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Resumo Cromossomopatias dos Sexuais

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Cromossomopatias dos Sexuais
Base Cromossômica da Determinação do Sexo
Os cromossomos X e Y são os responsáveis pela determinação primária do sexo. Estruturalmente, são muito diferentes, mas se pareiam na meiose masculina. Nas células femininas em interfase, pode-se ver uma cromatina sexual (corpúsculo de Barr). Na realidade, a cromatina sexual é resultado da inativação de um cromossomo X e pode estar presente em células masculinas ou em maior quantidade em células femininas. O número de corpúsculos de Barr em uma célula em interfase é sempre igual ao número total de cromossomos X menos 1. Segundo a teoria da inativação do X (hipótese de Lyon), nas células somáticas de mulheres normais, um cromossomo X é inativado para igualar a expressão de genes ligados ao X nos dois sexos.
Embriologia do Sistema Reprodutivo
Até a 6ª semana de desenvolvimento, o embrião apresenta uma gônada indiferenciada, que pode se tornar tanto um testículo, quanto um ovário, ou seja, é bipotencial. A diferenciação sexual ocorre da 6ª à 14ª semana. Caso as células da gônada indiferenciada apresentem o cromossomo Y, haverá formação de um testículo. Isso ocorre porque há uma região determinante do sexo no cromossomo Y (região SRY) que leva à síntese do fator determinante do sexo, o qual levará a gônada a se diferenciar em um testículo. Células de Leydig se diferenciarão no interstício testicular e iniciarão a produção de testosterona, para que a genitália externa também possa se diferenciar e para que o ducto mesonéfrico não seja destruído. Nos túbulos seminíferos, no testículo, as células de Sertolli iniciam a produção do hormônio anti-Mülleriano, levando à destruição do ducto de Müller (paraesonéfrico), que originaria o primórdio útero-vaginal e as tubas uterinas. Na ausência de cromossomo Y e de região SRY, a gônada indiferenciada se transforma em ovário. Sem células de Leydig para produzir testosterona, o ducto mesonéfrico (de Wolff), que originaria ductos deferentes e ejaculatório, epidídimo e vesícula seminal, é destruído. Sem células de Sertolli para produzir hormônio anti-Mülleriano, o ducto de Müller (paramesonéfrico) permanece.
OBS.: Os testículos se formam na 7ª semana e os ovários na 10ª.
Estágios de Determinação e Diferenciação Sexual
Sexo Genético (cromossomos X e Y)
Sexo Gonadal (ovário/testículo)
Sexo Fenotípico
Sexo Psicológico
Distúrbios da Diferenciação Sexual
Atenção! Na meiose masculina, geralmente, ocorre crossing over entre os segmentos pseudo-autossômicos de X e Y. Se esta recombinação ocorrer abaixo do limite pseudo-autossômico, entre partes específicas do X e específicas do Y, as seqüências responsáveis pela diferenciação sexual masculinas podem ser translocadas do Y para o X e vice-versa. Assim, pode-se formar um homem XX ou uma mulher XY.
Disgenesia Gonadal: aneuploidias (Turner e Klinefelter), disgenesia gonadal pura, disgenesia gonadal mista, hermafroditismo verdadeiro, síndrome do sexo reverso ou homem XX
Pseudohermafroditismo Feminino: adrenal (hiperplasia congênita com deficiência da 21-hidroxilase ou da 11-hidroxilase), não adrenal.
Pseudohermafroditismo Masculino: Síndrome da Insensibilidade aos Androgênios (defeitos na ação periférica da testosterona), erros inatos na biossíntese da testosterona, ingestão materna de progestógenos os estrógenos.
Hermafroditismo Verdadeiro: 46,XX ou 46,XY ou 46,XX/46,XY. Coexistência de tecido ovariano e testicular em uma mesma gônada (ovotestis) ou em gônadas distintas, ambigüidade genital interna e externa em graus variáveis. 2/3 criados como homens (ginecomastia e menstruação na puberdade), 1/3 criado como mulher (virilização na puberdade). Presença de útero.
Gônada disgenética: gônada com tecido fibroso, incapaz de produzir hormônios ou gametas, não pode ser caracterizada nem como ovário nem como testículo
Disgenesia Gonadal Pura: presença de duas gônadas em fita, útero rudimentar, genitália externa raramente ambígua. Puberdade: amenorréia primária, mamas hipoplásicas, infantilismo genital, poucos pêlos axilares e pubianos. Níveis elevados de LH e FSH, nível baixo de testosterona nos homens e nível baixo de estradiol nas mulheres.
Disgenesia Gonadal Mista: 45,X/46,XY ; às vezes 46,XY. Um testículo com aplasia germinativa e uma gônada em fita ou tumor. Genitália externa feminina assimétrica, sem gônada palpável e com discreta clitoromegalia. Presença de útero unicórnio, trompa e resquícios do ducto de Wolff.
Testículo disgenético: função deficiente das células de Leydig e Sertolli durante período embrionário, levando a anomalias na diferenciação do ducto de Wolff, na virilização da genitália externa e na regressão dos ductos de Müller
Síndrome do Sexo Reverso: 46,XX (homem). Incidência de 1/20.000 nascimentos. Distribuição dos pêlos pubianos do tipo feminino, testículos hipoplásicos e inférteis.
Pseudohermafroditismo: ambigüidade genital em indivíduos com um único tipo de tecido gonadal. Feminino: virilização da genitália externa em indivíduo XX com ovário, útero e trompas. Masculino: virilização ausente ou deficiente da genitália externa e interna de indivíduo XY com testículo.
Síndrome de Turner (45,X)
Sexo Feminino. Incidência de 1/2.500 nascimentos femininos.
Formas:
- 45,X (53%)
- Mosaico 45,X/46,XX (15%)
- 46,X,i(Xq) (10%)
- Deleções (6%)
- Outros Mosaicos (8%)
Características: baixa estatura, disgenesia gonadal, infertilidade, pescoço alado, face triangular, tórax em forma de barril com mamilos muito espaçados, infantilismo puberal, amenorréia primária, unhas hiperconvexas e encurvadas, rins em ferradura ou hipoplásicos, cúbito valgo, linfedema no dorso das mãos e pés, coartação da aorta, 4º e 5º metacarpos encurvados, nevus pigmentados, baixa implantação dos cabelos, deficiência de percepção espacial ou de execução motora refinada.
OBS.: Edema de mãos e pés ao nascimento! Pés e mãos “gordinhos”!
47,XXX / 48,XXXX / 49,XXXXX
Incidência de 1/1000 nascimentos do sexo feminino
Características: mulheres com genitália normal e leve retardo mental, deficiência de crescimento pré-natal, baixa estatura (XXXXX)
Síndrome de Klinefelter (47,XXY)
Pode ocorrer na forma de mosaico. Incidência de 1/500 nascimentos do sexo masculino.
Características: homens inférteis altos e magros, presença de cromatina sexual na células, disgenesia gonadal (atrofia testicular, hipogonadismo), ginecomastia, membros alongados, desenvolvimento mental entre 85-90 em média
49,XXXXY
Quanto maior a aneuploidia (maior a quantidade de cromossomos X extra), mais severa a deficiência mental e física.
Características: hipogenitalismo, maturação óssea tardia, desenvolvimento de seios, problemas comportamentais (irritabilidade, agitação, hiperatividade), membros alongados
Síndrome XYY
A maioria dos homens XYY é fenotipicamente normal. Antigamente, esta síndrome era relacionada a comportamento anti-social, hiperatividade e crises de fúria na adolescência. O comportamento agressivo é, usualmente, controlado à medida que o indivíduo cresce.
Características: crescimento ligeiramente acelerado na infância, estatura bastante elevada

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