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Campus Alto Paraopeba 01 – REVISÃO OBRAS DE TERRA 2 Para que consigamos avançar no conhecimento das obras de terra, principalmente no que se refere aos assuntos sobre: Taludes, Dimensionamento de elementos de Contenção, Aterros sobre solos Moles, inicialmente realizaremos uma revisão sobre os elementos básicos da engenharia geológica, Mecânica das Rochas e Mecânica dos Solos a fim de elucidar e facilitar o aprendizado. Assim Posto inicialmente trataremos dos seguintes temas: Geologia Estrutural Classificação de Maciços Empuxo de Terra Investigação do Subsolo Resistência dos Solos Adensamentos dos Solos Compactação INTRODUÇÃO: A geologia estrutural estuda a geometria dos corpos rochosos, sua distribuição espacial em três dimensões, e os processos de deformação que produzem as estruturas geológicas. As estruturas geológicas podem ser primárias, que são aquelas originadas na formação das rochas sedimentares, ou na formação dos hiatos ou discordâncias, e as tectônicas originadas por deformação das rochas sobre a ação de forças. O conhecimento da Geologia Estrutural juntamente com a classificação do Maciço possibilitam e facilitam o entendimento da estabilidade de taludes em rochas. GEOLOGIA ESTRUTURAL GEOLOGIA ESTRUTURAL São estruturas que ocorrem em sedimentos e rochas sedimentares, como conseqüência do processo de deposição ou formação desses materiais. Estruturas sedimentares primárias GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas sedimentares primárias GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas sedimentares primárias GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas sedimentares primárias Outro tipo de estrutura comum em rochas sedimentares são os “hiatos” ou discordâncias que ocorrem em uma sucessão de camadas. Estas estruturas caracterizam-se por representar um período de erosão ou de não deposição. Como resultado, ocorre um hiato entre as rochas situadas nos dois lados dessa superfície. Assim, durante um período de tempo com duração variável não há deposição ou então há destruição de dados geológicos. Estas discordâncias podem ser de 3 tipos: angular, litológica, desconformidade. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas As estruturas tectônicas são aquelas formadas à partir de movimentações da crosta terrestre que, produzindo esforços de compressão e de tração (esforços tectônicos), deformam as rochas e induzem ao surgimento de uma série de estruturas, facilmente reconhecíveis. Assim, antes de falarmos sobre as estruturas em si, algumas explicações sobre deformação são necessárias. Deformação A deformação de um sólido, qualquer que seja - rocha, aço, ferro, plástico, etc., pode se dar de três maneiras: •Deformação Elástica •Deformação Dúctil ou Plástica •Deformação Rúptil GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Deformação Deformação Elástica • deformação reversível ou não permanente, que ocorre quando uma força é aplicada sobre um sólido e este é esmagado e amassado (deformado). Ao ser removida a força, o sólido volta à sua condição anterior; Deformação Dúctil ou Plástica • é uma deformação irreversível, que ocorre quando um sólido é submetido à um nível de tensão em que deixa de se comportar elasticamente e passa a manter a deformação sofrida. Ex.: dobras em rochas metamórficas. Deformação Rúptil • também origina deformações irreversíveis que ocorrem quando o limite de resistência do sólido é atingido. Ex.: fraturas, falhas, etc. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Deformação GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Deformação Fatores que influenciam e controlam a deformação: • Tempo; • Temperatura - quanto maior a temperatura, maior a deformação dúctil; • Pressão Confinante - quanto maior a tensão confinante, maior a deformação dúctil; • Composição da Rocha - rochas com minerais hidratados (p. ex.: micas) são mais dúcteis. Além disso, minerais diferentes tem propriedades diferentes: - Halita, calcita, dolomita, argila, clorita, mica, talco, etc. – dúcteis. - Piroxênios e anfibólios - intermediários -Granada, olivina, quartzo e feldspato - pouco dúcteis. • Teor de Água. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas Descontinuidades São estruturas de grande importância em projetos de engenharia pois influenciam a estabilidade de taludes, fundações, escavações subterrâneas, etc. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas Descontinuidades Constituem planos de fraqueza em maciços rochosos. Podem ser de dois tipos: •Fraturas (Juntas, diaclases) - superfícies de fraturas que separam corpos rochosos e ao longo das quais não houve deslocamento relativo entre estes corpos. Podem formar famílias (“sets”). • Falhas - fraturas em que há deslocamento relativo entre as duas paredes (podendo variar de mm a muitos km). Podem ser individuais ou formar zonas de falhas (zonas de cisalhamento). GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Descontinuidades Elementos de uma Fratura Os elementos mais importantes a serem descritos em uma fratura são: espaçamento, persistência, abertura, rugosidade, alteração das paredes (resistência), presença e tipo de preenchimento, condições de água e atitudes das fraturas. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Descontinuidades Elementos de uma Fratura As fraturas podem ser originadas por tensões de tração ou por alívio de tensão (juntas de alívio), normalmente paralelas à forma do relevo. Além disso, existem as juntas associadas à dobras e ao resfriamento de basaltos. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Descontinuidades Elementos de uma Falha GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Descontinuidades Tipos de Falha Normal - o plano de falha é muito inclinado e a capa move-se para baixo. Inversa ou Reversa - o plano de falha é muito inclinado e a capa move-se para cima. Aquelas com ângulos menores que 45° são conhecidas como Empurrões ou Acavalamento. Transcorrentes - falha com deslocamento horizontal. Oblíqua - o movimento tem uma componente vertical e outra horizontal. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas – Descontinuidades – Tipos de Falha GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas Dobras São produzidas por deformações plásticas. As dobras, quanto à sua origem podem ser de dois tipos: • Tectônicas - mais comuns. São produzidas por esforços estruturais. Ocorrem em rochas metamórficas. • Atectônicas - ocorrem em sedimentos (estruturas “slam”), associadas à escorregamentos, posteriormente consolidados. GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Dobras Elementos de uma Dobra • Charneira - região de menor curvatura • Crista - parte topograficamente mais saliente • Flancos - lados • Eixo - linha imaginária, perpendicular aos esforços principais • Plano Axial - une os eixos de um pacote dobrado GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Dobras Elementos de uma Dobra GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Dobras Elementos de uma Dobra GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas tectônicas - Dobras Elementos de uma Dobra Formação de Dobras, Falhas e acumulação de petróleo GEOLOGIA ESTRUTURAL Estruturas Planares - Foliação e Clivagem São estruturas formadas pela orientação preferencial de minerais, agregados minerais ou combinações destes, podendo ou não formar descontinuidades no maciço. São originadas por fluxo em rochas ígneas(pouco comuns) ou por deformação em rochas metamórficas (mais comuns). Podem ser: clivagens ardosianas, xistosidade, gnaissificação. 26 –Por que classificar os maciços rochosos? –Quais as ferramentas que dispomos? CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS 27 Um dos aspectos mais importantes ligados aos estudos de terrenos para fins de engenharia civil é o da respectiva classificação, nomeadamente no que se refere à definição dos parâmetros que melhor caracterizam uma formação do ponto de vista de Geologia de Engenharia. Quando se pretende fazer o estudo de uma dada formação interessada num problema de engenharia civil é corrente iniciá-lo por uma classificação geológica. Reconhece-se que esta classificação não é absoluta para fins de engenharia, mas atribuísse-lhe utilidade. As características de qualidade de maciços rochosos são fundamentalmente consequência do seu estado de alteração e de fraturação. A ocorrência de água percolando nos maciços atua também, com frequência, na respectiva estabilidade. Importa desde já referir os dois primeiros parâmetros considerados - estado de alteração e grau de fraturação - e fazer considerações sobre os critérios de classificação de maciços neles baseados. CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS 28 – Finalidade: fornecer informações ao projeto de engenharia (Mecânica das Rochas) – Informações levantadas: • Tipo das rochas • Descontinuidades estruturais • Propriedades dos materiais (resistência, deformabilidade, permeabilidade) – Principais métodos de levantamento: • Mapeamento de campo • Sondagens com retirada de testemunhos – Se incompletos/insuficientes/malfeitos condenam o projeto geotécnico ao fracasso! LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS/GEOTÉCNICOS: 29 ENSAIOS DE LABORATÓRIO COM TESTEMUNHOS: – Finalidades: • Determinar resistência à compressão • Determinar parâmetros de deformabilidade • Determinar permeabilidade – Deficiências: • O testemunho representa uma ínfima porção da rocha que será afetada pela obra • Somente as amostras que “sobrevivem” à amostragem são ensaiadas • Importantes descontinuidades estruturais podem ficar fora do testemunho EFEITO ESCALA 30 EFEITO ESCALA 31 CLASSIFICAÇÕES DE MACIÇOS ROCHOSOS: – tentativas de proporcionar orientação acerca das propriedades de engenharia dos maciços rochosos que condicionam os projetos de engenharia e previsão de comportamento, - Possibilitam o levantamento de possíveis soluções, – Não substituem os cálculos do projeto executivo – Baseadas em: • Resistência da rocha intacta • Espaçamento das descontinuidades • Propriedades das descontinuidades (abertura, rugosidade, preenchimento, etc.) • Presença de água • Tensões in situ • Atitude das famílias de descontinuidades – Alguns sistemas de classificação: • Lauffer (1958)+Pacher et al (1974) NATM • Bieniawski (1973, 1989) RMR • Barton et al. (1974, 1989) Q 32 CLASSIFICAÇÕES DE MACIÇOS ROCHOSOS: 33 ORIENTAÇÃO CARACTERÍSTICAS DAS DESCONTINUIDADES ESPAÇAMENTO - Classificação do espaçamento entre fraturas consecutivas (ISRM, 1981) PERSISTÊNCIA A persistência pode ser definida como a extensão de uma descontinuidade no sentido do interior do Maciço - Descrição da persistência (ISRM, 1981) 34 RUGOSIDADE A rugosidade é representada pelas irregularidades e ondulações presentes nas superfícies das descontinuidades. Classificação e perfis da rugosidade das descontinuidades (adaptado de ISRM, 1978) 35 ABERTURA A abertura consiste na distância média que separa paredes adjacentes de uma descontinuidade. Descrição da abertura das descontinuidades (ISRM, 1978) ENCHIMENTO O enchimento é o termo utilizado para descrever o material que, preenche total ou parcialmente, o espaço entre as paredes das descontinuidades PERCOLAÇÃO Pode-se verificar a circulação ou a presença da água ao longo das paredes das descontinuidades GRAU DE INTEMPERISMO Mede o quão alterado encontra- se o maciço rochoso em relação ao que seria o seu estado são se não houvesse ocorrido ação do intemperismo. De maneira a permitir uma melhor padronização nas classificações efetuadas por diferentes técnicos em regiões distintas do planeta, a Associação Internacional de Mecânica das Rochas (ISRM), elaborou um esquema de classificação em termos qualitativos, conforme a tabela abaixo: 37 Segundo Bieniawski (1973, 1975, 1976, 1978, 1979, 1984 e 1989) os parâmetros a utilizar para classificações geotécnicas devem ser obtidos a partir de observações e ensaios simples e práticos para que a interpretação seja clara e facilmente utilizável por qualquer pessoa e devem ser relevantes para a caracterização do maciço rochoso. Como exemplo, na classificação de Piteau (1970), este autor desenvolveu uma Tabela onde se estima a resistência à compressão uniaxial aproximada do material rochoso, recorrendo a técnicas expeditas, prescindindo de ensaios laboratoriais Estimativa da resistência à rotura em compressão uniaxial do material rochoso (Piteau, 1970) 38 Classificação RQD – Rock Quality Designation (RQD): • % pedaços de testemunho maiores que 10cm no avanço total da manobra • Estimativa da qualidade da rocha a partir da recuperação dos testemunhos • Diâmetro do testemunho 54,7mm (NW, barrilete de parede dupla) 39 CLASSIFICAÇÃO DOS MACIÇOS COM BASE NO RQD. 40 CLASSIFICAÇÕES RMR Baseia-se em seis parâmetros, a cada um dos quais são atribuídos pesos, e que Bieniawski (1989) considerou serem os que melhor descrevem o comportamento do maciço rochoso. Os parâmetros a utilizar encontram-se de seguida mencionados, com os respetivos pesos relativos atribuídos. Resistência à ruptura por compressão uniaxial da rocha intacta; 0 - 15 RQD “Rock Quality Designation”; 0 - 20 Espaçamento das descontinuidades; 0 - 20 Condições das descontinuidades; 0 - 30 Afluxo de água subterrânea ; 0 - 15 Orientação das descontinuidades; 0 – (-50). Classificação geomecânica - RMR básico (Bieniawski, 1989) RMR = (pesos) RMR = (pesos) 41 Classificação da condição das descontinuidades - RMR (Bieniawski, 1989) Tabela 3.6 - Classes de maciços - RMR (Bieniawski, 1989) 42 CLASSIFICAÇÃO SMR SMR = RMRb + (F1 × F2 × F3) + F4 Com o objetivo de classificação de maciços rochosos para taludes, Romana (1993) propôs o índice SMR (“Slope Mass Rating”). Partindo do índice RMR básico (Bieniawski, 1989), aquele autor corrigiu-o recorrendo a quatro fatores de ajuste (F1 a F4) relacionados com as diferenças de direção e inclinação entre as descontinuidades e a face do talude, com o modo de rotura e com os métodos de escavação utilizados, a saber: 43 Resumo da classificação SMR (Romana, 1993) 44 Recomendações de medidas de contenção possíveis para cada classe de estabilidade (Romana, 1993) Caracterização das classes de SMR (Romana, 1993) 45 Investigações Geotécnicas Generalidades A elaboração de projetos geotécnicos em geral exige, obviamente, um conhecimento adequado dos solos. É necessário proceder-se à identificação e à classificação das diversas camadas componentes do substrato a ser analisado, assim como a avaliação das suas propriedades de engenharia. Figura 01 – Perfil do solo. 46 Generalidades Segundo Marinho (2005), diversos são os fatores que influenciam a escolha dos métodos de investigação: 1. Natureza dos materiais de subsuperfície. 2. Condiçãodo lençol de água. 3. Tipo de obra a ser construída ou investigada. 4. Complexidade da área. 5. Topografia local. 6. Grau de perturbação de cada método investigativo. 7. Tempo. 8. Aspectos geoambientais. 9. Limitações de orçamento. 10. Aspectos políticos. Em alguns casos são responsáveis pela redução das investigações. Investigações Geotécnicas 47 Generalidades Ausência de Investigações Geotécnicas Projetos inadequados Atrasos na obra Aumento de custos remediação Problemas ambientais Ruptura da obra “A investigação geotécnica além de permitir a identificação de características geométricas e estruturais que podem condicionar determinadas soluções, ela pode fornecer parâmetros para projeto e análises.”(MARINHO, 2005). Resistência; Deformabilidade; Fluxo. Ensaios de Campo Ensaios de Laboratório Investigações Geotécnicas 48 Generalidades Investigações Geotécnicas Como reconhecimento inicial, é recomendada a consideração dos seguintes aspectos na elaboração dos projetos e previsão do desempenho de Obras de Terra: a. Visita ao local; b. Feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de taludes; c. Indícios de presença de aterro (bota-fora) na área; d. Indícios de contaminação do subsolo por material lançado no local ou decorrente de ocupação anterior; e. Prática de projeto e execução de Obras de Terra; f. Estado das construções vizinhas; g. Peculiaridades geológico-geotécnicas na área, tais como: presença de matacões, afloramentos rochosos nas imediações, áreas brejosas, minas d’água etc. 49 Investigações Geotécnicas Programa de investigação do subsolo O primeiro passo para uma investigação adequada do subsolo é a definição de um programa, que irá, definir as etapas da investigação e os objetivos a serem alcançados. As etapas são: 1-Investigação preliminar (conhecer as principais características do subsolo); 2-Investigação complementar ou de projeto (procura-se esclarecer as feições relevantes do subsolo e caracterizar as propriedades, dos solos, mais importantes do ponto de vista do comportamento das obras); 3-Investigação na fase de execução (indicada pelo projetista, visa confirmar as condições de projeto em áreas críticas. A determinação das propriedades de engenharia, em princípio, tanto poderia ser feita através de ensaios de laboratório quanto de ensaios de campo. 50 Ensaios de Campo 51 Ensaios de Campo Entre os ensaios de campo existentes em todo o mundo, alguns se destacam: Poços e sondagens a trado; O "Standard Penetration Test"- SPT; O "Standard Penetration Test" complementado com medidas de torque - SPT-T; Os pressiômetros (de Ménard e autoperfurantes); Os ensaios de carregamento de placa – provas de carga; O ensaio de penetração do cone com medida das pressões neutras, ou piezocone - CPT- U; O ensaio de palheta - "Vane Test“; O dilatômetro de Marchetti; Sondagem Rotativa; Os ensaios geofísicos. 52 Ensaios de Campo Poços e sondagens a trado Sondagem a trado O trado serve para retirar amostras deformadas e reconhecer a estratigrafia em pequenas profundidades, em geral até 3 m, mas é possível emendar as hastes do trado e pegar amostras de 5-6 m profundidade, mas em profundidades grandes, o serviço é demorado. Normatização ABNT NBR 9603:1988. Figura 02 – Trado manual. 53 Ensaios de Campo Poços e sondagens a trado Poços, trincheiras e galerias de inspeção Escavações manuais ou por meio de escavadeiras com o objetivo de expor e permitir a direta observação visual do subsolo, com a possibilidade de coleta de amostras indeformadas; Normatização NBR 9604/86 Abertura de poço trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas. Figura 03 – Sequência de retirada de CP. 54 Ensaios de Campo Sondagem de simples reconhecimento a percussão (SPT) A sondagem a percussão é um procedimento geotécnico de campo, capaz de amostrar o subsolo. Quando associada ao ensaio de penetração dinâmica (SPT), mede a resistência do solo ao longo da profundidade perfurada. Ao se realizar uma sondagem pretende-se conhecer: O tipo de solo atravessado através da retirada de uma amostra deformada, a cada metro perfurado; A resistência (Nspt) oferecida pelo solo na cravação do amostrador padrão, a cada metro perfurado; A posição do nível ou dos níveis d'água, quando encontrados durante a perfuração. No Brasil, o ensaio está normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas através da Norma Brasileira ( NBR 6484:2001). 55 Ensaios de Campo Sondagem de simples reconhecimento a percussão (SPT) Figura 04 – Ensaio de sondagem tipo SPT. 56 Ensaios de Campo Sondagem de simples reconhecimento a percussão (SPT) Figura 05 – Boletim de sondagem tipo SPT. 57 Sondagem de simples reconhecimento a percussão com medição de torque (SPT-T) Figura 06 - Torquimetro c/ relógio para leitura SPT-T Ensaios de Campo A medida do torque é efetuada ao término de cada ensaio de penetração (SPT). Inicia-se o movimento de rotação da haste de uma polegada através de um operador, usando- se o torquímetro como braço de alavanca. Define-se por índice de torque a relação entre o valor do torque medido em kgf x m pelo valor Nspt (T/Nspt). 58 Sondagem de simples reconhecimento a percussão com medição de torque (SPT-T) Ensaios de Campo Figura 07 – Ensaio SPT-T Fonte: Recupere Engenharia 59 Sondagem de simples reconhecimento a percussão com medição de torque (SPT-T) Ensaios de Campo Figura 08 - Resultado Típico de ensaio SPT-T 60 Ensaios de Campo Sondagem Pressiométrica (PMT) O pressiômetro de Ménard é um aparelho idealizado pelo engenheiro francês Louis Ménard, que se destina a permitir a determinação das características de rigidez de uma ampla gama de solos e rochas. Figura 09 – Ensaio PMT Fonte: Escola de Engenharia UFRGS Consiste na introdução de uma sonda com células de pressão. A pressão na célula é aumentada logo após a introdução da sonda no furo, provocando uma expansão cilíndrica do solo em volta da mesma. 61 Ensaios de Campo Sondagem Pressiométrica (PMT) Figura 10 – Resultado típico do PMT Fonte: Trindade, 2004 UFV 62 Ensaios de carregamento de placa - provas de carga O ensaio de carregamento de placa, também designado por prova de carga em placa, é uma das melhores maneiras para se determinar as características de deformação dos solos. No Brasil é usual utilizar-se placas circulares de ferro fundido ou aço com 80 cm de diâmetro. Algumas vezes são utilizadas placas quadradas ou circulares com 30 cm de lado, ou diâmetro. Recentemente surgiu a ideia de se executar provas de carga em placas de pequeno diâmetro, 5", ou seja, 12,7 cm, no interior de tubos de revestimento de 6". (Décourt e Quaresma Filho, 1996). Figura 11 – Equipamento de prova de carga sobre placa. Fonte: Catálogo Solotest Ensaios de Campo 63 Figura 12 – Equipamento de prova de carga. Fonte: DEC/UFV Ensaios de carregamento de placa - provas de carga Ensaios de Campo 64 0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 300 350 R e c a lq u e ( m m ) Carga (kN) Prova de Carga - 03 Figura 13 – Resultados típicos de PC’s. Fonte: DEC/UFV Ensaios de carregamento de placa - provas de carga Ensaios de Campo 65 Ensaios de cone (CPT) e de Piezocone (CPTU) Mede-se o esforço necessário para a cravação no solo (resistência a penetração)de uma ponteira cônica solidária a um conjunto de hastes. Geralmente empregado em investigações complementares a sondagem SPT, com vistas a estimativa de parâmetros para projeto. Figura 14 – Sonda CPTU Fonte: Escola de Engenharia UFRGS Ensaios de Campo 66 E os seguintes parâmetros Resistência de ponta “qc”; qc=Fp/Ap Atrito lateral “fs”; fs=Fl/Al Com o ensaio, obtém-se os seguintes dados: Esforço total de cravação “Ft”; Esforço isolado de cravação da ponta “Fp”; Por diferença o esforço de atrito lateral “Fl=Ft-Fp”. Ensaios de cone (CPT) e de Piezocone (CPTU) Ensaios de Campo Figura 15 – Sondagem CPTU 67 Figura 16 – Resultado típico do ensaio CPTU Fonte: Escola de Engenharia UFRGS Ensaios de cone (CPT) e de Piezocone (CPTU) Ensaios de Campo 68 Ensaio de palheta – (VANE TEST) O ensaio de palheta é o mais utilizado para a determinação da resistência não-drenada Su do solo mole, consistindo na rotação a uma velocidade de rotação constante padrão, de uma palheta cruciforme em profundidades pré-definidas. Normatizado pela NBR 10905:1989. Figura 17 – Equipamento de ensaio Vane test Fonte: http://maharashtra.all.biz/ Ensaios de Campo 69 A medida do torque T versus rotação permite a determinação dos valores de Su do solo natural e amolgado. Para as hipóteses usuais de condição não-drenada, solo isotrópico, Su constante no entorno da palheta, e altura H igual ao dobro do diâmetro D da palheta, pode-se demonstrar que a equação utilizada para o cálculo de Su é: 𝑺𝒖 = 𝟎, 𝟖𝟔. 𝑻/(𝝅.𝑫 𝟑) Ensaio de palheta – (VANE TEST) Ensaios de Campo 70 Sondagem Dilatométrica (DMT) O ensaio de dilatômetro foi desenvolvido na Itália por Marchetti, a partir de meados da década de 70 (Marchctti, 1975, Schmertmann, 1983). O dilatômetro constitui-se de uma lâmina de aço inoxidável dotada de uma membrana circular de aço muito fina em uma de suas faces, similar a um instrumento tipo célula de pressão total. O ensaio dilatométrico consiste na cravação da lâmina dilatométrica no terreno, para em seguida, usar a pressão de gás para expandir a membrana de aço (diafragma) no interior da massa do solo. Figura 18 – Equipamento de ensaio DMT Ensaios de Campo 71 Fonte: UFV – Duarte, 2006 Sondagem Dilatométrica (DMT) Ensaios de Campo Tabela 01 – Resultado típico do ensaio DMT 72 Sondagem Rotativa Ensaios de Campo Utilizada para investigação geotécnica de maciços rochosos e solos impenetráveis a percussão - SPT. Consiste na perfuração com máquina motorizada (sonda), que simultaneamente rotaciona e aplica pressão ao barrilete acoplado a broca diamantada. O conjunto de perfuração, formado por hastes + barrilete + coroa diamantada, é refrigerado a água. A sondagem rotativa retira testemunhos da rocha perfurada, que são acomodados em caixas plásticas ou de madeira. Figura 19 – Amostras de sondagem rotativa 73 Sondagem Rotativa Ensaios de Campo Os procedimentos para a realização de uma sondagem rotativa são executados através de movimentos rotativos e de avanço das hastes de perfuração e do barrilete. Cada manobra varia de 1.5 m a 3.0 m, dependendo do comprimento do barrilete. Os resultados obtidos a partir de uma sondagem rotativa são: Classificação litológica – tipo de rocha, textura, mineralogia, cor, etc.; Estado de alteração – sã, pouco alterada, medianamente alterada, muito alterada e extremamente alterada, conforme classificação da ISRM; Grau de fraturamento – número de fraturas por metro, também conforme classificação da ISRM: ocasionalmente fraturada (1), pouco fraturada ( 2 a 5), medianamente fraturada (6 a 10), muito fraturada (11 a 20), e extremamente fraturada (> 20); Recuperação – é a porcentagem de material recuperado em relação a o tamanho da manobra; RQD (Rock Quality Designation) – é a soma dos fragmentos ≥ 10 cm, separados por fraturas naturais, em relação ao comprimento total da manobra. 74 Ensaios geofísicos Ensaios de Campo A prospecção geofísica baseia-se na determinação de campos de força, naturais ou artificiais, que são medidos em superfície por meio de instrumentos. A finalidade desta pesquisa é a obtenção de dados sobre a distribuição espacial dos solos, rochas e estruturas em subsuperfície e a obtenção de dados, em profundidade, de determinada propriedade físico-química das camadas do subsolo ou da variação de tal propriedade. Tabela 02– Métodos geofísicos, propriedades físicas analisadas e sua aplicação. Fonte: Marques, E. A., 2005 - Notas de Aula, DEC/UFV. 75 Ensaios geofísicos Ensaios de Campo Figura 20– Reflexão sismica, adaptado de http://www.comunitexto.com.br/prospeccao-geofisica/#.VNyG1PnF_Sw . Como exemplos de aplicação dos métodos geofísicos podem ser nomeados: A avaliação da profundidade da camada dura sob aluvionar mole; A avaliação da espessura de alteração de um maciço rochoso, por exemplo, para previsão do custo de desmonte num trecho de estrada em escavação; O Estudo de localização de áreas de empréstimo ou de pedreiras para barragens, quer de aterro, quer de concreto; A identificação de cavidades no subsolo quando se pretende construir sobre formações cársticas; A identificação de falhas e outros acidentes tectônicos junto de estruturas cuja segurança exija especiais requisitos, como grandes barragens ou centrais nucleares. 76 Inclinômetros Ensaios de Campo Figura 21 – Perfil de instalação de inclinômetros verticais, adaptado de http://www.igeo- op.com.br/monitoramento.htmlF_Sw . As movimentações de taludes podem ser acompanhadas por meio de marcos superficiais ou de inclinômetros tipo torpedo. 77 Piezômetro e medidor de nível d’água Ensaios de Campo Usados no monitoramento da poro-pressão e do nível d’água. Precipitação Variações Figura 22– (a) Esquema de um piezômetro, (b) Esquema de um medidor de N.A., adaptado de Victorino, D. R, Gehling W. Y. Y., Ramires M. C. P. [197-?] (a) (b)
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