de sódio IV. � Reposição volêmica para os pacientes hipoten- sos. Cirúrgico Ruptura aórtica é a causa mais comum de mor- talidade em dissecção aórtica, seguida de dissecção e isquemia de órgãos-alvo (cérebro, rins, coronárias). Objetivos do tratamento Parar as progressões proximal e distal da dissecção. Remover o local da ruptura de íntima e ressecar a aorta no local mais provável de ruptura. Princípios gerais Os enxertos arteriais preferidos são aqueles mais impermeáveis: Enxertos impregnados com colágeno tipo He- mashield têm a desvantagem de ser muito caros (mais comuns devido a sua praticidade de uso). Enxertos Woven very soft pré-coagulados com albumina ou plasma em autoclave a 120 F por cinco minutos (pouco utilizados). Enxertos de pericárdio bovino, revestidos ou não por Dacron, são excelentes, mas não são aplicáveis no arco aórtico (atualmente em desuso). Dissecção tipo A A evolução natural com o tratamento clínico é muito desfavorável, ocorrendo o óbito precoce por ro- tura intrapericárdica da aorta, rotura distal, insufici- ência aórtica ou oclusão de óstios das coronárias. 1 Doenças da aorta 25 Todos os casos de dissecção aórtica do tipo A devem ser considerados para a cirurgia de urgência independentemente da presença de complicações, pois poucos casos sobrevivem à fase aguda. Nessa situação, apresentam-se para o tratamento cirúr- gico mais tardiamente em decorrência de expansão da falsa luz ou de insuficiência aórtica. O ato cirúrgico é realizado com circulação extra- corpórea associada à hipotermia profunda com parada circulatória total a 16°C, dispondo-se de um período de tempo bastante satisfatório para a inspeção da croça aórtica e sutura distal, das camadas aórticas ao tubo de Dacron ou de pericárdio bovino. Em seguida, se restabelece a circulação extracorpórea e realiza-se a sutura das camadas dissecadas apoiando com feltro de teflon e, a seguir, procede-se à sutura desse coto proximal reconstituído ao tubo de Dacron. A insuficiência da valva aórtica, na imensa maioria das vezes, dispensa a substituição valvar, pois o mecanismo da insuficiência é a perda de apoio das comissuras na íntima dissecada, sendo salva a valva aórtica normal. Com a reconstrução da parede aórtica dissecada, a suspensão das comissu- ras corrige o refluxo. Em casos pouco frequentes de laceração do óstio da coronária direita pode ser necessária uma ponte de safena para a restauração do fluxo comprometido. É excepcional o esgarçamento do óstio da coronária es- querda, uma vez que a face medial da aorta ascendente quase sempre é poupada pela dissecção. O risco operatório dessa intervenção é atualmen- te baixo para os pacientes não complicados, aumen- tando consideravelmente em função de complicações instaladas antes do procedimento cirúrgico como: pa- rada cardíaca prévia, tamponamento com choque car- diogênico, insuficiência renal e isquemias viscerais e de membros inferiores. Após a alta hospitalar, os pacientes devem ser acompanhados com avaliações semestrais por meio de tomografia, de ecocardiografia ou de ressonância magnética nuclear, à procura de dissecções residuais, reentradas ou expansão de falsa luz. Dissecção tipo B Se para as dissecções agudas do tipo A há um consenso a respeito da necessidade de tratamento cirúrgico precoce, nas dissecções do tipo B a maioria dos autores preconiza o tratamento clínico inicial, re- servando-se a terapêutica cirúrgica para as dissecções complicadas em que temos expansão da falsa luz, he- motórax, insuficiência renal, isquemia visceral ou de membros inferiores. Essa conduta conservadora deve-se ao fato de a história natural destas dissecções ser melhor do que a do tipo A e, fundamentalmente, pelo fato de o tratamento cirúrgico por meio da abordagem dire- ta por toracotomia esquerda ser um procedimento trabalhoso e de alto risco, sendo particularmente temida a paraplegia. Por outro lado, operando-se somente pacientes complicados, o risco do trata- mento cirúrgico é ainda maior. Esses fatos fazem com que se adote inicial- mente o tratamento clínico para todos esses casos. Todavia, a observação dos resultados ao final do primeiro ano demonstra alta incidência de compli- cações tardias, a maioria delas decorrente da expan- são da falsa luz ou isquemia de diferentes territórios com expectativa de vida de apenas 35% ao final de 5 anos. Dessa forma, nos incluímos entre os autores que têm indicado a reparação cirúrgica na fase ini- cial mesmo para os casos não complicados, parecen- do não ter lógica a indicação cirúrgica apenas para pacientes de alto risco quando complicados. Prognóstico Mortalidade no tipo A: 20%. Mortalidade no tipo B: 25%. Mortalidade Arco Aórtico: 50%. A mortalidade cirúrgica na dissecção crônica é maior que na dissecção aguda, pois invariavelmente há evolução para dilatação da aorta e dos ramos afeta- dos pela dissecção (dissecção crônica dilatada). Dissecção aórtica aguda (< 14 dias depois do início) Tipo A Tipo B Não complicado Ruptura, isquemia de membro, má perfusão abdominal, dor persistente ou hipertensão incontrolável Terapia medicamentosa “anti-hipertensiva” Dissecção aórtica crônica (>14 dias do início) Acompanhamento rigoroso e TC seriada (ou ARM) de tórax e abdome Sem alteração do diâmetro aórtico AATD/AATA > 5 cm Avaliação para cirurgiade interposição de enxerto 1º ano - a cada 3 meses 2º ano - a cada 6 meses Então anualmente Operação de emergência para reparo da aorta ascendente + válvula aórtica Intervensão cirúrgica, ou endoluminal (ex.: fenestração, endoprótese, substiruição da aorta por enxerto, interposição de enxerto) Figura 1.15 Algoritmo para tratamento da dissecção aórtica. TC: to- mografia computadorizada; AATD: aneurisma aórtico torácico descen- dente; ARM: angiografia por ressonância magnética; AATA: aneurisma aórtico toracoabdominal. Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 201526 Arterite de Takayasu (AT) Definição A arterite de Takayasu (AT) é uma doença infla- matória sistêmica, de etiologia desconhecida, que afe- ta a aorta e seus ramos principais. É classificada como uma vasculite de grandes artérias, que acomete prin- cipalmente mulheres jovens, e tem evolução crônica, causando grande morbidade. Etiopatogenia A etiopatogenia da AT ainda é pouco conhe- cida e, provavelmente, multifatorial. A infecção pelo Mycobacterium tuberculosis foi mais prevalen- te em algumas populações estudadas. Em trabalho realizado na Índia, Aggawarl A encontrou maior prevalência de anticorpos contra extratos de Myco- bacterium tuberculosis em pacientes com AT quando comparados com controles. Estudos posteriores evidenciaram que os relatos de maior frequência de tuberculose e positividade à reação ao PPD em pacientes com arterite de Takayasu se dá nos paí- ses de alta prevalência de tuberculose. A ausência de Mycobacterium tuberculosis nas lesões arteriais e a falta de resposta ao tratamento tuberculostático vêm reforçar a hipótese de ser apenas uma prová- vel reação de hipersensibilidade. As diferenças na distribuição étnica e geográfica e a agregação familiar sugerem possível predisposição genética. Os principais estudos encontraram associa- ção com HLA classe I, como o HLA-B5 em indianos e os HLA-B52 e B39.2 em japoneses. Na população mexicana, foi descrita a presença do HLA B15 e dos resíduos 63 e 67 da molécula de HLA B. Entretanto, os estudos em pacientes ocidentais não confirmaram estes dados. As lesões inflamatórias na AT originam-se na vasa vasorum das artérias acometidas. O infiltrado in- flamatório é constituído principalmente por células T, mas também por células dendríticas, monócitos e granulócitos, que se localizam preferencialmente na adventícia e na periferia da camada média. Neste es- tágio, o encontro de citocinas inflamatórias e de mo- léculas de adesão sugerem atividade quimiotática das células T e monócitos. A participação de interleucinas (IL) na etiopato- genia desta entidade