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UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA TELMA ANTUNES DA SILVA DALIA SELMA REICHERT SANDRA DA SILVA ECHEVENGUÁ MICHELLE BRUM RODRIGUES DA LUZ JOGOS E BRINQUEDOS NA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PORTO ALEGRE - RS 2019 XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 2 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA TELMA ANTUNES DA SILVA DALIA SELMA REICHERT SANDRA DA SILVA ECHEVENGUÁ MICHELLE BRUM RODRIGUES DA LUZ JOGOS E BRINQUEDOS NA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PORTO ALEGRE – RS 2019 Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogia Universidade Paulista – Polo Porto alegre Orientação: Prof. Adenízio José Ferreira xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 3 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA TELMA ANTUNES DA SILVA DALIA SELMA REICHERT SANDRA DA SILVA ECHEVENGUÁ MICHELLE BRUM RODRIGUES DA LUZ JOGOS E BRINQUEDOS NA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR Trabalho de Conclusão de Curso para ob- tenção do título de Graduação em Peda- gogia apresentado à Universidade Paulis- ta – UNIP. Professor Orientador:Adenízio J. Ferreira Professor(a) Avaliador(a): ____________________________________________ Aprovado em ____/____/____ Nota: ______________ PORTO ALEGRE 2019 xxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 4 AGRADECIMENTOS A Deus, nosso melhor companheiro. 5 RESUMO Fica claro queo papel do adulto como ponto de partida para a brincadeira das crianças é fundamental e imprescindível, pois será ele o mediador de regras e com- binações feitas durante elas. Também é papel do adulto estimular a criatividade e a imaginação da criança. Leontiev (1978) quando escreve sobre o significado da brincadeira no estágio de desenvolvimento infantilnos diz claramente que a brincadeira infantil, na perspec- tiva histórico-cultural, consiste em uma atividade tipicamente humana. Vigotsky(1998) salienta que o brinquedo é extremamente importante para o desenvolvimento da criançapoisprovoca mudanças na forma de se relacionar com o mundo, criando situações que irá lhes auxiliar a desenvolver e internalizar regras, onde formarão conceitos. Palavras-chave: brincadeiras, jogos, aprendizagem. 6 ABSTRACT The role of the adult in initiating a child's play time is fundamental and indis- pensable, since he or she will be the mediator of rules and what was agreed upon by the adult and child. It is also the adult's role to stimulate the child's creativity and ima- gination. When Leontiev (1978) writes about the meaning of play at this stage of child development, the author clearly tells us that play, from a historical and cultural pers- pective, is a typically human activity. Vigotsky (1998) points out that the toy is extremely important for the child's development, because it causes changes in the way the child relates to the world, creating situations that will help them to develop and internalize rules where concepts are then formed. Keyword: jokes, games, learning. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................8 1.1 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 9 1.2 OS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 12 1.3 AUTONOMIA .......................................... 15 1.4 AFETIVIDADE 17 CAPÍTULO II – JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL 19 2.1 REVISÃO DA LUDICIDADE NA LITERATURA 21 2.2 A LUDICIDADE NO ENSINO INFANTIL 23 2.3 O BRINQUEDO 23 2.4 APLICAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS 25 CAPÍTULO III – JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INCLUSICA 29 3.1 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O BRINCAR 29 3.2 APLICAÇÃO NO ENSINO ESPECIAL 30 METODOLOGIA 34 RESULTADO E DISCUSSÕES 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................39 APÊNDICE ................................................................................................................40 8 INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA: Nesta faixa etária as crianças estão desenvolvendo valores, e também é o período em que se estabelecem as bases para o desenvolvimento físico, mental e emocional do indivíduo, Assim, as brincadeiras ajudam a fortalecer essas conexões. Contudo, o trabalho a seguir justifica-se embasado na importância do brincar como um ato de amor, respeito e proteção. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA: Com o passar dos anos as brincadeiras fo- ram se perdendo em meio a tecnologia, a insegurança e a falta de tempo dos res- ponsáveis pelas crianças. O que realmente preocupa e faz-se pensar é com a falta de estímulo com a ludicidade, criatividade, a interação com o outro, a socialização e com a saúde mental das crianças que estão sendo expostas constantemente ao mundo adulto e forçando-as a uma maturidade totalmente desnecessária. As hipóteses levantadas são a falta de possibilidades e segurança para o brincar livremente. Falta de recursos para a própria criação do brinquedo. Tempo que pais e responsáveis designam para brincar e interagir com as cri- anças. Ampla variedade de brinquedos fabricados, o que inviabiliza a criação dos mesmos pelas crianças. A comodidade que os adultos encontraram ao fornecerem brinquedos tecno- lógicos para as crianças, o que faz com que os mesmos se distanciem cada vez mais. A importância da brincadeira na construção social da criança. OBJETIVOS: GERAL: Proporcionar situações onde a criança possa explorar e observar com atitude de curiosidade o ambiente onde se encontra, percebendo-se como inte- grante ao mesmo tempo dependente de seus pares e agentes de transformação do seu meio. 9 ESPECIFICOS:• Estabelecer vínculos afetivos, ampliando as possibilidades de comunicação e socialização infantil. • Estimular a criança a utilizar as linguagens, seja corporal, musical, plástica, oral e escrita. • Levar a criança a conhecer diferentes culturas. • Estimular a criança na confecção de brinquedos e brincadeiras 10 PRINCIPAS AUTORES QUE EMBASARAM A PESQUISA Procurou- se um embasamento teórico em autores que discutem o processo de desenvolvimento da criança, tais como Piaget, Kishimoto e Vygotsky, que apre- sentam a brincadeira de uma forma clara em suas convicções, buscando enriqueci- mento das atribuições das brincadeiras no cotidiano infantil. Para explorar esse assunto e aprofundar conhecimentos serão feitas leituras de artigos, revistas e livros, tendo ciência que a pesquisa é uma procura permanente de outras e novas expectativas. Estre trabalho esta organizado em três capítulos que apresentarão a funda- mentação teórica: O desenvolvimento cognitivo, jogos e brincadeiras no ensino in- fantil e jogos e brincadeiras na educação inclusiva. 11 CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nos primeiros meses de vida, a criança inicia suas brincadeiras olho no olho, e ela começa a observar gestos como o piscar, levantar as sobrancelhas, abrir e fe- char a boca, mostrar a língua e fazer caretas. Este momento dura poucos minutos, já que o tempo de concentração de um bebê é muito curto. É importante que os adultos utilizem todos os momentos convenientes para brincar, momentos como o banho e alimentação são muito interessantes, pois tornam o momento mais prazero- so para a criança Quando a criança inicia a fase de sentar, engatinhar e rastejar, a mesma entra no estágio exploratório, objetos e tudo que estiver ao seu redor será explorado, tanto pelo tato, quanto pela boca. Nesta fase a motricidade final começa a ser estimulada e ampliada, tanto como sua coordenação motora ampla. O adulto responsável deve ter o cuidado ao oferecer objetos e brinquedos adequados e proteger o espaço para que não aconteçam pequenos acidentes. Ao darem seus primeiros passos, a criança depara-se com um novo mundo, com obstáculos, descobertas e muitas coisas a serem exploradas. O ideal nesta fai- xa etária é deixar a criança livre, mantendo contato íntimo com a natureza, pois a curiosidade e o desejo pelo novo estão altamente aguçados. Na medida em que as crianças crescem, começam a compreender melhor o mundo ao seu redor, as inúmeras possibilidades de brincadeiras, sejam elas concre- tas ou imaginarias. Cabe ao adulto estimular e interagir, pois durante este processo de descoberta também haverá momentos de medo e receio, então sentir-se seguros e protegidos pelos que os cercam é de fundamental importância. As crianças aprendem e compreendem com muita rapidez, assim, devemos desde muito pequenas inserir regras e combinações com eles, o que será de suma importância para uma boa relação com outro. Mostrar de forma pertinente que o ou- tro tem suas vontades e desejos, e que devemos respeitar, porém, como se encon- tram na fase do egocentrismo, suas vontades sempre deverão prevalecer, seja com choros, gritos ou bravos. As inúmeras fases do desenvolvimento e a importância do brincar em todas as etapas serão exploradas e discutidas durante o trabalho a ser desenvolvido. 12 1.1 O desenvolvimento cognitivo O desenvolvimento cognitivo remete-se as habilidades que garantem a capa- cidade do cérebro de processar informacões e obter conhecimento sobre o mundo, sendo assim, ele engloba processos como pensamento, raciocínio, memória, lingua- gem, atenção, resolução de problemas, entre outros. O conhecimento sobre o mundo surge apartir das trocas feitas com o outro, com as observacões e principalmente com oqueé vivenciado pela criança, assim, suas experiências tornam-se de extrema importância para a sua construção social. Estimular o pensamento e o raciocínio de uma criança são desafios que adul- tos enfrentam, porem, se forem estimulados com muitas brincadeiras, o resultado sera de grande êxito. Mas a pergunta que fica é como estimular esse importante passo do desenvolvimento infantil? A resposta mais coerente é, com muitas brinca- deiras, pois a criança aprende e se desenvolver a partir desta lógica. Para se ter uma ideia, o fato da criança estar inserida naquele meio, na inportante missão de participar da brincadeira, já a coloca dentro da lógica da atividade. Junto a isso te- mos o fato de muitos brinquedos serem voltados justamente para este fim. Algumas opções de brincadeiras são extrememente ricas no processo do de- senvolvimento cognitivo. • Jogos de seqüência lógica: Brincadeiras que constitui representar uma cena a partir de ordem de figuras, logo, o número de figuras oferecidas devem fazer referência a faixa etaria que a crianca encontra-se. • Quebra-cabeças: Essa brincadeira é rica para o estímulo do cérebro, induzir a criança a montar as peças faz com que o raciocinio lógico se amplie de maneira bastante satisfatoria. Esses estímulos são importantes e devem ser inseridos tanto no ambiente escolar, quanto no familiar. A linguagem pode e deve ser ampliada e estimulada através da leitura. um mundo novo se abre e a criança é inserida em um ambiente letrado e imaginario, tudo de maneira lúdica e prazeroza. 13 Manter o hábito da leitura nos primeiros anos de vida, possivelmente formará leitores críticos e com capacidades de interpretação de textos. Fazer com que a lei- tura seja inserida nas brincadeiras e fácil e muito divertido, com o uso de fantoches, desenhos ou até mesmo brinquedos, podemos criarhistorias ricas e personagens incriveis, assim, a criança sentirá prazer durante a leitura e a mesma sera encarada como uma brincadeira divertida e muito interessante. A resolução dos problemas devem ser comprendidas inicialmente a partir das brincadeiras, pois regras devem ser cumpridas.Durante a brincadeira a criança vai se deparar com alguns dilemas, então o adulto será seu intermadiador diante de tais obstáculos, orientando e mostrando-lhe o caminho correto. Como encontranse na fase do egocentrismo, algumas dificuldades de aceitação como perdas e rejeições serão tratadas com birras, choros e em algumas vezes com atitudes um pouco agressivas. É por meio da observação e posteriormente da imitação que sao construidas e desconstruídas noções do mundo particular e coletivo. Nos jogos de construção a criança monta prédios, casas, castelos, torres e outros. Nesta faixa etaria ( 2 a 3 anos) o domínio da linguagem já está sendo estabelecido, então, uma conversa é sempre uma boa pedida para estimular a criatividade e imaginação da criança. Não há tempo limite para o brincar, quanto maior o tempo, maior será o de- senvolvimento da criança. Explorar as brincadeiras e fazer com que as mesmas se- jam divertidas é fundamental, pois diante de uma brincadeira surgirão outras, pois o poder de criação das crianças é imensamente rico.Durante a manipulação de obje- tos a criança cria possibilidades, assim, não restringindo o uso do mesmo, logo, ao mesmo tempo que usa um copo para beber água, o mesmo poderá vir a ser um ob- jeto divertido e logo surgirá uma brincadeira com o mesmo. A partir dos quatro anos de idade a sua coordenação motora ampla e fina es- tão em plena ascenção. Brincadeiras como circuitos, jogos de regras, teatros, recor- tes, manuseio de pequenas peças e objetos para fins de trabalhos artisticos e brin- cadeiras que requerem maior concentração são ideais para o desemvolvimento das crianças. A observação de relatos durante as brincadeiras é muito importante, pois du- rante o brincar a criança pode e deve se expressar, durante esta observaçao feita o 14 adulto poderá perceber pelo que os pequenos anseiam.Muitas crianças expressam seus sentimentos durante as brincadeiras, assim, usam da mesma para que suasangústias sejam expressadas, porem, não a intenção clara sobre isso, tudo aconte- ce de maneira involuntária. Muitas crianças demonstram um comportamento um pouco agressivo durante o brincar, logo, podemos usar como exemplo a brincadeira de bonecas, onde as mesmas usam de violencia e palavras agressivas, ´por mais que estejam em um jogo simbólico, os sinais são bem claros, e cabe ao adulto identificar o que passa na vida da mesma. Assim, podemos perceber que o brincar vai muito além da diversão, ele é um meio de comunicação, o meio em que a criança se liberta e pode criar um mundo só seu, um momento único, onde a imaginação cria asas e o artista principal nada mais é que ela própria. Essas ações exploratórias permitem que o bebê descubra oslimites e a unidade do próprio corpo, conquistas importantes no plano da conciência corporal. As ações emque procura descobrir o efeito de seus gestos sobre os objetos proporcionam a coordenação sensório motora, a partir de quando seus atos se tornam instrumentos para atingir fins situados no mundo exterior (RCNEI, v. 3, p. 21). 1.2 Os estágios do desenvolvimento infantil 1 . Sensório motor: De 0 a 2 anos o foco está na descoberta das sensações e dos movimentos, o bebê passa a imitar o que vê e até a linguagem começa a ser trabalhada por meio do choro e de outos sinais, como gritos e palavras curtas. Nos primeiros meses de vida, o bebê nao possui a capacidade de entender a permanência do objeto, que é a capacidade de assimilar que objetos continuam a existir mesmo quando não estão no campo visual da criança ou quando não podem ser manipulados por ele. Com a chegada da autolocomoção, aí sim os bebês poderão se aproximar de um objeto, para então avaliá-lo e comparar sua localizacão com a de outro objeto. Nessa fase os bebês dirigem sua atencão ao mundo externo, tanto aos objetos quanto para os resultados de suas ações. 15 E também nessa fase que o bebê comeca a perceber que seus movimentos geram ações. Assim, ele vai querer provocá- las, puxando um lençol ou jogando um brinquedo no chão. À medida em que o adulto busca o objeto para a criança e a mesma torna a jogá-lo, a ação torna-se uma brincadeira, por esse motivo bebês sen- tem prazer e satisfação em fazer tal acão repetitivamente. Com o brinquedo a crianca constroi suas relacoes com os objetos, relacoes de posse, de utilizacao, de abandono, de perda, de desestruturacao que constituem na mesma proporcao, os esquemas que ela produzira com outros objetos na sua vida futura. Cercar a crianca de objetos, tanto no quadro familiar Quanto nas coletividades infantis( creches e pre Escolas), e inscrever o objeto, de um modo essencial, no processo de socializacao e e tambem, ´dirigir em grande parte a socializacao para uma relacao com o objeto (Vygotsky 1984, p.64). 1.3 Pré- operatório Entre o segundo e o sétimo ano, surge o egocentrismo. Embora as crianças ja tenham um convívio e ja convivam com pessoas que não fazem parte da familia e já consigam desenvolver uma boa comunicação, nesse estágio elas ainda pensam de acordo com suas experiências pessoais. Com o surgimento da linguagem a criança assume uma identidade própria, assim, vai se reconhecendo e mudando gradativamente.Aos poucos a criança vai aprendendo a se colocar no lugar do outro, as encenações permitem assumir o pa- pel da mãe na cozinha por ex. Nessa fase a crianca acha que o mundo pertence a ela, que suas vontades devem ser atendidas, prncipalmente pelas pessoas que as cercam. Compartilhar brinquedos, atenção, pessoas e espaço e uma tarefa um tanto dificil nessa fase do desenvolvimento, pois a criança ainda lida com o mundo através de si mesma. Brincadeiras coletivas são importantes na desconstrução do egocentrismo, pois na medida em que a criança compartilha o que acha que pertence a seu mun- do, novas possibilidades surgirão. Crianças possuem maneiras múltiplas de explorar brincadeiras, não é porque a criança sente satisfação em brincar sozinha que necessariamente é egocêntica, muitas vezes a mesma é tímida ou sente-se confortável com tal ação, cabe ao adul- to perceber tais ações, pois respeitar a vontade e a singularidade de cada indivíduo 16 e importante para um crescimento e desenvolvimento saudável. Um exemplo muito interessante é quando a menina prefere brincar com suas bonecas sozinha, sem a intervenção de adultos ou até mesmo de outras crianças, talvez ela esteja apenas reproduzindo o que presencia diariamente, pois a mae cuida dela sozinha sem o au- xílio da figura paterna, isso traz um realismo maior pra a brincadeira. Contudo, cabe ressaltar que a observação deve ser contínua pois a fase ego- cêntrica deverá preferencialmente ter substituída por atos de amor e compaixão, atos esses que serão estimulados no ambiente familiar, escolar e social. O animismo é uma característica importante pois traz intencionalidade a tudo, portanto as coisas se tornam boas por que são bonitas ou ruins por não serem da cor que a criança gosta. Na fase do “ porquê” a crianca está descobrindo o mundo através do adulto, assim, buscando nele as respostas de suas dúvidas e curiosidades. Algumas per- guntas são de forte impacto para os adultos, um bom exemplo são as perguntas so- bre morte e sexualidade, lembrando que é extremamente importante nunca deixar a criança sem resposta, pois poderá frustá-la. Uma maneira bem interessante é fazer a crianca pensar, perguntar a ela o que ela acha, isso trará reflexão, e mesmo que a criança reflita e tenha sua resposta ou opinião é importante que o adulto responda com cuidado, pois a capacidade de compreensão de algumas coisas ainda é pequena. É importante que trate assuntos complexos com naturalidade e de forma lúdica, sem espantos ou constrangimentos. O final desse estágio coincide com o início da alfabetização. Assim, a criança será inserida em um mundo onde poderá buscar suas próprias respostas, logo, ini- cia-se uma fase um pouco mais autônoma, em contrapartida também aumenta brus- camente a curiosidade pelo mundo e as coisas que nos cercam. Cabe ao adulto dei- xar que a crianca explore esse mundo novo, seja com brincadeiras, perguntas, pes- quisas ou por meio da integração e socialização com seu novo meio social e intelec- tual. É importante que as criancas tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham modos variados de compreendê-los e representá-los (RCNEI, v.3 p. 166). 17 1.4 AUTONOMIA Em muitos momentos achamos as crianças tão pequenas que acabamos po- dando sua capacidade de ser um ser autônomo, com habiidades e com possibilida- de de cumprir tarefas. Assim, quando a autonomia é dada a essa crianca, há um impacto positivo na função executiva, um dos pilares do desenvolvimento cognitivo. É importante ressal- tar que essa função engloba a memória de trabalho, o raciocínio, a capacidade de resoluções de problemas e flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planeja- mento e execução de atividades. Além disso, a autonomia infantil representa uma condição imprescindível para a construção da personalidade da criança, permitindo que, futuramente, ela possa construir conflitos de maneira acertiva e crítica.Dependendo da idade algumas mu- dancas de habitos serão interessantes para que a crianca comece a ter liberdade em sua rotina, assim, deixando que a crianca desenvolva sua autonomia no dia a dia. A autonomia começa a partir do momento em que a criança começa a se ali- mentar sozinha, escolher e buscar seus brinquedos e demonstrar satisfação e frus- tração em algums momentos do seu cotidiano, vale ressaltar que é importante e fundamental que o adulto dê liberdade para tais ações, deixando que a criança ex- plore e perceba sua capacidade como um ser ativo e com possibilidadede cresci- mento intelectual e autõnomo. O estímulo durante a construção das brincadeiras é muito importante, dar au- tonomia na criação das mesmas e uma maneira rica de estimular, pois ajudará a cri- ança a se adaptar mais rapidamente ao mundo. Encorajar a crianca é a palavra-chave durante o processo de autonomia, dei- xar que a mesma encare pequenos desafios, resolva pequenos conflitos, faça suas escolhas, diga suas preferências, explore um mundo novo, nunca impedindo que a criança desenvolva sua capacidade de apredizagem e autonomia. Contudo, deixar que a criança faça suas próprias escolhas é diferente de deixá-la mandar, pois den- tro da autonomia deverá haver bom senso, não deixando a criança fazer apenas 18 oque decidir, pois ainda não existe essa capacidade de interpretação, e caberá ao adulto orientá-la de maneira clara e objetiva. Manter o ambiente escolar e doméstico organizado e uma maneira simples de estimular e aprimorar a autonomia, pois a criança precisa aprender e compreender que, seus ambientes de convívio devem estar organizados e que é dever dela man- tê-los assim, logo, brinquedos e pertences pessoais devem ser organizados pelas mesmas, mesmo que a ação necessite do auxílio de um adulto. Muitos pais e professores tema péssima mania de achar que a criança preci- sa comer tudo que lhe é oferecido, assim, tirando totalmente a automia e o poder de escolha das crianças, logo, alimentos devem ser oferecidos de maneira múltipla e variada, contudo, estimular a crianaca a experimentar é fundamental, o que não obriga a mesma a apreciar o que lhe foi oferecido. Adultos tem o poder de suas escolhas, e devemos entender que a criança é um ser que possui seus direitos e devemos respeitá-los, assim como suas preferên- cias. Com o passar dos anos , as crianças vã o aprimorando cada vez mais a ca- pacidade de fazer suas escolhas, assim o adulto que poda, na verdade está impe- dindo a criança desenvolva aprendizagens relacionadas à identidade e à autonomia. Dessa forma, é possivel proporcionar momentos importantes para o desen- volvimento da autonomia e da socialização e despertar nas crianças a conciência de que todos nós temos o papel de cidadões na sociedade, começando em casa e na escola. A partir desse momento a criança já possui autonomia para respeitar, mudar e criar suas próprias regras, de acordo com o contexto social que está inserida. A regra não é mais um coisa exterior, ela é livre para ser transformada de acordo com as necessidades do coletivo. Passa de sagrada e imutável para uma ” construção progressiva e autonôma” (id., p. 64). 1.5 AFETIVIDADE Conforme a enciclopédia Larrousse (1998, página 1956) “afetividade é o con- juto de fenomenos psiquicos em que se manisfestam sentimentos, paixões acompa- 19 nhadas sempre da impressão de dor, insatisfação, agrado, alegria ou tristeza”. A afe- tividade então participa e contribui rotineiramente na construção da formação do su- jeito social; A afetividade presente em vários momentos de nossas vidas, ou melhor, em todo nosso cotidiano, vem sempre acompanhada de algum tipo de sentimento. Os pais são as primeiras fontes de afetividade, são o espelho inicial deles, e a afetivida- de tem um papel imprecindível na educação. É importante ver a crianca como um ser individual, autonômo e feliz. A afetivi- dade nao se dá apenas pelo contato fisico, mas sim por palavras, olhares e gestos. Uma crianca que convive em ambiente afetivo cresce feliz e consequentemente terá afeto para com o outro. Conforme Fiori (1981, p.1) A afetividade é a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. È o estado psicológico que permite ao ser humano demostrar os seus sentimentos e emoções a outro ser ou objeto. Em psicologia, o termo afetividae é utilizado poara designar a suscetibilidade que o ser humano experimenta perante deteminadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si prório. Tem por constituinte fundamental um processo cambiante no ambito das vivencias do sujeito em sua qualidade de experiencias agradaveis ou desardáveis. (Fiori 1982, p.1). A palavra afeto vem do latim affectur, e significa afetar, tocar, constitui o ele- mento básico da afetividade. A afetividade, por sua vez, se refere a ações e reações que acontecem no interior do ser humano, mas interferem o seu exterior, ou seja, sentimentos e emoções influenciam a mente. Ela e a inteligência sao aspectos indis- sociáveis, intimamente ligados e influenciados pela socialização. Isto porque e atra- vés do que a criança vê nas relações entre as pessoas com quem convive, que ela comeca a criar dentro de si os sentimentos que seguidamente serão manifestados por seus comportamentos. A criança pode manifestar emoções negativas ( como por exemplo, medo ou raiva), ou emoções positivas ( como amor e alegria), dependendo dos estímulos que recebe em seu ambiente familiar, que é onde se dá o relacionamento mais importan- te para sua formação emocional, cognitiva, social. 20 Qualquer estado afetivo, agradável ou penoso, ainda que vago, e que se manifesta por uma descarga emocional física ou psíquica, imediata ou adiada. O afeto traduz as emoções representadas e corresponde as sensações. (CASTRO, 2011, p. 27). 21 CAPÍTULO II JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL Jogos e brincadeiras eram utilizados como recurso educativo já na Grécia e Roma Antiga. Kishimoto (2003) nos traz o relato do uso de ações educativas utiliza- das com o lúdico em jogos e brincadeiras já nesta época, e mais recentemente, no século XIX, o avanço do comércio e dos meios de comunicação possibilitaram o uso de jogos educativos no ensino de línguas vivas. Os filósofos da Grécia Antiga, Platão e Aristóteles, utilizavam o recurso de jo- gos e brincadeiras, e posteriormente, outros autores como Quintiliano, Montaigne e Rousseau também defenderam esta ação educacional. Outro grande defensor foi São Tomás de Aquino (século XIII), que entendia que a brincadeira e jogos tinham um papel importante no desenvolvimento educativo da criança. Na idade Média, os jogos eram admitidos sem reservas pela grande maioria do povo. Ao mesmo tempo, uma minoria poderosa e culta de moralistas rigorosos condenava-os quase todos de forma igualmente absoluta, e denunciava sua imorali- dade, sem admitir nenhuma exceção. A indiferença moral da maioria e a intolerância de uma elite educadora coexistiram durante muito tempo. Ao longo dos séculos XVII e XVIII estabeleceu-se um compromisso que anunciava a atitude moderna com relação aos jogos, fundamentalmente diferente da atitude antiga. A utilidade social dos jogos de azar, como os de cartas e os jogos esportivos eram belos de se ver, mas mal apropriados para se ganhar dinheiro. Os dados em benefício do cálculo e do esforço intelectual dos jogadores, e as inúmeras cenas de crianças jogando cartas, dados, gamão foi retratada pela arte e chegou até os nos- sos dias. O jogo sobre todas as suas formas, como o esporte, o jogo de salão e o jogo de azar, entre outros, ocupavam um lugar importantíssimo que se perdeu em nossas sociedades técnicas, mas que ainda hoje encontramos nas sociedades primitivas ou arcaicas: as salas de bilhar, as pistas de boliche, entre outros. Os humanistas renascentistas já haviam percebido as possibilidades educati- vas dos jogos, mas foram os colégios jesuítas que impuseram pouco a pouco às pessoas de bem e amantes da ordem com relação aos jogos. Os divertimentos re- 22 conhecidos como bons foram admitidos e recomendados, e considerados a partir de então como meios de educação. No fim do século XVIII, os jogos de exercícioreceberam outra justificativa e eles preparavam rapazes para instrução militar. Estabeleceu-se um parentesco entre os jogos educativos dos jesuítas, a ginástica dos médicos, o treinamento do soldado e as necessidades dopatriotismo. Os jogos de desafio estavam em moda. Este tipo de brincadeira se originou nos costumes da corte e em seguida passou para a canção popular e para as brin- cadeiras infantis. Os “jogos de outrora” tornavam-se provincianos, quando não infan- tis populares: a cobra cega, o jogo do assobio, a faca da bacia com água, o gentil, o homem que não ri, o pote do amor, o rabugento, a berlinda, o beijo embaixo do cas- tiçal e o berço do amor. Alguns destes se tornariam brincadeiras de criança, enquanto outros conser- variam o caráter ambíguo e pouco inocente que outrora fizera com que fossem con- denados pelos moralistas. Partimos de um estado social em que os mesmos jogos e brincadeiras eram comuns a todos as idades e todas as classes. O fenômeno que se deve sublinhar é o abandono destes jogos pelos adultos das classes sociais superiores, e simultane- amente, sua sobrevivência entre o povo e as crianças destas classes dominantes. 2.1 Revisão da lucidade na literatura Muitos desses jogos foram passados de uma geração para outra e permane- cem na memória ainda hoje. Os povos antigos já conheciam os jogos da amarelinha, jogar pedrinhas e empinar pipas. Os jogos tradicionais herdados pela memória cole- tiva são pelo prazer de brincar, com liberdade e espontaneidade. Kishimoto afirma que [...] a brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto todo – da vida natural/ interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] a criança que brinca sempre, com determinação auto ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto sacrifício para de seu bem e dos outros [...] O 23 brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (FROEBEL apud, KISHIMOTO, 2002, p.23). Assim, é preciso observar que as brincadeiras são representações mentais que são construídas pela criança, que irá desenvolver e criar realidades e novas formas de pensar. Os jogos têm diferentes origens de onde foram transmitidas. As regras ou as formas do jogo acontecer servem para a construção e o desenvolvi- mento da convivência, que faz parte da cultura infantil e expressão da cultura popu- lar, e se perpetuam nas gerações seguintes e constroem o desenvolvimento da con- vivência e da sociedade. O lúdico é, portanto, uma excelente forma para o educador compreender o papel e a importância do brincar na educação e na construção das ideias e conhe- cimentos, ao utilizar os jogos e brincadeiras como uma ferramenta educacional im- portante. De acordo com Vygostsky, o lúdico traz uma contribuição significativa pois o processo do conhecimento se faz de uma forma prazerosa, pois o aluno ao entender e assimilar as regras da brincadeira em questão constrói o aprendizado e leva este saber para a sua vida. Assim, é importante que o aluno permaneça motivado e a lu- dicidade é uma das formas mais eficazes para a consolidação do saber adquirido e do desenvolvimento da criança como um todo. O termo lúdico vem do latim ludus, que significa jogo. Com o passar do tempo esta expressão não é somente referida a jogos e brincadeiras, mas também se re- conhece como algo fundamental no processo do desenvolvimento psicológico e comportamental do ser humano. Ainda segundo Vygostsky, ao brincar a criança se envolve em um mundo de faz de conta, onde ela se realiza e interage com o mundo. Ao mesmo tempo que ela se diverte também aprende e se desenvolve cognitivamente e afetivamente. Ao adaptar as atividades envolvendo jogos e brincadeiras no contexto escolar, a escola consegue trabalhar a socialização, a interação e a afetividade dos seus alunos e es- timula os mesmos a entender o espaço social de cada um e a relação dos direitos e deveres de cada um. Por fim, a utilização da ludicidade é uma ferramenta eficaz pa- ra a construção da aprendizagem, na sua interação com o meio onde vive, seus sen- timentos, seus medos e anseios. 24 Outro autor que aborda a ludicidade é Wakskop (2009), onde o lúdico pro- porciona um bom desenvolvimento e uma forma agradável de aprender. Ao brincar, a criança estimula a sua independência, sensibilidade, desenvolve aspectos impor- tantes como a criatividade, interação social, desenvolvimento cognitivo, afetivo e comportamental. Quando o saber é adquirido através da ludicidade, a criança é modificada pe- lo processo da construção do conhecimento, ou seja, ela absorve as novas regras, a interação com o meio social e afetivo, o respeito aos colegas e professores. Desta forma, as atividades lúdicas proporcionam a formação da identidade do aluno. A ludicidade é fundamental e inerente no ser humano, não importa a idade, apenas ela se apresenta de formas diferentes e de grande valor para a humanidade em geral. Antunes (1992, p. 13) afirma que é “uma capacidade de resolver proble- mas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes cultu- rais ou comunitários”.“Os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a cons- trução de um novo conhecimento” (ANTUNES, 2002, p. 38). 2.2 A ludicidade no ensino infantil Os educadores têm, de uma forma em geral, experimentado dificuldades na transmissão do conhecimento. Com o auxílio do lúdico como uma ferramenta impor- tante, o ensino torna-se mais prazeroso e agradável, ao utilizar as brincadeiras in- fantis e os jogos com intenção pedagógica. Além disso, atividades que contenham jogos e brincadeiras faz com que o aluno alcance melhor desempenho no conheci- mento. É vantajoso para o professor utilizar as práticas escolares com o auxílio da ludicidade, pois potencializa no aluno sua capacidade cognitiva, psicomotora, afetiva e social. Conforme o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (Brasil, 1998, p. 30): 25 O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Finalmente, a utilização da ludicidade proporciona ao docente a possibilidade de mediação e indução, possibilitando uma aprendizagem significativa e o desenvol- vimento de novas habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras. Além disso, ele tem condições de alterar o processo no decurso das atividades para que o aluno possua plenas possibilidades de adquirir novas habilidades ao aprender brincando. 2.3 O brinquedo É um meio de demonstra as emoções e criaçõesdacriança.No modo de pen- sar e agir de uma criança são diferentes do modo de pensar e agir de um adulto. Brinquedos muitas vezes ajudam no desenvolvimento da vida social da criança es- pecialmente aquelas usadas em jogos cooperativos .O brinquedo envolve regras que embora não sendo definidas se originam da imaginação mostrando que o papel que a criança representa e a sua ligação com objeto serão originados sempre de regras .Qualquer tipo de brinquedo traz consigo uma relação de aprendizagem bem como educativa. Quando uma criança confecciona seu próprio brinquedo aprende com seu trabalho transforma matérias primas oriundas da natureza em objetos novos que vão se constituir em um novo objeto ou seja novo brinquedo. Para Oliveira(1984,p.44), o brinquedo educativo se autodefine com agente de transmissão metódica de conhe- cimentos e habilidades que antes de seu surgimento não eram veiculadas as crian- ças pelos brinquedos. Simboliza, portanto, uma intervenção pedagógica ao entrete- nimento da criança como: a) BRINCADEIRA DE PULOS: Tem como objetivode trabalhar a coordena- ção sensório motora, habilidade no saltar,atenção e concentração. b) PREPARAÇÃO:em fileira atrás da linha de partida traçada no chão. 26 c) DESENVOLVIMENTO: Ao sinal dado as crianças avançam saltando de pés juntos acompanhando a contagem compassada do professor não de- vendo dar mais que um salto por tempo. Depois do quinto pulo acriança que tiver conseguido vencer a maior distância será considerada vitoriosa e todos voltarão a linha de partida para recomeçar o jogo. É importante ressaltar que os efeitos positivos das brincadeiras começaram a ser investigados pelos pesquisadores que consideram ação lúdica como facilitadora para a criança adquirir conhecimentos, habilidades e compreensão de mundo, além de ser um fator importante para as relações com o outro. Para Vygotsky, o aprendizado e desenvolvimento estão interligados desde o primeiro dia de vida e é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. No brinquedo a criança sempre tem um comportamento além da sua idade. É na brincadeira que a criança propõe desafios para além do seu comporta- mento diário levantando hipóteses e saídas para situações que a realidade lhe im- põe. 2.4 Aplicação de jogos e brincadeiras Os jogos e brincadeiras são atividades para desenvolver o físico, psíquico, social e emocional da criança. Se observa que há algumas tendências no qual os professores utilizam jogos e brincadeiras que exige mais raciocínio lógico dos alunos. O desenvolvimento da capacidade de raciocínio e atenção depende em grande parte de experiências moto- ras:manusear, pegar,agarrar.Inteligência motora é saber agir corretamente no instan- te exato.Kishimoto (2002) ainda comenta que os jogos de construção são conside- rados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial estimular a cria- tividade e desenvolver as habilidades das crianças. KISHIMOTO (1993, p.15) afirma: Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras 27 critérios e sentidos possibilitando assim um convívio mais social e democrático por- que enquanto manifestação espontânea da cultura popular os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social. Brincando e desapegando todos os dias sendo assim será proposto aos pais através de folders e pequenos bilhetes estimularem a doação de brinquedos em ins- tituição de ensino. Por que não brincar com a mesma criança que está brincando com o brinquedo que estou doando? Esta seria a maneira mais divertida e estimu- lante brincar aprender desenvolver e ajudar outras crianças tudo em uma só ação. De acordo com o Macedo (2005) o brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil. a principal atividade das crianças quando não estão dedicadas as necessi- dades de sobrevivência como o repouso e a alimentação Todas as crianças brincam se não estão cansadas, doentes ou impedidas. As crianças brincam pelo prazer de brincar, assim a trabalhar a imaginação e a criatividade, vai aprimorando a inteligên- cia emocional, aumentando a integração com os colegas, promovendo assim, o de- senvolvimento e um crescimento sadio. Kishimoto (2002) falasobre a importância do jogo e da brincadeira na educa- ção infantil. Em sua pesquisa ele procura mostrar a necessidade que a criança tem em brincar no seu mundo imaginário e é onde cria movimentos, pensamentos e sen- timentos. Essas atividades podem ser um jogo, uma brincadeira ou alguma outra atividade de relação coletiva ou que o sensibilize tais como: • CORTINA DE NAILON – Tem como objetivo de estimular o tato ela in- tegra o ambiente. A criança viaja no faz de conta assumindo o papel de herói, professor, astronauta e todos os outros que a imaginação man- dar nos jogos de regras ela toma contato com o comprimento de nor- mas o que exige concentração, raciocínio e uma dose de sorte. • JOGOS DE ENCAIXAR- é uma atividade que requer atenção da crian- ça, pois as peças podem ser empilhadas e encaixadas uma na outra criando formatos e descobrindo o que eles podem fazer com elas. Quando um bebê mexe em um chocalho pela primeira vez leva um susto e não entendi onde vem o barulho que escutou balança várias vezes a cabeça e observa com o movimento os olhos. • BOLAS- Ao chutar a bola e acertar em minicestas ou na boca da pa- lhoça, lançar para um amigo, têm como objetivo de trabalhar a coorde- 28 nação e atenção. O brincar e o brinquedo criam na criança uma nova forma de desejos.Relacionandoseus desejos a um fictício ao seu papel no jogo e suas regras.Dessa maneira as maiores aquisições de uma criança estãona aquisição do brinquedo;aquisições que no futuro tornar se seu nível básico de ação e moralidade. • BRINCADEIRA DIRIGIDAS – Os alunos ao entrar na sala foram orien- tados pela professora a explicar a brincadeira que tinha como objetivo trabalhar a habilidade de observar de se comunicar verbalmente, de comunicar com precisão e memória visual e auditiva de curto prazo. A professora colocou no chão os dois cavalinhos de pau, dois livros e uma almofadas grandes em forma de lápis. As crianças se sentaram em grupos de dois uma de frente para os objetos no chão e outra de costas para esses objetos. As crianças inventaram algumas brincadei- ras uma de esconde – esconde e outra de achar o chapéu correspon- dente a cada fantasia. Os cavalos de pau fizeram o maior sucesso.Foi criado também um teatro de fantoche com um palco que havia na sa- la.Algumas vezes elas ainda ficavam sem saber o que fazer passando de um brinquedo a outro. • BRINCADEIRA TELEFONE-SEM-FIO:desenvolver a atenção a concen- tração e a linguagem oral.A criança fala uma palavra ou frase (o segre- do) ao ouvido do outro colega ao lado de modo que os demais partici- pantes não escutem ou descubram imediatamente qual é o segredo. • BRINCAR DE FAZ-DE-CONTA: As crianças buscam imitar,imaginar, representar e comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra que uma pessoa pode ser uma personagem que uma criança pode ser objeto ou um animal que um lugar faz de conta que é outro brincar é assim um espaço no qual se pode observar a coordenação das experiências previas das crianças e aquilo que os objetos manipu- lados sugerem ou provocam no momento presente.Esse tipo de brin- cadeira não é tão simples como parece e ajuda a criança a desenvol- ver muitas habilidades.brincando com bonecas muitas vezes as bone- cas tornam-se versões da própria criança e são um meio seguro de expressar ideias e sentimentos. 29 A criança constrói suaautoestima quando descobre que pode ser qualquer coisa através da sua imaginação .Quando utilizamos a linguagem do faz de conta as crianças enriquecem sua identidade porque podem experimentar outras formas de se pensar ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papeis sociais e pessoas ao desempenhar vários papeis sociais ou persona- gens. Na brincadeira vivenciam concretamente a elaboração e negociação de re- gras de convivências assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos das emoções e das construções humanas. 1. INTELECTUAL- desenvolvendo habilidades como resolução de pro- blemas criatividade organização e planejamento, costumes e cultura familiares, aplicação de conhecimento na prática até na matemática. 2. FÍSICO - estímulo de coordenação motora e coordenação espacial. 3. EMOCIONAL-aumento de auto- estima orgulho próprio desenvolvimen- to da sensação de segurança e proteção reconhecimento de sentimen- tos. 4. SOCIAL - papeis sociais visão do seu lugar na família compartilhar co- locar-se no lugar do outro controle da impulsividade reconhecer os pontos fortes dooutro. O brincar é um precioso momento de construção pessoal e social é permeado pelo eixo de trabalho denominado movimento no qual a criança movimenta-se cons- truindo sua moralidade e afetividade perante as situações desafiadoras e significati- vas presentes no brincar e inerente a produção social do conhecimento. 30 CAPÍTULO III – JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Os jogos e brincadeiras não são algo recente (como vimos no capítulo 2), mas fazem parte da história e cultura da humanidade, e contribuem com a dinâmica social e cultural. Assim sendo, torna-se um instrumento valioso para ser utilizado na contribuição da construção do conhecimento e de uma aprendizagem significativa. A educação inclusiva pode ser considerada como um processo em que o alu- no é valorizado como indivíduo dentro da sua cultura e sociedade, onde a prática da educação é realizada de forma que alcance a cidadania plena. Em relação à educação inclusiva, o lúdico pode ser utilizado como um grande aliado aos docentes no ensino, proporcionando aos alunos de educação especial um pleno desenvolvimento de suas capacidades motoras, intelectuais e de integração social. Também na educação inclusiva, o ensino e aprendizagem quando construído com o auxílio da ludicidade faz com que o aluno seja ativo no processo do conheci- mento, com consciência crítica, aprendizagem significativa einteração social. 3.1 Educação inclusiva e o brincar Num sistema democrático, a educação é o principal pilar de uma sociedade e peça chave na capacitação dos membros desta sociedade a exercerem os ofícios e funções dentro dela. Assim sendo, é de vital importância que é que o ensino seja realizado com propostas pedagógicas que incluam a cidadania e a integração de todos no processo escolar. É neste contexto que entra a educação inclusiva. O principio dela é que todos fazem parte do processo escolar e que é necessário respeitar as diferenças de cada um. Uma instituição inclusiva é aquela que percebe as necessidades dos seus alu- nos:entendimento de que eles não tem o mesmo ritmo e o tempo na construção da aprendizagem e que é preciso construir um processo educativo que leve em conta estes aspectos na proposta pedagógica da escola. 31 Desta forma, teremos uma educação que inclui todos os indivíduos inseridos no processo escolar e promove um ensino de qualidade para todos os alunos. Isso inclui alunos com deficiência ou que tenham necessidades especiais para uma aprendizagem significativa e a inclusão deles na sociedade de uma maneira efetiva (ARANHA, 2000, p. 45). Os professores que na sua prática educacional incluem ações inclusivas pro- movem um crescimento no ensino-aprendizagem com qualidade, onde a criança prende a conhecer, aprende a fazer, aprende a conviver, e, por último, aprende a ser (Delors, J.,Educação: um Tesouro a Descobrir. P. 89). Hoje a educação inclusiva se apresenta como uma excelente alternativa em relação ao ensino tradicional, que exclui muitos do processo e apenas privilegia os mais aptos a avançarem no sistema de ensino. Ela é também uma educaçao que investe na cidadania, na inclusão dos que tem dificuldades ou necessidades especí- ficas para poderem avançar no processo da aprendizagem e também mais tarde poder ser cidadãos ativos, conscientes, com autocrítica e plenamente capazes de exercerem as funções que a sociedade atualmente requer. No entanto, para que o docente possa exercer sua prática pedagógica para que estes objetivos de inclusão aconteçam, é importante que as medidas tomadas sejam adequadas e com atividades que tenham a eficiência necessária no decorrer do ano letivo. Assim, a introdução do lúdico é uma ferramenta útil e agradável para ser utilizada nas açoes educacionais. 3.2 Aplicação do brincar na educação especial Ao brincar, a criança cria e recria, coloca a imaginação em prática, colabora com os colegas, começa a confiar em si mesma e aprende novas regras. Isso impli- ca na exploração da potencialidade dos alunos, na criatividade, desenvolvimento do raciocínio e também da coordenação motora através dos gestos que exprimem as ideias e pensamentos. 32 A este respeito, temos que “a arte de brincar pode ajudar a criança portadora de necessidades especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que que cer- cam e consigo mesmo“(Vigotski, 2008, p.3). A importância de aplicar jogos e brincadeiras no contexto educativo da educa- ção especial é que eles são instrumentos eficazes para serem usados na prática educativa dos professores, pois contribuem para o crescimento intelectual, motor e de autonomia própria dos alunos. Os alunos divergem na forma como conseguem avançar no processo de aprendizagem: alguns sao visuais, outros auditivos, há os que tem mais facilidade no raciocínio lógico e ainda tem os que precisam de vários estímulos e conteúdos diversos para aprender o saber. Por isso, os recursos digitais e sonoro-visuais são importantes aliados que o professor pode usar na sua prática didática. Muitas brincadeiras e jogos foram elaborados pelos docentes para estimular o aprendizado das crianças com necessidades especiais e são uma excelente ferra- menta pedagógica de apoio na educação inclusiva: 1. PIQUE BANDEIRA DE TABULEIRO. Eledemonstrou-se como uma boa alternativa na contribuição do multiletramento de crianças (https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro- auxilia-multiletramento-criancas/), onde através das hipóteses levantadas se constrói em grupo o nome dos objetos. A professora Leticia de Jesus, da cidade de Mesquita, RJ, aplicou este recurso na sua turma do segundo ano na Escola Municipal Dr Ely Baiense Vailante,onde fez um balanço positivo da aplicação deste jogo pedagógico. Havia na turma de 30 alunos duas crianças com dificuldades no processo de aprendizagem, uma com TDAH e outra autista. Este recurso pedagógico demonstrou ser eficiente na integração, colaboração e no auxílio da prática didática. 2. JOGOS DIGITAIS. A tecnologia digital pode ser uma importante aliada na elaboração de jogos pedagógicos na educação inclusiva. As crianças desde cedo tem contato com celulares, tablets e outros recursos multimídia. Assim, o professor que usar destes recursos com fins https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro-auxilia-multiletramento-criancas/ https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro-auxilia-multiletramento-criancas/ 33 pedagógicos para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem pode agregar estes meios como um instrumento de grande auxílio. O jogo que têm sido utilizado com sucesso com crianças com deficiência visual é o sistema digital chamado Dosvox (Borges, 2009, p.146), onde os jogos ali criados formavam um interesse dos alunos para prosseguir na próxima aula e assim trazendo motivação e colaboração dos alunos no decurso das atividades previstas. O Dosvox é composto de 28 jogos pedagógicos, e que utiliza diversas ferramentas com o estímulo do som para cegos ou com baixa nitidez visual. 3. Jogos de faz de conta são bem instrutivos para crianças com síndrome de Down e outras deficiências mentais. Ao analisar as reações das crianças em relação às regras do jogo, à realidade e à fantasia, à aparência dos ob- jetos analisados e a interação social no decorrer das brincadeiras, os pes- quisadores constataram que as crianças especiais, mesmo com a tendên- cia de interagir mais consigo mesmo do que as demais, apresentaram um balanço favorável no aprendizado da atividade lúdica (Victor, Ufes, 2003). 4. Jogos e brincadeiras são importantes ferramentas no ensino- aprendizagem de crianças autistas, pois favorecem a interação em sala-de- aula com seus demais colegas. Devido à patologia do autismo, onde a cri- ança vive isolada em seu mundo interior,é importante que o professor utili- ze técnicas e ações educativas que favoreçam o aprendizado delas e a in- teração social, dentro do contexto da educação inclusiva. As brincadeiras de caráter livre tiveram resultados mais favoráveis do que as brincadeiras dirigidas (CAMARGO, Porto Alegre, 2007.) 5. Em relação a crianças com deficiência física, os jogos e brincadeiras com adaptação (vôlei e futebol sentado, passes de bola e outros semelhan- tes), são uma proposta excelente, que ajuda na assimilação de novos con- ceitos pelos alunos, além do favorecer a coordenação motora, o físico, emocional e a interação com os demais colegas. 34 Portanto, pode-se verificar, portanto, que os jogos e brincadeiras são impor- tantes no auxílio do desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e social na educa- ção especial e inclusiva. As ações educativas utilizando o lúdico como ferramenta favorecem o desenvolvimento pleno dos alunos, ajudam a reconhecer a potenciali- zação de cada um, na coordenação motora, no interesse dos alunos em aprender, no aprimoramento da autoestima, na afetividade e na autonomia. 35 METODOLOGIA Os dados recolhidos para o desenvolvimento desta pesquisa e as análises re- ferentes às brincadeiras na primeira infância, no processo do cotidiano e de ensino- aprendizagem foram feitos via pesquisa investigativa, em meio a referências teóricas e artigos acadêmicos na área educacional e pedagógica. A escolha da temática “A importância do brincar na primeira infância” é de ex- trema importância, pois é na brincadeira que a criança irá adquirir conhecimentos de regras e valores, desenvolvendo o indivíduo para a vida social, e esses deverão ser incorporados de maneira lúdica e prazerosa, buscando assim a autonomia e o cres- cimento dos mesmos. A metodologia utilizada nesta pesquisa é de cunho bibliográfico, baseado em pensadores como Leontiev, Vigostski, Aranha, Macedo, Castro e Kishimoto, entre outros. Estes autores, nas suas obras, buscaram dar ênfase à brincadeira como principal estímulo de desenvolvimento às crianças desta fase. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações e pesquisas, onde foram de grande relevância, contribuindo diretamente na construção e conclu- são deste trabalho, enriquecendo o saber teórico de cada integrante que participou do mesmo. 36 RESULTADO E DISCUSSÕES Os jogos e brincadeiras fazem parte da história e da cultura da humanidade. Através deles, o homem cria, se diverte, simula novas situações e estratégias, ultra- passa os desafios diários e aprende a lidar com suas vitórias e derrotas. Ao brincar, o jogo e a brincadeira usam de simbolismo, que permite criar e re- criar a própria realidade, trazendo assim um novo significado. E é assim que o aprendizado no aspecto cognitivo e emocional se desenvolve, ocorrendo a interação social com o meio e os envolvidos na brincadeira, fomenta a imaginação e a criativi- dade. Quando o professor dá o espaço para a utilização dos jogos e brincadeiras nas atividades pedagógicas, ele está criando um espaço educativo que gera o inte- resse do aluno em aprender, em interagir uns com os outros e construir novas situa- ções que favorecem a aprendizagem significativa. Na prática educativa, podemos afirmar que existem dois tipos de brincadeiras: as dirigidas pelo professor e aquelas em que a criança tem o espaço para brincar com liberdade, criando ela mesma o tipo de brincadeira e como isso vai acontecer (Kishimoto, 1992). No primeiro caso, os jogos direcionados ou pedagógicos são importantes, pois ali o professor tem um objetivo definido ao propor a brincadeira aos alunos. As atividades que desenvolvem a coordenação motora, visual, melhorar o vocabulário são exemplos de jogos pedagógicos e que trazem benefícios no crescimento e de- senvolvimento da criança. Outro fator que deve ser levado em conta é o equilíbrio entre o lúdico e a parte educativa. Quando somente há a ludicidade têm-se perdas em relação ao aprendizado, tendo apenas o jogo em si como atividade; e quando predomina so- mente o pedagógico não há mais o prazer ou diversão, fica sendo apenas uma ativi- dade educacional. No entanto, é importante também permitir que a criança possa ter um tempo para brincar livremente, pois desta forma ela explora o ambiente em que se encon- tra, interage com os colegas, pois cria novas hipóteses e se desenvolve como ser social. Estes momentos são significativos para a criança, pois é este espaço que ela 37 pode usar da espontaneidade, fantasia, criação de suas próprias regras e atividades, sem o adulto controlando o rumo da brincadeira. A criança precisa ter estes momen- tos de puro lazer, de ócio, de um tempo livre onde pode se expressar, montando e desmontando seus brinquedos e muitas vezes montando seu próprio brinquedo com caixas de papelão ou outra embalagem qualquer. De acordo com a pesquisa feita neste trabalho acadêmico com base nos au- tores pesquisados, a ludicidade tem um papel importante nas práticas educacionais. Ela é, pois, uma ferramenta útil e relevante na construção do conhecimento, criando um ambiente educativo onde predomina a criatividade e a capacidade dos alunos, a interação social, numa educação de qualidade e de aprendizagem significativa. A utilização de jogos e brincadeiras como ferramenta didática mostra-se ade- quada e importante tanto na educação infantil como no contexto da educação inclu- siva. O ato de brincar favorece o desenvolvimento intelectual, físico, emocional e social da criança. No contexto da educação inclusiva, o professor que usar dos jogos pedagógicos fornece uma ampla estratégia para ter uma aprendizagem bem- sucedida também na educação especial. No ensino tradicional, ocorre a exclusão dos menos aptos ou com alguma di- ficuldade na aprendizagem, seja ela de natureza cognitiva ou mental, audiovisual ou física. A educação inclusiva permite, portanto, que estas crianças tenham o direito de avançar no processo do ensino-aprendizagem, na construção da cidadania, na for- mação de indivíduos críticos, autoconscientes e capazes de dar uma resposta posi- tiva no tocante às funções específicas de trabalho dentro da sociedade atual. No entanto, para que estes objetivos possam ser alcançados, é importante que o professor utiliza de técnicas adequadas para promover o aprendizado e a construção social destes alunos. E é aqui que entra a ludicidade como um instru- mento didático eficaz, pois o dinamismo, o raciocínio e a atenção despertada pelo jogo ou brincadeira são um facilitador no avanço do aprendizado e fornece também ao professor o aprimoramento da sua prática pedagógica. O desafio do professor é utilizar a motivação gerada pelos jogos e brincadei- ras para a construção de novos aprendizados, caso contrário será apenas atividades de lazer. É vital que o professor use de suas habilidades pedagógicas para que o brincar da criança se transforme em novas habilidades e saberes, potencializando a 38 produtividade, a criatividade, a consciência social, num processo de construção de uma aprendizagem rica e significativa. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao escrever esta monografia, foi possivel observar â importâcia das brincadei- ras no ambiente familiar e escolar. As pesquisas reafirmam a relevância do brincar no processo educacional da criança, contribuindo essencialmente para o seu desen- volvimento intelectual e social. Durante o curso de pedagogia consideramos de maneira mais ampla que a prática educativa participa do processo das relações sociais em que estão inseridos interesses de todos os lados: social, politica, economica e cultural que precisa ser compreendida pelos educadores, tendo em vista que estes desenvolvimentos de maneira interativa influenciam na aprendizagem da criança. Sabemos que participar da formação e do desenvolvimento das criançasen- globa grandes desafios e constantes busca de aprendizagens e conhecimentos para que possam ser transferidos e conquistados diariamente.Desta forma, proporciona o crescimento de cada ser,tendo por objetivo aprimorar a autonomia, atiçar a curiosi- dade, suprir suas necessidadescognitivas, emocionais de físicas e contribuindo em seu crescimento. O desafio será constante. Porém, com a certeza da satisfação e de saber que somos parceiros nesta pequena jornada trará reflexos para a vida inteira desta cri- ança, e esta é a nossa recompensa maior. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, C. Novas Maneiras de Ensinar- Novas formas de Aprender. Rio de Janeiro: Artmed, 2002. ARANHA, Maria Salete Fábio. A inclusão social da criança com deficiência: ensino especial. São Paulo: Rocca, 2000. BORGES, José Antônio dos Santos. Do Braille ao Dosvox – Diferença na vida dos cegos brasileiros. Rio de Janeiro, UFRJ/Coppe, 2009, p. 146. CAMARGO, S. P. H. Competência Social, Inclusão Escolar e Autismo: Um estudo de caso comparativo. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Universidade Federal do Rio grande do Sul. Porto Alegre, 2007. CASTRO, Edileide. Afetividade e limites: uma parceria entre família e escola. 3. ed., Rio de Janeiro:Wak Editora, 2011. DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Brasília, DF: MEC/UNESCO, 2003. https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro-auxilia- multiletramento-criancas/, acesso em 10/11/2019. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003. REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCACAO INFANTIL, VOL.3 BRASILIA 1998. LAROUSE, Enciclopédia, Nova Cultura, Rio de Janeiro: O Globo, 1998. LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978. MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sicoli; PASSOS, Norimar Christie. Os jogos e o lúdico na aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2005. OLIVEIRA, Paulo Sales. O que é brinquedo. São Paulo: Brasiliense, 1984. VIGOTSKY L, S. A formação social da mente. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Victor, S. L. Aspectos presentes na brincadeira de faz-de-conta da criança com síndrome de Down. UFES, 2003. WAJSKOP, Gisela. O brinquedo como objeto cultural. Revista Pátio Educação Infantil, Porto Alegre – RS, Ano V, n. 15, p. 39-41 - Nov. 2007/ Fev. 2008. https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro-auxilia-multiletramento-criancas/ https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/jogo-pique-bandeira-tabuleiro-auxilia-multiletramento-criancas/
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