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Ação - Direito de Ação – Condições da Ação – Elementos da Ação

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FACULDADE MINAS GERAIS 
Curso de Direito – Prática Simulada I – 7º Período 
 
Material de Apoio 
 
05/09/2012 
 
 
Material de Apoio - Prática Simulada I - Marco Antonio de Andrade Pag. 1 
 
Avaliação Diagnóstica – Orientação 
 
 
Ação - Direito de Ação – Condições da Ação – Elementos da Ação 
 
 
Ação é o direito subjetivo público de exigir do Estado a sua prestação jurisdicional na resolução de uma 
pretensão de direito material. O Direito de ação é uma característica do direito material de reagir a uma violação 
de direitos, e é autônomo em relação ao direito material violado. É sempre processual porque é através do 
processo que ele se exerce. É um direito abstrato, pois busca um provimento jurisdicional favorável ou não. 
 
A ação tem natureza constitucional, pois a Constituição Federal em seu art. 5º, XXXV dispõe que a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça de lesão a um direito. Portanto, sempre que 
necessário podemos invocar a prestação jurisdicional do Estado. 
 
A partir do momento em que surge uma lide nasce o direito à tutela jurisdicional do Estado porque este exerce o 
monopólio da jurisdição. O Estado tem o direito e o dever de intervir na lide quando provocado, pois proíbe a 
justiça com as próprias mãos. 
 
 
Mas, o exercício da ação está condicionado a existência de três condições que são: legitimidade, interesse e 
possibilidade jurídica do pedido. 
 
1. A legitimidade para a causa é a possibilidade de ir a juízo reivindicar um direito próprio ou alheio, este 
quando expressamente autorizado por lei. Pois o art. 6º do CPC diz que “ninguém poderá pleitear, em nome 
próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. Em princípio, é titular da ação apenas própria 
pessoa, mas há casos em que a lei autoriza que uma terceira pessoa pleiteie direito alheio em nome próprio 
como é o caso dos sindicatos que agem em nome dos empregados a eles filiados. Essa outorga da lei é 
denominada legitimação extraordinária. Há também a ação civil pública que é exercida pelo Ministério 
Público em defesa dos direitos difusos em vista de esses direitos não ter titular determinável. A legitimidade 
para a causa deve existir nos dois pólos, ativo e passivo. 
 
 
2. Há interesse de agir quando se interpõe uma ação buscando um resultado útil, não havendo essa pretensão 
o direito rejeita a ação declarando improcedente, pois o autor estaria movimentando a máquina judiciária 
indevidamente. É preciso que em cada caso concreto, a prestação jurisdicional seja necessária e adequada. O 
interesse de agir surge da necessidade de se obter aquilo que é pretendido através do Estado, justamente 
porque de outra forma não conseguiria satisfazer a sua pretensão. O juiz ao receber uma causa verifica se 
estão presentes as condições exigidas, pois caso contrário ele não poderá apreciar o mérito da questão. 
 
 
3. A possibilidade jurídica do pedido consiste na verificação se o pedido do autor está regularizado em nossa 
legislação, se o que ele pede é algo que existe na ordem jurídica previsto como possível. Na falte de um dos 
requisitos acima citados, o juiz declara a carência da ação, sem, contudo decidir sobre o mérito da causa. E 
sendo esta decretada, o autor suportará as custas do processo e honorários de advogado fixados pelo juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FACULDADE MINAS GERAIS 
Curso de Direito – Prática Simulada I – 7º Período 
 
Material de Apoio 
 
05/09/2012 
 
 
Material de Apoio - Prática Simulada I - Marco Antonio de Andrade Pag. 2 
A ação tem elementos que a identificam, são eles: as partes, o pedido e a causa de pedir. 
 
 
1. Partes são as pessoas que participam da ação, ou seja, autor e réu. É quem pede e contra quem se pede o 
provimento jurisdicional. No processo pena há a participação do Ministério Público ou querelante e 
querelado; 
 
 
2. O pedido é a matéria sobre a qual incidirá a atuação do Estado. O pedido deve ser formulado claramente 
desde logo, na petição inicial; 
O pedido é a manifestação em juízo da pretensão do demandante. Divide-se em pedido imediato e 
mediato. O objeto imediato é o provimento Jurisdicional pretendido, enquanto o mediato é o bem da 
vida cuja tutela se pretende. 
Ex: Num caso de demanda condenatória ao pagamento de dívida decorrente de mútuo: 
- o pedido imediato (tutela jurisdicional) será a sentença condenatória, 
- o pedido mediato (bem de vida) será a proteção do direito de credito violado pelo devedor. 
 
3. A causa de pedir é o fato do qual surge o direito que o autor pretende fazer valer. Vindo a juízo, o autor 
narra os fatos que constituem aquele direito material que está sendo invocado, fatos que deverão estar 
ligados com a causa de pedir. 
 
Causa de pedir, ou título, é o conjunto dos fatos necessários para deduzir, com base em norma jurídica, 
que o autor é titular de um direito violado pelo réu. É o conjunto dos fatos com base nos quais se pode, 
se provados, afirmar a procedência da ação. 
Como diz Liebman, "a causa petendi, ou causa da ação, é o seu fundamento jurídico". O que a constitui 
são os fatos jurídicos com os quais o autor fundamenta o seu pedido. Trata-se, portanto, habitualmente, 
"do fato constitutivo da relação de onde o autor deduz a sua pretensão, juntamente com o fato que dê 
lugar ao interesse de agir". 
Nesse assunto, duas correntes se formaram para identificar a causa petendi: a da substanciação, que 
sustenta ser necessária a alegação do fato constitutivo do pedido, e a da individuação, para a qual é 
bastante a relação de direito afirmada pelo autor, para se individualizar a ação. 
Em nossa legislação foi adotada a teoria da substanciação, pois o art. 282 , III , do CPC , ao tratar da 
causa petendi a ser exposta na petição escrita com que se propõe a ação, menciona expressamente o fato 
(causa remota) e os fundamentos jurídicos do pedido (causa próxima).