Buscar

Aula 3 FARO - ELEMENTOS DA SEGURANÇA DE DEMOLIÇÃO

Prévia do material em texto

FACULDADE DE RONDONIA - FARO 
 
Aula 03 21 de fevereiro de 2014 
Disciplina Construção Civil II 
Professor Ivan Paes de O. Souza 
 
ELEMENTOS DA SEGURANÇA DE DEMOLIÇÃO. 
 
01- TÉCNICAS DE DEMOLIÇÂO 
 Na construção civil freqüentemente fazemos uso da demolição, total ou parcial de 
edificações, principalmente objetivando a renovação da massa construída, seja por necessidades 
de adaptação de funções, implantação de novas tecnologias, reforços estruturais, correção de 
anomalias, ocorrência de catástrofes naturais etc. Até mesmo os edifícios novos podem necessitar 
à serem demolidos, por alterações nos projetos, falhas ou outros. 
01 
Num estudo elaborado no âmbito de um simpósio internacional da RILEM (Kasai, 1988) 
foram feitas considerações acerca de como se escolher a técnica de demolição mais adequada, 
para tal devem ser analisados: o tipo de estrutura (concreto, aço, mista ou alvenaria), os tipos de 
elementos estruturais suscetíveis de ser demolida, a localização da estrutura (zona muito ou 
pouco urbanizada), a escala de demolição (parcial ou total), o uso da construção, a aplicabilidade 
em centros urbanos, o desempenho em termos de velocidade, custo e repetibilidade, grau de 
segurança trabalho nas perspectivas ambiental e da mão-de-obra e transeuntes, os níveis de 
ruído, de vibração e de pó permitidos, a duração dos trabalhos de demolição, as operações 
prévias e posteriores, nomeadamente no que toca a processamento dos materiais para 
reciclagem, o tamanho da construção (pequena ou grande) e o orçamento disponível. 
02- EXECUÇÃO DE DEMOLIÇÂO 
02 
 Para proceder à demolição, devem-se cumprir certas etapas para que tudo ocorra da 
melhor forma possível, de maneira segura evitando acidentes, espalhamento de resíduos por um 
raio muito extenso e aproveitando ao máximo o material proveniente das estruturas demolidas; 
essas etapas são as seguintes: 
02.1- Projeto de demolição 
O projeto de demolição é semelhante ao de construção, à medida que é representado em 
um documento técnico constituído pela descrição da organização do projeto, definição de métodos 
e técnicas que devem ser aplicados, bem como das competências dos responsáveis pela 
execução dos mesmos. O documento deve ainda incorporar informações detalhadas sobre o 
edifício a ser demolido e o entorno e as medidas que deverão ser tomadas para garantir a 
segurança em todo o processo. É indispensável que o projeto apresente a avaliação dos volumes 
e das características dos resíduos que serão gerados. A elaboração do projeto deve ser 
antecedida por, pelo menos, uma visita de reconhecimento prévio por parte dos responsáveis pelo 
trabalho de demolição, o que é uma inspeção técnica a fim de determinar a idade do edifício, 
características construtivas da estrutura original e transformações que tenham sido feitas na 
mesma, bem como os materiais predominantes; também é muito importante analisar a condição 
atual dos mesmos elementos, o que vai determinar a técnica de demolição a ser utilizada. Os 
resultados dessa vistoria devem ser compilados em um relatório contendo os registros escritos e 
fotográficos para se fazer a comparação do estado das construções adjacentes antes e depois da 
demolição. Devem-se prever, também, áreas livres para a disposição dos resíduos gerados, bem 
como a forma de removê-los. 
 
 
 
O processo de reconhecimento não deve se limitar à fase prévia da obra, mas deve ser 
continuado ao longo da realização dos trabalhos de demolição, com o objetivo de, em cada 
momento, verificar se é possível continuá-la em segurança e eficiência ou se é preciso repensar o 
processo de demolição. 
 
02.2- Processo de demolição 
A realização efetiva da demolição constitui-se de três fases, quais sejam: trabalhos prévios, 
demolição e trabalhos posteriores. Os trabalhos prévios a uma demolição consistem no 
estabelecimento de medidas gerais de segurança que se referem à comunicação da obra aos 
órgãos responsáveis, tratamento de certos locais do edifício, desativação de instalações 
existentes e esvaziamento dos depósitos de combustível, escoramentos prévios e montagem de 
andaimes. O edifício a ser demolido deve ser envolvido por um tapume que fica, geralmente, no 
passeio da via pública, de forma a minimizar o perigo para os operários e transeuntes, no qual 
deve ser colocada toda sinalização de segurança regulamentar. No decorrer dos trabalhos de 
demolição, o estado de tensão dos elementos construtivos sofre variações significativas mais 
rapidamente do que num processo de construção. A origem dessas variações é, geralmente, o 
acúmulo de sobrecargas em determinadas partes das lajes, no carregamento de elementos que 
não fazem parte da estrutura e no desmantelamento de elementos que, aparentemente não fazem 
parte da estrutura, mas que na realidade o fazem, por isso exige-se que se faça o escoramento 
prévio de elementos estruturais. Uma vez terminados os trabalhos prévios, pode-se dar início à 
fase de demolição que é, por sua vez, constituída de duas fases: desmantelamento dos 
materiais de construção e demolição no corpo estrutural. A primeira é feita de acordo com as 
intenções para um melhor aproveitamento dos materiais ou a maior rapidez desejada. A fase da 
demolição da estrutura é feita a partir de técnicas diversas que serão comentadas. 
Após ocorrer a demolição propriamente dita, passa-se à fase dos trabalhos posteriores. É 
necessário verificar o estado dos edifícios vizinhos para apurar os eventuais estragos provocados 
e encaminhar os resíduos gerados pela demolição. 
03- DEMOLIÇÃO POR PROCESSO SIMPLES: 
É o tipo mais simples e rudimentar de demolição, usado desde tempos remotos, onde exigia 
certo esforço muscular do trabalhador. É usada, hoje em dia, apenas em pequenas demolições, 
tendo um baixo 
O3 
Dentre os muitos aspectos tratados pela Resolução nº 307 do CONAMA, pode-se 
destacar alguns pontos: Que pontos são esses? 
· a classificação dos resíduos da construção de acordo com o seu potencial para 
reutilização e reciclagem (Art. 3º); 
· a proibição da disposição dos resíduos da construção em aterros de resíduos 
domiciliares (Art. 4º); 
· a obrigatoriedade da elaboração, como instrumento de gestão dos resíduos de 
construção, do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
(Art. 5º), o qual deverá incorporar: 
- Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser 
elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito Federal, e deverá 
estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades 
dos pequenos geradores (Art. 7º); - projetos de gerenciamento dos resíduos da 
construção civil, que deverão ser elaborados e implementados pelos grandes geradores e 
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para manejo e destinação 
ambientalmente adequados dos resíduos (Art. 8º). 
 
 
 
 
04 
No sentido de padronizar e normatizar essas ações foi criada uma série de normas 
técnicas voltadas para o tema dos RCD, sendo elas:- NBR 15.112/04 – Resíduos da 
construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para 
projeto, implantação e operação; - NBR 15.113/04 – Resíduos sólidos da construção civil 
e resíduos inertes. Aterros. 
Diretrizes para projeto, implantação e operação; - NBR 15.114/04 – Resíduos sólidos da 
construção civil. Áreas de Reciclagem. 
Diretrizes para projeto, implantação e operação; - NBR 15.115/04 – Agregados reciclados 
de resíduos sólidos da construção civil. 
Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos; - NBR 15.116/04 – Agregados 
reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo 
de concreto sem função estrutural – Requisitos.Vale salientar ainda que encontra-se em fase de elaboração uma norma técnica cujo 
objetivo é estabelecer os requisitos básicos para utilização de agregados reciclados de 
RCD em concretos com função estrutural. 
 
 rendimento e quantidade de mão de obra. Iniciam-se os preparativos para a demolição, 
assim que se conhece a forma de como a estrutura irá cair. Retiram-se os entulhos do prédio, 
para que em seguida, sejam retiradas as paredes que não sustentam o edifício, proporcionando a 
queda mais rápida e menos agressiva de cada andar. Pode ser utilizado como materiais de 
demolição simples: marretas, alavancas, martelos de demolição (martelete) elétricos ou 
pneumáticos, cinzel e disco de corte. As marretas podem ser utilizadas para enfraquecer os 
pilares de sustentação para que a estrutura ceda mais facilmente. As alavancas são usadas 
aplicando uma força na extremidade de uma barra de aço, que apoiada entre os pontos de 
aplicação das forças, consegue erguer e deslocar cargas com um peso superior ao esforço 
despendido. 
04- DEMOLIÇÃO SELETIVA 
 
05 
Numa demolição grande parte dos trabalhos e custos devem-se à gestão dos resíduos, e 
com a crescente valorização das práticas sustentáveis ela ganha papel relevante. Aí está o 
principal 
diferencial da demolição seletiva, ela utiliza as mesmas técnicas da demolição tradicional, mas 
prevê a retirada de diversos materiais presentes no edifício, antes de sua demolição, por isso 
utiliza mais as técnicas de desmonte preciso e trabalhos manuais. 
A separação dos materiais é feita de acordo com suas características, visando diminuir ruídos, 
poeira, vibrações, contaminações e possibilitar seu reuso. Como um resultado geral, diminui-se 
assim, a necessidade de novas extrações de matéria prima, menos resíduos serão descartados em 
aterros, emitem-se menos gases e consome-se menos energia. 
Comparada às outras atividades de proteção ambiental que geram dinheiro (reciclagem de papel, 
geração de energia a partir do lixo etc.), a demolição seletiva é uma das mais rentáveis se 
comparando proveitos e ganhos em face dos investimentos e custos.

Continue navegando