Os cinco sentidos

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‘’Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática’’. 
(Paulo Freire, em “A educação na cidade”).
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................4
2.1 Referencial Teórico.........................................................................4
2.2 Projeto Interdisciplinar....................................................................6
3 CONCLUSÃO ...................................................................................10
REFERENCIAIS.........................................................................................11
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INTRODUÇÃO
A percepção de mundo, para os seres humanos, se dá por meio dos sentidos sensoriais: audição, tato, paladar, olfato e visão. A união e o estímulo desses sentidos facilitam o processo de aprendizagem, pois o conhecimento do mundo nos chega por meio desses sentidos, sendo eles captados por células sensoriais e, posteriormente, interpretados pelo cérebro, dessa forma, o corpo se estabelece como o principal instrumento de aprendizagem. 
A maior parte dos sentidos sensoriais trabalham juntos, ou seja, ao mesmo tempo, tornando maior essa porta de entrada do mundo exterior, facilitando a interpretação do cérebro no processo cognitivo, pois, o cérebro humano é responsável pelo recebimento e pela interpretação das sensações captadas pelos órgãos dos sentidos, transformando-as em informações valiosas para o corpo.
Na educação infantil o uso de atividades práticas de caráter lúdico ou científico estimula o gosto do educando pelo novo. 
As crianças assimilam a cultura do meio em que vivem por meio de jogos e brincadeiras. Os jogos e as atividades práticas podem ser encarados como simples brincadeiras pelas crianças, mas, no ensino, possuem uma proporção muito maior, pois levam a uma percepção cognitiva, transformando o concreto em abstrato. 
Durante todo o tempo de desenvolvimento infantil, o lúdico está presente. A partir de uma atividade lúdica, além de sentir prazer e ter diversão, a criança desenvolve habilidades motoras e intelectuais. 
Na educação infantil se faz necessário abordar-se-á a importância dos sentidos sensoriais do corpo humano no processo de ensino-aprendizagem, ressaltando a influência do lúdico e da prática na construção cognitiva das crianças.
DESENVOLVIMENTO
REFERENCIAL TEÓRICO
Em um mundo cada vez mais digital, é necessário pensar em formas mais lúdicas e naturais para o desenvolvimento da criança e a forma mais eficaz de se fazer isso é por meio das brincadeiras, porque, quando a criança brinca, o cérebro absorve os estímulos e desenvolve grande parte da sua capacidade cognitiva. Mas será que qualquer brincadeira serve para estimular o aprendizado? Podemos dizer que sim, porém algumas atividades possuem uma capacidade maior de impulsionar as habilidades infantis. Por exemplo, crianças aprendem mais quando as informações são apresentadas por meio do uso dos sentidos, (paladar, audição, tato, olfato e visão), ou seja, quanto mais sentidos a brincadeira envolve, melhor! Quando oferecemos atividades que exercitam os sentidos, estamos possibilitando um desenvolvimento amplo e prazeroso em que as crianças ampliam a capacidade de explorar o meio que a cerca. 
Na educação infantil percebe-se como ponto crucial a presença da tríade “educar, brincar e cuidar”, que defini a prática pedagógica no contexto das refeições, higienização pessoal, cantigas, dramatização, dinâmicas, e manipulação de objetos representativos do seu mundo imaginário ou mesmo do mundo real.
Pode-se afirmar que essas atividades se entrelaçam e se complementam no sentido do aprendizado e desenvolvimento das crianças, tanto nas ações orgânicas e afetivas do cuidar, quanto nas brincadeiras dirigidas e/ou livres no brincar e educar simultaneamente. Considera-se que a prática pedagógica desenvolvida na educação infantil está interligada com a formação humana e social da criança, pois a mesma está inserida na sociedade, portanto ela percebe este mundo por meio dos sentidos. Sendo assim estes conceitos, uma vez internalizados, produzem curiosidades nas crianças em relação ao seu próprio corpo, suas sensações e percepção do que esta a sua volta, além de despertá-las para o conhecimento e a socialização com o mundo que a cerca. 
Crianças naturalmente têm seu corpo como forma principal de expressão e para ser significativo é necessário sentir, experimentar e tocar; estimulando todas as percepções (olfativa, gustativa, visual, tátil e auditiva) e descobrindo as possibilidades corporais, pois é através do movimento que a criança expressa suas emoções, pensamentos e ideias. 
O desenvolvimento das crianças na Educação Infantil depende das oportunidades de aprendizagem oferecidas a elas. Oferecer diferentes materiais as crianças é uma maneira de ampliar a capacidade de expressão e contemplar as inúmeras possibilidades que se apresentam diante das atividades que envolvem os sentidos, sendo estes responsáveis pela nossa capacidade de interpretar o ambiente, captar diferentes estímulos ao nosso redor. Sem os sentidos não seríamos capazes de perceber as variações do meio e, consequentemente, de produzir uma ação adequada diante de um perigo.
Ensinar e educar configura atender todas as crianças, independentemente de suas necessidades educativas, culturais e sociais, é estimular todos os seus sentidos, desenvolvendo atividades e avaliações de acordo com sua história de vida, seu ritmo e seu desenvolvimento. 
A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento e desenvolvimento, seu corpo é sua referência e ele evolui com a estimulação e a exploração dos espaços internos e externos presentes em seu cotidiano. As atividades diárias, as brincadeiras, as falas e as experiências vivenciadas são momentos que proporcionam a construção espontânea do aprendizado. 
“É por meio dos primeiros cuidados que a criança percebe seu próprio corpo como separado do outro, organiza suas emoções e amplia seus conhecimentos sobre o mundo”. (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998, p.15). Os estímulos, nos primeiros anos do desenvolvimento infantil, são decisivos e fundamentais para a formação de sua personalidade, pois há na sua vida adulta e profissional uma grande influência cultural, social, econômica e psicológica. 
 A quantidade de estímulos deve respeitar o crescimento, o desenvolvimento, a capacidade, o interesse e as possibilidades da criança, usando como indicador sua faixa etária. 
2.2 Projeto Interdiciplinar
	Apresentação: Tema: Estimulando todos os sentidos.
Público Alvo: Crianças de 4 a 5 anos.
Projeto realizado com os alunos da Educação Infantil com idade entre 4 e 5 anos, sendo as atividades relacionadas com os órgãos dos sentidos. 
Neste projeto serão planejadas e realizadas brincadeiras que demonstrem e reforcem as funções dos órgãos dos sentidos, aulas expositivas, demonstrativas com oralidades em que os alunos verbalizem seus conhecimentos e opiniões sobre o assunto, através do livro Infantil – Chapeuzinho Vermelho,  mostrando assim a utilização dos sentidos na percepção de objetos, e do seu próprio corpo. Será realizado uma mostra cultural com brincadeiras que reforcem ludicamente o conhecimento adquirido. Durante a realização deste projeto serão utilizados materiais diversificados, sendo todos manuseados pelas crianças com orientação de umadulto. Buscamos através deste projeto ajudar as crianças a reconhecer, nomear e saber a forma certa de usar todos os seus sentidos. Trabalhar os sentidos com as crianças é essencial, pois assim estimulamos sua sensibilidade e percepção do ambiente que os rodeia, incentivando-as também a compartilhar sensações e a descrevê-las, afinal tudo que observamos todo nosso contato com o mundo exterior ocorre por meio dos cinco sentidos.
	
Justificativa: 
Através de uma abordagem essencialmente interacionista, estimular os cinco sentidos, ensinar a interpretar os mais diversos estímulos e informações que eles captam, e como educadores, observar se alguma dentre as crianças apresenta alguma dificuldade motora ou sensorial para que o quanto antes possa ser amparada. Neste projeto incentivaremos a aquisição do autoconhecimento referente aos cinco sentidos aguçando a curiosidade natural da criança, de maneira lúdica, tendo em vista a importância da estimulação dos cinco sentidos da criança e sabendo que é neste espaço escolar que ela inicia o exercício de suas habilidades. Acreditamos que quando estimuladas as crianças descubram espontaneamente e prazerosamente diferentes sensações que são transmitidas através dos seus sentidos e assim consigam identifica-los e saber como e onde usa-los. Alguns problemas que podem ser identificados através deste tipo de projeto (problemas na visão: a miopia; na fala: a dislalia e língua presa e na audição o não entendimento de algum comando)
	
Objetivo Geral: 
Reconhecer seu próprio corpo podendo assim identificar os órgãos dos sentidos e suas funções.
Objetivos Específicos: 
Reconhecer os cinco sentidos do corpo humano;
Diferenciar os sentidos; 
Desenvolver a autonomia;
	
Metodologia e Estratégias: 
Fazer com as crianças uma roda de conversa sobre os cinco sentidos: tato, olfato, visão, paladar e audição, o que são e como funcionam;
Colocar as crianças de forma que consigam olhar e interagir umas com as outras;
Livro chapeuzinho vermelho;
Fazer mural com as falas da chapeuzinho vermelho;
Fazer palitoches dos personagens do livro chapeuzinho vermelho ( a mamãe, a chapeuzinho, o lobo, a vovó e o caçador);
Brincar de olhos fechados: adivinhações com frutas;
Fazer uma receita de bolo;
Com o tato, paladar e olfato explorar diferentes sensações: salgado, azedo, quente, doce;
Recortar e colar;
	
Recursos humanos 
(professores, coordenadores, auxiliares da cozinha e alunos etc.); 
Recursos Didáticos e Tecnológicos 
(pano, frutas, pincel, papel Kraft, cola, revista, palitos de picolé, eva, tesoura,ingredientes para fazer um bolo( farinha de trigo, leite, açúcar,ovos, manteiga,) fogão, livro,.), financeiros etc.
	 
 Desenvolvimento: 
Alfabetização e Letramento: Atividade para trabalhar o paladar e o tato. Usaremos um pano para cobrir os olhos das crianças, com os olhos vendados lhes apresentaremos algumas frutas (maçã, banana, uva, abacaxi etc.) as quais elas com o tato tentaram descobrir que frutas são estas. Depois usaremos as mesmas frutas para trabalhar o paladar. Partiremos as frutas e as crianças irão experimentar para sentirem seu saber e dizer se achou doce, azedo, bom ou ruim. 
Literatura infanto juvenil: Atividade para trabalharmos a audição e a visão. Colocar as crianças em roda e contar a historia da chapeuzinho vermelho usando palitoches ( bonecos dos personagens em eva colados no palito). Depois que a historia for contada pediremos que as crianças recontem a historia da sua maneira, depois de ouvi-las perguntaremos qual é a cor da capa da menina personagem da historia e pediremos para procurarem em revistas a cor referente (vermelho) o qual faremos um mural de colagens com o material que encontrarem em revistas com o titulo Nossa Chapeuzinho Vermelho. 
Matemática na Educação Infantil: Atividade para trabalharmos o olfato, o paladar e o tato. Como a chapeuzinho levava para sua vovó bolo em sua cesta iremos fazer com as crianças uma receita de bolo. O bolo será feito com a ajuda das cantineiras da escolinha, as crianças também irão ajudar pegando e ajudando medir alguns ingredientes. Enquanto o bolo é assado alertaremos as crianças sobre o cheiro gostoso que sai do forno e fica no ar,quando o bolo estiver pronto com muito cuidado mostraremos as crianças que ele ainda esta quente, depois de frio vamos saborear e conversar com as crianças perguntando o que elas acharam do gosto do bolo? Se o bolo da chapeuzinho também era gostoso? E se eles acreditavam que a chapeuzinho tinha ajudado a mamãe preparar o bolo? 
Natureza e Sociedade na Educação: Atividade para trabalhar o tato, a visão e a audição: Escrever em um mural “Que olhos grandes você tem’’ “ Que ouvidos grandes você tem” “Que boca grande você tem”, ler o cartaz para as crianças e perguntar se elas sabem de onde vem estas frases o que elas lembram ao ouvi-las. Depois colar cartaz na parede e colocar as crianças em duplas uma virada de frente para a outra. Quando a turma estiver todos com seu par falar as frases uma de cada vez e pedir que eles identifiquem o órgão da frase no seu colega tocando com as mãos. Perguntar para as crianças quantos órgãos que esta sendo falado eles estão enxergando no colega. Ex: “Que olhos grandes você tem” Perguntar: Quantos olhos tem seu colega? Resposta esperada: 2.
Obs: Em todas as atividades falar sobre os órgãos do sentido e como os usamos.
	
Avaliação: 
Será processual e continua observando os registros realizados durante o acontecimento de todas as atividades. Serão levados em conta, aspectos como envolvimento de cada um nas atividades, interação com outro e troca de informações, domínio e desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos, os trabalhos realizados pelas crianças, iniciativa e criatividade, além da colaboração para realização dos trabalhos.
	
Resultados esperados: 
Que as crianças entendam o que são e como funcionam os órgãos dos sentidos;
Que consigam responder corretamente as perguntas durante as atividades.
Que elas se interajam melhor e que se divirtam aprendendo;
	
Referências bibliográficas: 
 <https://livrospralerereler.blogspot.com.br/2013/10/chapeuzinho-vermelho-lobo-mau-e-vovo.html>
<http://escolaeducacao.com.br/projeto-cinco-sentidos-na-educacao-infantil/>
 <httpswww.tudogostoso.com.br/receita/29124-bolo-simples.html>
3- CONCLUSÃO
A criança aprende, descobre e inventa, através da ação. Cabe ao adulto desafiar, encorajar, solicitar, provocar conflitos cognitivos para que ela busque suas hipóteses e experiências. Segundo a concepção de Célestin Freinet: “A criança é da mesma natureza do adulto, ela é como uma árvore que ainda não terminou o crescimento, mas que se alimenta, cresce, e se defende como uma árvore adulta.” As teorias e técnicas são as possibilidades e oportunidades que nós educadores temos para compartilhar e trabalhar coletivamente os conhecimentos e pensamentos, e transformar de forma recíproca. Os melhores jogos de estimulação são as nossas ações, atitudes e ideias. 
Estimular uma criança não é só valorizar o ler e o escrever é passar pela motricidade, pelas diferentes linguagens, pelas percepções, pelo social e pelo afetivo, os quais desenvolvem a fantasia, a criatividade, as formas de se expressar e, naturalmente, a escrita e a leitura, para formar uma criança com iniciativa, com criticidade e que saiba argumentar, e não meramente uma criança que só sabe reproduzir. 
A Educação Infantil não pode apenas priorizar os cuidados básicos da saúde, alimentação, higiene e sono, nem ser um substituto da família, mas ampliar todos estes itens, porque a criança é rica em conhecimento, cultura, criatividade e está em constante desenvolvimento. Ensinar é sempre um desafio no qual nos comprometemos com uma prática pedagógica centrada nos estímulos e no vínculo afetivo com a criança, tornando os momentos das atividades prazerosos e significativos. O trabalho integrado dos estímulos afetivos, físicos, cognitivos e sensoriais, e a interação de todos com o meio socialé o que dá os instrumentos necessários à criança para a formação da sua personalidade e para a construção do conhecimento; quando estimulada, a criança é mais ativa; dinâmica; realiza melhor as atividades propostas; é mais segura; tem uma boa socialização; é autônoma e tem personalidade. 
Não podemos esquecer de que a essência está na forma pela qual o estímulo é oferecido. Este deve vir sempre acompanhado com o brincar, com o carinho, afeto e a cumplicidade. Não precisamos de recursos sofisticados para desenvolver a criança como um todo, mas devemos investir no desenvolvimento dos seus sentidos, que a tornará, amanhã, uma pessoa confiante e mais segura.
REFERÊNCIAS
Referencial curricular nacional para a educação infantil (RCNEI). Brasília, 1998. 2 v. BRASIL. Mec/sef. 
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,
FONTAINE, 1980 apud BUENO, 1997, p. 84 e 85. 
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 
SANTOS, Maria Lúcia Dos. A vida na sala de aula Freinetiana. 
<http://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/>
<https://sonhomagicomodabebe.com.br/blog/estimule-os-cinco-sentidos-no-desenvolvimento-da-crianca/>
<http://ceicastelobranco2.blogspot.com.br/2013/02/projeto-um-mundo-de-sensacoes-maternal.html>
<http://www2.unucseh.ueg.br/ceped/edipe/anais/vedipefinal/pdf/gt09/co%20grafica/Eduardo%20Lucio%20Franco.pdf>
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Professor (es):Tatiane Mota Santos Jardim; Edneia de Cassia dos Santos Pinho/Amanda Crispim Ferreira Valério; Alessandra Negrini Dalla Barba/ Diego Barbosa Prestes; Mirela Ramos Moimaz; Natália Gomes dos Santos/Mari Clair Moro.
Orientador: Rozangela Eliete da Silva 
 
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