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AULA; PERSECUÇÃO PENAL; DIREITO PROCESSUAL PENAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
15/07/14
PERSECUÇÃO PENAL
	Toda atividade empreendida pelo Estado, pelos seus órgãos, para apurar um delito. 
	Tem duas fases: fase preliminar e fase processual.
1. Fase preliminar
	Vai desde a notícia do crime ao Estado até a formulação da acusação em juízo.
2. Fase processual
	Inicia com o recebimento dessa acusação pelo juiz e se estende até a sentença e o trânsito em julgado.
FASE PRELIMINAR
	Se identifica com o inquérito policial. Realmente, o inquérito policial é o procedimento mais realizado nesta fase; existem outros procedimentos, mas normalmente o inquérito é o eleito.
	Outros países da Europa não usam o inquérito policial nessa fase preliminar da persecução penal. Itália, Alemanha, Portugal tem investigação realizada pelo MP. Na França e Espanha é o juiz instrutor que busca os elementos necessários para fundamentar a acusação. Então, há outras formas de colher os elementos necessários para a acusação além do inquérito policial.
	Devido no Brasil ser inquérito policial, essa fase é chamada de “investigação”. Mas alguns autores (Hely Lopes Junior) criticam isso, porque reduziria que a única coisa que se pode fazer nessa fase é uma investigação pela policia. Então fase preliminar NÃO É igual a investigação preliminar – que é uma das formas.
	A nomenclatura correta no Brasil e ao redor do mundo: INSTRUÇÃO PRELIMINAR. Significa uma primeira instrução, primeira produção de provas; depois, no processo, terá uma definitiva. 
- Outros procedimentos possíveis no Brasil além do inquérito policial: CPI.
a) CPI deve servir para formulação de uma acusação em juízo. Não precisa de inquérito. É o inquérito parlamentar.
b) Crimes alfandegários tem procedimento específico. Eles próprios, da alfândega fazem a instrução. Não precisando de inquérito
c) Crimes praticados por funcionários públicos: É instalado um processo administrativo para apurar a infração disciplinar – e depois podem ser usados para fundamentar acusação em juízo. Não precisa de inquérito.
d) Crime militar: inquérito militar.
e) Crimes praticados por juízes no exercício de sua função: órgão especial do TJ que faz investigação.
	Há vários outros procedimentos, mas o inquérito policial é o mais utilizado. Os inquéritos realizados no Brasil são bastante precários. 
	A solução seria deixar o MP investigar? Ele é melhor do que a polícia? Argumentos: CF não estabelece explicitamente estes poderes e estes poderes restringem direitos de outras pessoas, então não pode ser deduzido, tem de estar explícito na CF. E MP não é melhor do que a polícia, não é menos corrupto. O inquérito não é eficiente, mas o que o MP quer fazer seria investigação igual e pior do que o inquérito – o problema é o inquérito, e não a polícia. A polícia é corrupta, falta estrutura. Mas por que não se fornece recursos para polícia? Preparo para eles? E o MP está preparado para investigar? Para investigar tem que ter arma, para ter arma tem que saber usar. Mas vai deixar o MP que é responsável pela acusação fazer a investigação? Com a cultura punitivista do MP, ele vai só produzir provas para o acusado. Não parece ser plausível dar ao MP investigação que é a mesma investigação precária da polícia. Por que polícia e MP não trabalham juntos? CF prevê que papel do MP é fiscalizar a polícia.
- Competência para inquérito policial
	Polícia Judiciária: atua após a ocorrência dos crimes, para apura-los. Esfera estadual: polícia civil. Esfera federal: polícia federal.
	Na esfera federal: menos policiais, a divisão interna da polícia depende da Justiça Federal do estado em que a polícia está atuando.
	Polícia civil dos estados: depende do número de municípios que o estado tem. Em princípio cada município deve ter uma delegacia. Curitiba há várias delegacias e delegacias especializadas. Isso é meramente organizacional, não existe delegado natural – que nem juiz natural. Notícia de crime se dá em qualquer delegacia.
	Pode policial militar fazer investigação? Não. Mas faz e aceitam. Polícia militar evita prática de crimes, tem função ostensiva; não tem poderes de investigar.
	Há algumas ações que é permitido integração entre polícia civil e polícia federal para atuarem juntas.
- Natureza jurídica do inquérito policial
	Inquérito policial é um procedimento administrativo, sigiloso e inquisitorial. 
	Não é um processo. Inquérito não admite contraditório; só processo admite contraditório. Um bom advogado vai tentar convencer o delegado de produzir certa prova.
	É administrativo, porque é realizado pelo delegado com o auxílio de outros agentes administrativos e eles praticam atos administrativos. Então, ele pode revogar. 
	Sigiloso, o CPP art 20 diz isso. Tem que interpretar este artigo a luz da CF. O delegado não pode negar vistas ao inquérito, mas fazem. Então, é em parte sigiloso. É sigiloso exclusivamente para assegurar a privacidade dos envolvidos naquele inquérito; a imprensa não pode vasculhar, mas faz. Mas todos os envolvidos no inquérito podem ver. O sigilo do inquérito policial persiste após a CF? SIM, mas apenas o sigilo INTERNO para resguardar privacidade dos envolvidos, mas o sigilo EXTERNO não persistiu. Durante a produção de provas, pode ter sigilo absoluto, mas depois de conseguido a prova e colocada no inquérito daí só sigilo interno.
	Inquisitorial: porque o delegado é o gestor da prova, ele que vai decidir quais provas serão produzidas. Ele irá requisitar todas as diligências. O delegado pode sugerir que produza tal prova, mas o delegado que irá decidir.
CONTINUAÇÃO
21/07/14
- Prazo realização do inquérito policial
a) 10 dias em caso de indiciado preso
Contados do momento da prisão. Se não conclui dentro do prazo, é possível o preso pedir habeas corpus por excesso de prazo.
b) 30 dias em caso de indiciado solto
	A não conclusão dentro do prazo não gera nenhuma sanção ou consequência. Então, acabou o prazo ele é prorrogado, juiz concede a prorrogação e a polícia volta a investigar. Em regra, isso permanece, no mínimo, por 2 anos e meio.
INQUERITOS DA POLICIA FEDERAL: 
a) Indiciário preso
Prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15. Se não concluir preso pode pedir habeas corpus por excesso de prazo.
b) Indiciário solto:
	30 dias. Se não concluir no prazo, não há consequências, prorroga o prazo.
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR (lei 1521 de 51)
a) Indiciado preso ou solto o prazo é de 15 dias
CRIMES DE ENTORPECENTES 
a) Indiciado preso
Prazos de 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Habeas corpus.
b) Indiciado solto
Prazos de 90 dias, prorrogáveis por mais 90 em caso de solto. Não há consequência
INQUÉRITO MILITAR
a) Indiciado preso
	20 dias
b) Indiciado solto
	40 dias, prorrogáveis por mais 20.
- Principais atos do inquérito policial
	O inquérito policial pode ser instaurado por:
a) auto de prisão em flagrante
	Preso no momento do crime, logo após do crime, com os instrumentos/produto do crime. Vai ser levado na delegacia e vai ser lavrado um auto, um documento, desta infração. Esse documento vai registrar a prisão e também vai servir como ato de instauração do inquérito.
b) portaria do delegado
	Delegado recebe notícia do crime, o delegado com base nessa notícia do crime e, entendendo haver indícios de crime, vai fazer uma portaria e instaurar o inquérito policial para investigar o crime.
c) requisição do Ministério Público
	O MP no exercício de sua função toma conhecimento de um crime, e requisita a instauração do inquérito policial.
CPP estabelece outra opção:
d) Juiz poderia mandar instaurar o inquérito
	Doutrina unanime em não aceitar, porque o juiz não pode se contaminar desta forma. Não cabe a ele a lidar com investigações. Então, se o juiz presenciar deve deixar a cargo do MP, mandar para o MP e o MP faz requisição.
	Juiz deve ser inerte.
- Notícia de crime que dá passe a portaria do delegado
	Pode ser:
a) Direta:
	Muito excepcional. O Próprio delegado presencia o crime, mas não há prisão em flagrante. Até porque se prendesse em flagrante seria auto de flagrantee não portaria Ex: assalto em banco, delegado está sem arma, não pode fazer prisão em flagrante. Então, ele mesmo relata o que aconteceu e instaura o inquérito.
b) Indireta:
	Pessoa relata para o delegado o fato. E pode ser:
~ Simples:
	O crime pode ser noticiado por qualquer pessoa que soube do fato. Não precisa ser a vítima. 
Acontece nos crimes de ação penal pública condicionada. Crimes em que o MP vai acusar em juízo e, também, incondicionada, para que o MP faça a acusação em juízo não precisa da autorização da vítima. 
~ Postulatória:
	Notícia do crime só pode ser dada pela vítima. De duas formas:
Representação:
	Ocorre quando o crime for de ação penal pública condicionada. A Lei diz que para o MP acusar em juízo o crime é de ação pública condicionada. E a polícia para investigar também.
	Então a vítima vai até a delegacia, conta o fato e REQUER a instauração do fato e também AUTORIZA o MP a acusar. Ex: crimes sexuais – em regra.
	A representação pode ser retratada.
Requerimento:
	Crimes de ação penal privada. Vítima deve fazer a acusação em juízo.
OBS**: Depois da criação dos Juizados, nos crimes de menor potencial ofensivo (pena não maior do que 2 anos) NÃO SE FAZ MAIS INQUÉRITO, se faz TERMO CIRCUSTANCIADO. É um “B.O”. Não há investigação, só há este termo. E, com isso, a maioria dos crimes de ação penal pública condicionada representação (crimes sexuais não vão para o Juizado) e praticamente 100% ação penal privada requerimento vai para o juizado
DENUNCIA ANÔNIMA:
	É suficiente para servir de base para portaria? Jurisprudência entende que sim. É um absurdo para a Prof.
COMO FAZ PORTARIA:
	É como uma petição. Delegado na portaria instaura inquérito, remetendo a notícia de crime e já dizendo as diligências necessárias para provar. O advogado não tem direito de pedir a produção de provas, só pode sugerir.
ATO DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO É DISCRICIONÁRIO	
	E se o delegado não quiser instaurar? Corregedoria. E se disser que não vai instaurar? Recurso para o Delegado Geral da Polícia Civil.
- Indiciado
a) Sujeito é preso em flagrante	
Se o sujeito foi preso em flagrante ele é indiciado: o suspeito, o investigado. E passa a ter uma série de direitos, entre eles o direito de não se auto incriminar.
	A Lei 12.654 de 2012 estabeleceu que quando for imprescindível para as investigações e houver autorização judicial, é possível colher o material genético do investigado a força. Então, esse direito de não se auto incriminar sofre uma mitigação. 
	O indiciado passa a ter restrições também, não é só direitos.
b) No meio do inquérito policial
	E se o suspeito surgir no meio do inquérito? Vai necessário um ato de indiciamento. O delegado tem de formalizar que a partir daquele momento o sujeito é suspeito. Demonstrar que há indícios de autoria e que o crime aconteceu. Com isso, sujeito passa a ter direitos e restrições. 
É preciso, então, que o delegado fundamente o ato de indiciamento.
- Relatório do inquérito policial
	Terminado as produções de provas, o delegado tem de fazer esse relatório. Não é a opinião do delegado sobre o suspeito, e também não é a sua opinião sobre os fatos. Vai narrar todas as diligências e os fatos apurados, vai indiciar um possível crime e vai encaminhar para o juiz. E o juiz manda imediatamente para o MP. Não pode o delegado mandar direto para o MP, tem que ser primeiro para o juiz.
- MP e o inquérito
	MP vai analisar os autos do inquérito. 
a) Se entender que há ausência de provas que atestem as condições das ações e pressupostos processuais.
	Requisita que novas diligências ao delegado. Pede outras provas que tragam os elementos necessários para que ele possa acusar.
	As condições da ação são: tipicidade aparente, legitimidade de parte, punibilidade concreta e justa causa.
b) Foram produzidas todas as provas e estão presentes as condições das ações 
	O MP oferece a denúncia.
	Então o fato, ao menos na aparência, é típico (um crime). Não se sabe definitivamente, porque isso só irá saber no final do processo (tipicidade aparente). Essas provas demonstram que cabe ao MP acusar, é um crime de ação penal pública (legitimidade de parte). O MP é parte legítima para acusar. Também não ocorreu a prescrição, o indiciado está vivo, o Estado poderá punir no final do processo se o sujeito for condenado (punibilidade concreta). E também o MP verifica que há indícios de autoria e a materialidade está provada, tem que ter prova que o crime aconteceu (justa causa: indícios e materialidade).
c) Foram produzidas todas as provas, mas estão ausentes as condições da ação
	Polícia não foi negligente. Polícia fez tudo que tinha para fazer.
Se faltar legitimidade de parte: o MP não é parte legitima, a vítima que tem de acusar. MP irá pedir ao juiz que chame a parte legítima. PROBLEMA: prazo para vítima acusar é de 6 meses, a partir do momento em que ela sabe quem é o autor do fato (art 38 CPP); senão ocorre a decadência e se extingue a punibilidade. E se já passou o prazo, a vítima não poderá acusar.
Se faltar punibilidade concreta: ex: o crime já prescreveu. MP requer a declaração de extinção da punibilidade ao juiz. 
Se faltar a tipicidade aparente: fato não é típico. MP requer o arquivamento do inquérito policial.
Se faltar justa causa: não está provada a materialidade, por exemplo. As perícias feitas não foram suficientes e não tem como fazer outras perícias. Ou não apareceu nenhum suspeitos, falta indícios de autoria.MP requer o arquivamento do inquérito policial.
MP só pede arquivamento do inquérito na falta de tipicidade aparente e justa causa. MP requer o arquivamento e o juiz determina o arquivamento, e esta a decisão de arquivamento é jurisdicional e a DECISÃO É GRAVADA DE EFEITOS ANÁLAGOS AO DA CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS.	
A cláusula rebus sic stantibus diz: o contrato é vigente enquanto estiver nesta forma, condições; se mudar as condições, cláusulas, não. Então o inquérito é arquivado nestas condições, se surgir novas provas ele é desarquivado. SÚMULA 524 DO STF.
Então, se surgirem novas provas o delegado apresenta novas provas e o juiz determina o desarquivamento.
E se o juiz discordar do arquivamento?
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