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Incêndios Florestais
Causas e Efeitos
Normalmente as principais causas dos incêndios florestais são as seguintes:
raios = descargas elétricas atmosféricas, comuns nas nuvens tipo CB.
incendiários = fogo atado por vingança ou desequilíbrio mental (piromaníaco).
queimas para limpeza = na agricultura, nas pastagens ou em reflorestamento.
fumantes = fósforos e pontas de cigarros acesos, atirados ao chão da floresta.
fogos campestres = fogueiras em acampamentos, caçadas ou pescarias.
operações florestais = trabalhadores florestais em atividade.
estradas de ferro = atividades das estradas de ferro.
outras = balões de festas juninas; efeito-lente de cacos de vidro; etc.
Os principais efeitos do fogo resultante de um incêndio florestal são os seguintes:
Solo = microrganismos, matéria orgânica, Nitrogênio orgânico, pH, erosão e inundações.
Vegetação = morte ou enfraquecimento, seguido de tombamento e ataque de pragas.
Vida silvestre = o fogo encurrala e mata animais, destrói ninhos de pássaros, etc.
Ar atmosférico = monóxido de carbono, dióxido de carbono, hidrocarbonatos e partículas. Cerca de 90% dos produtos da combustão do material florestal são água e gás carbônico. A fumaça visível é a mais importante emissão dos incêndios florestais, pelos problemas de visibilidade ao tráfego aéreo.
Tipos de Incêndios Florestais
Figura 1. Tipos existentes de incêndios florestais.
Fonte: Ebah.
Incêndios Superficiais:
Ocorrem no piso da floresta, queimando os restos vegetais não decompostos: folhas, galhos, etc., localizados até a altura de 1,80 m do solo. São caracterizados por uma propagação relativamente rápida, abundância de chamas e muito calor, não sendo porém muito difíceis de combater. São os mais comuns. É a forma pela qual começam quase todos os incêndios florestais. São típicos das plantações de eucalipto
Incêndios de Copas:
Ocorrem nas árvores, a partir de 1,80 m do solo. A folhagem é totalmente destruída e as árvores geralmente morrem. Salvo raras exceções (casos dos raios e balões), todos os incêndios de copa se originam de incêndios superficiais. Propagam-se rapidamente, liberando grande quantidade de calor. São os mais difíceis de serem combatidos.
Incêndios Subterrâneos:
Ocorrem no piso da floresta, até uma camada de cerca de 15 cm acima do solo mineral, afetando o material orgânico em decomposição. Devido ao pouco oxigênio aí disponível, o fogo desenvolve-se lentamente, sem chamas, com pouca fumaça mas persistentemente, com intenso calor e força destruidora uniforme. Esse tipo de incêndio é muito frequente, principalmente se houver turfa, sendo difícil de combater.
Incêndios de Manchões:
Originam-se de chispas, folhas, restos de culturas em combustão, que são levados acesos pelo vento, formando no início os "manchões", que podem se transformar em superficiais ou de copas.
Fatores que Intervenção na Propagação de um Incêndio Florestal
Os cinco principais fatores que influem na propagação do incêndio florestal, são os seguintes:
Quantidade, tipo e arranjo do material combustível 
Umidade do material combustível 
Condições climáticas 
Topografia 
Tipo de floresta 
Quantidade do Material
Em uma floresta existe grande quantidade de material combustível em potencial. O material morto é, geralmente, o principal responsável pela propagação do incêndio. Chama-se de quantidade total à toda matéria orgânica combustível existente no piso da floresta e a sua queima total só ocorre em incêndios excepcionalmente violentos. Chama-se de quantidade disponível à parte ou porção do material combustível consumida pelo fogo no incêndio e que varia de 70 a 80% do material com diâmetro inferior a 2,5 cm. 
Arranjo do Material
Não havendo continuidade de combustível, o fogo tem dificuldade de se propagar. A compactação do material verde é inversamente proporcional à propagação do fogo. Isto é, quanto mais compactado (menor for o espaçamento entre as árvores) estiver o material, mais difícil será a combustão. Isso se explica pela maior umidade relativa, maior transpiração, menor evaporação (e, consequentemente, maior umidade do solo), menor insolação e menos espaço para o ar ou vento circularem no interior da massa vegetal. 
Umidade do Material
A umidade do material combustível inibe a ignição, pois grande quantidade de calor é requerida para elevar a temperatura da água até o ponto de evaporação.
A umidade do material depositado no piso das florestas, em geral, é superior a 2% mas pode exceder a 200%. A umidade presente na vegetação viva varia, geralmente, entre 75 e 150% do peso seco.
Experiências t6em demonstrado que a probabilidade de ignição é praticamente nula, para a maioria dos materiais combustíveis, quando o teor de umidade está entre 25 e 30%. Esse limite é denominado "umidade de extinção". 
Condições Climáticas 
A temperatura do ar, a umidade relativa e o vento são os principais componentes do clima que interferem nos incêndios florestais. 
Temperatura do ar
Influi na temperatura de ignição (260 a 400 graus Centígrados), afetando diretamente o grau de inflamabilidade dos combustíveis florestais. A madeira seca entra em combustão à temperatura aproximada de 285 graus Centígrados. 
Umidade Relativa do Ar
Varia inversamente à temperatura do ar. Existe uma troca contínua de vapor dágua entre a atmosfera e o material (combustível) depositado no piso da floresta. O material seco absorve água de um ambiente úmido e libera vapor d’água quando o ar está seco. Durante os períodos extremamente secos, a baixa umidade pode inclusive afetar o conteúdo de umidade do material verde.
A umidade relativa do ar é um elemento preponderante na determinação do grau de dificuldade no combate ao incêndio florestal. Quando a umidade relativa do ar desce ao nível de 30%, torna-se extremamente difícil combater o incêndio.
Vento
O vento é um dos fatores climáticos mais importantes na propagação de um incêndio florestal. Após iniciado o fogo, o vento ajuda na propagação, transportando calor e fagulhas e inclinando as chamas para áreas ainda não atingidas pelo fogo. No incêndio aéreo ou de copa, ele transporta o calor e as chamas de árvore em árvore.
O vento ativa a combustão, pelo fornecimento contínuo de oxigênio do ar atmosférico. Aumenta a evaporação, secando o material combustível, que vai realimentar o incêndio. 
Topografia
Figura 2. Influência da topografia na propagação do fogo.
Fonte: Researchgate
A influência da topografia do terreno na velocidade de propagação do incêndio florestal é tão marcante, que este parâmetro sempre foi considerado um importante fator no comportamento do fogo.
Um incêndio se propagando em um acentuado aclive, se assemelha a um incêndio se propagando no plano, sob um forte vento.
Estudos experimentais têm demonstrado que a velocidade de propagação do fogo em eucaliptos, dobra em um aclive de 10 graus e aumenta 4 vezes em um aclive de 20 graus. Ou, aproximadamente 158 a 198 m/h nos aclives contra 20 a 30 m/h nos declives
Tipo de Floresta
Uma floresta aberta, rala, com grande espaçamento entre as árvores, permite a penetração mais livre dos raios solares e do vento, provocando um aumento da temperatura e da taxa de evaporação, contribuindo assim para um maior risco de incêndio. A menor transpiração da massa florestal, por sua vez, proporciona um menor aumento na umidade relativa do ar. As espécies florestais também influem de maneira específica na propagação dos incêndios.
Combustíveis Florestais
	Tipos
	Material Combustível
	Perigosos
	Pequenos galhos < 1 cm
Folhas
Líquens
Musgos
Gramíneas
	Todos em estado seco, apresentam menor temperatura de ignição, facilitam o inicio do fogo, aceleram a propagação e produzem muita chama e muito calor.
	Semi-Perigosos
	Galhos > 1 cm
Troncos caídos
Tocos
Húmus
	Material compactados, ignição mais lenta e difícil, queimam lentamente, reiniciam incêndios controlados.
	Verdes
	Vegetação viva
	 Alto teor de umidade, nãoinflamáveis, o calor do incêndio pode secar esses material “verde”, tornando-o assim inflamável como os demais.
Métodos de Previsão de Incêndios
Há dois fatores para se determinar o grau de perigo de um incêndio florestal, que são:
Fatores de caráter permanentes: combustível, relevo, tipo de floresta;
Fatores de caráter variáveis: sua condição meteorológica.
Soares e Batista (2002), afirmam que os índices de perigo de incêndio são indicadores que refletem, antecipadamente, a probabilidade de ocorrer um incêndio, assim como sua facilidade de propagação, com base nas condições atmosféricas do dia ou de uma sequência de dias.
Existem dois fatores de previsões de incêndios conhecidos no Brasil que são: a Fórmula de Monte Alegre e a Fórmula de Monte Alegre Alterada (FMA). O cálculo dos índices pelas formulas apresentadas não é o objetivo do trabalho deste manual operacional (os dados podem ser obtidos, por exemplo, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE). 
A confecção de uma placa com grau de risco pode ser elaborada para uma campanha educativa de modo a alertar as pessoas que transitam pelo local onde ela é colocada sobre o risco de incêndio florestal naquele momento.
Dessa forma, o grau de risco possui uma classificação que vai de nulo ou reduzido até muito alto ou máximo. Através de uma classificação do grau de risco a sua aplicabilidade se destaca em ações de conhecimento, planejamento e controle de incêndios, permissão para queimas controladas, previsão do comportamento do fogo e advertência pública. 
Organização Mínima
Se baseia em um planejamento prévio das informações que levam em consideração informações básicas de regiões que estão mais propensas a incêndios. Segue abaixo o esquema lógico para a organização em uma situação de queimada e incêndio florestal.
Figura 3. Componentes para organização necessária no controle de queimadas e incêndios florestais.
 Fonte: Geopara.
Plano de Ataque
Um dos erros mais frequentes que se comete no combate aos incêndios é a precipitação na tomada das primeiras decisões. Por isso o planejamento é um plano de ataque muito importante.
O planejamento do combate requer, entre outras coisas, o conhecimento do comportamento do fogo (tamanho, extensão da frente, velocidade de propagação e intensidade), das condições climáticas, do tipo de vegetação, da rede de aceiros e estradas e dos locais para captação de água. 
Depois disto então, com uma visão global da situação, pode-se, com mais propriedade, tomar as primeiras medidas relativas ao combate, como por exemplo métodos de ataque, distribuição de turmas e avaliação dos recursos necessários ao controle do incêndio.
Referências
BATISTA, C., Detecção de incêndios florestais por Satélites. FUPEF do Paraná. Disponível em: < http://www.floresta.ufpr.br/firelab/wp-content/uploads/2013/09/artigo16.pdf >. 
IBAMA, http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/livros/roteirometodologicoparaaelaboracaodeplanooperativodeprevencaoecombateaosincendiosfloretaisdigital.pdf.
SCRIBD, https://pt.scribd.com/doc/209377045/incendios-florestais.
 SOARES, R.V.; SANTOS, J.F. Perfil dos incêndios florestais no Brasil de 1994a 1997. Floresta, Curitiba, v. 32, n. 2, p. 219 – 225, 2002. 
UFRJ, http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/causas.htm.
UFPR, http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/comportamento.html

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