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Imagem e honra Existem limitações fazem com que determinadas utilizações da imagem não sejam ilícitas, mesmo que se realizem sem o consentimento do retratado, pois permitem a violação da imagem, colocando-a fora da proteção legal. Pode-se concluir, então, que com exceção dessas possibilidades, qualquer outro uso da imagem alheia sem autorização do titular constitui violação do direito à imagem. Podemos classificar em violações em três tipos: (1°) quanto ao consentimento: o indivíduo tem a própria imagem usada sem que tenha dado qualquer consentimento para tal; (2°) quanto ao uso: o consentimento é dado, mas o uso feito da imagem ultrapassa os limites da autorização; (3°) quanto à ausência de finalidades que justifiquem a exceção: é o caso das fotografias de interesse público, ou de pessoas célebres, cujo uso leva à inexistência de finalidade que se exige para a limitação do direito da imagem. Acontece quando o uso dessas imagens não tem um caráter cultural ou informativo. Todas essas formas de violação do direito à própria imagem importam em culpa indenizável. Com a violação ao direito à imagem, o corpo e as suas funções não sofrem alteração física, mas observa-se uma modificação de caráter moral. A violação é ainda mais agressiva, quando dentro de um contexto publicitário, onde a fotografia identifica a pessoa ao produto, criando vínculo de associação de imediata e longa memória. A proteção jurídica a imagem é fundamental, pois preserva a pessoa, a defesa de componentes essenciais a sua personalidade e do respectivo patrimônio, pelo valor econômico que representa. A jurisprudência brasileira, bem como o entendimento internacional, tem concedido indenização nos casos de não autorização da exposição da imagem, dada a frequência com que se tem usado a imagem alheia indevidamente em publicidade, em um evidente desrespeito aos valores essenciais da personalidade humana, gerado pela falta de criatividade e pela ânsia do lucro fácil. Casos de violação da imagem: Vale destacar que a maioria desses casos de violação da imagem acontece com celebridades. Processo movido por Luana Piovani e Dado Dolabella contra o Programa Pânico na TV (RedeTV). O motivo do processo foi à perseguição sofrida pelos atores, em um famoso quadro do programa, em que os humoristas pretendiam fazer com que a atriz calçasse as “sandálias da humildade”, destinadas às celebridades mais antipáticas. Vale destacar que esse não é o primeiro caso envolvendo o programa Pânico na TV. Caso da Sunga do Thiago Lacerda Leilão da sunga que o ator Thiago Lacerda supostamente teria utilizado na encenação da peça “Paixão de Cristo”, em Nova Jerusalém – Pernambuco. O leilão foi promovido pelo apresentador Gugu Liberato, no seu programa dominical. Gugu pretendia, com a venda da sunga, arrecadar fundos para instituições de caridade. O problema desse nobre gesto é que o apresentador esqueceu-se de pedir autorização para o ator Thiago Lacerda. Tudo foi feito sem o consentimento do principal interessado, que era o dono da peça íntima. No final das contas, o caso foi parar no Judiciário, tendo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgado favoravelmente ao ator. Caso Maitê Proença: A atriz Maitê Proença, depois de pousar nua para a Revista Playboy, teve o dissabor de ver uma das fotos publicada em um jornal carioca, sem o seu consentimento. Em razão disso, ingressou com ação de indenização contra o referido jornal. Alegou ter direito a dano material (já que ela não recebeu qualquer pagamento pela utilização de sua foto) e a dano moral (já que a foto nua lhe colocava em uma constrangedora situação, especialmente porque o público que lia o jornal não era o mesmo público que lia a revista Playboy). Caso Glória Pires e família: A atriz Glória Pires e seu marido Orlando Morais (compositor) foram vítimas de um dos mais lamentáveis boatos no cenário artístico brasileiro. Diversos meios de comunicação espalharam que o referido casal estaria se separando, pois a filha da atriz (a também famosa Cléo Pires), na época com apenas dezesseis anos, estaria tendo um caso com Orlando Morais. A mentira se espalhou rapidamente, causando um sério constrangimento para a família. Caso Chico Buarque e Maria Severo: Envolvendo fofoca sobre a vida privada de celebridades ocorreu com divulgação dos rumores sobre o motivo da separação de Chico Buarque e Marieta Severo. O jornal carioca “O Dia” espalhou que o pivô da separação seria a cantora Daniela Mercury, que estaria tendo um caso com Chico Buarque. Vale destacar que nesses cinco casos gerou indenizações para as vitimas. Por isso que é sempre bom você sempre estar ciente do que você faz, do que você posta nas redes sociais ou compartilha, por que às vezes você nem percebe mais esta violando a imagem de alguém. Caso Danilo Gentilli e Maria do Rosário: Deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) pedia que o apresentador excluísse de suas redes sociais postagens que faziam menção a parlamentar e que classificava como “falsa”, “cínica”, e “nojenta”. Após o gesto Maria do Rosário rebateu pelo twiter dizendo que Gentilli respondera processo. Caso Giovanna Antonelli: Giovanna Antonelli está movendo quatro ações contra empresas que usaram sua imagem em produtos naturais. As peças publicitarias eram veiculadas em sites e redes sociais. A proteção da imagem e da honra começa antes mesmo do nascimento, e até após a morte. Exemplo de proteção ao nascituro: Rafinha bastos durante o programa CQC fez declarações polemicas a respeito de Wanessa Camargo. Na ocasião o apresentador Marcelo Tas mencionou como Wanessa estava uma gracinha gravida e Bastos replicou: “eu comeria ela e o bebê”. Sendo assim ficou claro ao juiz que a linguagem vulgar de Rafinha Bastos atingiu a honra da família e até mesmo a do nascituro. Exemplo de proteção após a morte: Postagens de fotografias do cadáver do cantor Cristiano Araújo.
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