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3. RESPOSTA ACUSAÇÃO E DEFESA PRELIMINAR (1)

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86 
FADAF - OAB - 2ª FASE 
 
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL 
DEFESA PRELIMINAR NA LEI DE DROGAS-LEI 11.343/2006 
 Essa peça está fundamentada no artigo 55 da Lei 11.343/2006, deverá ser 
interposta, em petição única, no prazo de 10 dias a contar da notificação judicial. Nessa fase 
alega-se, em preliminar, a incompetência de juízo. 
 É peça privativa da defasa. 
 O verbo para interpor a peça é “apresentar”. O MP deve ser referido como MP ou 
como Acusação e Denunciado ao se referir à parte. 
 A Defesa Preliminar é cabível nos crime definidos na Lei 11.343/2006, exceto para 
aquele capitulado no artigo 28, para uso pessoal. 
 O objetivo dessa peça preliminar é alcançar a rejeição da PI, previstos no artigo 395 
do CPP. Também podem ser arguidas nulidades, como p.ex.: demonstrar que a denúncia é 
genérica. Ou ainda pedir a desclassificação da infração penal descrita na inicial acusatória 
de tráfico de drogas para porte de drogas. 
 Se o acusado é notificado e deixa de oferecer a defesa preliminar, o juiz deverá 
nomear defensor para oferece-la em 10 dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de 
nomeação. 
 A tese que normalmente se apresenta na defesa preliminar é a rejeição da inicial, 
tomando-se por base o disposto no artigo 395 do CPP. São hipóteses de rejeição da 
denúncia ou queixa: 
a) se for manifestamente inepta: Denúncia ou queixa inepta é aquela elaborada em 
desconformidade com o artigo 41 do CPP. São hipóteses de inépcia: inclusão do acusado 
que não havia sido investigado; inicial confusa; inicial que não individualiza corretamente o 
fato criminoso e sua autoria (denúncia genérica), dentre outras. 
b) se faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal: Exemplo de 
pressuposto processual: competência. Condições da ação: i) genéricas: legitimidade de 
parte; interesse de agir; e possibilidade jurídica do pedido. ii) específicas: representação da 
vítima e requisição do Ministro da Justiça. 
c) se faltar justa causa para o exercício da ação penal: Caso não haja indícios de autoria 
e/ou prova da materialidade ou se o fato for atípico. 
Obs.: Se o problema trouxer uma situação na qual ocorreu flagrante forjado, pode ser 
requerida a rejeição da inicial, tendo em vista que a conduta é atípica. 
Obs.: Também pode ser requerida a desclassificação da conduta narrada na inicial. Pede a 
desclassificação do delito de tráfico de drogas para o de porte de drogas para consumo 
pessoal, desde que esta possibilidade encontre fundamento nos dados trazidos pelo 
problema. 
 Se o acusado estiver preso, pode ser pedida sua libertação, com argumentos 
relativos à revogação da prisão preventiva, ao relaxamento da prisão em flagrante ou à 
liberdade provisória. 
 Dica: 
 Esta defesa é oferecida antes do recebimento da PI. 
 Embora na prática se admita a chamada defesa genérica, não havendo que se falar 
em nulidade, no Exame de Ordem é essencial que você explore todos os pontos trazidos no 
enunciado. 
 
 
87 
MODELO DE DEFESA PRÉVIA NO RITO ESPECIAL DA LEI DE DROGAS LEI Nº 
11.343/2006 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___ 
 
Autos nº___ 
 
 “A”, já qualificado nos autos em epígrafe a folhas..., por intermédio de seu advogado 
que a esta subscreve, cujo instrumento de procuração segue anexo (doc. 1), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com 
fundamento legal no artigo 55 da Lei 11.343/2006, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas. 
 
DOS FATOS 
(Narrar os fatos de acordo com os dados apresentados no problema. Após a narrativa dos 
fatos, deve ser incluído o seguinte parágrafo): 
 A denúncia foi oferecida e os autos foram remetidos à conclusão, sendo que o esse 
Ilustre Juízo determinou a notificação do denunciado para apresentação desta defesa 
preliminar. 
 
DO DIREITO 
(Extrair do problema apresentado dados que possam ter como consequência a rejeição da 
denúncia, seja em razão de inépcia ou de atipicidade, a desclassificação do crime, a 
liberdade provisória, a revogação com o relaxamento da prisão, a ocorrência de causa 
extintiva de punibilidade, dentre outras.) 
(Apresentar primeiro a tese mais ampla e depois as menos abrangentes. Exemplo: há tese 
de atipicidade e desclassificação. Desenvolva primeiro a atipicidade e depois a 
desclassificação. ) 
(Fazer destaques jurídicos, citando legislação e súmulas, se houver pertinência.) 
(Concluir sua exposição com o seguinte texto): 
 Sendo assim, diante dos argumentos ora apresentados, é de rigor a ... (redija aqui a 
conclusão, de acordo com o que foi desenvolvido no tópico referente ao direito) 
 
DO PEDIDO 
 Ante o exposto, é a presente defesa para requerer que (...) (Elaborar pedido de modo 
articulado, nos termos do que foi desenvolvido no direito. Também faça pedidos 
considerando primeiro o mais amplo e depois os demais) 
 Caso Vossa Excelência entenda por bem receber a inicial, protesta o denunciado 
pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, por ... e pela inquirição 
de testemunhas, apresentadas no rol abaixo, que deverão ser oportunamente intimadas (se 
o problema indicar a existência de testemunhas). 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 Local e data. 
 
______________________ 
 ADVOGADO... 
OAB/... nº ... 
Rol de testemunhas: (desde que haja indicação no problema. Podem ser arroladas até 5 
testemunhas.) 
 
88 
1.___ 
2. ___ 
3. ___ 
4. ___ 
5. ___ 
 
 
89 
Questão: João foi surpreendido em via pública portando 5 gramas de maconha. Foi lavrado 
auto de prisão em flagrante, já que os policiais militares disseram em seus depoimentos que 
João teria confessado informalmente que venderia a droga para terceiro. Disseram, 
também, que alguns transeuntes presenciaram a abordagem e a prisão se João, mas que 
não foram arroladas como testemunhas. João negou que venderia droga, dizendo que se 
destinava a consumo pessoal. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de João, 
pela prática de crime de tráfico de drogas (artigo 33 da Lei 11.343/2006). O Juiz determinou 
a notificação de João. 
Como advogado de João, tome a medida cabível. 
 
1 Qual o rito processual? 
2 Qual a fase processual? 
3 Qual peça a ser feita? 
4 Qual o prazo? 
5 Quem é o juízo competente? 
6 Qual o fundamento jurídico? 
7 Qual a tese da defesa? 
8 Qual a jurisprudência? 
9 Qual o pedido? 
 
 
 
 
90 
FADAF - OAB - 2ª FASE 
 
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL 
DEFESA PRELIMINAR NOS CRIMES FUNCIONAIS AFIANÇÁVEIS 
 Cabimento: Os crimes cometidos por funcionários públicos contra Administração 
(inclusos no Capítulo 1 do Título XI da Parte Especial do Código Penal) obedecem a rito 
especial, desde que sejam afiançáveis (pena máxima igual ou menor a quatro anos – Lei 
12.403/2011- artigo 322 do CPP). Não se enquadram como afiançáveis: 312 caput, 313, 
313-A, 316, 316 § 1º, 317, 318. Aos demais aplicam-se as disposições das artigos 513 a 518 
do CPP. 
 A principal diferença do rito especial para crimes praticados por funcionários públicos 
contra a administração é a possibilidade de oferecimento de defesa preliminar escrita, antes 
mesmo do recebimento da denúncia ou da queixa. O artigo 514 determina que estando a 
denúncia ou a queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do 
acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 dias, estabelecendo ainda que 
se não for conhecida a residência do acusado. Ou esta achar-se fora da jurisdição do juiz, 
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar(não haverá 
portanto a expedição de precatória). Caso o juiz, em face da resposta apresentada, se 
convença da improcedência da ação, deverá rejeitar a denúncia ou a queixa, em despacho 
necessariamente fundamentado. Caso contrário, deverá recebê-las, citando o acusado e 
prosseguindo nos termos do procedimento ordinário. 
 São importantes ainda algumas observações sobre o cabimento da defesa 
preliminar: 
 A oportunidade da defesa preliminar não se estende ao corréu que não seja 
funcionário público. 
 É dispensável a defesa preliminar quando a denúncia ou queixa foram precedidas de 
inquérito policial (Súmula 330 do STJ). 
 Prevalece que é dispensável a defesa preliminar quando o funcionário público 
responde por crime funcional conexo a crime comum, embora haja jurisprudência em 
contrário. 
 Embora o tema seja controverso prevalece que não é necessária a defesa preliminar 
quando o acusado, no momento do processo, não é mais funcionário público. 
 A falta de defesa preliminar é nulidade absoluta ou relativa? Há posição nos dois 
sentidos, uns entendendo que é relativa e que, portanto, precluirá caso não seja alegada até 
o momento dos debates orais; outros, que é nulidade absoluta, por tratar-se de prerrogativa 
da defesa que não pode ser dispensada. 
 Competência: A defesa preliminar deve ser oferecida ao próprio juiz da causa ao 
qual foi distribuída a ação. 
 Prazo: O prazo é de 15 dias, a partir da notificação. 
 Legitimidade: A defesa preliminar deve ser apresentada pelo acusado, pessoalmente 
ou por advogado constituído ou dativo. 
 Tese e pedidos: Caberá ao acusado, nesse momento, arguir tudo o quanto for 
possível em sua defesa, visando convencer o juiz da inadmissibilidade da ação, podendo 
instruir a peça com documentos e justificações. Mas quaisquer que sejam as razões 
alegadas, o pedido será sempre o mesmo: a rejeição da denúncia ou da queixa. 
 Verificar se não se trata de situação de peculato uso, o que caberá a rejeição da PI; 
ou ainda, tentar desclassificar a conduta de corrupção passiva para prevaricação. 
 
91 
MODELO DE DEFESA PRELIMINAR - FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __Vara Criminal da Comarca da _______ 
do Estado de _________ 
OBS.: Se o crime for da competência da Justiça Federal, o endereçamento será/; 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da __Vara Criminal da Justiça Federal da 
Subseção Judiciária de ___________.” 
 
(10 linhas) 
 
Autos nº.... 
 
 José, já qualificado na denúncia oferecida pelo digníssimo membro do Ministério 
Público, por seu advogado que ao final subscreve (mandato incluso, doc. 1), vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRELIMINAR, com fulcro 
no artigo 514 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir 
expostas. 
 
DOS FATOS 
 O acusado, policial civil, foi denunciado como incurso nas penas do artigo 312, 
parágrafo 2º, do Código Penal, porque supostamente teria deixado seu colega de trabalho 
apropriar-se de bem que tinham a posse. 
 
DIREITO 
 Como bem passaremos a demonstrar, a denúncia deve ser rejeitada pelo 
Meritíssimo Juiz a quo, uma vez que não houve tipicidade nem perfeita adequação do caso 
concreto à descrição do delito em tela. 
 Com efeito, o artigo 312 parágrafo 2º, do Código Penal assim descreve a conduta 
tipificada como peculato culposo: 
 
“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano.” 
Note-se que o crime somente se configura quando o agente, após ter obtido de 
forma lícita posse do bem em razão do cargo, passa a se comportar como dono 
do objeto, invertendo-se o ânimo da posse sobre ele. 
 
 No caso em tela, o Acusado em nenhum momento passou a se comportar como 
dono do relógio, nem sequer colocando-o no pulso. 
 O que, de fato, ocorreu foi que, após o preso ter sido algemado e pedido para o 
acusado guardar o relógio, este recebeu um telefonema da sua esposa, comunicando que o 
seu filho mais novo tinha sofrido um acidente de carro, razão pela qual, após efetuadas as 
diligências na delegacia, saiu apressado, como relógio no bolso, esquecendo-se de devolvê-
lo. 
 Importante ressaltar que foram juntados à colação documentos que comprovam as 
referidas alegações, como, Boletim de Ocorrência, referente ao acidente de carro (doc. 2), a 
ficha de internação do acidentado (doc. 3), e a conta telefônica da casa do acusado, da qual 
consta o telefonema que sua mulher fez naquele horário para o seu celular (doc. 4). 
 
92 
 Não há tipicidade na conduta do acusado, uma vez que não atuou com o necessário 
dolo para a configuração do delito. Portanto, restando configurada a atipicidade da conduta 
do Acusado, não há falar em crime. 
 
DO PEDIDO 
 Diante do exposto, requer seja rejeitada a denúncia oferecida pelo representante do 
Ministério Público, com fulcro no artigo 395, inciso, III do Código de Processo Penal, como 
medida de inteira JUSTIÇA! 
 
 Nestes Termos, 
 Pede Deferimento. 
 Local .... data ... 
 
______________________ 
 ADVOGADO... 
 OAB/... nº ... 
 
Rol de testemunhas: (colocar o número de testemunhas máxima que permitir o rito do crime) 
1)..., residente na Rua ..., número ...; 
2)..., residente na Rua ..., número ...; 
3) ..., residente na Rua ..., número ...; 
4) ..., residente na Rua ..., número ...; 
5) ..., residente na Rua ..., número ...; 
6) ..., residente na Rua ..., número ...; 
7) ..., residente na Rua ..., número ...; 
8) ..., residente na Rua ..., número ...; 
 
93 
Questão: Antônio, motorista, funcionário público municipal, após o encerramento de seu 
horário de trabalho, utilizou o carro da Prefeitura do Município em que trabalha para realizar 
um serviço particular. Horas depois, sem que a ausência do automóvel tivesse sido notada, 
devolveu o veículo à garagem, com o tanque de combustível cheio. Seu superior tomou 
conhecimento desta conduta e levou o fato à autoridade policial. Foi instaurado inquérito 
policial. Posteriormente, o Promotor de Justiça da Comarca ofereceu denúncia contra 
Antônio, pela pratica do crime de peculato, artigo 312, CPP. O juiz determinou a notificação 
de Antônio. 
Na qualidade de advogado de Antônio, elabore a medida cabível. 
1 Qual o rito processual? 
2 Qual a fase processual? 
3 Qual peça a ser feita? 
4 Qual o prazo? 
5 Quem é o juízo competente? 
6 Qual o fundamento jurídico? 
7 Qual a tese da defesa? 
8 Qual a jurisprudência? 
9 Qual o pedido? 
 
 
94 
FADAF - OAB - 2ª FASE 
 
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO RITO ORDINÁRIO (arts. 396 e 396-A, CPP) 
 Peça destinada ao oferecimento da primeira defesa por escrito do réu no processo. 
 Nela, pode-se: 
a) discutir o mérito da imputação; 
b) arguir preliminares e opor exceções/prejudicial que verificar existirem; 
 
(Segundo Barbosa Moreira, prejudicial e preliminar são espécies do gênero 
questões prévias ao mérito. 
Preliminares: são aquelas que afetam o “ser” da questão principal. Ela 
impede/impossibilita a decisão da questão principal; Prejudiciais: elas afetam o 
“modo de ser” da questão principal, elas não impedem a análise da questão 
principal, mas condicionam o conteúdo da questão principal). 
 
PRELIMINARES: São as seguintes, basicamente: 
a) condições da ação (segundo a doutrina tradicional): 
-possibilidadejurídica do pedido: previsão em abstrato no ordenamento jurídico 
da providência requerida em juízo. 
-legitimidade para a causa: legitimidade para oferecer a peça inicial. Regra: 
oferecimento pelo MP (ações públicas), Exceção: oferecimento pelo particular 
(ações privadas) 
-interesse de agir: é ligado a um trinômio >>> 1) necessidade da demanda (a 
propositura não pode ser dispensável) 2) utilidade do processo (do ponto de 
vista social e do custo do processo - limitando-se o princípio da obrigatoriedade 
da ação penal. - o princípio da insignificância, por exemplo, pode implicar a 
ausência de interesse de agir 3) adequação (correta utilização do instrumento 
processual/ adequação da via eleita. Ex: para recorrer de uma sentença 
definitiva de condenação, deve-se valer da apelação). 
-justa causa (esta última compreendida como um lastro mínimo de prova para a 
acusação ser apta). A falta de uma das condições da ação gera nulidade 
absoluta do feito. 
obs: verifique as condições da ação penal previstas pela doutrina moderna, as 
quais são baseadas na leitura dos arts. 41 e 43 do CPP: justa causa (presente 
em ambas as doutrinas), tipicidade aparente (fato narrado aparentar constituir 
crime), punibilidade concreta (punibilidade não pode estar extinta), etc ... 
*OBS: condições da ação penal privada (ex: queixa-crime) >>> 1) renúncia ao 
exercício do direito de queixa (49 CPP+ 107, IV do CP + 104 do CPP; 2) 
perempção (art. 60, CPP); 3) perdão do ofendido (51 a 59 do CPP + 107, V do 
CP); 4) decadência do direito de queixa (38 do CPP + Lei 5.250/67, art. 44, 
parágrafo 1º - Lei de Imprensa) 
 
b) causas extintivas da punibilidade: notadamente a prescrição e se a ação for 
privada, a perempção (art. 60, CPP). Sobre o assunto é imprescindível a leitura 
dos arts. 107 a 120 do CP. Ver o art. 43, II do CPP. 
 
c) requisitos formais da denúncia: todos expostos no art. 41 do CPP. A denúncia 
deve narrar os fatos supostamente criminosos, etc. 
 
 
95 
d) nulidades absolutas (insanáveis / não passíveis de convalidação) e relativas 
(sanáveis / passíveis de convalidação): nas alegações finais, por exemplo, por 
ser este o momento imediatamente posterior à instrução processual, pode haver 
alguma nulidade pela inobservância do curso do processo (inversão da oitiva da 
ordem de testemunhas, por exemplo). Pode igualmente haver alguma nulidade 
por falta de intimação da defesa para o interrogatório do réu, etc. Importante se 
faz ressaltar que qualquer ato processual que viole direito constitucionalmente 
assegurado (ampla defesa, contraditório, devido processo legal, etc) constitui 
nulidade absoluta. Deve-se também atentar que, na fase das alegações finais, 
algumas nulidades devem ser arguidas sob pena de restarem sanadas. Tais 
nulidades estão previstas no art. 571, II e 572, I do CPP. 
As nulidades que devem ser arguidas sob pena de convalidação são: 
-falta de intervenção do MP nos crimes de ação pública 
-falta de concessão dos prazos concedidos à defesa e à acusação 
-falta de intimação do réu para sessão do Tribunal do Júri 
-falta de intimação das testemunhas arroladas na contrariedade do libelo e no 
libelo 
-omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. 
obs: em se tratando de nulidades relativas, a incompetência racione loci (em 
razão do lugar) deve ser arguida na oportunidade da defesa prévia. Do contrário, 
a competência será prorrogada, isto é, o foro que não era competente para 
processar e julgar o feito passará a sê-lo pela falta de arguição tempestiva do 
advogado. 
Embora as nulidades absolutas possam ser arguidas em qualquer grau de 
jurisdição ou, até mesmo, declaradas de ofício, cumpre à defesa argumentá-las 
no interesse do cliente. 
Sobre o assunto é importantíssimo ler os arts. 564 a 573 do CPP. 
 
EXCEÇÕES: ( Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: I-suspeição; II-
Incompetência de juízo; III-litispendência; IV-ilegitimidade de parte; V-coisa 
julgada. Art.111. As exceções serão processadas em autos apartados e não 
suspenderão, em regra, o andamento da ação penal.) 
 
c) requerer as diligências que entender necessárias; 
e) juntar documentos e especificar provas que pretende produzir ; 
f) arrolar testemunhas. 
O prazo para apresentação é de 10 dias. 
 
 Diferença entre defesa prévia e defesa preliminar: 
a. defesa prévia=resposta à acusação: é peça defensiva apresentada logo após o 
recebimento da denúncia ou queixa; 
b. defesa preliminar: é matéria de defesa que deve ser arguida na resposta à acusação e 
será analisada antes de o juiz adentrar no mérito da questão. Se reconhecida a matéria 
arguida em defesa preliminar o juiz fica impossibilitado de apreciar o mérito. 
 
 Estrutura da Peça: 
 Na resposta à acusação, além do endereçamento dirigido ao juízo competente, deve 
ocorrer a divisão de seu conteúdo em: fatos, direito e pedido. 
 Os fatos devem ser reproduzidos tomando cuidado para não retirar dados que sejam 
impertinentes. Jamais acrescente dados ao enunciado proposto. 
 
96 
 No campo do direito o desenvolvimento deverá seguir a ordem: preliminares, mérito 
e assuntos subsidiários. 
 Nas preliminares devem ser arguidas, por exemplo, as nulidades e as causas 
extintivas da punibilidade. Caso essas teses sejam procedentes, não será examinado o 
mérito. 
 O mérito só será examinado caso as preliminares não tenham sido acolhidas. O 
objetivo principal é alcançar a absolvição sumária, nas hipóteses previstas no artigo 397 do 
Código de Processo Penal. São elas: 
i) existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
ii) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; 
iii) que o fato narrado evidentemente não constitui crime; 
iv) extinta a punibilidade do agente. 
 Por fim, os pedidos subsidiários, consistem em considerações a partir do mérito. 
Quando não atinge a absolvição pela análise do mérito, só resta, tentar amenizar a situação 
do acusado, como por exemplo procurar desclassificar o crime, retirar as qualificadoras. 
 É recomendável que esses três pontos da defesa (preliminar, mérito e subsidiário) 
fiquem visualmente individualizados, de nenhum modo o argumento de um grupo poderá 
estar em outro. 
 
 IMPORTANTE!! Nessa fase, de nenhum modo deve ser empregado o artigo 386 do CPP. 
 
97 
MODELO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __Vara Criminal da Comarca da 
___________ do Estado de ______ 
 
Autos nº _____/___ 
 
 “A”, já qualificado, nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, 
processo em epígrafe, por seu defensor infra-assinado (mandato incluso, doc. 1), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigos 396 e 396-A 
ambos do Código de Processo Penal, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, expondo e 
requerendo o seguinte: 
 
DOS FATOS 
 O Acusado foi denunciado e está sendo processado pela prática de furto simples de 
três bermudas no valor de R$5,00 cada. Ofertada a denúncia, foi devidamente citado. 
 
DO DIREITO 
 Preliminarmente, a denúncia deve ser reconhecida como inepta. 
 Com efeito, a denúncia não permite o amplo exercício do direito de defesa. Valer 
dizer: não há nos autos descrição adequada da imputação feita ao réu. Vejamos. 
 A denúncia não descreve quando foi praticado o delito. Da mesma forma, não 
descreve de que forma fora praticado o delito e, também, não imputa qualquer descrição 
efetiva da conduta do réu. Ora, nesta situação, há que se falar em possibilidade de exercício 
do direito de defesa. 
 Trata-se, enfim, de típico caso de denúncia inepta, de forma que deve sero processo 
anulado ab initio, nos termos do artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 No mérito, caso seja superada a fase preliminar, deve ser reconhecida a absolvição 
sumária. 
 Com efeito, trata-se de hipótese em que o fato é manifestamente atípico. Não há que 
se falar em lesividade a bem jurídico no presente caso. Trata-se de flagrante caso de 
atipicidade da conduta ante a aplicação do princípio da insignificância, de forma que deve o 
réu ser absolvido nos termos do artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal. 
DO PEDIDO 
 Diante do exposto, requer seja anulado ab initio o processo, nos termos do artigo 
564, IV, do Código de Processo Penal ou, caso não seja esse o entendimento de Vossa 
Excelência, que seja decretada a absolvição sumária, com fulcro no artigo 397, inciso III, 
ainda, senão acolhido o pedido de absolvição sumária, requer sejam intimadas as 
testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas em audiência de instrução e 
julgamento, por ser medida de JUSTIÇA! 
 
 Nestes Termos, 
 Pede Deferimento. 
 Local .... data ... 
 
______________________ 
 ADVOGADO... 
 OAB/... nº ... 
 
Rol de testemunhas: (colocar o número de testemunhas máxima que permitir o rito do crime) 
1 
 
98 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8
 
99 
Questão: Tício vê-se denunciado porque teria, juntamente como outros tantos rapazes, 
danificado um telefone público que existe na rua em que vivem. A denúncia, embora alcance 
outro rapaz e faça menção a vários outros que estavam no local participando da mesma 
conduta, é lacônica, pois foi baseada em fatos indefinidos, tais como: “ele fizeram” ou “eles 
agiram dolosamente contra o bem público”. 
A denúncia reporta-se ao artigo 163, parágrafo único, I, CP, e Tício foi citado de seu inteiro 
teor. Os demais rapazes foram excluídos da peça vestibular sem qualquer razão justificada. 
Elabore medida cabível em favor de Tício. 
1 Qual o rito processual? 
2 Qual a fase processual? 
3 Qual peça a ser feita? 
4 Qual o prazo? 
5 Quem é o juízo competente? 
6 Qual o fundamento jurídico? 
7 Qual a tese da defesa? 
8 Qual a jurisprudência? 
9 Qual o pedido? 
 
OAB - CESPE-NACIONAL-2008.3 com ADAPTAÇÕES 
Questão: Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como 
incurso nas penas previstas no art. 217-A, parágrafo 1º, do Código Penal, por crime 
praticado contra Geisa, de 20 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva 
atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: "No mês de agosto do ano que 
passou, em dia não determinado, Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, 
para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato 
de estar a sós com Geisa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, 
fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. 
Certo é que, o denunciando aproveitou-se do fato de Geisa não poder oferecer resistência 
aos seus propósitos libidinosos, visto que é estava acamada por ter quebrado o pé em 
acidente doméstico." Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos 
prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª 
Vara Criminal do Estado XX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se 
defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada no dia de ontem. Alessandro 
procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia 
com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então, a 
seu advogado, que já a namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Romilda, e sua 
mãe, Geralda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que 
manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que nem a vítima nem a família dela 
quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta 
própria. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) 
constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa 
de seu cliente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica, 
explore as teses defensivas e date o documento no último dia do prazo para protocolo. 
1 Qual o rito processual? 
2 Qual a fase processual? 
3 Qual peça a ser feita? 
4 Qual o prazo? 
5 Quem é o juízo competente? 
6 Qual o fundamento jurídico? 
7 Qual a tese da defesa? 
8 Qual a jurisprudência? 
 
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9 Qual o pedido?

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