familiarizado, cada vez mais com a diversidade dos 
modos de construir e viver a vida numa sociedade que não é apenas plural, mas 
é também hierarquizada, marcada por contradições e conflitos. O contexto 
social aqui apresentado, que incide diretamente na ação pedagógica do 
professor/escola, nos conduz ao paradoxo (contradição): reconhecimento da 
diversidade e, ao mesmo tempo em que lutamos contra a intolerância, atitudes 
discriminatórias que se materializam através de diferentes ações. Estas ações 
se manifestam de diferentes maneiras: na palavra falada, escrita, no desenho 
de propostas curriculares distanciadas das realidades existentes em nossa 
sociedade. As problematizações até aqui compartilhadas precisam ser 
discutidas no âmbito da escola e, nada mais adequado rever as práticas 
educativas 
 
8.3 Prática Educativa para a diversidade 
O encaminhamento deste tópico exige que se reflita sobre alguns 5pontos 
fundamentais para se pensar a prática educativa no contexto diversidade. 
 
 
 
- Uma prática 
educativa pensada para 
que a escola atenda todos 
os seus alunos, 
respeitando suas 
singularidades, precisa ter 
um sólido embasamento 
teórico. 
 
O modelo pedagógico adotado pela escola necessita estar sustentado em 
escolhas coerentes de teóricos e propostas conectadas com o desafio de propor 
práticas educativas que reconhecem as diferentes identidades dos sujeitos 
envolvidos. Quando falamos em sujeitos envolvidos, reforçamos as 
singularidades de alunos e professores de maneira integrada. Esta prática 
institucional bem organizada, através de uma equipe gestora democrática e 
preocupada com questões administrativas e pedagógicas, irá garantir segurança 
ao fazer pedagógico do\a professor\a. 
 
5 Imagem disponível em: https://thumbs.dreamstime.com/z/seamless-colored-dots-image-
35357062.jpg 
 
 
 
 Fonte:http://www.ateliercomunicacao.com.br/diversidade-em-escola-estadual-e-tema-de- reportagem-do-o-estado-de-s-Paulo/ 
 
 
DIVERSIDADE EM ESCOLA ESTADUAL É TEMA 
DE REPORTAGEM DO 
“O ESTADO DE SÃO PAULO” 
 
 
O jornal O Estado de S. Paulo destacou, em sua recente edição, 
matéria sobre a diversidade cultural presente em Escola Estadual de São 
Paulo. A E.E. Marechal Deodoro, no Bom Retiro, mostrou como tem se 
adaptado para receber os alunos de origem estrangeira e suas famílias. 
A diversidade é tão grande que cerca de 55% dos alunos 
matriculados, entre as turmas do 1º ano ao 5º ano do Ensino 
Fundamental, ou vieram de outro país ou são filhos de pais que vieram 
recentemente para o Brasil. A maioria desses alunos estrangeiros é de 
bolivianos, peruanos e paraguaios, mas ainda há coreanos, argentinos, 
chilenos e um camaronês. 
Para o jornal, a diretora da unidade, Sônia Frazão, disse que uma 
das principais preocupações do colégio é integrar os alunos, não só na 
escola, mas na sociedade. “Os pais ficam muito fechados na comunidade 
que formam aqui no Brasil, só falam a língua natal, comem apenas pratos 
típicos. E o único lugar de acesso à cultura é a escola.” 
Sônia observa que o interesse de alunos e pais estrangeiros 
também “contamina” os brasileiros e foi este fato que motivou a escola 
a criar um curso de português aos domingos para adultos. A direção 
também se encarrega de informar os pais estrangeiros sobre direitos 
trabalhistas e benefícios. “Nossa função aqui extrapola a parte 
pedagógica, orientamos toda a família para que todos sejam melhor 
acolhidos.” 
 
Observa-se nesta prática relatada pelo jornal do Estado de São Paulo que 
a escola foi além da proposta de integrar os alunos na escola e na sociedade. 
Explicando teoricamente a situação descrita, Gobbi e Nascimento (2012) 
afirmam que não basta ensinar uma língua ou propor a inserção na cultura, faz-
se necessário partilhar, trocar e com isso, manter a aprendizagem no interior 
da própria cultura. Outro fator importante a ser destacado pelas autoras, 
esclarece que não são somente os saberes da escola que estão em jogo, mas 
sim a construção de tantos outros saberes que não podem ser avaliados como 
menos importantes. 
 
 
Fonte:http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2017/11/professora-
cria-projeto-com-bonecos-para-debater-bullyng-em-sala-de-aula-10021491.html 
 
 
PROFESSORA CRIA PROJETO COM BONECOS 
PARA DEBATER BULLYNG EM SALA DE AULA 
REPORTAGEM DO “DIÁRIO GAÚCHO” 
 
 
 
A redação em que uma aluna contava sofrer bullying por ter cabelos 
volumosos foi o ponto de partida para um projeto que revolucionou uma 
turma do oitavo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Miguel 
Couto, em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 
Dividida em grupos, a turma criou oito bonecos para trabalhar as diferenças 
e o preconceito. 
A professora de português Renata Leal dos Anjos desafiou os alunos a 
criar problemáticas para cada um dos bonecos, que têm os mais diferentes 
perfis: nerd, homossexual, gordinho, patricinha, individualista, Pessoa com 
síndrome de Down, com vitiligo e aluno de classe especial. Além de terem 
diferenças, cada um deles precisava viver um conflito, criado pelos alunos e 
que deveria ser resolvido por eles. 
A professora teve por desafio provocar seus alunos a darem vida aos 
bonecos, problematizando diferentes histórias de vida e, ao mesmo tempo em 
que encontravam distintas saídas para os conflitos vivenciados. 
Os alunos da turma elencaram as seguintes mudanças na turma após a 
execução deste projeto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2017/11/professora-
cria-projeto-com-bonecos-para-debater-bullyng-em-sala-de-aula-10021491.html 
 
 
 
 
 
 
– Coisas que a gente não contava para ninguém, conseguimos tratar 
através do boneco. A gente percebeu que não pode fugir dos problemas. 
Segundo Joana de Souza, 13 anos, a história dos bonecos se mistura 
com os dramas que eles mesmos enfrentam. Só que, além de expor isso, 
também era preciso pensar em como vencer o problema: 
– A gente entrou na vida da boneca. Nos colocamos no lugar dela, 
sentindo o que ela está sentindo. 
O clima entre a turma também mudou. A estudante Ana Julia Silveira 
Santos, 13 anos, recusava-se a fazer trabalhos em grupo até compreender 
que era importante compartilhar opiniões entre os colegas. 
– Gosto de trabalhar sozinha, principalmente quando o assunto que 
a gente trata é mais pessoal. Aí, a professora incentivou e eu fui me 
enturmando, aprendi a lidar com a opinião dos outros _ conta Ana Júlia. 
– O entrosamento da turma melhorou muito, antes tinha muita briga, 
muita panelinha. A turma se uniu, descobrimos nossas afinidades – 
considera Ruan Paixão, 14 anos. 
 
 
 
 
O trabalho realizado pela professora reforça a importância da escola não 
ficar engessada aos conteúdos das disciplinas. Eles são importantes, mas não 
são os únicos. Tratar o que se ensina associado ao como se ensina faz da escola 
tradicional ir se modificando rumo à escola da diversidade, do respeito à 
diferença. Para Gobbi e Nascimento (2012, p. 107), este exemplo indica que a 
experiência profissional e de vida daqueles que educam em diálogo com os 
muitos saberes da vida social faz da educação uma luta pelas igualdades. 
Neste sentido, pode-se perceber uma aproximação entre a escola e a 
vida dos alunos. Quando a aluna, que desencadeou a problemática originária do 
projeto publicado no Jornal Diário Gaúcho, fez sua queixa à professora se esta 
tivesse negligenciado a queixa, teria perdido um excelente momento para 
conhecer sua turma e ajudá-los a significar de outra maneira suas 
singularidades. 
RECAPITULANDO 
Ao término de nosso estudo sobre “A formação do professor e a ação 
pedagógica frente à diversidade em suas múltiplas perspectivas na educação 
básica” gostaríamos de retomar com você alguns pontos fundamentais. A 
formação do professor para atuar na perspectiva da diversidade necessita 
derrubar os diferentes formatos de barreiras impostos ao longo dos tempos. Não 
podemos falar em uma formação focada unicamente em conteúdos, mas 
vinculados a uma multiplicidade de saberes: saber ser, saber conhecer e sabre 
fazer. O contexto social da escola é complexo, representado por diferentes 
grupos, etnias, gêneros, deficiência, grupos etários, em vulnerabilidade social 
entre tantos outros. Neste contexto social, fica claro que a docência precisa 
estar afinada com uma consciência que envolve diferentes culturas, com a 
valorização das singularidades, alicerçado a uma construção de currículo 
escolar que tenha uma função social que respeite a diversidade. 
 
 
 
 
Referências 
ABRUCIO, Fernando Luiz. Formação de Professores no Brasil – 
Diagnóstico, agenda de políticas e estratégias para a mudança. – São Paulo. 
Moderna, 2016. 
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 2ª. 
Ed. São Paulo: Cortez, 2003. 
GOBBI, Maria Aparecida. NASCIMENTO, Maria Leticia Barros Pedroso. 
(Org.) Educação e Diversidade Cultural. Desafios para o estudo da infância 
e da formação docente. Araraquara, São Paulo: Junqueira Marins Editora, 
2012. 
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar O que é? Por quê? 
Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. 
NÓVOA, A. Formação de Professores e trabalho pedagógico. Lisboa: 
Educa, 2002. 
RIOS, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco e... Site Educacional. 
DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: POLÍTICAS DE SENTIDO SOBRE A 
FORMAÇÃO DOCENTE. 2016. Acessado em 16/03/2018. 
http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/um-olhar-sobre-a-ao-pedaggica-na-diversidade/ acessado em 16/03/2018. 
 
ATIVIDADES 
1. A educação no Brasil obteve maior importância, principalmente em 
razão da: 
a) Constituição Federal de 1988. 
b) Legislação que protege a criança e o adolescente. 
c) Legislação internacional que protege a Pessoa com Deficiência. 
d) Legislação que defende as etnias e diversidades religiosas. 
e) Legislação que protege a diversidade de gênero. 
 
 
 
 
2. Nosso estudo apontou que para trocar o status da escola tradicional 
para a escola da diversidade, faz-se necessário: 
a) Investimentos de ordem federal. 
b) Investimentos de ordem estadual. 
c) Investimentos de instituições não governamentais. 
d) Investimentos na derrubada de barreiras, mudanças de paradigmas 
para o ensino e práticas educativas voltadas para a diversidade. 
e) Investimentos internacionais de países que já estão avançados na 
extensão, pesquisa e ensino. 
 
3. Aprender na coletividade envolve: 
a) Uma proposta pedagógica que trabalhe os alunos sempre em pequenos 
grupos. 
b) Uma escola inserida em uma comunidade rica em diversidade ao 
mesmo tempo em que é respeitada e considerada nos diferentes processos. 
c) Uma escola que trabalha as turmas de aula no ginásio. 
d) Uma escola que ensina somente através de palestras. 
e) Um espaço escolar que recebe auxilio do governo municipal. 
 
4. O modelo pedagógico adotado pela escola que respeita a diversidade 
necessita: 
a) Estar de acordo com todos os modelos de ensino do país. 
b) Ter uma fundamentação teórica sustentada nos modelos tradicionais 
de ensino. 
c) Estar sustentado a partir de teorias e propostas conectadas com o 
desafio de propor práticas educativas que reconhecem as diferentes 
identidades dos sujeitos envolvidos. 
d) Propor turmas homogêneas onde os alunos são organizados por testes 
de inteligência. 
e) Identificar alunos de acordo com a etnia, crença religiosa, gênero e 
sem tem ou não deficiência para organizar as turmas. 
 
 
5. Para a escola respeitar as singularidades de alunos e professores 
necessita: 
a) Uma gestão autoritária que tenha o domínio da escola. 
b) Que a coordenação pedagógica defenda os modelos tradicionais de 
ensino. 
c) Que os pais não participem das decisões da escola, pois eles pouco 
entendem sobre a dinâmica escolar. 
d) Propostas educacionais que tenham por foco a preocupação com o 
conteúdo exclusivamente. 
e) Que haja uma equipe gestora democrática e preocupada com questões 
administrativas e pedagógicas, irá garantir segurança ao fazer pedagógico do\a 
professor\a.

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