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SEMINARIO ADMINISTRACAO DE PRODUCOES E OPERACOES

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O QUE É O ESTUDO DE TEMPOS, MOVIMENTOS E MÉTODOS? 
O estudo de tempos, movimentos e métodos aborda técnicas que submetem a uma detalhada análise cada operação de uma dada tarefa, com o objetivo de eliminar qualquer elemento desnecessário à operação e determinar o melhor e mais eficiente método para executá-la.
ESTUDO DE TEMPOS 
A mensuração do trabalho, feita de forma científica, utilizando técnicas estatísticas, teve seu inicio na primeira metade do século passado, e era aplicada apenas em organizações do tipo industrial. Seus precursores foram Frederick W. Taylor e o casal Frank e Lílian Gilbreth. O objetivo da medida dos tempos de trabalho era determinar a melhor e mais eficiente forma de desenvolver uma tarefa específica. Esta metodologia permaneceu praticamente inalterada desde aquela época. A cronometragem das tarefas continua a ser largamente utilizada na maioria das empresas brasileiras, com o objetivo de medir e avaliar o desempenho do trabalho. É a determinação, com o uso de um cronômetro, do tempo necessário para se realizar uma tarefa. O termo “cronoanálise” é bastante utilizado nas empresas brasileiras para designar o processo de estudo, mensuração e determinação dos tempos padrão em uma organização. 
Cronoanalista: o vocábulo cronoanalista foi bastante utilizado nas indústrias brasileiras para designar o cargo e função do profissional que executava as tomadas de tempo. Esta função foi largamente utilizada para registro na carteira de trabalho. Atualmente, devido à constante redução do contingente de overhead nas organizações, o cargo de cronoanalista foi substituído por outras descrições de cargo mais abrangentes e menos específicas, tais como analista industrial ou analista de processos. Diga-se de passagem, que bons profissionais nesta área são difíceis de encontrar. Como prova disto, é comum encontrar-se inúmeras ofertas de emprego nos classificados dos jornais para técnicos ou analistas de produção. 
Finalidade do estudo de tempos: o estudo de tempos não tem apenas a finalidade de estabelecer a melhor forma de trabalho. O estudo de tempos procura encontrar um padrão de referência que servirá para:
Determinação da capacidade produtiva da empresa; 
Elaboração dos programas de produção; 
Determinação do valor da mão-de-obra direta no cálculo do custo do produto vendido (CPV); 
Estimativa do custo de um novo produto durante seu projeto e criação; 
Balanceamento das linhas de produção e montagem.
Equipamentos para o estudo de tempos:
Cronômetro de hora centesimal;
Câmeras;
Prancheta;
Folha de observação.
Determinação do tempo cronometrado
Divisão da operação em elementos: em primeiro lugar, a operação total cujo tempo padrão se deseja determinar deve ser dividida em partes para que o método de trabalho possa ter uma medida precisa, deve-se tomar o cuidado de não dividir a operação em exageradamente muitos ou demasiadamente poucos elementos. Algumas regras gerais para este desdobramento são: 
1. Separar o trabalho em partes, de maneira que sejam mais curtas possíveis, mas longas o suficiente para que possam ser medidas com o cronômetro. A prática obtida, na realização de inúmeros processos de cronoanálise em várias empresas indica que o tempo mínimo a ser medido deve ser superior a cinco segundos.
2. As ações do operador, quando independentes das ações da máquina, devem ser medidas em separado. Em outras palavras, o trabalho do operador é do operador e o trabalho da máquina é da máquina. 
3. Definir o atraso ocasionado pelo operador e pelo equipamento separadamente.
Determinação do tempo normal
Avaliação da velocidade do operador: é o processo por meio do qual o cronoanalista compara o ritmo do operador em observação com o seu próprio conceito de ritmo normal.
Velocidade acima do normal: o opera dor que está sendo avalia do pode estar trabalhando acima da velocidade normal. Isto pode acontecer por vários motivos.
Velocidade abaixo do normal: nesta situação, o operador pode estar realizando a tarefa que está sendo cronometrada em velocidade lenta, ou que pode acontecer por fadiga, como por exemplo em um a sexta-feira à tarde. A lentidão também pode decorrer de o operador observado ainda não ter prática suficiente na tarefa, por estar intimidado ao sentir seu trabalho sendo cronometrado ou por qualquer outra razão.
Determinação do tempo padrão: Uma vez determinado o tempo normal que é o tempo cronometrado ajustado a um a velocidade ou ritmo normal, será preciso levar em consideração que não é possível um operário trabalhar o dia inteiro, sem nenhum a interrupção, tanto por necessidades pessoais, como por motivos alheios à sua vontade. O tempo padrão é calculado multiplicando-se o tempo normal por um fator de tolerância para compensar o período que o trabalhador, efetivamente, não trabalha. 
Metodologia de Cronoanálise Utilizado na Prática: No mundo prático das empresas, é comum elaborar-se procedimentos simplificados para a realização da atividade de cronoanálise. Convém ressaltar que não é raro encontrar tempos desatualizados na organização. Em alguns casos, o produto ou o processo já foi mudado a longa data e a área industrial, sob a alegação de falta de tempo ou de pessoal, ainda não procedeu à atualização dos tempos de produção no sistema.
Tipos de Métodos, Movimentos e suas funcionalidades
Engenharia de métodos: atividade dedicada à melhoria e desenvolvimento de equipamentos de conformação e processos de produção para suportar a fabricação. Preocupa-se em estabelecer o método de trabalho mais eficiente, ou seja, procura otimizar o local de trabalho com relação a ajuste de máquinas, manuseio e movimentação de materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos específicos, medição de tempos e racionalização de movimentos. Também é chamada de engenharia industrial, engenharia de processo ou engenharia de manufatura.
Processo de duas mãos: também conhecido como diagrama SIMO (movimentos simultâneos) é uma técnica utilizada para estudos de fluxos de produção que envolve montagem ou desmontagem de componentes. Para a elaboração do diagrama de duas mãos, é preciso: 
Apresentar o produto final e seus componentes; 
Elaborar leiaute dos componentes que serão montados dentro da área normal de montagem;
Definir a seqüência de movimentos em que deve ser efetuada a montagem; 
registrar, em forma de documento, o método que será utilizado como padrão de referência;
padronizar o processo. 
A seqüência de movimentos é feita obedecendo a maior economia de movimentos possível. Por meio desta técnica, pode-se otimizar a seqüência de trabalho e minimizar os tempos envolvidos, objetivando um aumento de produtividade. 
Fluxograma: em geral é uma ferramenta de representação gráfica do trabalho realizado em empresas, é a sequência normal de qualquer trabalho na organização. São usados símbolos que geralmente tem pouca variação. Os símbolos utilizados colocam em evidência a origem, processamento e o destino da informação e tem por objetivo facilitar a visualização do processo e identificar atividades críticas.
Fonte:Barnes(1977)
Mapofluxograma: O Mapofluxograma tem por característica ser feito sobre a planta de onde são realizados os processos produtivos. Fornece uma visão geral de todo o processo, tem como vantagem a visualização de transporte longo, podendo apresentar movimentos em múltiplos pavimentos. Entretanto, não fornece dados sobre a intensidade dos fluxos de movimentação. Segundo Barnes (1977), o mapofluxograma representa a movimentação física de um item através dos centros de processamentos dispostos no arranjo físico de uma instalação produtiva, seguindo uma sequência ou rotina fixa. Portanto, o entendimento de um processo exige uma série de informações, que, analisadas em conjunto, permite uma abordagem mais completa de possíveis problemas, tornando mais ágil a identificação de causas e a proposição de melhorias.
Estudo de Alimentadores: Outro aspecto relevante diz respeito ao formato dos recipientes de alimentação dos componentes,geralmente conhecidos como alimentadores. O desenho adequado de uma caixa alimentadora pode eliminar problemas relacionados à lesão por movimentos repetitivos, ocasionada por tensões musculares resultantes da necessidade de utilização de uma classe de movimento mais alta, como ilustrado na Figura 2 e na Figura 3. O alimentador de peças apresentado na Figura 2 é considerado deficiente por apresentar duas grandes falhas em seu desenho. Segundo Lida (2000), quando a mão é introduzida em seu interior para a coleta de peças, a parte situada sob o punho é fina e imprópria para apoio, a mão precisa permanecer desencostada desta aresta. Outra característica não ergonômica consiste no tamanho e no grau de inclinação da janela de abertura para coleta das peças, que causa tensão muscular quando a mão é introduzida para coleta de peças.
Figura: 2 Figura: 3
 Fonte: Lida (2000, p. 161). Fonte: Lida (2000, p. 161).
Referência: Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml | Administração da produção: operações industriais e de serviços . Curitiba : UnicenP, 2007.
Cap. 2 - O QUE É O ESTUDO DE TEMPOS, MOVIMENTOS E MÉTODOS – pag. 85
GRUPO: Ricardo Campos, Rodrigo Crizostomo, Talisson Diniz, Talita Brito

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