Buscar

registrodeprecosesuaspeculiaridades

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE 
FACULDADE DE DIREITO, CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
Davison Monerat Viana 
 
 
 
 
 
 
REGISTRO DE PREÇOS E SUAS PECULIARIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Governador Valadares 
2012 
 
 1 
DAVISON MONERAT VIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGISTRO DE PREÇOS E SUAS PECULIARIDADES 
 
 
Monografia apresentada como requisito 
para obtenção do grau de bacharel em 
Direito pela Faculdade de Direito, Ciências 
Administrativas e Econômicas, da 
Universidade Vale do Rio Doce. 
 
Orientador: Fabiano Batista Corrêa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Governador Valadares 
2012 
 
 
 2 
DAVISON MONERAT VIANA 
 
 
 
REGISTRO DE PREÇOS E SUAS PECULIARIDADES 
 
 
Monografia apresentada como requisito 
para obtenção do grau de Bacharel em 
Direito pela Faculdade de Direito, Ciências 
Administrativas e Econômicas, da 
Universidade Vale do Rio Doce. 
 
 
Governador Valadares, ____ de _______ de 2012. 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Fabiano Batista Corrêa - Orientador 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. 
Universidade Vale do Rio Doce 
 
 3 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus, pela vida que me reservou. 
Aos meus pais que fez de suas vidas o alicerce para a construção do meu 
caráter e da minha formação moral e intelectual. 
A minha namorada, Gal, por compreender a minha ausência, pelo apoio, 
carinho e amor. 
Ao meu orientador Fabiano Batista Corrêa pela confiança depositada e pela 
disponibilidade de me orientar para a realização deste estudo monográfico. 
Aos professores pelas experiências que por eles me foram transmitidos. 
Aos meus amigos, pela convivência prazerosa durante os cincos anos de 
faculdade. 
A todos que de uma forma ou de outra, torcem pela realização de meus 
objetivos. 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Sistema de Registro de Preço, não é a panacéia de 
todos os males, mas seguramente, acarreta profundas 
mudanças nas contratações e, certamente, no futuro, 
representará significativo ganho nas contratações em geral. 
Jacoby Fernandes 
 
 5 
RESUMO 
 
 
Este estudo tem como objetivo conhecer melhor o Sistema de Registro de Preços - 
SRP, sua sistemática, seu conceito, sua inserção no processo histórico da licitação, 
mostrando quais são as vantagens e desvantagens do sistema. Como técnica 
aplicada, destaca-se a da pesquisa bibliográfica que versam sobre o tema elegido. 
Atualmente, o conhecimento do procedimento licitatório previsto na Constituição 
Federal de 1988, e regulamentado pela Lei de Licitações e Contratos, visa a atender 
objetivo precípuo da Administração Pública, ou seja, o interesse público - balizador 
de todo e qualquer ato administrativo, além de promover a igualdade de condições 
aos interessados em vender ou comprar do Estado. Assim, é uma poderosa 
ferramenta para o procedimento de compras na Administração Pública, possui 
características próprias e promove maior flexibilidade ao processo. Os resultados 
indicaram que o Sistema de Registro de Preço tem vantagens sobre as licitações 
para a aquisição de bens e serviços, com rapidez, proporcionada pela redução das 
quantidades de licitações contínuas para a aquisição de um mesmo objeto ou de 
objetos semelhantes. 
 
Palavras-chave: Sistema de Registro de Preços. Licitação. Contrato. 
 
 6 
ABSTRACT 
 
 
This study aims to better understand the Registration System Prices - SRP, structure, 
concept, its insertion in the historical process of bidding, showing what are the 
advantages and disadvantages of the system. As applied technique, we highlight the 
research literature that deal with the theme chosen. Currently, knowledge of the 
bidding procedure provided for in the Constitution of 1988 and regulated by the Law 
of Contracts and Procurement, seeks to meet the primary objective of the Public 
Administration, or the public interest - yardstick of any administrative act, and to 
promote a level playing field for those interested in selling or buying of the state. 
Thus, it is a powerful tool for the procedure of purchasing in Public Administration, 
has its own characteristics and provides more flexibility to the process. The results 
indicated that the registration system has advantages over the price bids for the 
purchase of goods and services, quickly, caused by the decrease of the quantities of 
solid bids for the purchase of the same object or similar objects. 
 
 
Keywords: Prices Registration System. Bid. Contract. 
 
 7 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
CF - Constituição Federal 
MARE - Ministério da Administração e Reforma do Estado 
MPOG - Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão 
SRP - Sistema de Registro de Preços 
TCSP - Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 
TCU - Tribunal de Contas da União 
 
 8 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9 
2 DA LICITAÇÃO................................................................................................... 11 
2.1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DE LICITAÇÃO................................... 11 
2.2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO........................................................................... 14 
3 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS............................................................ 20 
3.1 BREVE HISTÓRICO DA NORMALIZAÇÃO DO SRP...................................... 20 
3.2 CONCEITO DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS............................... 25 
3.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS................ 28 
3.4 POSSIBILIDADES DO USO DO SRP PARA SERVIÇOS............................... 30 
4 A OBRIGATORIEDADE E A IMPLANTAÇÃO DO SRP.................................... 33 
4.1 OBRIGATORIEDADE DO SRP........................................................................ 33 
4.2 IMPLANTAÇÃO DO SRP................................................................................. 35 
4.3 VANTAGENS DO SISTEMA............................................................................ 36 
4.4 DESVANTAGENS DO SISTEMA..................................................................... 40 
5 CONCLUSÃO..................................................................................................... 42 
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 44 
ANEXO................................................................................................................... 48 
 
 
 9 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A proposta desta pesquisa é desenvolver o tema “Registro de Preços e suas 
Peculiaridades”, verificando os procedimentos para sua implantação, as 
características, mostrando suas vantagens e desvantagens, uma vez que o SRP é 
um procedimento especial de licitação, que se efetiva pelas modalidades 
concorrência ou pregão, em que se pretende selecionar a proposta mais vantajosa, 
com observância do princípio da isonomia, para futura e eventual contratação pela 
Administração. 
A licitação, exigida pelo inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal de 1988, 
cumpre o papel fundamental do Estado, ou seja, garantir a igualdade de tratamento 
a todos os administrados que tenham interesse em manter relaçõescomerciais com 
a Administração Pública. Para assegurar esse direito regulamentando o dispositivo 
constitucional invocado, foi editada a Lei n. 8.666, em 21 de junho de 1993, tendo 
sofrido alterações através das Leis n. 8.883, de 8 de junho de 1994, n. 9.648, de 27 
de maio de 1998 e n. 9.854, de 27 de outubro de 1999, sendo que esta última 
determina a comprovação do cumprimento do inciso XXXIII do art. 7º da CF, por 
parte dos licitantes e dos contratados, relativo à proibição de trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores 
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. 
Assim, a Lei n. 8.666/1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos -
incluiu em seus dispositivos o Sistema de Registro de Preços - SRP, mecanismo que 
as entidades da administração e pela Administração Pública dos Estados e dos 
Municípios deve adotar, sempre que possível, para aquisição de bens comuns e 
rotineiros. 
Nesse sentido, surge o seguinte questionamento: até que ponto a sistemática 
do registro de preços, prevista em lei, tem promovido maior flexibilização ao 
processo para o procedimento de compras e contratação da Administração Pública? 
Como objetivo tem-se conhecer melhor o Sistema de Registro de Preços, sua 
sistemática, seu conceito, sua inserção no processo histórico da licitação, mostrando 
quais são as vantagens e desvantagens do sistema. 
Justifica-se a escolha do tema proposto por ser de grande relevância para a 
sociedade em geral e em especial, para todos os aplicadores do direito, pois trará 
 10 
enriquecimento teórico dos procedimentos para o registro formal de preços, para 
contratações futuras, sendo de especial utilidade na busca de eficiência na 
Administração Pública. 
Destaca-se como técnica a pesquisa bibliográfica. O texto está estruturado 
em cinco seções, sendo a primeira a introdução. Na segunda, estão as 
considerações sobre a licitação, incluindo o conceito, natureza jurídica e seus 
princípios. A terceira seção aponta considerações sobre o Sistema de Preços com 
um breve histórico da normalização, conceito e características. A quarta parte 
apresenta a obrigatoriedade e a implantação do Sistema de Registro de Preços, 
referindo-se também às vantagens e desvantagens do sistema. Ao final são 
apresentadas as conclusões do trabalho. 
 
 
 11 
2 DA LICITAÇÃO 
 
 
2.1 CONCEITO E NATUREZA JURIDICA DE LICITAÇÃO 
 
 
 Atualmente, o instituto da licitação assumiu grande importância, devido ao 
aumento na esfera de atuação da Administração Pública, por meio do desempenho 
de novas funções exigidas pela complexidade da vida moderna. A Administração 
Pública lançará mão da licitação toda vez que for comprar bens, executar obras, 
contratar serviços, ou conceder a um terceiro o poder de, em seu nome, prestar 
algum tipo de serviço público, como é o caso das concessões. 
A Constituição Federal de 1988, art. 37, inc. XXI (BRASIL, 2011a), já citado 
na introdução deste estudo, criou bases, nas quais mais tarde, em 21 de junho de 
1993, assentou-se a Lei Federal n. 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações e 
Contratos Administrativos1. 
CARVALHO FILHO2 acrescenta que “outros dispositivos constitucionais que 
preservem a moralidade pública terão sempre pertinência com o tema, haja vista 
que se trata de princípio fundamental da Administração”. 
 De acordo com GRANJEIRO3, o objetivo da Lei n. 8.666/1993 é estabelecer 
normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, 
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos 
Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ressalta o 
autor, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da 
Administração Pública e particular, em que haja um acordo de vontade para a 
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a 
denominação utilizada. 
 
1
 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 
1988. Vade Mecum Acadêmico de Direito. Organização Anne Joyce Angher. (Coleção de Leis 
Rideel). São Paulo: Rideel, 2011a. 
2
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro, 
Lumen Juris, 2010,p.57 
3
 GRANJEIRO, J. Wilson. Manual de direito administrativo moderno. 26. ed. Brasília: Editora 
VESTCON, 2005. 
 
 12 
Dessa forma, o acordo de vontades é essencial ao contrato, sem o que se 
desconfiguraria. É do consenso que nasce o contrato. Ou seja, é a necessidade que 
impulsiona a vontade dos contratantes. 
As normas gerais de licitação são de competência da União, de acordo com 
CF /1988. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, 
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1º, III4. 
 
Assim, a Lei n 8.666/1993, como lei nacional, submete Estados, Municípios e 
o Distrito Federal ao dever de obediência a seus preceitos gerais sobre licitações. 
Para conceituar a licitação, de forma objetiva, não se pode deixar de 
considerar dois elementos. O primeiro é a natureza jurídica do instituto, ou seja, 
como este se insere dentro do quadro jurídico. O segundo consiste no objetivo a que 
se preordena o que constitui a própria ratio essendi desse instrumento (art. 3º da Lei 
n. 8.666/1993). 
Sendo assim, fincados em tais elementos, segundo CARVALHO FILHO5 
pode-se conceituar licitação como: 
 
Procedimento administrativo vinculado por meio do quais os entes da 
Administração Pública e aqueles por ela controlados seleciona a melhor 
‘proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos 
- a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, 
artístico ou científico. 
 
Tal procedimento, que tem por escopo a Lei n. 8.666/1993, deve ser 
expressamente realizado pelo administrador público, a ele vinculado de forma a 
obrigar legitimamente a sua realização segundo os princípios da supremacia do 
interesse público e da legalidade. Tais princípios são para DI PIETRO6, "dois 
princípios fundamentais e que decorrem da assinalada bipolaridade do Direito 
 
4
 BRASIL.Op. Cit. 2011, p. 27. 
5
 CARVALHO FILHO. Op. Cit. 2010, p. 258. 
6
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008, 
p. 62. 
 
 
 13 
Administrativo - liberdade do indivíduo e autoridade da administração pública, pilares 
que são no tocante à contratação pelo ente público”. 
De acordo com JUSTEN FILHO7: 
 
Licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato 
administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de 
proposta de contratação mais vantajosa, com observância do princípio da 
isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica. 
 
 Para MEIRELLES8: 
 
Licitação é o procedimento administrativo, mediante o qual a Administração 
Pública seleciona a proposta mais vantajosa par ao contrato de seu 
interesse. Com o procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão 
ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o 
que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator 
de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. 
 
Portanto, a licitação é seleção da melhor proposta, feita segundo critérios 
objetivos previamente estabelecidos, que ocorre entre as apresentadaspor 
interessados que pretendem contratar com a Administração Pública, que atenderem 
ao seu chamamento, promovido mediante instrumento convocatório, genericamente 
chamado de edital, disciplinador de todo o procedimento seletivo e do futuro ajuste, 
e por isso apropriadamente considerado, por alguns, como a lei interna da licitação e 
do contrato9. 
 Na lição de MELLO10: 
 
Licitação em suma síntese - é um certame que as entidades 
governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os 
interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo 
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências 
públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente 
entre os que preencham os atributos e aptidões necessários ao bom 
cumprimento das obrigações que se propõem assumir. 
 
 
7
 JUSTEN FILHO. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 12. ed. São Paulo: 
Dialética, 2008, p. 309. 
8
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 
2003, p. 264. 
9
 GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
10
 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 17. ed. rev. e atual. São 
Paulo: Malheiros, 2004, p. 483. 
 
 14 
Para NASCIMENTO11, “licitação é, pois, o processo geral, prévio e impessoal 
empregado pela Administração para selecionar, entre as várias propostas 
apresentadas, a que mais atenda ao interesse público”. Ou seja, licitação nada mais 
é que um procedimento administrativo que se desencadeia em uma sequência de 
atos processuais e datas, propiciando igualdade de participação a todos os 
participantes, com a finalidade de escolha das propostas mais vantajosa para a 
Administração Pública. 
Isso implica dizer que a natureza jurídica da licitação é a de procedimento 
administrativo com fim seletivo, constituindo um conjunto ordenado de documentos e 
atuações que servem de antecedente e fundamento a uma decisão administrativa, 
assim com as providências necessárias para executá-la12. 
 
 
2.2 PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO 
 
 
O instituto das licitações, como todo sistema jurídico, também tem seus 
princípios norteadores, alguns dos quais expressos em lei, os quais definem os 
lineamentos em que se deve situar o procedimento. Dispõem o artigo 3º da Lei n. 
8.666/1993 que: 
 
Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e 
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios 
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento 
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (caput 
com a redação dada pela Lei n. 12.349, de 15-12-2010; Art. 37, caput, da 
CF)13. 
 
Os princípios que regem a licitação, qualquer que seja a sua modalidade, 
resumem-se nos seguintes preceitos: procedimento formal; publicidade de seus 
atos; igualdade entre os licitantes; sigilo na apresentação das propostas; vinculação 
ao edital ou convite; julgamento objetivo; adjudicação compulsória ao vencedor. O 
 
11
 NASCIMENTO, Renato. Licitações e contratos administrativos: manual de compras e 
contratações na administração pública – Lei n. 8.666/1993. Belo Horizonte: Fórum, 2007, p. 28. 
12
 CARVALHO FILHO. Op. Cit., 2010. 
13
 BRASIL. Op. Cit., 2011a, p. 1. 
 15 
Estatuto acrescentou, agora, dentre os princípios básicos da licitação, o da 
probidade Administrativa (art. 3º)14. 
Princípio da legalidade exprime a exata limitação das ações e atividades da 
Administração Pública, uma vez que a mesma encontra-se ancorada aos ditames da 
lei, não podendo dela se afastar, sob pena de incorrer em ilegalidade e anulação de 
seus atos. 
Conforme MEIRELLES15, o princípio da legalidade deve ser visto em conjunto 
com o da finalidade do Estado lembrando que a eficácia de toda atividade 
administrativa está condicionada ao atendimento da lei. Este princípio, no campo 
das licitações impõe que o administrador observe as regras que a lei traçou para o 
procedimento. 
Para CARVALHO FILHO16, é a aplicação do devido processo legal, segundo 
o qual se exige que a Administração escolha: a) a modalidade certa; b) que seja 
bem clara aos critérios seletivos; c) que só deixe de realizar a licitação nos casos 
permitidos na lei; d) que verifique com cuidado, os requisitos de habilitação dos 
candidatos e, e) que se disponha a alcançar os objetivos colimados, segundo os 
passos dos mandamentos legais. 
Princípio da impessoalidade traduz com precisão a forma como a 
Administração Pública deverá tratar seus administradores e, aqui os licitantes. 
Para NOVAES17, o princípio da impessoalidade está: 
 
Totalmente relacionado a outros dois princípios, o da isonomia e do 
julgamento objetivo: todos os licitantes devem ser tratados igualmente em 
termos de direitos e obrigações, devendo a Administração em suas 
decisões, pautar-se por critérios objetivos sem levar em consideração as 
condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo 
as expressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório. 
 
Princípio da moralidade exige que o administrador se paute por conceitos 
éticos. De acordo com NASCIMENTO18: “na elaboração dos procedimentos 
licitatórios, a Administração, deverá agir com lealdade e boa-fé, em respeito aos 
princípios éticos que devem nortear as ações dos agentes públicos”. 
 
14
 GRANJEIRO. Op. Cit., 2005. 
15
 MEIRELLES. Op. Cit., 2003. 
16
 CARVALHO FILHO. Op. Cit., 2010, p. 264 
17
 NOVAES, Ane Carolina. Princípios da Licitação de acordo com a Lei n. 8.66/93. Boletim Jurídico. 
2005, p. 1. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=752> Acesso em: 
14 jan. 2012. 
18
 NASCIMENTO. Op. Cit., 2007, p. 29. 
 16 
Princípio da igualdade entre os licitantes é mais primordial da licitação, 
previsto na própria Constituição Federal, pois não pode haver procedimento seletivo 
com discriminação entre participantes, ou com cláusula do edital que afastem 
eventuais proponentes qualificados ou os prejudiquem no julgamento. Este princípio 
veda cláusulas discriminatórias ou julgamento faccioso que desiguala os iguais ou 
iguala os desiguais, favorecendo a uns e desfavorecendo a outros, com exigências 
inúteis para o serviço público, mas com destino certo a determinados candidatos. 
No ensinamento de LEITE19: 
 
O sigilo na apresentação das propostas é pressuposto da igualdade entre 
os licitantes e de suma importância para preservação do caráter 
competitivo do procedimento licitatório. O conteúdo das propostas não é 
público, nem acessível até o momento previsto para sua abertura, pois, se 
uma empresa concorrente vier a conhecer o conteúdo de uma proposta 
antes do momento preeestabelecido ficaria em situação vantajosa. A 
violação do sigilo da proposta dará ensejo a anulação do certame licitatório. 
 
Princípio da publicidade dos atos da licitação abrange desde os avisos de sua 
abertura até o conhecimento do edital e seus anexos, o exame da documentação e 
das propostas pelos interessados e o fornecimento de certidões de quaisquer peças, 
pareceres ou decisão com ela relacionados. É em razão desse princípio que se 
impõe a abertura dos envelopes da documentação e proposta em público e a 
publicação das decisões dos órgãos julgadores e do respectivo contrato, ainda que 
resumidamente20. 
Para MEIRELLES21, a falta de publicidade, nos termos legais, tornaanulável o 
procedimento. A exceção, todavia, fica com a fase do julgamento, podendo este ser 
realizado em ambiente fechado, conferindo à comissão de licitação uma maior 
tranqüilidade para que possam discutir o mérito das questões a serem decididas. 
Após, o resultado deverá ser amplamente divulgado, possibilitando a interposição de 
recursos e o conhecimento do resultado a toda a população, afinal, é de interesse 
social as contratações feitas pelo Estado. 
Princípio da probidade administrativa, a probidade administrativa é dever de 
todo administrador público, mas o Estatuto a inclui dentre os princípios específicos 
 
19
 LEITE, Marcelo Lauar. O princípio da publicidade e a licitação n. 03/2007 da ANATEL. Jus 
Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1611, 29 nov. 2007, p. 1. Disponível em: 
http://jus.com.br/revista/texto/10684. Acesso em: 14 jan. 2012. 
20
 GRANJEIRO. Op. Cit., 2005. 
21
 MEIRELLES. Op. Cit. 2003. 
 17 
da licitação (art. 3º), naturalmente como uma advertência às autoridades que a 
promovem ou a julgam. A probidade na Administração é mandamento constitucional 
(art. 37, § 4º), que pode conduzir a “suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”22. 
Sustenta CARVALHO FILHO23, que a probidade tem o sentido de 
honestidade, boa-fé, moralidade por parte dos administradores. Na verdade, o 
exercício honrado, honesto, probo da função pública leva à confiança que o cidadão 
comum deve ter em seus dirigentes. Ainda, segundo o autor, exige o princípio que o 
administrador atue com honestidade para com os licitantes, e, sobretudo para com a 
própria Administração, e, evidentemente, concorra para que sua atividade esteja de 
fato voltada para o interesse administrativo, que é o de promover a seleção mais 
acertada possível. 
No princípio da vinculação ao instrumento convocatório, segundo Granjeiro 
(2005), a vinculação ao edital é a base de toda licitação. O edital é a lei interna da 
licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tantos os licitantes como a 
Administração que o expediu. 
Conforme SPITZCOVSKY24: 
 
Surgindo o edital como lei interna das licitações, a partir do instante em que 
suas regras se tornam públicas, tanto a Administração quantos os licitantes 
estarão a elas vinculados. Dessa forma, nem o Poder Publico poderá delas 
se afastar, estabelecendo, por exemplo, um novo critério de julgamento, 
nem os particulares participantes do certame poderão apresentar 
propostas, ainda que mais vantajosas, lançando mão de subterfúgios não 
estabelecidos no edital. 
 
Nos casos em que houver falhas no edital, ou se for inadequado ao interesse 
público, deverá ser corrigido, através de alteração de itens ou condições ou, até 
mesmo, ser elaborado novo edital, e deverá ser republicado, contando-se novo 
prazo de publicação, desde que afete a elaboração de propostas. O que a 
Administração e os proponentes não podem é descumprirem as exigências do 
Edital, exigindo ou considerando o que não foi pedido ou facultado aos licitantes25. 
 
22
 GRANJEIRO. Op. Cit., 2005, p.121. 
23
 CARVALHO FILHO. Op. Cit., 2010, 
24
 SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 5. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2003, p. 182. 
25
 SPITZCOVSKY. Op. Cit. 2003. 
 18 
Princípio do julgamento objetivo baseia-se no critério indicado no edital e nos 
termos específicos das propostas. É o princípio de toda a licitação que seu 
julgamento se apoie em fatores concretos, pedidos pela Administração, em 
confronto com o ofertado pelos licitantes, dentro dos parâmetros fixados no edital 26. 
Para JUSTEN FILHO27, “a vantajosidade da proposta deve ser apurada 
segundo um julgamento objetivo. O ato convocatório tem de conter critérios objetivos 
de julgamento que não se fundem nas preferências ou escolhas dos julgadores”. 
Assim, o princípio do julgamento objetivo afasta a discricionariedade na 
escolha das propostas, obrigando a Comissão de Julgamento a se ater ao critério 
prefixado pela Administração, levando sempre em consideração o interesse do 
serviço público. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração 
os critérios objetivos definidos no edital. 
Vale ressaltar que as modalidades são as várias espécies de licitação 
conforme os respectivos regimes jurídicos. As modalidades de licitação variam em 
quantidade e formalidades, não se distanciando das espécies encontradas no Direito 
brasileiro. O Estatuto das Licitações, em seu art. 22, traz cinco modalidades de 
licitação: concorrência; tomada de preços; convite; concurso; leilão28. 
Além dessas citadas, nenhuma outra modalidade, pode ser criada pela 
Administração, tampouco sofrer combinações entre si. Nesse sentido, dispõe o art. 
22 § 8º, do Estatuto. Ressalva-se apenas, a modalidade pregão, regulada por Lei 
Especial Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002. 
Enfim, sabe-se que “a celebração de qualquer ajuste com terceiros depende 
de processo transparente que garanta a igualdade de condições na disputa por 
objeto que venha ampliar a esfera de direitos dos particulares”29. Tal transparência 
garantidora da igualdade de condições na disputa do objeto desejado pela 
Administração Pública é conseguida através da licitação. 
No próximo capítulo, retrata-se o Sistema de Registro de Preços, 
procedimento especial de licitação e contratação, que pode ser adotado para 
compras cujos objetos consistem em materiais, produtos ou gêneros de consumo 
frequente e serviços comuns pelo Poder Público. Talvez nenhuma outra ferramenta 
 
26
 GRANJEIRO. Op. cit., 2005. 
27
 JUSTEN FILHO. Op. Cit. 2008, p. 312. 
28
 BRASIL. Op. Cit. 2011b, p. 11. 
29
 SCARPINELLA, Vera. Licitação na modalidade de pregão. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 21. 
 
 19 
de trabalho possa representar o fiel acatamento do formalismo legal e a celeridade 
exigida dos que enfrentam o tema licitações. 
 
 
 20 
3 SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 
 
 
3.1 HISTÓRICO DA NORMALIZAÇÃO DO SRP 
 
 
A ideia de registro de preços aparece pela primeira vez, em texto legal, ainda 
de maneira simples, no art. 52 do Decreto n. 4.536/1922, que permitia a inscrição de 
fornecedores nas contabilidades dos Ministérios e repartições interessadas para 
fornecerem artigos de consumo habitual com preços predeterminados. 
No entanto, afirma GOULART30: 
 
Nenhuma notícia se tem a respeito da prática do “registro ou inscrição de 
preços” durante o período de vigência desse vetusto diploma, mas é de 
imaginar que fosse um procedimento bastante elementar e pouco 
detalhado, já indicativo, porém, de uma certa vinculação dos inscritos ao 
Poder público em termos de possibilidade de celebração de contratos. 
 
Foi expedido o Decreto-Lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967, instrumento 
legal federal que como o Decreto n. 4.536/1922, também tratou das licitações e dos 
contratos públicos, mas de maneira mais detalhada. Silenciou ele quanto ao registro 
de preços, que continuou regido apenas pelas disposições do Código de 
Contabilidade Pública da União. 
Já em 17 de fevereiro de 1992, o Decreto n. 449, instituiu o Catálogo 
Unificado de Materiais, os Sistemas Integrados de Registro de Preços e de Cadastro 
de Fornecedores, na Administração Direta, nas Autarquias e nas Fundações 
Públicas, incluiu, novamente, no ordenamento jurídico brasileiro o Sistema de 
Registro de Preços. No entanto, este não foi implantado, já que não era de caráter 
obrigatório. No ano seguinte, a Lei n. 8.666/93, ao regulamentar o artigo 37, inciso 
XXI, da CF/88, tornou obrigatório, sempre que possível, a utilização doSRP nas 
compras efetuadas pela Administração Pública, conforme inciso II do artigo 15, da 
referida lei31. 
 
30
 GOULART, Eliana Leão. O sistema de registro de preços: uma revolução nas licitações. Brasília: 
Brasília Jurídica, 2001, p. 17. 
31
 GOULART. Op. Cit., 2001. 
 21 
De acordo com JACOBY FERNANDES32 havia, sobre o assunto, o Decreto n. 
449/1992, o qual de forma singela e lacônica dispunha no art. 3º que “fica instituído o 
SIREP” - sigla adotada para corresponder a Sistema de Registro de Preços - 
adiantando que se desatinava a servir de orientação para a Administração. No art. 
6º, o mesmo diploma, em norma censurável, acrescentou que, enquanto não fosse 
implementado o sistema, seriam necessárias duas propostas para verificação da 
compatibilidade do preço obtido na licitação convencional com o de mercado no ato 
da homologação. Portanto, o sistema já havia sido criado e, sem dúvida, as diversas 
unidades da Administração poderiam implementá-lo, mesmo antes do advento do 
Decreto Federal n. 2.743/1998, que hoje encontra-se revogado pelo Decreto n. 
3.931/2001. 
Sob o prisma jurídico, diante da omissão de mais larga regulamentação, o 
Decreto n. 4.491/1992, afirma JACOBY FERNANDES33: 
 
Teve a utilidade de ser o instrumento que permitiu a satisfação da condição 
suspensiva e, portanto, a implementação imediata do Sistema de Registro 
de Preços em alguns órgãos. Em verdade, mesmo sendo anterior à Lei n. 
8.666/1993, esse normativo foi recepcionado em sua força 
regulamentadora pela nova norma. Como esta norma declara implantado o 
sistema, faltando o detalhamento, era possível implementá-lo, 
aproveitando-se o espaço da pretendida regulamentação do tal SIREP. 
Além desse aspecto, deve-se considerar que os órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas, nas respectivas esferas 
administrativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), foram 
expressamente autorizados a expedirem normas de caráter 
regulamentador pelo art. 117 da Lei n. 8.666/1993, inexistindo, 
especialmente em relação a esses, qualquer impedimento a que 
efetivassem o sistema desde logo. Aliás, vários órgãos, inclusive tribunais 
federais, já regulamentaram o SRP, mesmo antes do advento de Decreto 
n° 2.743/1998. 
 
Após sustentar esse entendimento, o autor supracitado acompanhou o 
desenvolvimento de Registro de Preços por várias unidades. Assim, em Belo 
Horizonte, pela Prefeitura Municipal e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, 
em São Paulo. Nesse último, verificou-se extraordinário ganho em termos de 
celeridade e até melhor otimização dos recursos de final de ano. É, de fato, comum 
o contingenciamento do orçamento impedindo o início do processo licitatório e, 
depois, no final do ano, a liberação de expressivos recursos. 
 
32
 JACOBY FERNANDES, Jorge Ulisses. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011. 
33
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011, p. 74. 
 22 
Com o SRP, no Tribunal Regional Federal em São Paulo, obteve-se a 
possibilidade de compras até os últimos dias do exercício financeiro. Todos esses 
órgãos estavam corretos, portanto, ao implementar de imediato, o Sistema de 
Registro de Preços. Quando o Decreto n. 449/1992 instituiu o SIREP, deixou de 
regulamentar sua aplicação na extensão pretendida pelo Decreto-lei n. 2.300/1986 
(antigo diploma sobre licitações e contratos). E evidente que o comando normativo, 
insculpido nesses diplomas, revigorado pela Lei n. 8.666/1993, não poderia deixar 
de ser implementado, porque ausente a sensibilidade dos órgãos responsáveis 
diretos pela sua regulamentação. Por outro lado, só esse argumento com base 
lógica é insuficiente para justificar o vazio normativo que se formou34. 
A partir da instituição do SIREP pelo Decreto n. 449/1992, admitiu-se a 
possibilidade de regulamentação específica para determinada licitação pelo sistema 
em tela. Seu uso progressivo, por parte dos órgãos da Administração, com certeza 
enriqueceu a experiência, contribuindo qualitativamente para a atual 
regulamentação. Vislumbra-se, é certo, amparo jurídico na regulamentação por 
Edital, por parte dos órgãos da Administração Direta, mas também pelo aspecto 
lógico e prático esta deve ser incentivada. Não se pode deixar de aplaudir os que 
implementaram o SRP, mesmo após a edição do Decreto n. 2.743/1998, seja por 
regulamentação própria ou edital, buscando a eficiência das compras da 
Administração Pública, tendo em vista que havia espaço suficiente no ordenamento 
jurídico para isso. O grande mérito do Decreto n. 2.743/1998 foi conceber o registro 
de preços como verdadeiro sistema, definindo os procedimentos35. 
Entre as modificações introduzidas pelo Decreto n. 3.931/2001, JACOBY 
FERNANDES36 destaca: 
 
Possibilidade de uso dos recursos eletrônicos de comunicação à distância 
(art. 14); possibilidade de uso não só para compras, como para obras e 
serviços (art. 1°); nova sistemática para a revisão de preços (art. 12); 
melhor definição no papel dos atores do processo, com a instituição do 
órgão gerenciador, órgão participante e gestor do contrato (art. 3º); melhor 
concepção da regra de parcelamento (art. 5º); possibilidade de prorrogar a 
Ata de Registro de Preços por mais um ano (art. 4º, § 2º); possibilidade de 
registrar preços diferentes para um mesmo tipo de produto quando houver 
qualidade diferente (art. 6°, parágrafo único); possibilidade de outros 
órgãos da Administração utilizarem a Ata de Registro de Preços (art. 8°); 
permissão para a adoção do tipo técnica e preço, além do menor preço 
 
34
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011, p. 74. 
35
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011. 
36
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011, p. 76-77. 
 23 
(art. 3°, § 1°); possibilidade de usar a modalidade de concorrência - art. 15, 
§ 3°, inc. I, da Lei n. 8.666/1993 - ou pregão - art. 11 da Lei n. 10.520/2002 
- ou pregão eletrônico - art. 14 do Decreto n. 3.931/01. 
 
 Assim, o zelo desincumbido dessa tarefa pela equipe do Ministério do 
Planejamento e Orçamento, no sentido de aprimorar o texto, ouvir órgãos e buscar 
flexibilizar a norma merece ser reconhecido, pois, tem-se como resultado alargar 
perspectivas de seu uso e responder com rapidez às novas exigências, respeitando 
os limites da lei, ousa em favor da eficiência. 
Portanto, fruto do amadurecimento da aplicação do Decreto n. 2.743/1998, o 
diploma, durante os últimos anos, tem a seu favor: 
a) A norma não se originou do pensamento isolado e teórico; 
b) Os representantes do então MARE e do atual Ministério do Planejamento 
Orçamento e Gestão - MPOG buscaram subsídios em amplos debates, merecendo o 
incontestável reconhecimento de que não pouparam esforços, visando ao 
aperfeiçoamento do texto; 
c) A esfera federal pôde valer-se da experiência prática e bem sucedida de 
outras esferas da Administração Pública e de outros órgãos federais que já 
implantaram com sucesso o SRP, mesmo antes da regulamentação original37. 
A Administração Federal experimentou uma revolução na licitação com a 
instituição do pregão no ano de 2000. Em seguida, foi lançado o pregão eletrônico 
que, utilizando os recursos da comunicação à distância, por meio eletrônico, trouxe 
contornos até então inimagináveis no formal e ortodoxo processo licitatório. A 
atividade em nível ministerial de supervisão setorial e coordenação da Administração 
Pública Federal, com a extinção do Ministério da Administração e Reforma do 
Estado - MARE foi absorvida pelo Ministério do Planejamento, onde o SRP foi visto 
como ferramenta importante que merecia ser atualizado38. 
Nesse ponto, importante ressaltar que o pregãocomo modalidade licitatória, 
instituído pela Lei Federal n. 10.520, de 17 de julho de 2002 (resultante da 
conversão da Medida provisória n.2.182-18, de 2002), em seu art. 1º, parágrafo 
único, considera “bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, 
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. 
 
37
 GOULART. Op. Cit., 2001. 
38
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011. 
 24 
 RODRIGUES39 afirma que “bens são coisas que por serem úteis e raras, são 
suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico”, enquanto a Lei das 
Licitações e Contratos da Administração Pública no inc. II do art. 6º prescreve que 
serviço é toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a 
Administração. São essas coisas que precisam ser comuns para que possam ser 
objeto de pregão. 
GASPARINI40 esclarece que: 
 
Quanto à aquisição de bens comuns ou não, passam de uma para outro 
patrimônio por meio de compra e venda. Para aquisição, outros 
instrumentos, como a permuta, a doação e a dação em pagamento, podem 
ser utilizados, inaplicáveis, no entanto, quando se tratar de pregão. O 
mesmo não se pode afirmar em relação aos serviços comuns, uma vez que 
não são adquiríveis por ninguém, assim como não o são quaisquer outros 
serviços. Não se compra serviço; contrata-se a sua execução. 
 
 JACOBY FERNANDES41 ressalva alguns detalhes pertinentes ao uso de uma 
linguagem mais técnica, a norma é clara ao dispor sobre a restrição: só para bens e 
serviços comuns é facultado o uso do pregão; para os demais, não-comuns, o uso 
do pregão está implicitamente vedado. A norma definiu o que deve ser entendido por 
bens e serviços comuns, não sendo razoável a pretensão de inserir novas 
características não expressas na norma. São comuns os objetos cujos padrões de 
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio 
de especificações usuais no mercado, deixando-se de exigir, em razão do veto ao 
art. 2º, a necessidade de regulamento para definir quais são os bens e serviços. 
Como a norma se refere à qualidade, é fácil inferir que mesmo em se tratando 
de bem ou serviço comum, pode a Administração definir características que 
restringem a competição, desde que tenha por objetivo assegurar a qualidade no 
mercado e que, nos termos do art. 3º, inc. III, da Lei n. 10.520/2002, sejam 
justificadas nos autos do processo. 
Colhe-se nesse sentido, o seguinte posicionamento do Ministro Benjamin 
Zymler: 
 
O objetivo da norma foi tornar viável um procedimento licitatório mais 
simples, para bens e serviços razoavelmente padronizados, no qual fosse 
 
39
 RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 116. 
40
 GASPARINI. Op. Cit., 2009, p. 38. 
41
 JACOB FERNANDES. Op. Cit. 2011. 
 25 
possível a Administração negociar o preço com o fornecedor sem 
comprometimento da viabilidade da proposta. No pregão a aferição da 
qualidade do licitante só é procedida no final do certame e apenas em 
relação à proposta vencedora. O pressuposto é de que os serviços são 
menos especializados, razão pela qual a fase de habilitação é 
relativamente simples. De outra forma, a Administração poderia se ver 
forçada a, frequentemente, desclassificar a proposta de menor preço, se 
não confirmada a capacidade técnica do fornecedor42. 
 
Sendo assim, pode-se elencar como usuais inúmeros casos que indicam a 
possibilidade de desempenho e qualidade. 
 
 
3.2 CONCEITO DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 
 
 
Ágil e moderno, o Sistema de Registro de Preços, como foi concebido no 
Decreto Federal n. 3.931, de 19 de setembro de 2001, trouxe importantes inovações 
na sistemática de contratações no âmbito da Administração Pública, entre elas a 
possibilidade de ser utilizado para serviço de aluguel43. 
O Decreto n. 3.931/2001 permitiu expressamente a adoção desse sistema 
quando dispôs que, excepcionalmente, o órgão gerenciador, poderá registrar os 
outros preços ofertados quando a quantidade do primeiro colocado não atender às 
demandas estimadas. 
Para isso, afirma PAIVA44: 
 
Os objetos deverão ser de qualidade ou desempenho superior aos do 
vencedor, a Administração deverá justificar e comprovar a suas vantagens 
e os preços ofertados deverão ser inferiores ao máximo admitido. No que 
pese essa possibilidade, o Decreto 3.931/2001 preferiu definir, como regra, 
ideia nova, diversa dos Sistemas de Registros de Preços. 
 
 
42
 BRASIL. Tribunal de Conta da União. Processo TC n. 003.709/2002-4. Decisão n. 557/2002 – 
Plenário Relator: Ministro Benjamin Zymler. Brasília, 22 de maio de 2002. Diário da união [da] 
República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 07 jun. 2002 citado por JACOBY FERNANDES, Jorge 
Ulisses. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. 
Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 483. 
43
 BRASIL. Decreto n. 3.931, de 19 de setembro de 2001. Regulamenta o Sistema de Registro de 
Preços previsto no art. 15 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências. In: 
Vade Mecum Acadêmico de Direito. Organização Anne Joyce Angher. (Coleção de Leis Rideel). 
São Paulo: Rideel, 2011c. 
44
 PAIVA, Juliana Aguiar de Carvalho. Sistema de registro de preços [manuscrito]: como e por que 
adotá-lo / Juliana Aguiar de Carvalho Paiva, 2007. 72 f. p. 28 Disponível 
em:<http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/.../sistema_preco_paiva.pdf?...1 > Acesso em: 02 fev. 2012. 
 
 26 
Segundo JACOBY FERNANDES45, antes do Decreto 2.743/1998, podiam ser 
registrados vários preços para o mesmo material, em função da capacidade de 
fornecimento ou outro critério previsto no edital da concorrência, observado o limite 
máximo estabelecido. Porém, na vigência do Decreto acima só se admitia um preço 
por registro. Após definido o licitante vencedor, a Administração consultava os 
demais fornecedores para, no caso de aceitarem fornecer pelo preço do primeiro 
colocado, registrá-los até atingir a quantidade máxima do edital. 
Sustenta JUSTEN FILHO46: 
 
Com o Registro de preços, basta uma única licitação. Os preços ficam à 
disposição da Administração (lato sensu) que formalizará as aquisições 
quando lhe for conveniente. Propicia-se, assim agilidade operacional e 
eficiência às compras e serviços para todos os órgãos da administração 
pública (stricto sensu), através de um modo mais célere e eficaz, com 
redução de gastos e simplificação administrativa pela supressão da 
multiplicidade de licitações contínuas e seguidas, versando sobre objetos 
semelhantes e homogêneos. 
 
A principal diferença no sistema de registro de preços reside no objeto da 
licitação. A licitação destina-se a selecionar um fornecedor e uma proposta para uma 
contratação específica. No registro de preços, a licitação destina-se a selecionar 
fornecedor e proposta para as contratações não específicas, seriadas, que poderão 
ser realizadas durante um certo período, por repetidas vezes. A proposta 
selecionada fica à disposição da administração, que, quando fazer a aquisição, se 
utilizará dos preços registrados tantas vezes quantas precisar, até o limite 
estabelecido no ato convocatório47. 
O registro de preço será precedido de ampla pesquisa de mercado. Os preços 
registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na 
imprensa oficial. Segundo PAIVA48: 
 
[...] tal registro é realizado após a realização de procedimento licitatório, 
nas modalidades concorrência ou pregão gerando uma Ata de Registro de 
Preços. [...] Esse fornecimento do bem ou serviço ocorrerá quando da realnecessidade do órgão público, que poderá se servir dessa ata quantas 
vezes forem necessárias, até o limite de 25%, permitido em lei, evitando, 
assim, a manutenção de estoques e a realização de múltiplas licitações, do 
que resulta utilização racional dos recursos públicos. 
 
45
 JACOB FERNANDES. Op. Cit. 2011. 
46
 JUSTEN FILHO. Op. Cit., 2008, p. 89. 
47
 JUSTEN FILHO. Op. Cit., 2008. 
48
 PAIVA. Op. Cit., 2007, p.12. 
 27 
Vale lembrar que a mais recente novidade relativa ao pregão foi o Decreto n. 
5.450, de 31 de maio de 2005, que prevê sua realização na forma eletrônica, quando 
destinada à aquisição de bens, no âmbito da União. 
A ata de registro de preços constitui-se como um verdadeiro “pacto leonino” 
em relação aos que têm seus preços registrados, uma vez que, apesar de os obrigar 
ao fornecimento de objeto até o limite máximo estimado para o consumo em um 
determinado período, caso haja a solicitação por parte da Administração, não impõe 
ao Poder Público nenhuma obrigatoriedade de compra49. 
De acordo com o art. 6º, “ao preço do primeiro colocado poderão ser 
registrados tantos fornecedores quantos necessários para que, em função das 
propostas apresentadas, seja atingida a quantidade total estimada para item ou 
lote”, assim, a Administração estará sempre comprando pelo menor preço, 
sujeitando-se os interessados à proposta mais vantajosa. Admite-se o registro de 
preços até a quantidade esperada pela Administração50. 
Para JUSTEN FILHO51: 
 
O registro de preços é um contrato normativo, constituído como um 
cadastro de produtos e fornecedores, selecionados mediante licitação, para 
contratações sucessivas de bens e serviços, respeitados lotes mínimos e 
outras condições previstas no edital. 
 
Segundo GASPARINI52, registro de preços em sentido amplo, nos termos do 
inc. I do parágrafo único do art. 1º do Decreto Federal n. 3.931/2001, “é o conjunto 
de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e 
aquisição de bens para contratações futuras”. 
No entendimento de GOULART53, o Sistema de Registro de Preços “consiste 
num procedimento especial de licitação e contratação que pode ser adotado para 
compras cujos objetos consistam em materiais, produtos ou gêneros de consumo 
frequente pelo Poder Público”. 
Após exame de conceitos formulados por outros autores, busca-se JACOBY 
FERNANDES54, que sintetiza o Sistema de Registro de Preços como: 
 
49
 GOULART. Op. Cit., 2001. 
50
 JACOB FERNANDES. Op. Cit. 2011. 
51
 JUSTEN FILHO. Op. Cit., 2008, p. 144. 
52
 GASPARINI. Op. Cit. 2001, p. 14. 
53
 GOULART. Op. Cit., 2001,p. 15. 
54
 JACOB FERNANDES. Op. Cit. 2011, p. 30. 
 
 28 
Um procedimento especial de licitação, que se efetiva por meio de uma 
concorrência sui generis, selecionando a proposta mais vantajosa, com 
observância do princípio da isonomia, para futura contratação pela 
Administração. Interpretação que torna mais compreensível a 
caracterização do sistema. 
 
BITTENCOURT55 afirma que: 
 
O SRP deve ser encarado simplesmente como uma ferramenta de auxílio 
que se consubstancia num procedimento especial a ser adotado nas 
compras do Poder Público, quando os objetos forem materiais, produtos ou 
gêneros de consumo frequente, e ainda, em situações especialíssimas, nas 
contratações de serviços [...] diferentemente do procedimento adotado nas 
licitações comuns, no lugar de ocorrerem formulações de propostas 
específicas por parte dos licitantes, visando a um objeto unitário e 
perfeitamente definido, ocorrem proposições de preços unitários, que 
deverão vigorar por certo [...] período em que a Administração, baseada em 
conveniência e oportunidade, poderá realizar aquisições necessárias [...]. 
 
Dessa forma, o SRP destina-se às licitações para as compras e contratos 
frequentes da Administração Pública, o que inquestionavelmente, agiliza e simplifica, 
afastando entraves burocráticos que ocorrem nas licitações comuns. 
Acredita-se para a realização de registro de preços, os princípios da 
legalidade, publicidade, finalidade e economicidade restariam melhor atendidos. 
 
 
3.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 
 
 
O Sistema de Registro de Preços, como estudado anteriormente, sustenta 
PAIVA56 consiste em: 
 
Uma forma simplificada de contratação da Administração Pública, 
precedida de licitação nas modalidades de concorrência e pregão, em que 
são estabelecidos preços para itens de que se venha a necessitar, gerando 
para o fornecedor uma expectativa de venda de acordo com a necessidade 
futura da Administração, até o limite da quantidade prevista no edital. 
 
Transformando o conceito em seus elementos fundamentais, tem-se que o 
SRP, sustenta JACOBY FERNANDES57: 
 
55
 BITTENCOURT, Sidney. Licitação de registro de preços. Rio de Janeiro: Temas & Idéias, 2003, 
p. 21. 
56
 PAIVA. Op. Cit. 2007, p. 26. 
57
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit., 2011, p. 31-36. 
 29 
a) É um procedimento especial de licitação: essa é uma garantia para o 
Administrador, porque não deixará de fazer a licitação, mas apenas adotará um 
procedimento especial de licitação. 
b) Efetiva-se por concorrência ou pregão sui generis: a característica singular, 
sui generis, dessa concorrência ou pregão é que não obriga a Administração Pública 
a promover as aquisições. 
c) Seleciona a proposta mais vantajosa: será indispensável indicar com 
precisão o objeto pretendido pela Administração para que a avaliação da proposta 
seja feita entre as que, atendendo aos requisitos do edital, ofereçam o menor preço. 
Por isso a proposta vencedora é a mais vantajosa para a Administração, exatamente 
como é do conceito de licitação. 
d) Para futura e eventual contratação pela Administração: essa é a 
característica singular do SRP como procedimento especial de licitação. A 
administração pode firmar um compromisso com os licitantes vencedores: se 
precisar do produto, pode adquirirá daquele que ofereceu a proposta mais vantajosa, 
condicionando esse compromisso a determinado lapso de tempo. De um lado, a 
Administração tem a garantia de que não está obrigada a comprar; de outro lado, o 
licitante tem a certeza de que o compromisso não é eterno. 
Importante ressaltar que o êxito de uma licitação e de um SRP está 
rigorosamente na capacidade de definir com clareza e precisão o objeto pretendido, 
quais sejam: o equilíbrio entre restringir a competição e preservar a isonomia dos 
licitantes; dirigir a licitação para a qualidade ou aceitar qualquer produto; boas 
práticas: rotinas que simplificam processos como amostras, padronização, caderno 
de especificação, bancos de qualidade; a importância de motivar os atos. Afinal a Lei 
de Licitações inverteu a presunção de legitimidade, isto é, exigiu que o servidor 
demonstre a legalidade e a regularidade dos atos que pratica. 
Para preservar a qualidade das aquisições, muitos órgãos têm insistido em 
fazer alusão ou indicar determinadas marcas, restringindo a competição obrigatória 
à licitação. O fato é possível - art. 7º, § 5º, da Lei n. 8.666/1993 -, desde que 
guardadas as devidas cautelas para impedir a ofensa aos princípios da licitação. 
Os Tribunais de Contas vêm manifestando seu entendimento a respeito, o 
que a seguir é sinteticamente organizado, por ordem alfabética de assunto, em 
forma de tabela (anexo 1, p. 49 ). 
 30 
É importante também ressaltar que menor preço, não é regra absoluta. Em 
vários dispositivos, a Lei n. 8.666/1993 aponta como vetor da atuação administrativa 
e dever do gestor público a indicação de qualidade do produto. A administração tem 
o dever de indicar o objeto pretendido na licitação, inclusivecom as características 
necessárias à qualidade satisfatória. 
De acordo com o Decreto n. 3.931/2001, para a garantia da qualidade na 
prestação dos serviços faz-se necessária: 
1) exigência de qualificação técnica; 
 2) indicação dos equipamentos, instalações e aparelhamento que serão 
utilizados no serviço, nos termos do art. 30, inc. II, c/c § 6º da Lei n. 8.666/1993; 
3) na licitação, fixação de prazos das etapas dos serviços e desclassificação 
de preços inexequíveis, nos termos do art. 48, inc. II, da Lei n. 8.66/1993; 
4) na execução, pelo rigoroso acompanhamento pelo gestor do contrato, na 
forma do art. 67 da Lei n 8.666/199358. 
 
 
3.4 POSSIBILIDADES DO USO DO SRP PARA SERVIÇOS 
 
 
 Em passado recente, muito foi debatido sobre a possibilidade do SRP ser 
aplicável a serviços, firmando-se na doutrina duas grandes correntes em sentidos 
opostos. A primeira, atendendo à interpretação literal do art. 15 da Lei n. 8.666/1993, 
só admitia o uso do SRP para compras. A segunda corrente, numa interpretação 
ampliativa, sustentava a possibilidade de aplicar o SRP para determinados tipos de 
serviços, cujas características muito se assemelham às compras. 
 Sob o aspecto jurídico, afirma JACOBY FERNANDES59: 
 
Não se estava propondo que olvidasse o restrito princípio da legalidade, 
admitindo o registro de preços para serviços, quando a lei não o previa, 
mas o uso de analogia. Essa interpretação fundamentava-se no fato de 
que, para compras, fora expressamente autorizado o uso do SRP, mas a 
utilização deste não era privativa de compras, ou seja, as compras 
poderiam ser feitas pelo Sistema de Registro de Preços, mas esse sistema 
não precisaria ser usado só para compras. 
 
 
58
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011, p. 157-158. 
59
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011, p. 317. 
 31 
 Assim, por exemplo, do mesmo modo que a lei foi omissa sobre a 
possibilidade de indicar marcas para compras, essa possibilidade só existe 
literalmente para obras e serviços, no art. 7º, § 5º, da Lei n. 8.666/1993 - e a doutrina 
e jurisprudência admitem tanto para serviços, como para compras, por analogia, do 
mesmo modo ocorre com o SRP que não está previsto para serviços, mas admite-se 
o seu uso por analogia. 
O Decreto n. 3.931/2001, ao admitir expressamente o uso do SRP para 
serviços, vem por fim a essa discussão. Notável exemplo da aplicação de SRP a 
serviços foi dado pelo Ministério da Cultura. A propósito, o TCU considerou: 
 
Regular a utilização de Sistema de registro de Preços para a contratação 
de operadora de planos de saúde, impondo a condição de o edital vedar a 
utilização da ata de registro de preços por órgãos/entidades não-
participantes, em razão de não haver possibilidade de aferir se o preço 
vencedor será mais vantajoso ou compatível com a faixa etária do quadro 
de pessoal do “carona”, pois o valor original da contratação é vinculado às 
peculiaridades das faixas etárias do pessoal do órgão gerenciador. TCU, 
Processo TC n. 004-709/2005-3. Acórdão n. 668/2005 – Plenário Relator 
Ministro Augusto Sherman Cavalcanti60. 
 
 Portanto, a atual norma contempla a contratação de serviços. 
 Destaca JUSTEN FILHO61, sobre a adoção do SRP para obras e serviços, a 
jurisprudência transcrita a seguir: 
 
ADMINISTRATIVO - LICITAÇÃO - SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO: 
ART. 15, LEI N. 8.666/93 - LIMITAÇÕES. 1. O regime de licitações por 
registro de preços foi ampliado pelos Decretos Regulamentadores n. 
3.931/2001 e 4.342/2002, sendo extensivo não só a compras, mas a 
serviços e obras. 2. Embora autoaplicável, o art. 15 da Lei n. 8.666/93 pode 
sofrer limitações por regulamento estadual ou municipal, como previsto no 
§ 3°. 3. Sociedade de economia mista que, na ausência de norma própria, 
submete-se aos limites municipais, se não contrariarem eles a Lei de 
Licitações. 4. Legalidade do Decreto n. 17.914/93, do Município de São 
Paulo, que afastou a incidência do registro de preço para a execução de 
obras. 5. Recurso ordinário improvido. (RMS n. 15.647/SP, 2ª T., Relatora 
Ministra Elilana Calmon, j. em 25/03/2003)62. 
 
 
60
 BRASIL. Tribunal de Contas da União. TCU, Processo TC n. 004-709/2005-3. Acórdão n. 
668/2005 – p. 297. Plenário Relator Ministro Augusto Sherman Cavalcanti citado por citado JACOBY 
FERNANDES, Jorge Ulisses. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. 
ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p.318. 
61
 JUSTEN FILHO. Op. Cit., 2008. 
62
 BRASIL. Tribunal de Contas da União. RMS n. 15.647/SP, 2ª T., Relatora Ministra Elilana Calmon, 
j. em 25/03/2003, citado por JUSTEN FILHO. Comentários à lei de licitações e contratos 
administrativos. 12. ed. São Paulo: Dialética, 2008, p. 183. 
 
 32 
Observa-se que também o Decreto Federal n. 4.342/2002 consagrou a 
utilização do SRP também para as contratações de serviços, que deu nova redação 
a diversos dispositivos do decreto anterior. A aplicação do sistema relativamente a 
serviços apresenta algumas peculiaridades e sua perfeita aplicação pode envolver 
algumas dificuldades. 
Assim, ressalta JUSTEN FILHO63: 
 
A identificação das unidades de serviço, para fins de registro, deve ser 
cautelosa. É problemático produzir registro de preços para serviços de 
qualidade diversa e assim por diante. Por certo, a utilização concreta do 
registro de preços para serviços envolverá problemas práticos impossíveis 
de serem previamente cogitados. Deverão ser solucionados em face dos 
princípios gerais do instituto e do Direito das licitações. 
 
Nesse sentido, não há sentido em afastar da hipótese do registro de preços 
as obras ou os serviços. 
No próximo capítulo estuda-se a obrigatoriedade e a implantação do SRP. 
 
 
63
 JUSTEN FILHO. Op. Cit., 2008, p.184. 
 33 
4 A OBRIGATORIEDADE E A IMPLANTAÇÃO DO SRP 
 
 
4.1 OBRIGATORIEDADE DO SRP 
 
 
Quanto à obrigatoriedade do registro de preços deixa claro que não é uma 
opção e, sim uma imposição legal no uso da sistemática como regra, adotando 
outras formas somente em situações excepcionais. Tem-se como exemplo, o 
Acórdão 56/1999 - Plenário do Tribunal de Contas da União - TCU recomenda que o 
Sistema de Registro de Preços - deve ser regra: “sempre que presente uma das 
hipóteses permissivas, processar, preferencialmente, as aquisições de bens por 
intermédio do Sistema de Registro de Preços”64. 
De acordo com o artigo 15 da Lei n. 8.666/1993, a seguir transcrito, as 
compras, sempre que possível, deverão ser processadas através do SRP: 
 
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: 
 
[...] 
 
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; 
 
V - [...] 
 
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado. 
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para 
orientação da Administração, na imprensa oficial. 
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, 
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: 
I - seleção feita mediante concorrência; 
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços 
registrados; 
III - validade do registro não superior a um ano. 
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar 
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização 
de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo 
assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de 
condições. 
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando 
possível, deverá ser informatizado65. 
 
Nesse sentido, a adoção do SRP nas compras e contratação de serviços daAdministração Pública deve ser regra, excluindo-se somente os materiais e os 
 
64
 BITTENCOURT. Op. Cit., 2003. 
65
 BRASIL. Op. Cit., 2011b, p. 7. 
 34 
serviços que não se enquadrem no conceito de “bens e serviços frequentes”, como 
estabelece o artigo 2º do Decreto n. 3.931/2001, a seguir: 
 
Art. 2º Será adotado, preferencialmente, o SRP nas seguintes hipóteses: 
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de 
contratações frequentes; 
II - quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de 
entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à 
Administração para o desempenho de suas atribuições; 
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de 
serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a 
programas de governo; e 
IV - quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o 
quantitativo a ser demandado pela Administração. 
Parágrafo único. Poderá ser realizado registro de preços para contratação 
de bens e serviços de informática, obedecida a legislação vigente, desde 
que devidamente justificada e caracterizada a vantagem econômica66. 
 
Assim, os órgãos participantes são os beneficiários do SRP, entidades 
registradas na Ata, que participam dos procedimentos iniciais, como bem definem o 
Decreto n. 3.931/2001. 
BITTENCOURT67 afirma que pela falta de conhecimento jurídico de alguns 
gestores, interpreta-se a redação do caput do artigo 15 como opcional ou facultativa, 
restringindo a expressão sempre que possível. A correta interpretação do texto em 
exame, ao contrário, revela a determinação do legislador em estabelecer o sistema 
de registro de preços como regra exigível, e, em casos excepcionais, a adoção de 
outras formas legalmente estatuídas, mediante justificativa plausível, a ser inserida 
no processo administrativo correspondente. 
É de importância capital atentar para o fato de que a adoção do SRP não se 
enquadra no elenco de atos discricionários do Administrador Público (caput do art. 
15 da Lei n. 8.666/93, combinado com seu inciso II), ou seja, não está o agente 
público autorizado a optar por sua utilização ou não, porquanto, conforme se avista 
nos mandamentos sobre a matéria no Estatuto, a utilização para compras públicas, 
no âmbito federal, é, a princípio, obrigatória, só podendo ser deixada de lado quando 
há comprovada inviabilidade68. 
 
66
 BRASIL.Op. Cit., 2011c, p. 1. 
67
 BITTENCOURT. Op. Cit., 2003. 
68
 SOUZA, Ziegler de. Registro de Preços: uma ótima ferramenta que a administração praticamente 
desconhece. Revista DCAP IOB, Direito administrativo, contabilidade e administração pública, ano 
VII, n. 7, p. 15-20, jul. 2003. 
 
 35 
Existem no SRP dois vínculos obrigacionais entre as partes: o primeiro, é o 
direito da Administração possuir o objeto, disponibilizado pelo licitante para 
contratação imediata; o segundo, é a própria aquisição do bem ou contratação do 
serviço, afirma JACOBY FERNANDES69 : 
 
Há no conjunto uma reciprocidade de obrigações, que tanto flexibiliza o 
negócio, como lhe dá eficácia. Essa engenhosa harmonia cria eficiente 
sistema de equilíbrio. Embora possa à primeira vista parecer um paradoxo, 
basta lembrar, numa analogia, que é a estrutura em balanço que faz os 
prédios japoneses resistirem a terremotos. É a flexibilidade que sustenta o 
compromisso de ambas as partes no Sistema de Registro de Preço e lhe 
dá suporte de transparência. 
 
SANTOS70 assevera que “a lógica do sistema é a de que há compromisso do 
fornecedor em relação à proposta formulada na licitação, sem que, contudo, haja 
obrigação de contratar por parte da Administração Pública”. 
Ainda na esfera das obrigações, o sistema admite a flexibilidade necessária 
para que, caso o licitante vencedor não possa sustentar a sua proposta em virtude 
de fato superveniente, decorrente de força maior ou caso fortuito, fique desobrigado 
do compromisso, contando que formalize seu interesse na forma prevista no próprio 
SRP (Decreto n. 3.931/2001, § 3º do art. 13, em especial o respectivo inciso I) antes 
do pedido do objeto pela Administração71. 
 
 
4.2 IMPLANTAÇÃO DO SRP 
 
 
 Observa-se que o ponto chave do êxito de qualquer licitação bem sucedida 
reside na definição precisa e correta dos itens que devem ser contratados. De forma 
bem objetiva, o processo de implantação do Sistema de Registro de Preços foi 
tratado por JACOBY FERNANDES72, sendo: conveniência da setorização; escolha 
dos servidores; modelo de portaria; audiência prévia. 
 
69
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011, p. 33. 
70
 SANTOS, José Anacleto Abduch. O sistema de registro de preços para contratação de serviços e 
obras. Revista Brasileira de Direito Público RBDP. Belo Horizonte, ano 6. n. 22, p. 117-129, jul./set. 
2008, p.117.. 
71
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011. 
72
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011, p. 105-108. 
 36 
1) Conveniência da setorização: para a conveniência da setorização é 
indispensável ter em linha de conta que a adoção do SRP melhor será 
operacionalizada se for feita agrupando conjunto de produtos de mesma natureza, a 
fim de que erros sejam progressivamente eliminados, e o aperfeiçoamento se faça a 
partir da própria experiência de cada unidade, à vista de suas peculiaridades. 
2) Escolha dos servidores: é recomendável a constituição de um grupo 
multidisciplinar, se possível oriundo de setores como: comissão de licitação da 
Administração; almoxarifado da Administração; órgãos requisitantes de bens e 
produtos da Administração; órgãos consumidores de bens e produtos da 
Administração; analista de sistema e/ou programadores da Administração. 
3) Audiência prévia: consiste em promover duas audiências prévias, sendo, a 
primeira, logo após consolidar a etapa referente à definição de quantidade 
estimadas e qualidade pretendida, convocando todos os servidores responsáveis 
por requisição de compras, recebimento, armazenamento, distribuição, pagamento e 
acompanhamento do contrato, que contribuem para o aperfeiçoamento do sistema e 
da sua estruturação e dos órgãos participantes. A segunda, após a conclusão da 
elaboração da minuta do edital, convocando todos os possíveis fornecedores e, se 
possível, também o grupo da primeira reunião, para esclarecer a comunidade como 
o SRP funcionará, as garantias que apresenta para a Administração e para o 
comerciante, a transparência que possibilita e o avanço rumo aos paradigmas de 
excelência no serviço público. A implantação do SRP implicará a alteração de 
algumas rotinas, não devendo ser desprezada a oportunidade de desburocratizar os 
trabalhos, sem, contudo, perder o controle. 
 
 
4.3 VANTAGENS DO SISTEMA 
 
 
 As vantagens na adoção do SRP estudadas por JACOBY FERNANDES73, 
decorrem da sistematização das informações de representantes de órgãos que já o 
implantaram, sendo, portanto, vantagens efetivas e práticas. Exemplo desse 
interesse é a recomendação como regra o uso do SRP sempre que presente uma 
 
73
 JACOBY FERNANDES. Op. Cit, 2011. 
 37 
das hipóteses permissivas pelo Tribunal de Contas da União no Processo TC n. 
575.423/1996-074. No mesmo sentido, o Processo TC n. 016.744/2006-375. 
Assim, as vantagens efetivas e práticas são: 
1) Desnecessidade de dotação orçamentária: não há necessidade de que o 
órgão tenha prévia dotação orçamentária, porque o SRP, ao contrário da licitação 
convencional, não obriga a Administração Pública, em face à expressa disposição 
legal nesse sentido. 
Com a adoção do SRP, a Administração deixa a proposta mais vantajosa 
previamente lecionada, ficando no aguardo da aprovaçãodos recursos 
orçamentários e financeiros. 
Nesse sentido, o TCU entende que o SRP é uma ferramenta adequada a 
enfrentar as restrições orçamentárias - Acórdão n. 3.146/2004 - 1ª Câmara, com 
destaque para o seguinte excerto do voto: 
 
[...] Deste modo, resta cristalino que não há como suscitar situação 
emergencial; as dificuldades orçamentárias eram plenamente previsíveis, e 
o comportamento de fracionar a aquisição mediante dispensa de 
procedimento licitatório deu-se por dois anos. Portanto, proporemos a 
rejeição das razões de justificativas apresentadas pelo Sr. [...]. Novamente 
lembramos que o Sistema de Registro de Preços, previsto no art. 15 da Lei 
n. 8.666/1993 e regulamentado pelo Decreto n. 2.743, de 21 de agosto de 
1998, presta-se bem às dificuldades apresentadas pelo responsável. [...] 76. 
 
2) Atendimento de demandas imprevisíveis: as margens de fatores 
imprevisíveis no consumo são amplamente toleráveis, o que incorre com a licitação 
convencional, podendo ficar muito aquém do limite mínimo permitido ou ir até aos 
25% (vinte e cinco por cento) previstos na lei. 
O Decreto n. 3.931/2001, em alguns casos, admite a contratação sem 
qualquer restrição, como ocorre com o art. 8º: que permite aos “órgãos não 
participantes (caronas) do SRP, atendidos os requisitos dessa norma, comprarem 
 
74
 BRASIL.Tribunal de Contas da União. Processo TCU n. 575.423/1996-0. Acórdão n, 53/1999 – 
Plenário. Relator. Ministro Marcos Vilaça. Diário. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Brasília, DF, 27 maio 1999. 
75
 BRASIL Processo TC n. 016.744/2006-3. Acórdão n. 218/2008 - 1ª Câmara. Relator: Ministro 
Valmir Campelo. Diário. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 fev. 
2008, Seção 1. 
76
 BRASIL.Tribunal de Conta da União. Acórdão n. 3.146/2004 - 1ª Câmara. Diário. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004 citado por JACOBY FERNANDES, Jorge 
Ulisses. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. 
Belo Horizonte: Fórum, 2011, P. 94. 
 
 38 
sem licitação convencional dos fornecedores e prestadores de serviços com preços 
registrados”, abrindo aos fornecedores uma importante porta de acesso às 
contratações com o serviço público. Essa previsão é vantajosa tanto para a 
Administração, quanto para o fornecedor. Imprevisibilidade das aquisições: o TCU 
recomenda o uso do SRP. Processo n. 012.835/02-977: 
1) Redução de volume de estoques: uma das tendências da atual 
Administração é reduzir o capital imobilizado. Nesse panorama, a administração de 
material e bens de consumo desponta com significativa contribuição, podendo 
reduzir o volume de estoques com economia de espaço, pessoal e recursos 
financeiros. Também é recomendável o uso do SRP quando pela variação dos 
tamanhos do produto houver necessidade de grandes estoques. 
2) Eliminação dos fracionamentos de despesa: com a adoção do SRP, o 
problema do fracionamento da despesa deixa de existir, porque faz uma ampla 
concorrência ou pregão de tudo que se quer comprar no exercício e o que faltar 
poderá ser então, enquadrado na modalidade pertinente de licitação ou de dispensa 
de licitação. 
Nesse sentido, transcrevem-se alguns acórdãos do Tribunal de Contas da 
União, a seguir: 
 
Para evitar o fracionamento, o TCU recomenda o uso do Sistema de 
Registro de Preços: Processo n. 009.982/2003-1. Acórdão n. 3.146/200478. 
 
O TCU determinou: [...] realize adequado planejamento das compras a 
serem realizadas no exercício ou adote o SRP de que trata o art. 15 da Lei 
n. 8.666/1993, de molde a evitar o fracionamento indevido de despesas, 
por meio da utilização de dispensa de licitação. Processo TC n. 
014.897/2005. Acórdão n. 2229/2006 [...]79. 
 
O TCU decidiu: [...] utilizem sempre que possível, em suas compras, o 
SRP, em obediência ao disposto no art. 15, inciso II, da Lei n. 8.666/1993, 
 
77
 BRASIL. Tribunal de Conta da União. Processo n. 012.835/02-9. Acórdão n. 1.365/2003 - Plenário. 
Relator: Ministro Marcos Vinicius Vilaça. Diário. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 26 set. 2003 citado por citado por JACOBY FERNANDES, Jorge Ulisses. Sistema de 
registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: 
Fórum, 2011. 
78
 BRASIL. Tribunal de Conta da União. Acórdão n. 3.146/2004 - 1ª Câmara. Diário. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004 citado por JACOBY FERNANDES, Jorge 
Ulisses. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. 
Belo Horizonte: Fórum, 2011, P. 98 
79
 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Processo TC n. 014.897/2005. Acórdão n. 2229/2006 - 1ª 
Câmara. Diário. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 ago. 2006 
citado por citado por JACOBY FERNANDES, Jorge Ulisses. Sistema de registro de preços e 
pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 98. 
 
 39 
de maneira a otimizar o processo de aquisição de insumos e obter preços e 
condições mais vantajosas para a Administração. Processo n. 
005.645/2006-7. Acórdão n. 1095/200780. 
 
1) Entre as vantagens que a implantação do SRP proporciona está, sem 
dúvida, a redução, em termos estimados, de noventa por cento do número de 
licitações. 
2) Tempos recordes de aquisição: com o SRP é possível a requisição de 
compra de qualquer bem com atendimento dentro do prazo de até uma semana. 
3) Atualidade dos preços da aquisição: no SRP pode ser previsto o modo de 
atualização dos preços de forma periódica, garantindo com isso o aproveitamento da 
sazonalidade dos preços, as ofertas e as promoções, restando atendido o inciso II, § 
3º do art. 15, da Lei n. 8.666/1993. 
4) Participação de pequenas e médias empresas: é significativamente 
prestigiada com o SRP, porque os itens passam a ser autônomos e com lotes de 
aquisições de dimensões diferentes. Com isso ganha a Administração, com a 
ampliação da competitividade. 
5) Vantagens para os licitantes: além das possibilidades de participação de 
pequenas e médias empresas e atualidade dos preços, o Decreto n. 3.931/2001 
trouxe outra extraordinária vantagem para os fornecedores e prestadores de 
serviços que conseguirem ter seus preços registrados. 
6) Transparências das aquisições: o SRP permite mais transparências nas 
aquisições, porque os preços cotados são acessíveis a todos e periodicamente 
atualizados. Ao contrário do que ocorre na licitação convencional, a cotação de 
preços não é uma etapa do processo, mas a principal. Além disso, é precedida de 
ampla pesquisa de mercado, tornando ainda mais publico o interesse de licitar. 
7) Redução dos custos da licitação: reduz o número de licitações e, 
consequentemente, barateia o custo. 
8) Maior aproveitamento de bens: evita a perda de bens deterioráveis. Com a 
diminuição dos estoques, a verificação da validade e qualidade do produto torna-se 
muito mais simples e eficaz. 
 
80
 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Processo n. 005.645/2006-7. Acórdão n. 1095/2007 - 
Plenário. Diário. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jun. 2007 
citado por citado por JACOBY FERNANDES, Jorge Ulisses. Sistema de registro de preços e 
pregão presencial e eletrônico. 4. ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 98. 
 
 40 
Observa-se que, as vantagens de utilização do Sistema de Registro de 
Preços, prevista em lei, têm promovido maior flexibilização ao processo para o 
procedimento de compras e contratação de serviços na Administração Pública. Isso 
implica dizer

Outros materiais