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Fichamento 1

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FICHAMENTO DO TEXTO
“MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO: DOIS PARADIGMAS DISTINTOS, DUAS PRÁTICAS DIVERSAS” DE TANIA ALMEIDA
	Apesar de serem ambos instrumentos de resolução de conflitos voltados para a feitura de acordos, a conciliação e a mediação são instrumentos distintos. De acordo com Almeida, é possibilitado o sistema multiportas de acesso à justiça. Desta forma são ampliados os modos de solução de um determinado conflito, bem como proporciona que seja utilizado aquele instrumento mais adequado as circunstâncias do caso. 
	A conciliação e a mediação visam a solução de um conflito. Contudo, ao passo que o acordo se constitui enquanto objetivo principal da conciliação o mesmo não pode ser afirmado da mediação. A mediação tem como finalidade a desconstrução do conflito para restabelecer as relações. Os acordos por si só não são garantia de que o conflito está encerrado. Entretanto a sua manutenção é propicia ao surgimento de novas desavenças. Sendo a mediação tida como o instrumento mais adequado para o conflito entre os indivíduos entre os quais as relações se perdurarão no tempo por desconstruir o conflito.
	Na conciliação há um sentimento de adversariedade entre as partes, onde são buscadas as demandas pessoais muitas vezes em detrimento da satisfação do outro. Enquanto que através da mediação procura-se a satisfação mútua dos envolvidos. Este diferencial da mediação é incentivado a partir da fase de pré-mediação, onde o mediador avalia a adequação do instrumento após a oitiva dos envolvidos, apresentado os procedimentos, princípios e objetivos as partes. Porém a mediação será inciada mediação apenas se as partes tendo conhecimento do procedimento e da finalidade da mediação a aceitar.
	A relação custo beneficio é auferida na conciliação se restringe apenas aos interesse próprios. Todavia, na mediação, auxiliar as partes a avaliarem a relação custo beneficio também levando em consideração os demais envolvidos, sejam eles afetados direta ou indiretamente pela desavença, é papel do mediador, Assim, é usual que durante um processo de medição sejam realizadas diversas reuniões, porém o mesmo não pode ser afirmado no que tange a conciliação. 
	Determinadas condutas que devem ser tomadas pelo conciliador são vedadas ao mediador. Cabe ao conciliador sugerir ou ainda propor acordos, havendo uma co-autoria do conciliador e das partes. No entanto, a mediação visa fomentar e incentivar que as partes solucionem seus próprios conflitos, ou seja, a mediação tem o propósito de auxiliar esses sujeitos na autoria e não ser autor. É o que versa o princípio da autonomia da vontade, cuja violação constitui infração ética, sendo “vedado aos mediadores sugerir opinar ou propor qualquer possibilidade de solução”. Desta forma o papel do mediador se volta para a geração de informações que possibilitarão a autoria das soluções pelas próprias partes. Se trata da negociação assistida, onde o “mediador atua enquanto um facilitador do diálogo entre pessoas, a fim de que a negociação entre elas possa ser restabelecida”.
	Na conciliação domina a monodisciplinariedade, sendo o papel do terceiro imparcial frequentemente ocupado por profissionais do Direito, da Psicologia e Serviço Social. A medição favorece a multidisciplinariedade, como nos casos de co-mediação, onde os mediadores trabalham em duplas com o fim de ampliar o conhecimento. Mas essa multidisciplinariedade também é incorporada nas mediações solo, onde os mediadores são incentivados a ampliar suas próprias impressões.
	A condução da conciliação é orientada pela responsabilização de eventos passados e a sua reparação, sendo atribuído juízo de valor aos fatos e aos envolvidos. Já a mediação busca entender como evitar que a motivação do conflito volte a causar novo atrito, procurando sempre manter as relações. Ao contrário do que ocorre na conciliação, não são atribuídos juízos de valor aos fatos nem aos atores. Deste modo, a ideia de adversariedade entre autor e réu é desconstruida, auxiliando as partes a compreenderem seu papel no conflito. Estabelecendo ações cooperativas baseadas na corresponsabilidade.
	Usualmente na conciliação são tratadas questões objetivas, nas quais as partes buscam uma espécie de “punição” do outro, o que segundo o autor é um terreno fértil para o surgimento de novos embates. A mediação propõe que sejam desconstruídas as motivações do conflitos, dando uma maior atenção as questões subjetivas, para que seja possibilitada a solução por meio da coautoria onde todos os envolvidos sejam satisfeitos e beneficiados. Desta forma a mediação tem uma atuação mais abrangente pois vai além das questões aparentes que são trazidas.
	O princípio da publicidade é aplicado a conciliação e vedado na mediação, a qual é regida pelo princípio da confidencialidade, sendo proibida qualquer veiculação, divulgação ou uso daquilo que tiver sido tratado durante a mediação. O que favorece a boa fé dos atores no curso do processo de mediação, pois as próprias partes estabelecerão aquilo que deverá ser mantido sob sigilo, tanto ao incio do processo quanto no seu decorrer.
	É esperado que o conciliador ofereça as informações legais ou outras necessárias a conciliação, em contrapartida o mediador não pode oferecer informações técnicas de qualquer natureza a cerca da questão mediada por vedação ética. Todavia, quando necessário poderá apontar a necessidade de parecer técnico que vislumbrar essenciais ao poder decisório das partes, recomendado as partes a realização de parecer técnico. Na realidade, se trata de um dever ético do medidor auxiliar o equilíbrio de informações dos envolvidos para que seja possível a solução dos conflitos pelas próprias partes. Como dito, o mediador recomenda as partes, que contactaram os técnicos.
	A atuação dos advogados na conciliação são iguais a suas atuações em processos jurídicos, onde buscam a satisfação de um interesse imediato e particular, sem levar em consideração a satisfação da outra parte. Enquanto que na mediação a postura incentiva a ser tomada, tanto pelas partes quanto pelos advogados, é outra. Onde a própria parte fala em seu nome, sendo a atuação do advogado uma exceção. Sendo possibilitado aos terceiros apenas as questões objetivas do caso. Os terceiros atuaram enquanto assessores técnicos, legais ou consultores. São por estes motivos que durante a fase de pré-mediação são apresentados as partes os pressupostos e princípios do instituto para que haja cooperação e boa fé.
	A autora coloca a competição e a concessão como opostos, na competição as partes objetivam a satisfação pessoal sem levar em consideração as necessidades, os pontos de vista e os interesses do outro. Ao passo que na concessão os interesse dos outros se sobressaem aos próprios. No entanto, estabelece enquanto conduta ideal a mediação a colaboração, onde há uma proporcionalidade entre os interesses próprios e os do outro visando uma satisfação mútua. 
	Os princípios da construção de consenso é um instrumento de autocomposição na qual a sustentabilidade das diferenças são uma prioridade, sendo a mediação muito semelhante a ele. Através do consenso é possível a criação de soluções que beneficiem todas as partes, sendo a sua aplicação benéfica as relações continuadas.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICA - CCJ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICA - DCJ
PRÁTICA JURÍDICA IV: FICHAMENTO DO TEXTO
“MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO: DOIS PARADIGMAS DISTINTOS, DUAS PRÁTICAS DIVERSAS” DE TANIA ALMEIDA
Isabela Rodrigues dos Santos
Santa Rita, 2018.

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