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INTRODUÇÃO Para se produzir um campo magnético uniforme de baixa intensidade sobre um volume relativamente grande é utilizada a bobina idealizada por Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz (1821-1894), conhecida atualmente como bobina de Helmholtz, a qual consiste de duas bobinas circulares, planas, cada uma contendo N espiras com correntes fluindo no mesmo sentido conforme esquematizados na figura 1. A separação entre estas bobinas é igual ao raio R comum a ambas. Figura 1 – Bobinas de Helmholtz. As aplicações da bobina de Helmholtz são variadas; determinação das componentes vertical e horizontal do campo magnético terrestre, anulação em determinado volume do campo magnético terrestre, calibração de medidores de campo magnético de baixa frequência, estudo dos efeitos de campos magnéticos em componentes ou equipamentos eletrônicos, medidas de susceptibilidade magnética, calibração de equipamentos de navegação, estudo de efeitos biomagnéticos, ajuste de tubos de raios catódicos, estudo da performance de tubos de fotomultiplicadoras em campos magnéticos, medidas de magnetorresistência, desmagnetização de pequenas peças de materiais ferromagnéticos usados na ciência de naves espaciais, dentre outros. OBJETIVO Empregar a bobina de Helmholtz com intuito de estudar e quantificar; por meio de conceitos de campo eletromagnético ; a componente horizontal do campo magnético terrestre, considerando a interação entre o momento de dipolo magnético de uma barra imantada e o campo magnético terrestre agindo sobre esta. TEORIA Um ímã permanente em forma de barra cilíndrica, com momento magnético mag quando na presença de um campo B sofre um torque magnético que tende a alinhar o imã ao campo externo. Se deslocarmos o ímã de sua posição de equilíbrio, o torque magnético tende a restaurar o equilíbrio, causando assim um movimento oscilatório com um período característico T .Este período é função do momento de inércia, do momento magnético do imã e do campo B. As oscilações se instalam quando um sistema é perturbado de uma posição de equilíbrio estável. A característica mais evidente do movimento oscilatório é a de o Bobina de helmhotz Guilherme Bettio Braga * * Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal de São João del Rei CEP 36301-160, São João del Rei/MG, Brasil Bobina é um aparato eletrônico envolvido em fenômenos eletromagnéticos, a de Helmhotz especificamente é empregada para a medição do campo magnético da terra. Nesse contexto esse experimento descreve o comportamento qualitativo e quantitativo de um cilindro metálico inserido em uma bobina de Helmhotz. Com relações gráficas (regressão linear) adequadas assim como considerações de erros de medidas o valor do campo magnético definido nesse experimento foi de 0,3065 ±0,1 Gauss. . . . . . . movimento ser periódico, ou seja, de o movimento repetir-se no tempo. Usa-se então pequenas oscilações, através da interação entre o momento de dipolo magnético de uma barra imantada e o campo magnético. Quando colocamos um ímã com um dipolo magnético µ num campo magnético B ele tende a se alinhar com o campo. Se o dipolo estiver fazendo um ângulo Ө com o campo B, então B vai criar um torque τ sobre o momento dipolp, de modo que este vai oscilar em torno da direção de B. Afim de estabelecer o campo magnético da terra, faz-se um gráfico f² x i onde o coeficiente linear da equação da reta obtida é igual a BT, isto é, ao campo magnético da terra. Para plotar o gráfico é necessário saber, portanto, a magnitude de f, frequência linear, que é estabelecida por: f² = [ BT + ] Todo o desenvolvimento matemático segue em anexo no final deste relatório. METODOLOGIA EXPERIMENTAL Material necessário: Bobinas de Helmholtz Bússola Ímã permanente cilíndrico Amperímetro Fonte de alimentação Balança Paquímetro Régua Cronômetro Procedimento: Primeiramente foram medidos; o raio R das bobina de Helmholtz e o o raio r, o comprimento L e a massa m do ímã cilíndrico, com seus erros. Utilizando a bússola encontrou-se a direção do campo magnético terrestre. Em seguida, foi montado o circuito da figura 2. As bobinas de Helmholtz foram alinhadas de forma a que o eixo que liga as bobinas estivesse paralelas ao campo terrestre. O ímã cilíndrico também foi alinhado com o eixo das bobinas. A partir daí, fez-se oscilar através da variação de corrente da fonte e a corrente foi variada suavemente, através da fonte de tensão. Mediu-se então 6 pontos de corrente para 20 oscilações. Foi feita uma tabela com a corrente I, o período T e a freqüência f². Com os dados obtidos, fez-se o gráfico para f² versus I. A partir do gráfico, obtiveram-se valores do momento magnético do ímã µ e do campo magnético terrestre BT. Os valores do campo magnético BT foram comparados com a previsão da literatura. Figura 2. Ilustração da montagem experimental.(a) Imã o centro da bobina de helmhontz (b)Circuito.A resistência se faz dispensável para baixa correntes. RESULTADOS Na primeira parte do experimento foram medidas algumas dimensões referentes à bobina e ao imã cilíndrico que serão utilizadas nos cálculos mais a frente. Imã: r (raio da base cilíndrica) =(5,28 ± 0,05) mm L (comprimento do imã) =(40,20 ± 0,05) mm m (massa do imã) =(23,20 ± 0,05) g Bobina de Helmholtz: R (Raio da bobina) = (6,05 ± 0,05) cm É possível calcular o momento de inércia para um cilindro maciço de massa m, raio r e comprimento L que gira em torno de um eixo que passa pelo seu centro utilizando a seguinte fórmula: mi = m [(r2/4) + (L2/12)] O valor encontrado para o momento de inércia do imã cilíndrico foi de: (32,85 ± 0,06) g.cm2 ou (3,85 ± 0,06) x 10-6 kg.m2.Pela propagação dos erros : ∆mi2 = ( ) σm2 + ( ) σr2+ ( ) σ L 2 Com isso o erro será; 0,06 (apresentado acima) A seguir, as tabelas representam os dados adquiridos na montagem experimental para o tempo e a frequência de oscilação (1/T2) de acordo com a corrente: Tabela 1. Dados obtidos para as medidas de corrente, período de oscilação e frequencia de oscilação, para um tempo fixo de 30s. I/A±0,001 T/s±0,002 ̅2(1/s2)±0,002 0,00 0 0 0,06 0,966 0,06 0,965 1,070 0,06 0,966 0,10 0,750 0,10 0,751 1,777 0,10 0,752 0,16 0,602 0,16 0,604 2,776 0,16 0,607 0,22 0,505 0,22 0,508 4,001 0,22 0,506 0,27 0,456 0,27 0,458 4,839 0,27 0,454 0,32 0,399 0,32 0,397 5,444 0,32 0,392 Com os dados da corrente obtidos, construiu-se um gráfico da frequência de oscilação versus corrente: Figura 3. Gráfico da frequência de oscilação versus corrente e as respectivas equações de reta Considerando a bobina como posicionada na direção do campo magnético da Terra, a resultante do campo na bobina é a soma algébrica do campo gerado pela bobina e pelo terrestre, tendo direção também sobre o eixo do aparelho. Esse campo é o que está sobre o imã cilíndrico: B = BH ± BT Já a frequência de oscilação pode ser encontrada de acordo com a seguinte relação: f2 = (µ/4π2 mi) [(8µ0N/53/2 R) I ± BT], que é a equação de uma reta y = ax ± b, onde y = f2 x = I a = (µ/4π2 mi) (8µ0N/53/2 R)b = (µ/4π2 mi) BT Por meio do gráfico de f2 versus I, foi possível calcular os coeficientes angular e linear (a e b) dessa reta. O coeficiente angular fornece o momento de dipolo magnético µ do ímã, e a partir deste e do coeficiente linear calculou-se o campo magnético terrestre BT. Para os cálculos acima é preciso levar em conta que o µ0 é a permeabilidade do vácuo (4π10-7 T.m/A), N e R são respectivamente o número de espiras (135 espiras) e o raio das bobinas de Helmholtz (6,05 ± 0,05 cm). O valor encontrado para o momento de dipolo magnético µ do ímã foi 0,0475 A.m² A partir do coeficiente linear e o valor do momento de dipolo magnético calculou-se o campo magnético terrestre BT. BT = [(4π2 mi)/µ] b O valor do campo magnético da Terra encontrado foi de 0,0003065 x 10-3 T = 0,3065 Gauss. Propagando o erro a partir da equação de reta; o erro da medida é 0,1. Logo 0,3065 ±0,1 Gauss O resultado obtido para o campo se mostrou pouco discrepante em relação ao apontado pela literatura (0,5 Gauss), o que pode ter sido explicado pelos diversos interferentes no laboratório. Cada instrumento utilizado apresentou um erro de medida, o que no final acarreta num maior erro propagado. CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos e suas devidas análises quantitativas, foi possível analisar o comportamento de um cilindro metálico quanto a: Período de oscilação de 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 y = 0,15686 + 0,75771x f 2 /(1 /s 2 ) I/A acordo com a variação de corrente em uma bobina de helmhotz, e também seu comportamento de acordo com o campo magnético terrestre. Nesse contexto o valor obtido do campo magnético terrestre se mostrou em conforme com a literatura. Fenômenos eletromagnéticos tais como; indução, orientação e dipolo magnético foram possíveis observáveis nesse experimento. REFERÊNCIAS TIPLER, P. A., MOSCA, G., Física, eletricidade e magnetismo, ótica, Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 2, 2006. p. 14 TIPLER, P. A., MOSCA, G., Física, eletricidade e magnetismo, ótica, Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 2, 2006. p.75-78 HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de física 3,. Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 3, 2008. p.25-48 ANEXO
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