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Metabolismo do nitrogênio E Ciclo da Ureia Aminoácidos • Os aminoácidos presentes no organismo podem ter origem exógena (quando são provenientes da degradação das proteínas ingeridas ou de sua ingestão propriamente dita) ou endógena (quando são sintetizados pelo organismo) • Em toda célula há uma mistura de aminoácidos resultantes do aproveitamento de proteínas alimentares e da degradação de proteínas endógenas, constituindo um pool metabólico continuamente usado na síntese de novas proteínas necessárias ao equilíbrio do organismo. proteínas exógenas → L-α-aminoácidos ↔ proteínas endógenas Degradação e síntese de aminoácidos • A concentração de aminoácidos é mantida constante por meio de mecanismos que regulam os processos contínuos de síntese e degradação das proteínas. • Com base nessa ideia, podemos estabelecer o conceito de balanço nitrogenado (BN) • O balanço de nitrogênio (BN) é uma relação entre a massa de nitrogênio ingerido e a massa de nitrogênio excretado em 24 horas. • A massa de nitrogênio ingerido é proveniente da adoção de uma dieta artificial de aminoácidos ou da dieta rotineira • 100 g de proteína alimentar tem em média 16 g de nitrogênio. • A massa de nitrogênio excretado é obtida pela determinação em excretas, urina, fezes, suor e lágrimas coletados durante 24 horas. Observações • Se houver aumento na concentração da mistura de aminoácidos, ocorrerá o estímulo ao catabolismo desses compostos, isto é, o nitrogênio ingerido e excretado aumentará • OU SEJA, dietas hiperproteicas não conduzem a um aumento na síntese de proteínas, uma vez que esses compostos não são armazenáveis, mas podem levar ao aumento da massa corpórea. • Se na dieta alimentar houver falta de um aminoácido essencial, o organismo estimulará o catabolismo proteico e o BN será negativo, indicando que o indivíduo produz menos proteínas do que degrada • Os aminoácidos que não são usados de imediato na síntese proteica não podem ser armazenados como a glicose e os lipídios, devendo ser degradados , o que envolve inicialmente: • Separação do grupo amino da cadeia remanescente por meio de reações de transaminação e desaminação • O grupo amino é convertido em produtos de excreção (uréia) ou em produtos especiais (nucleotídeos, hormônios, aminas, etc) • As cadeias carbônicas resultantes constituem -cetoácidos, intermediários da glicólise e ciclo de Krebs Transaminação • A transaminação é uma reação reversível entre um aminoácido e um cetoácido, na qual o grupo amino é transferido para o cetoácido, de modo que, no fim da reação, o primeiro terá passado a cetoácido e o segundo, a aminoácido. aminoácido1 + cetoácido2 ↔ cetoácido1 + aminoácido2 Desaminação • A degradação dos aminoácidos compreende a remoção do grupo amino e a oxidação da cadeia carbônica remanescente. • Por desaminação, o grupo amino origina a amônia, que na maior parte é convertida em ureia no fígado. • As cadeias carbônicas são transformadas em compostos comuns ao metabolismo de carboidratos e lipídeos. • Formada dos grupos NH2 dos aminoácidos, a ureia constitui, no homem, o produto final do metabolismo do nitrogênio • No homem, o principal processo de desaminação é catalisado pelo glutamato desidrogenase, enzima presente na mitocôndria do hepatócito e responsável por catalisar a transferência de hidrogênios do glutamato para o NAD+ e pela formação intermediária de um iminoácido, cuja hidrólise produz α- cetoglutarato e libera NH3 • Este, em pH fisiológico, origina o íon NH4 +, estabelecendo o equilíbrio: NH3 + H+ ↔ NH4 +. Destino metabólico do esqueleto carbônico dos AA Destino dos aminoácidos Em mamífero, os aminoácidos sofrem o processo oxidativo em três diferentes circunstâncias metabólicas: 1. Durante a síntese e degradação normal das proteínas, que recebe o nome de turnover de proteínas, alguns aminoácidos obtidos pela degradação são utilizados para a síntese de novas proteínas. 2. Quando a dieta é rica em proteínas, e a ingestão excede as necessidades do corpo para a síntese de suas próprias proteínas (após um churrasco, por exemplo), tal excesso é degradado, visto que os aminoácidos não podem ser estocados. 3. Durante o jejum ou em doenças como a diabetes melito, quando os carboidratos já não estão mais disponíveis ou não podem ser utilizados, as proteínas celulares são utilizadas como combustível. Destino dos aminoácidos • Em todas essas condições metabólicas, os aminoácidos perdem seus grupamentos amino para formar alfa-cetoácidos • Os “esqueletos de carbonos”, ou seja, a cadeia carbônica dos aminoácidos, formam os α-cetoácidos. • Os alfa-cetoácidos podem ser degradados a CO2 e H2O ou, com maior frequência, podem fornecer esqueletos com três ou quatro unidades de carbono que serão convertidos em moléculas de glicose, combustível necessário ao cérebro, músculo e outros tecidos. • Todos os aminoácidos contêm grupamento amino; logo, seu processo de degradação inclui uma etapa chave, na qual o grupamento amino é separado do esqueleto de carbonos e desviado para vias específicas de utilização de aminoácidos Destino do esqueleto carbônico • Os aminoácidos, quando desaminados, produzem α- cetoácidos que, diretamente ou através de reações adicionais, rendem componentes do ciclo de Krebs. • Os aminoácidos podem ser agrupados em duas classes: glicogênicos e cetogênicos. • AMINOÁCIDOS denominados GLICOGÊNICOS (poderão formar glicose) são metabolizados em piruvato, 3-fosfoglicerato, α- cetoglutarato, oxaloacetato, fumarato ou succinil-Co • AMINOÁCIDOS CETOGÊNICOS (que podem formar corpos cetônicos) produzem acetil-CoA ou acetoacetato. Transferência do grupamento NH3+ • Glutamato e glutamina têm um papel crítico no metabolismo do nitrogênio. A maioria dos grupamentos NH3 dos aminoácidos é transferida para o alfa- cetoglutarato, formando o íon glutamato. • O íon glutamato é então transportado para a mitocôndria, onde o grupamento amino é removido para formar o íon amônio (NH4+). • O excesso de amônia gerado em outros tecidos é convertido em grupamento amida da glutamina, a qual passa para o citosol dos hepatócitos e desse para a mitocôndria do hepatócito. • Na maioria dos tecidos, glutamina ou glutamato ou ambos estão presentes em concentrações maiores do que qualquer outro aminoácido. • No músculo, o excesso de grupamentos amino gerado é transferido para o piruvato, formando alanina, uma outra molécula importante para o transporte de grupamentos amino para o fígado. • A transferência de grupamentos amino é catalisada por enzimas denominadas aminotransferases ou transaminases. Transaminação • Nos hepatócitos, o glutamato é transportado do citosol para as mitocôndrias, onde sofre uma desaminação oxidativa (retirada do grupamento amônia com perda de hidrogênios), catalisada pela ENZIMA L-GLUTAMATO DESIDROGENASE. Em mamíferos, essa enzima pode utilizar tanto NAD+ como NADP+ como aceptor de equivalentes redutores. Resumindo... • A amônia é extremamente tóxica para o organismo e, portanto, deve ser eliminada. • A amônia, apesar de solúvel em meio aquoso, por ser tóxica para o organismo, não pode ser transportada livremente pelo sangue. • Para ter sua toxicidade reduzida, o grupamento NH3 dos aminoácidos é transportado associado ao α-cetoglutarato, formando o glutamato. Essa etapa é catalisada por enzimas denominadas transaminases. • O excesso de íons amônio é associado ao íon glutamato, formando o aminoácido glutamina pela ação da enzima glutamino sintetase. Passos do ciclo da ureia 1- O primeiropasso é a formação de carbamoilfosfato, uma forma ativada de azoto, através da carbamoilfosfato-sintetase 2- O grupo carbamoil do carbamoilfosfato é então transferido para a ornitina, produzindo citrulina pela ornitina-transcarbamoilase. Estas duas primeiras reações ocorrem na mitocôndria e a ornitina entra nesta organela por meio de um transportador específico. A citrulina produzida é exportada para o citosol, onde o ciclo é continuado. 3- O grupo ureído da citrulina é condensado com um grupo amino do aspartato através da argininosuccinato sintetase, fornecendo o segundo átomo de nitrogênio da ureia. 4- A enzima arginino succinase liase elimina a arginina ligada ao esqueleto do aspartato, que forma fumarato (que segue outras vias para formar oxaloacetato). A arginina liberada é o precursor da ureia. 5- A arginina é então hidrolisada na última etapa do ciclo catalisada pela arginase, produzindo ureia regenerando a ornitina, que retorna para a mitocôndria, dando continuidade ao ciclo. Equações Passos do ciclo da ureia
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