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Livro Eletrônico
Aula 11
Português p/ BANESTES (Todos os Cargos) Com videoaulas - Pós-Edital
Professor: Felipe Luccas
07805561788 - Jakeline de Andrade Silva
 
 
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PORTUGUÊS ± BANESTES 
Aula 11 - Felipe Luccas Rosas 
 
 
ESTILÍSTICA: 
FIGURAS DE 
LINGUAGEM. 
 
Sumário 
Figuras de linguagem ................................................................................. 2 
Figuras de Sintaxe .................................................................................... 23 
Figuras de Som ........................................................................................ 34 
Vícios de linguagem .................................................................................. 37 
Lista de questões ..................................................................................... 40 
Gabaritos ................................................................................................ 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figuras de linguagem 
As figuras de linguagem são os recursos estilísticos por excelência. Basicamente, 
são divididas entre recursos de pensamento, palavras, sintaxe e som. Veremos 
aqui as principais. Aquelas mais importantes serão mais detalhadas aqui e 
ilustradas com mais questões. 
 
Figuras de Palavra e de Pensamento 
$�GHSHQGHU�GR�DXWRU��DOJXPDV�ILJXUDV�RVFLODP�GHQWUR�GDV�FODVVLILFDo}HV�³ILJXUD�GH�
SDODYUD´�RX�³ILJXUD�GH�SHQVDPHQWR´��XPD�YH]�TXH�p�PXLWR�GLItFLO�SRU�YH]HV�GHOLPLWDU�
se o efeito estilitico está na palavra propriamente dita ou no efeito de pensamento 
que ela causa. 
Alguns tratam ironia, sinestesia e hipérbole, por exemplo, como figuras de 
pensamento, outros tratam como figuras de palavras. Essa divisão categórica não 
é relevante para nossa finalidade. Portanto, trataremos todas dentro de um mesmo 
grupo, pois o que importa para a prova é reconhecer a figura e seu efeito 
expressivo no texto. 
Começaremos por figuras de linguagem formadas por associações semânticas 
fundadas em semelhança ou comparação. Muitas delas podem ser chamadas de 
µPHWiIRUDV¶�� HP� VHQWLGR� DPSOR�� SRLV� VmR� HVVHQFLDOPHQWH� ILJXUDWLYDV�� Contudo, 
recebem nomes específicos nas questões, por serem recursos particulares de 
linguagem metafórica. 
 
Comparação ou símile: 
É a expressão formal da semelhança entre duas entidades, um paralelo entre seres 
ou objeto, baseado em uma característica comum que os aproxima. 
A comparação tem um elemento formal, que pode ser um conectivo comparativo 
(como, tal qual, tal como) ou até mesmo um verbo que indique semelhança 
(parecer, assemelhar-se, sugerir ou equivalente): 
Ex: Fulano é forte como um touro. 
Ex: Trabalha feito um camelo. 
Ex: Ele mente tanto que parece um político. 
Ex: "Como uma cascavel que se enroscava, 
 A cidade dos lázaros dormia..." (Augusto dos Anjos) 
Ex: "Assim como a madeira cria o bicho, mas o bicho destrói a madeira, assim do 
pecado nascem as lágrimas, mas as lágrimas destroem o pecado." (Manuel 
Bernardes) 
O nome símile se refere a uma comparação metafórica, expressiva, não óbvia. A 
comparação meramente gramatical (ex: João canta como o pai), que não forma 
imagem nem serve de recurso expressivo ou estilístico, não compartilha o status 
de figura de linguagem. 5LJRURVDPHQWH��³R�VtPLOH´�VH�UHIHUH�j�FRPSDUDomR�GH�XP�
ser com outro que possui como característica predominante aquela que será objeto 
da comparação: 
Ex: João é ágil como um gato. (João é ágil e é associado a um ser que tem como 
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FDUDFWHUtVWLFD�PDUFDQWH��³SUHGRPLQDQWH´��VHU�iJLO�� 
 
Metáfora: 
A metáfora é essencialmente uma comparação implícita, sem a marcação de um 
elemento formal como uma partícula comparativa. Essa figura é muito produtiva 
em nossa língua e pode ser encontrada em expressões como: 
Furo de reportagem, choque de opiniões, engolir uma resposta, arranhar a reputação, 
explosão de alegria... 
No campo das ideias, é associação entre duas entidades, A (comparado) e B 
(comparante), que compartilham determinada característica. A característica de B 
vai ser usada para enfatizar o grau daquela característica presente em A. 
Vamos imaginar que se deseje valorizar expressivamente os lábios vermelhos e os 
olhos azuis de determinada pessoa. 
Ex: Seus olhos são estrelas e seus lábios são pétalas de rosa. 
Essa metáfora acima valoriza o brilho dos olhos, comparando-o ao brilho de uma 
estrela. Enfatiza a textura delicada dos lábios, comparando-a à de uma pétala de 
flor, elemento que tem essa marcante característica. Os elementos, originalmente, 
pertencem a domínios conceituais distintos, mas se fundem naquilo que têm em 
comum. Veja esse processo no exemplo abaixo: 
Ex: Chamou aos olhos de Sofia as estrelas da terra, e às estrelas os olhos do céu. 
Tudo isso baixinho e trêmulo. (Machado de Assis, em Quincas Borba) 
Veja a comparação: os olhos de Sofia são tão lindos, que na terra fazem o papel 
que as estrelas fazem no céu. O recurso expressivo é sugerir que ausência desses 
olhos na terra equivale à ausência das estrelas no céu. 
Quanto mais rara ou imprevisível a fusão das imagens, mais expressiva será a 
metáfora. 
Chama-se alegoria uma sucessão de metáforas: 
Na parede da memória 
Essa lembrança é o quadro que dói mais 
(Belchior) 
8PD�KLVWyULD�WRGD�FRQWDGD�SRU�YLD�GH�PHWiIRUDV�p�WDPEpP�FKDPDGD�GH�³SDUiEROD´, 
sendo também uma espécie de alegoria. 
Temos duas metáforas, sistemáticas, coesas: A memória é um cômodo físico, com 
paredes. Nessas paredes há quadros, que representam metaforicamente as 
lembranças. 
A metáfora também pode se materializar com adjetivos (voz cristalina, silencio 
sepulcral, vida louca); verbos (o dia nasce, a noite morre, a guitarra chora, as 
ondas beijam a praia), advérbios (negociou leoninamente o contrato). 
Ressalto, para efeito de prova, que a comparação implícita é a metáfora (sem 
marcador linguístico formal, como um conectivo comparativo): Fulano É um leão. 
$� FRPSDUDomR� PDWHULDOL]DGD� SRU� XP� FRQHFWRU� p� D� µVtPLOH¶�� )XODQR� p� IHUR]�
como/feito um leão. 
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A metáfora, quando assume um valor convencional, abstrato, transforma-se em 
XP�³VtPEROR´� 
A cruz= cristianismo/cristo 
A coroa= Monarquia 
A balança= Justiça 
O cão= fidelidade 
A lesma= lentidão 
O touro= forca física 
O Leão= a agressividade 
Dom Quixote= Idealismo 
Judas= traição 
Ouro= riqueza 
Sangue= violência 
O evangelho= Religião cristã 
O Corão= Religião muçulmana 
Os louros= as glórias 
As armas= militares, guerreiros 
(P�VXPD��R�VtPEROR�p�XPD�³PHWiIRUD�SHUVLVWHQWH´��UHSHWLGD�DWp�JHUDU�XPD�DVVRFLDomR�IL[D� 
As cores também podem assumir determinado simbolismo: 
Vermelho=sangue, paixão 
Verde=esperança 
Branco=pureza 
Preto=luto, misticismo, aspecto sombrio 
 
Catacrese: 
É a metáfora já desgastada pelo uso, pela repetição. A imagem perdeu seu valor 
estilístico e foi cristalizada na língua, na maioria das vezes por ausência de um 
outro termo que preenchesse aquelanecessidade: 
Pé da mesa 
Braço da cadeira 
Bico de pena 
Folha de papel 
Enterrar uma agulha na pele 
O avião aterrissou no mar 
Amolar a paciência 
(P� VXPD�� D� FDWDFUHVH� p� XPD� ³PHWiIRUD� PRUWD´�� SRU� WHU� VH� WRUQDGR� KiELWR�
linguístico. 
Há diversos exemplos de catacreses e metáforas que já se tornaram hábitos 
linguísticos, de modo que se percebe cada vez menos o valor imagético de tais 
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expressões. Vejamos alguns exemplos, baseados em Othon M. Garcia: 
Ex: Boca do túnel, cabeça do alfinete, mão de direção, dente de alho, braço de rio, 
costa do país (partes do corpo) 
Ex: cortina de fumaça, berço do cristianismo, laços matrimoniais, espelho da alma, 
faca da mão (objetos) 
Ex: uma flor de menina, maçã do rosto, fruto da sorte, ramo de comércio, flor da 
idade, folha de papel, árvore genealógica. (Vegetais) 
Ex: Explosão de alegria, torrente de críticas, chuva de comentários, vale de 
lágrimas, mar de azar (fenômenos físicos ou naturais) 
 
1. (Cespe/ TCE PA - Auditor / 2016) 
As garras do Leão estão mais afiadas. A partir deste ano, os bancos terão de 
informar à Receita Federal qualquer movimentação financeira mensal acima 
de R$ 2.000 feita por pessoas físicas. No caso das empresas, o valor será de 
R$ 6.000. 
No que se refere às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o 
próximo item. 
Na primHLUD� RUDomR� GR� WH[WR�� R� WHUPR� ³/HmR´� IRL� HPSUHJDGR� GH� IRUPD�
simbólica, para denotar a força política exercida pelo Estado sobre a nação 
brasileira. 
Comentários: 
Cuidado. No texto, o Leão simboliza a Receita Federal do Brasil. Em outros 
contextos, poderia simbolizar ferocidade, coragem, autoridade...Questão incorreta. 
2. (Cespe/ FUB / 2015) 
 
Julgue o item a seguir, relativo à tipologia e aos aspectos linguísticos do texto 
acima. 
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos, caso se 
VXEVWLWXtVVH�D�H[SUHVVmR�³SHVR�GH�RXUR´��O�����TXH�WHP�QDWXUH]D�PHWDIyULFD��
por muita importância ou muito valor. 
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Comentários: 
([DWDPHQWH��3HOR�XVR�PHWDIyULFR�UHLWHUDGR��R�³RXUR´�Mi�YLURu símbolo de riqueza ou 
de algo muito valioso (monetário ou não). Questão correta. 
3. (Cespe/ Câmara dos Deputados-Agente Policial / 2014) 
A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma questão, não 
é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma cidade ilustrada como 
Atenas, ou de um grande povo como o romano: é mais, é tudo nas sociedades 
modernas. De mera previsão, converteu-se em fato; de opinião controversa, 
transformou-se em realidade viva; deixou de ser puro direito para ser direito 
e força; passou de simples fenômeno local a lei universal e onipotente. 
Enquanto alguns discutem ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer 
silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas 
continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os limites 
do poderoso elemento. Os espíritos que não veem muito deixam-se dormir, 
entretanto, recostados indolentemente à margem que as águas não tardarão 
em invadir, porque a enchente cresce linha a linha sem que a percebam, e, 
como a onda retrocede sempre, parece-lhes que, retrocedendo, perdeu todo 
o terreno vencido. Embora alguma onda mais impetuosa, como que os 
advertindo, jogue de longe sobre eles a espuma. 
Riem dela, porque a veem retrair-se logo após; persuadidos de que têm 
subjugado o oceano quando mandam pelos seus serviçais antepor-lhe a 
cautela de algum quebra-mar que dure pela vida de uma ou duas gerações. 
Cuidam ter desse modo segurado a sua casa e o futuro dos filhos. Mas o frágil 
anteparo, minado pela ação imperceptível das águas, esboroa-se um bom dia, 
malogrando-lhes os cálculos, quando 
não mais que isso... 
Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871), tomo I, p. 19-20. 
Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br> (com adaptações). 
Julgue o item abaixo, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima. 
Utilizando-se de metáforas, o autor constrói texto argumentativo em que a 
democracia é retratada como o oceano e suas ondas, e os que nela não creem, 
UHSUHVHQWDGRV�FRPR�RV�³HVStULWRV�TXH QmR�YHHP�PXLWR´��/��0). 
Comentários: 
Veja que temos uma sequência de metáforas, organizadas em torno da metáfora 
principal (a democracia é o oceano). O oceano avança silenciosamente, a maré 
sobe, e algumas pessoas (espíritos que não veem muito) dormem na margem da 
iJXD�VHP�UHSDUDU�HVVH�³FUHVFHU�VLOHQFLRVR´� A onda bate, mas logo recua, dando a 
impressão de que o volume da água diminuiu. Da mesma forma, a democracia 
cresce e as pessoas que não acreditam nela entendem que cada retrocesso 
representa a perda de todo o terreno vencido. Essa sequência de metáforas 
sistemáticas é chamada de alegoria e está presente em parábolas, sermões, 
fábulas, e outros textos que trazem uma reflexão moral. 
Questão correta. 
4. (Cespe / TJ-RJ / Analista / 2008) 
Considere: 
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,�³DEULQGR�j�IORU�GR�URVWR�GRLV�JUDQGHV�ROKRV�D]XLV´�. 
,,�³YDSRURVD�H�LGHDO�FRPR�XPD�FULDomR�GH�6KDNHVSHDUH´�� 
,,,�³$�VXD�IDOD�GHYH�VHU�XP�PXUP~ULR�GH�KDUSD�HyOLD´. 
Julgue o item a seguir: 
Há linguagem figurada em todos os trechos acima. 
Comentários: 
Há linguagem figurada nos três trechos, pois as palavras não foram usadas em 
sentido literal. I e III trazem metáforas, pois há uma comparação implícita, sem 
um conectivo H[SUHVVR��(P�,,�� WHPRV�³FRPSDUDomR�RX�VtPLOH´��SRLV�D� LPDJHP�p�
construída com suporte de um elemento comparativo (como). Questão correta. 
5. (INAZ PA / Auxiliar Administrativo / 2016) 
1R� WUHFKR� ³H� PXLWDV� YH]HV� VDtD� Mi� OHYDQGR� QD� PmR� XP� GRV� SULPHLURV�
exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do 
IRUQR�´��D�ILJXUD�GH�OLQJXDJHP�SUHVHQWH�p�� 
 a) metonímia 
 b) perífrase 
 c) hipérbole 
 d) antítese 
 e) comparação. 
Comentários: 
O jornal e o pão são quentes logo quando acabam de seU�³SURGX]LGRV´��3RU�LVVR��R�
autor fez essa comparação ou símile, aproximando as duas ideias. Observe que há 
XP�FRQHFWRU�FRPSDUDWLYR��³FRPR´��*DEDULWR�OHWUD�(�� 
 
Prosopopeia: 
Consiste em atribuir aos seres/objetos características que não são logicamente 
pertinentes a eles. Na prática, basicamente consiste em dar voz e ação a objetos 
inanimados. 
O bonde vacilava nos trilhos, entrava em ruas largas. Logo um vento mais úmido 
soprava anunciando, mais que o fim da tarde, o fim da hora instável. Ana respirou 
profundamente e uma grande aceitação deu a seu rosto um ar de mulher. (Clarice 
Lispector) 
Assim chegaria a noite, com sua tranqüila vibração. De manhã acordaria aureolada pelos 
calmos deveres. Encontrava os móveis de novo empoeirados e sujos, como se 
voltassem arrependidos. (Clarice Lispector) 
 
Personificação ou animismo ou antropomorfização: 
É a metáfora baseada na comparação com seres humanos, isto é, é a atribuição de 
atitudes, características, ações próprias do homem a seres inanimados: O sol 
nasce, a noite morre, o mar sussurra, ventos furiosos, dias felizes, momentos 
tranquilos, ares exóticos... 
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Muitos autores (E o CESPE) tratam como sinônimo ou subtipo de 
prosopopeia; contudo, é termo mais específico, pois a comparação se restringe a 
traços humanos. Observe a personificação de objetos nesse conto de Machado de 
Assis. 
 
Um apólogo (Machado de Assis) 
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: 
² Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale 
alguma cousa neste mundo? 
² Deixe-me, senhora. 
² Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? 
Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. 
² Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que 
lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e 
deixe a dos outros. 
² Mas você é orgulhosa. 
² Decerto que sou. 
6. (Cespe / Instituto Rio Branco / 2015) 
1 O subúrbio de S. Geraldo, no ano de 192..., já 
misturava ao cheiro de estrebaria algum progresso. Quanto 
mais fábricas se abriam nos arredores, mais o subúrbio se 
4 erguia em vida própria, sem que os habitantes pudessem dizer 
que transformação os atingia. Os movimentos já se haviam 
congestionado e não se poderia atravessar uma rua sem 
7 desviar-se de uma carroça que os cavalos vagarosos puxavam, 
enquanto um automóvel impaciente buzinava atrás lançando 
fumaça. Mesmo os crepúsculos eram agora enfumaçados e 
10 sanguinolentos. De manhã, entre os caminhões que pediam 
passagem para a nova usina, transportando madeira e ferro, as 
cestas de peixe se espalhavam pela calçada, vindas, através da 
13 noite, de centros maiores. Dos sobrados desciam mulheres 
despenteadas com panelas, os peixes eram pesados quase na 
mão, enquanto os vendedores em mangas de camisa gritavam 
16 os preços. E quando, sobre o alegre movimento da manhã, 
soprava o vento fresco e perturbador, dir-se-ia que a população 
inteira se preparava para um embarque. 
Clarice Lispector. A cidade sitiada. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 15-6 
 
Com referência às ideias e às estruturas do texto acima, julgue (C ou E) o item 
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que se segue. 
2V� VHJPHQWRV� ³XP� DXWRPyYHO� LPSDFLHQWH� EX]LQDYD´� �L���� H� ³HQWUH� RV�
FDPLQK}HV�TXH�SHGLDP�SDVVDJHP´��L. 10 e 11) expressam a mesma figura de 
linguagem. 
Comentários: 
Exato. Trata-se de uma personificação ou propopopeia, figura que dá aos seres 
atributos que eles originalmente não possuem. O automóvel recebeu a 
característica humana da impaciência, assim como os caminhões foram 
perVRQLILFDGRV�DR�³SHGLU�SDVVDJHP´��Questão correta. 
7. (Cespe/ Câmara dos Deputados- Agente Policial / 2014) 
O cão de companhia é assim: um carente que supre a carência do dono. É 
como um casamento: quando um não comparece, está na hora de discutir a 
relação. É o que ele está fazendo. 
A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item. 
É possível identificar um procedimento figurativo relacionado à personificação 
do cãozinho. 
Comentários: 
Temos aqui personificação ou prosopopeia. Ao cão foram atribuídas características 
KXPDQDV�� FRPR� ³VHU� FDUHQWH´�� ³VXSULU� D� FDUrQFLD� DOKHLD´�� ³GLVFXWLU� D� UHODomR´��
Questão correta. 
8. (INAZ PA / Enfermagem / 2016) 
O leão, o burro e a raposa. 
 O leão, o burro e a raposa saíram juntos para caçar. Pegaram muitas 
presas, e o leão ordenou ao burro que dividisse a caça entre os três. O burro 
partiu o bolo todo em três partes iguais. Essa divisão não agradou nem um 
pouco ao leão! Irado, ele devorou o burro. 
 Então, o leão mandou que a raposa dividisse de novo a caça. A raposa, 
prudente, juntou quase toda a caça num mesmo bolo e lhe entregou, ficando 
somente com um pouquinho. 
 ± Como você é inteligente, raposa! ± Admirou-se o leão, satisfeito. ± Quem 
foi que a ensinou a dividir tão bem assim? E a raposa respondeu apenas: ± O 
burro. 
TOLSTÓI, Liev. Fábulas. Tradução e adaptação de Tatiana Mariz e Ana Sofia Mariz. São 
Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009. p. 34-37. 
(P�³± Como você é inteligente, raposa! ± Admirou-VH�R�OHmR��VDWLVIHLWR´��RFRUUH�
uma figura de pensamento: 
a) Ironia b) Onomatopeia c) Pleonasmo d) Prosopopeia e) Metáfora. 
Comentários: 
Temos trecho de uma fábula, gênero narrativo em que animais são personificados. 
Trata-se de uma prosopopeia (personificação/animismo/antropomorfização). 
Gabarito letra D. 
 
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Metonímia ou Sinédoque: 
É associação semântica que permite substituir um termo por outro baseado em 
XPD� UHODomR� OyJLFD� GH� ³FRQWLJXLGDGH´�� ³SHUWLQrQFLD´�� ³FRQWLQrQFLD´, 
³LQWHUGHSHQGrQFLD´��³FDXVDOLGDGH´��³LPSOLFDomR´, enfim, uma extensão semântica e 
lógica que permite tomar um termo por outro. Como exemplos, temos o emprego 
de: 
Autor pela obra: Adoro ler Clarice Lispector 
Ser por seu atributo notório ou estado: As grávidas sofrem muito. (as mulheres 
grávidas) 
Continente pelo conteúdo: A chaleira está fervendo (a água contida na chaleira) 
Coisa por sua origem: Comprei garrafas de porto (vinho do porto) 
Causa pelo efeito: Eu vivo do suor do meu rosto. 
Abstrato pelo concreto: Vamos enganar a vigilância (os vigilantes) 
Concreto pelo abstrato: Precisamos aumentar o cérebro (a inteligência) 
Rigorosamente, embora tratada como sinônimo de metonímia, a sinédoque 
compreende substituições baseadas em uma relação básica ³FRQMXQWR-XQLGDGH´, 
³Sarte-FRPSRQHQWH´: 
Parte pelo todo ou todo pela parte: 
Mil cabeças de gado (mil bois, não só as cabeças); 
O Brasil não sabe votar (os brasileiros); 
O time marcou um gol de bicicleta (um jogador do time); 
Moro numa cidade linda (mora numa residência, contida na cidade) 
Gênero pela espécie: Os mortais querem ser eternos (os homens) 
Espécie pelo gênero: O homem já conseguiu decifrar o genoma (alguns homens, alguns 
cientistas, não todos os homens) 
Singular pelo plural: Uma mulher gosta de ser respeitada (as mulheres, todas as 
mulheres) 
Indivíduo pela classe: Não confie naquele judas (naquele traidor, a exemplo de Judas) 
De modo geral, para a prova, podemos tratar todos os exemplos como 
³PHWRQtPLD´�� 
 
Antonomásia: 
É um tipo de metonímia. Consiste na substituição de um ser por uma qualidade ou 
denominação (notória) sua. Essa associação se materializada na troca de um nome 
próprio por um nome comum. 
Poeta dos escravos= Castro Alves 
Rei do futebol= Pelé 
Rei do Rock= Elvis Presley 
O salvador, O redentor= Jesus Cristo 
Cavaleiro da Triste Figura= Dom Quixote 
O bruxo do Cosme Velho= Machado de Assis 
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Essa figura de linguagem, por substituir o nome próprio por uma expressão maior, 
p�WDPEpP�FKDPDGD�GH�µSHUtIUDVH¶�� 
9. (CESPE / PC-ES / Auxiliar de Perícia Médico-Legal / 2011) 
Os antigos tinham desta língua de cultura ± que não é toda a realidade de uma 
língua- perfeita noção de onde ela poderia ser aprendida. Hoje o que se 
pratica? 
Ainda com base no texto, julgue o item a seguir, acerca de tipologia textual e 
de funções e figuras de linguagem. 
2�WHUPR�³DQWLJRV��GHVLJQD�XPD�PHWRQtPLD� 
Comentários: 
A metonímia constitui a substituição de um termo poroutro que tenha com ele 
UHODomR�VHPkQWLFD�GH�H[WHQVmR��1R�FRQWH[WR��³DQWLJRV´�VXEVWLWXL�³RV�SRYRV�DQWLJRV��
DV�SHVVRDV�GR�SDVVDGR´��(QWmR�WHPRV�PHWRQtPLD�QR�XVR�GR�DWULEXWR�QR�OXJDU�GR�
próprio ser. 
Questão correta. 
 
Diáfora ou antanáclase: 
Consiste no emprego de uma mesma palavra (ou homônimos), com sentidos 
diferentes, para gerar uma ambiguidade proposital, uma espécie de trocadilho ou 
jogo de palavras: 
³8P�GHOHV��RXYLQGR�DSUHJRDU�VHWH�Do}HV�GR�%DQFR�3RQWXDO��GLVVH�TXH�WDO�EDQFR�IRL�
UHDOPHQWH�SRQWXDO�DWp�R�GLD�TXH�SDVVRX�GR�SRQWR�j�UHWLFrQFLD�´��0DFKDGR�GH�$VVLV� 
³6HMD�SDFLHQWH�QR�WUDQVLWR��SDUD�QmR�VHU�SDFLHQWH�QR�KRVSLWDO´ 
Esse recurso é muitíssimo usado na linguagem poética, seja em obras literárias, 
seja em propagandas. 
Para relativizar um pouco o rigor das classificações vistas aqui, ressalto: segundo 
Rocha Lima, a personificação, a hipérbole, a sinestesia e o símbolo 
(Coroa=Monarquia; Cruz=Cristinismo) são formas de que uma metáfora se 
reveste, ou seja, são formas metáforas também. 
 
Hipérbole: 
Figura baseada no exagero, fundamentado numa percepção afetiva, com finalidade 
estilística de ênfase. 
Ex: Chorei rios de sangue! 
Ex: Após 15 dias, estava saturado até os ossos. 
Ex: Você tem o olho maior que a barriga. 
10. (UEM / Técnico / 2017) 
Na expressão "eles dão de mil a zero", há uma figura de linguagem chamada 
a) hipérbole. b) paradoxo. c) catacrese. d) onomatopeia. e) metomínia. 
Comentários: 
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Hipérbole é a figura do exagero, do excesso: Mil a zero representa exageradamente 
o placar de um jogo, indicando que alguém vai vencer com grande vantagem. 
Gabarito letra A. 
 
Sinestesia: 
&RQVLVWH� QD� ³LQWHUSHQHWUDomR� GH� SODQRV� VHQVRULDLV´�� LVWR� p�� D� associação de 
sensações que são captadas por sentidos diferentes: 
Ex: Gosto do silêncio fresco da floresta (o silêncio está ligado à audição, o frescor 
está ligado ao tato, à pele. Nessa figura, os sentidos se misturam.) 
A sinestesia está presente em expressões comuns, como: voz gélida, voz fina, olhar 
frio, ouvir a verdade nua e crua, ruído cortante, palavras amargas, palavras duras, 
discurso ácido, assim por diante. 
 
Ironia ou antífrase: 
Expressão utilizada com malícia ou sarcasmo para levar o ouvinte/leitor a entender 
algo diferente (normalmente oposto) ao sentido literal das palavras. O pensamento 
original é dissimulado por meio de outras palavras, embora o locutor tenha intenção 
de que o sentido oculto é que seja compreendido. 
([��³,VVR�p�TXH�Gi�HQFDQWR�DR�FRVWXPH�GD�JHQWH�WHU�WXGR�GHVDUUXPDGR��7HQKR�XPD�
secretária que é um gênio nesse sentido. Perdeu, outro dia, cinquenta páginas 
de uma tradução. (Rubem Braga) 
No exemplo acima, o autor é irônico e indica o contrário do que as palavras 
sugerem: não há encanto algum e a secretária não é um gênio, pois fez algo errado. 
Obs: as aspas são frequentemente utilizadas para explicitar o uso irônico de uma 
expressão: 
Ex: Você HVWi�FDGD�YH]�³GHOLFDGR´�QDV�VXDV�SDWDGDV� 
Se dá patadas (comparação metafórica dos golpes dos animais), não está sendo 
mesmo delicado. As aspas indicam um sentido oposto no vocábulo. 
A ironia, como recurso expressivo, é formulada para ser entendida como tal. Uma 
ironia que ninguém entende perde sua finalidade. É comum que a ironia seja tão 
clara que exclui o sentido literal da palavra. Nos dois exemplos acima, é impossível 
ler o texto de forma literal, ou seja, não há como entender como elogio (genial ou 
GHOLFDGR���$�LURQLD�WHP�XPD�´VHJXQGD�YR]´�TXH�GHVDXWRUL]D�D�SULPHLUD�� 
&RQWXGR��PXLWDV�YH]HV�D�LURQLD�p�XVDGD�FRPR�UHFXUVR�SDUD�GL]HU�DOJR�³VHP�GL]HU´��
para gerar uma ambiguidade seletiva, de forma que o sentido literal é entendido 
na superfície e o GLVFXUVR�LU{QLFR�p�³VXEHQWHQGLGR´, numa coexistência de leituras. 
Nesse caso, pode haver duas mensagens paralelas, para interlocutores diferentes. 
Veja um exemplo: Numa festa de aniversário de 111 anos, o rico aniversariante 
está na presença de poucos amigos e entes queridos, mas está cercado de muitos 
parentes distantes e maliciosos, que só estão interessados na riqueza do 
aniversariante. Então, no seu discurso, o idoso declara: 
"Eu não conheço metade de vocês como gostaria; e gosto de menos da 
metade de vocês a metade do que vocês merecem!" (J.R.R Tolkien) 
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A mensagem foi entendida por alguns, mais inocentes, como: 
Ele gostaria de conhecer todos nós, mas infelizmente conhece menos da metade 
Ele gosta de nós só a metade do que merecemos, ou seja, ele gosta muito, mas 
merecíamos que gostasse ainda mais 
Por outro lado, quem sabia que o aniversariante não gostava de todos aqueles 
parentes interesseiros depreendeu a seguinte mensagem: 
Ele não conhecia todos e gostaria de conhecer menos ainda, isto é, gostaria de 
conhecer só metade das pessoas degradáveis que estão ali: se conhece 10, preferia 
conhecer só 5, ou até menos. 
Gosta de poucas pessoas ali e, das poucas que gosta, gosta pouco, menos da 
metade do que essas pessoas merecem. 
Então, a sintaxe criteriosamente elaborada, aliada ao recurso irônico, permite duas 
leituras, sem que uma necessariamente desautorize a outra, por uma relação 
opositiva excludente. 
Essa ironia não óbvia, que permite uma leitura literal coerente na superfície e outra 
no plano profundo do texto, é característica marcante de Machado de Assis, como 
SRGHPRV�SHUFHEHU�QR�FDStWXOR�³2�$OPRFUHYH´��GR�OLYUR�Memórias Póstumas de Brás 
Cubas. 
Resumindo, o protagonista Brás Cubas quase morre após um galope repentino de 
seu cavalo, mas é salvo por um simples almocreve (condutor de animais de carga). 
Logo após ser salvo, tem um impulso de dar a ele várias moedas de ouro em 
gratidão. O restante do capitulo mostra uma progressiva racionalização, que 
culmina no autoconvencimento de que deveria dar apenas um centavo, ou mesmo 
não dar nada. Veja a ironia dúbia, no desfecho do episódio, logo após dar uma 
mísera recompensa: 
Ri-me, hesitei, meti-lhe na mão um cruzado em prata, cavalguei o jumento, e segui a 
trote largo, um pouco vexado, melhor direi um pouco incerto do efeito da pratinha. Mas a 
algumas braças de distância, olhei para trás, o almocreve fazia-me grandes cortesias, com 
evidentes mostras de contentamento. Adverti que devia ser assim mesmo; eu pagara-lhe 
bem, pagara-lhe talvez demais. Meti os dedos no bolso do colete que trazia no corpo e 
senti umas moedas de cobre; eram os vinténs que eu devera ter dado ao almocreve, em 
logar do cruzado em prata. Porque, enfim, ele não levou em mira nenhuma 
recompensa ou virtude, cedeu a um impulso natural, ao temperamento, aos 
hábitos do ofício; acresce que a circunstância de estar, não mais adiante nem 
mais atrás, mas justamente no ponto do desastre, parecia constituí-lo simples 
instrumento de Providência; e de um ou de outro modo, o mérito do ato era 
positivamente nenhum. Fiquei desconsolado com esta reflexão, chamei-me pródigo, 
lancei o cruzado à conta das minhas dissipações antigas; tive (por que não direi tudo?), 
tive remorsos. 
Os trechos destacados, especialmente, mostram que a fala do autor é irônica e 
pode ser lida de forma literal ou nas suas entrelinhas, de forma mais maliciosa. 
Quem percebe a ironia, sabe que todo o raciocínio desenvolvido é falacioso, que o 
personagem tem pouco caráter. Há narrativas inteiras que são feitas com esse 
subtexto irônico. 
 
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11. (CESPE / BANCO DO BRASIL / ESCRITURÁRIO / 2009) 
Não é preciso muito esforço para notar de que é feito o cotidiano de um 
indivíduo brasileiro socioeconomicamente privilegiado. Os assuntos da vida 
privada são, de longe, os que dominam qualquer outro tipo de preocupação. 
No entanto, o cuidado excessivo com o bem-estar não apenas realimenta a 
cultura do alheamento como reduplica-se em irresponsabilidade para consigo. 
A rede dH� DWHQGLPHQWR� DRV� ³IDPLQWRV� GH� IHOLFLGDGH´� WRUQRX-se um negócio 
rendoso, e os usuários, para mantê-la, exigem mais exploração dos que já são 
superexplorados. 
Quem vive permanentemente na infelicidade não pode olhar o outro como 
alguém com quem possa ou deva preocupar-se. O sentimento íntimo de quem 
padece é de que o mundo lhe deve alguma coisa, e não de que ele deva 
qualquer coisa aR� PXQGR�� 2� ³FRPpUFLR� GH� IHOLFLGDGH´� p� RUTXHVWUDGR� GH� WDO��
modo que o sentimento de deficiência, escassez ou privação pede sempre mais 
dinheiro e mais atenção para consigo, como meio de evitar a presença 
avassaladora das frustrações emocionais. 
Jurandir Freire. A ética democrática e seus inimigos ± o lado privado da violência 
pública. In: Ari Roitman (Org). O desafio ético, 2000, p. 83-4 (com adaptações 
As aspas utilizadas nas linhas 6 e 12 servem para realçar o uso metafórico ou 
figurado da linguagem, conferindo-lhe também, pelo exagero, um valor de 
ironia. 
Comentários: 
7HPRV�FODUR�VHQWLGR�ILJXUDGR��SRLV�³IDPLQWR´�QmR�WUD]�VHX�VHQWLGR�OLWHUDO�GH�IRPH�
física, de necessidade de alimento. Trata-se de um sentido metafórico, por 
extensão de sentido, de uma fome espiritual, de uma carência. 
'D� PHVPD� IRUPD�� HP� ³FRPpUFLR� GD� IHOLFLGDGH´�� R� VHQWLGR� QmR� p� OLWHUDO�� SRLV� D�
felicidade não é um bem físico que possa ser vendido. A metáfora está justamente 
em tratar a felicidade como um produto. 
2�ODGR�GD�LURQLD�VH�PDQLIHVWD�QR�H[DJHUR�GD�PHWiIRUD�³$�UHGH�GH�DWHQGLPHQWR�DRV�
IDPLQWRV�GH�IHOLFLGDGH´��SRLV��R�HIHLWR�SUHWHQGLGR�p�GHERFKDU�H�H[SUHVVDU�R�RSRVWR��
comércio de infelicidade. Portanto, temos linguagem figurada com combinação de 
figuras de linguagem. 
Questão correta. 
12. (Quadrix / SEDF / Professor / 2017) 
O que o poeta quer dizer 
no discurso não cabe 
e se o diz é pra saber 
o que ainda não sabe. 
 
Uma fruta uma flor 
um odor que relume... 
Como dizer o sabor, 
seu clarão seu perfume? 
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Acerca do poema acima e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se 
segue. 
Na segunda estrofe do poema, o sujeito-lírico emprega como recurso 
expressivo a figura de linguagem denominada sinestesia. 
Comentários: 
Sinestesia é a figura que mistura os diferentes sentidos humanos: O odor se 
percebe com o olfato, o sabor se percebe pelo paladar e o clarão se percebe com a 
visão. Questão correta. 
 
Antítese: 
Oposição retórica entre ideias opostas, normalmente materializada por antônimos. 
Essa figura é muito comum, pois nossa visão do mundo é constantemente 
organizada por contrastes. 
Ex: ³$V�YLUWXGHV�VmR�HFRQ{PLFDV��PDV�RV�YtFLRV�GLVSHQGLRVRV´ 
Ex: ³4XDQGR�RV�WLUDQRV�FDHP��RV�SRYRV�VH�OHYDQWDP´ 
Ex: ³6HP�{QXV��VHP�E{QXV�´ 
Ex: ³1yV�VRPRV�PHGR�H�GHVHMR��VRPRV�IHLWRV�GH�VLOrQFLR�H�VRP´ 
 
Paradoxo ou oxímoro: 
Variante da antítese que traz não só uma oposição, mas também uma contradição: 
obscura claridade, barato caríssimo, doce amargura, delicioso sofrimento, ruído 
ensurdecedor, voz muda. 
Ex: ³2�DPRU�p�R�IRJR�TXH�DUGHP�VHP�VH�YHU��p�IHULGD�TXH�GyL�H�QmR�VH�VHQWH��p�R�
FRQWHQWDPHQWR�GHVFRQWHQWH���´��/HWUD�GH�5HQDWR�5XVVR��SDUDIUDVHDQGR�YHUVRV�GH�
Camões). 
O paradoxo (ou oxímoro) baseado no sentido imediato das palavras é apenas 
aparente, pois sua coerência (reunião das ideias opostas) se revela no contexto: 
Ex: A fama é a imortalidade mais efêmera que existe. 
1R�H[HPSOR�DFLPD��WHPRV�DSDUHQWH�SDUDGR[R�HQWUH�³LPRUWDOLGDGH´�H�³HIHPHULGDGH´��
na medida em que a primeira palavra sugere algo que nunca acaba e a segunda 
indica algo que acaba rápido. Contextualmente, a aparente contradição se desfaz 
quando percebemos que as pessoas famosas gozam de tamanho status e presença 
na consciência coletiva que parece que a notoriedadade faz delas deuses, eternos, 
imortais. Contudo, a fama pode acabar a qualquer momento, como a vida, e o fim 
da fama leva quase que invariavelmente ao esquecimento. 
Ex: Ser mãe é padecer no paraíso. 
A incoerência enWUH�³SDGHFHU´��VRIULPHQWR��H�³SDUDtVR´�VH�MXVWLILFD�QD�FRH[LVWrQFLD�
de dois lados da maternidade: seu amor e suas inerentes dificuldades. 
Rigorosamente, percebemos então que o ³SDUDGR[R´� p� PDLV� HVSHFtILFR� TXH� D�
antítese, pois envolve a dissolução de uma aparente contradição, pelas relações 
globais do texto. No entanto, é comum em prova serem tratados como sinônimos. 
 
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13. (FGV / COMPESA / ANALISTA / 2016) 
Assinale a opção que indica o pensamento em que não ocorre uma 
estruturação com base numa antítese 
 a) De nada serve ao homem conquistar a Lua, se acaba por perder a Terra. 
 b) Modernidade é a tensão entre o efêmero e o eterno. 
 c) Meios poderosos, mas objetivos confusos: essa é a nossa época. 
 d) Não foi o mundo que piorou. As coberturas jornalísticas é que melhoraram 
muito. 
 e) Um a um somos todos mortais. Juntos, somos eternos. 
Comentários: 
Falou em antítese, procure por antônimos! 
 a) conquistar x perder 
 b) efêmero x eterno. 
 c) Opa! Meios não é o contrário de Fins. Os meios são instrumentos para atingir 
o fim. Não há antítese. Esse é nosso gabarito. 
 d) piorou x melhoraram 
 e) mortais x eternos. 
Gabarito letra C. 
14. (FGV / COMPESA / ANALISTA / 2016) 
1D�IUDVH�³9RFr�TXHU�HVWDU�FHUWR�RX�TXHU�VHU�IHOL]´"�RFRUUH� 
 a) uma antítese paradoxal. 
 b) uma pergunta retórica. 
 c) uma ambiguidade intencional. 
 d) uma falsa oposição. 
 e) uma ausência de paralelismo. 
Comentários: 
Pela forma de pergunta e SHOR�XVR�GD�FRQMXQomR�³RX´��FRP�sentido excludente, a 
LPSUHVVmR�p�D�GH�TXH�³VHU�IHOL]´�p�R�RSRVWR�GH�³HVWDU�FHUWR´��&RQWXGR��HVVD�RSRVLomR�
não é verdadeira, pois somente no contexto é que essas noções se opõem. Não há 
uma relação lógica no mundo real que diga que quem estiver certo vai estar infeliz. 
Logo, temos uma falsa oposição. Gabarito letra D. 
15. (Cespe / Instituto Rio Branco / 2014) 
Essa imagem de mim entre aspas me satisfazia, e não apenas 
superficialmente. Eu era a imagem do que não era, e essa imagem do não ser 
me cumulava toda: um dos modos mais fortes é ser negativamente. Como eu 
QmR� VDELD� R� TXH� HUD�� HQWmR� ³QmR� VHU´� HUD� D� PLQKD� PDLRU� DSUR[LPDomR� GD�
YHUGDGH��SHOR�PHQRV�HX�WLQKD�R� ODGR�DYHVVR��HX�SHOR�PHQRV�WLQKD�R�³QmR´��
tinha o meu oposto. O meu bem eu não sabia qual era, então vivia com algum 
pré-IHUYRU��R�TXH�HUD�R�PHX�³PDO´� 
Clarice Lispector. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro:Editora do Autor, 
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964, p. 30-1 (com adaptações) 
$�VHQWHQoD�³(X�HUD�D�LPDJHP�GR�TXH�QmR�HUD´��L.02) expressa um paradoxo 
ou oximoro. 
Comentários: 
Exato. O paradoxo é umaantítese que de realidades que convivem, mesmo 
aparentemente contraditórias. 
1R� FRQWH[WR� D� QDUUDGRUD� ³HUD´� PDV� ³QmR� HUD´�� XPD� YH]� TXH� HUD� DSHQDV� XPD�
imagem, não era ela de verdade. Questão correta. 
16. (CESPE / DIPLOMATA / 2012) 
1 Através de grossas portas, 
sentem-se luzes acesas, 
² e há indagações minuciosas 
4 dentro das casas fronteiras: 
olhos colados aos vidros, 
mulheres e homens à espreita, 
7 caras disformes de insônia, 
vigiando as ações alheias 
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. 
Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977, p. 450-2 (com 
adaptações). 
Nos dois primeiros versos, o eu lírico alude ao sigilo dos inconfidentes por meio 
de paradoxo e sinestesia. 
Comentários: 
O texto é trecho da obra Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meirelles, onde 
se narram eventos da Inconfidência Mineira, um movimento pela independência do 
Brasil. Esse trecho do poema, de fato, retrata as sigilosas reuniões dos 
inconfidentes, escondidos na calada da noite. 
Há uma combinação de figuras: o paradoxo está na impossibilidade de passar luz 
por portas grossas. A sinestesia está no fato de que a luz é algo experimentado 
pela visão, não é algR�³VHQWLGR´. Houve mistura das percepções sensoriais, como é 
a característica da sinestesia. Questão correta. 
17. (Cespe / TJ-RJ / Analista / 2008) 
Nasce o sol, e não dura mais que um dia. 
Depois da luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura 
Em contínuas tristezas a alegria. 
Gregório de Matos Guerra. Obra poética de Gregório 
de Matos. Rio de Janeiro: Record, 2.ª ed. 1990. 
 
Assinale a opção que apresenta a figura de linguagem predominante no trecho 
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do poema acima. 
 a) sinestesia 
 b) comparação 
 c) antítese 
 d) eufemismo 
 e) hipérbole. 
Comentários: 
Embora a linguagem seja metafórica, a figura que mais aparece (predomina) é a 
antítese, uma vez que temos palavras de sentidos opostos em vários versos: 
nasce o sol x morre o sol (não dura=morre) 
luz x escuridão (noite escura) 
tristezas x alegrias 
Gabarito letra C. 
18. (FUNDEP / IFN MG / 2016) 
Releia o trecho a seguir. 
³µ(VWi�HP�WRGDV�DV�SDUWHV�H�HP�QHQKXPD¶�>���@´ 
Leia as definições a seguir, retiradas do Aurélio versão 7.0 ± eletrônica, e 
assinale aquela pertinente a esse trecho. 
 D��3DUDGR[R��³&RQFHLWR�TXH�p�RX�SDUHFH contrário ao comum; contrassenso, 
DEVXUGR��GLVSDUDWH´� 
 b) 7DXWRORJLD�� ³YtFLR� GH� OLQJXDJHP� TXH� FRQVLVWH� HP� GL]HU�� SRU� IRUPDV�
GLYHUVDV��VHPSUH�D�PHVPD�FRLVD´� 
 c) 0HWiIRUD��³WURSR�TXH�FRQVLVWH�QD�WUDQVIHUrQFLD�GH�XPD�SDODYUD�SDUD�XP�
âmbito semântico que não é o do objeto que ela designa, e que se fundamenta 
numa relação de semelhança subentendida entre o sentido próprio e o 
ILJXUDGR��WUDQVODomR´� 
 G��$PELJXLGDGH��³TXH�VH�SRGH�WRPDU�HP�PDLV�GH�XP�VHQWLGR��HTXtYRFR´�� 
Comentários: 
A oposição contraditória, excludente e aparentemente incoerente constitui um 
³SDUDGR[R´��FRPR�HP�³HVWDU�HP�WRGRV�RV�OXJDUHV´�H�³QmR�HVWDU�HP�OXJDU�QHQKXP´��
Gabarito letra A. 
 
Eufemismo: 
É a suavização de algo que causa desconforto com palavras mais amenas. 
Ex: Após anos de trabalho e diversos problemas de saúde, o Mestre Antônio 
Cândido finalmente descansou. (morreu) 
Ex: O Senador faltou com a verdade. (mentiu) 
Ex: Esse não é exatamente o melhor livro que já li. (o livro é ruim) 
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Ex: Ele vive da caridade pública. (vive de esmolas) 
A morte é um tema recorrente dos eufemismos: 
Ex: ³2V� DPLJRV� TXH� PH� UHVWDP� VmR� GH� GDWD� UHFHQWH�� WRGRV� RV� DQWLJRV foram 
estudar a geologia dos campos santos�´ (morreu). 
Ex: Quando a indesejada da gente chegar. (Manuel Bandeira) 
Ex: Era uma estrela divina que ao firmamento voou! (A. de Azevedo)´ 
O eufemismo, quando não aliado a ironia, tem uso produtivo em obras literárias 
SHUPHDGDV� SRU� ³LGHDOL]Do}HV´�� UHSURGXo}HV� FRQWDPLQDGDV� GH� DIHWLYLGDGH� H�
WHQGHQFLRVDV�D�³VXDYL]DU´�UHDOLGDGH�SDUD�QmR�PDFXODU�XPD�VXSRVWD perfeição. Veja 
HVVH�WUHFKR�GR�WH[WR�³$�PRUHQLQKD´��GH�-RDTXLP�0DQXHO�GH�0DFHGR��TXH�LOXVWUD�D�
crítica ao eufemismo na idealização da mulher no romantismo: 
"Vocês com seu romantismo a que me não posso acomodar, a chamariam "pálida". Eu, que sou 
clássico em corpo e alma e que, portanto, dou às coisas o seu verdadeiro nome, a chamarei 
"amarela". 
Malditos românticos, que têm crismado tudo e trocado em seu crismar os nomes que melhor 
exprimem suas idéias!... O que outrora se chamava, em bom português, moça feia, os reformadores 
dizem: menina simpática!... O que em uma moça era antigamente desenxabimento, hoje é ao 
contrário: sublime languidez!... Já não há mais meninas importunas e vaidosas. As que forem, 
chamam-se agora espirituosas! A escola dos românticos reformou tudo isso, em consideração ao 
belo sexo. 
E eu, apesar dos tratos que dou à minha imaginação, não posso deixar de convencer-me que a 
minha linda prima é (aqui para nós) amarela e feia como uma convalescente de febres perniciosas." 
 
Disfemismo: 
É o efeito contrário da atenuação pretendida no uso do eufemismo. Consiste em 
substituir palavras mais brandas e neutras por palavras desagradáveis, chulas, 
sarcásticas. 
Ex: Bandido tem que virar presunto. (morrer) 
Ex: Agora o desgraçado vai comer capim pela raiz. (morreu e foi enterrado) 
Na literatura, o uso o disfemismo serve o propósito de fazer caracterizações cruas, 
dolorosamente realistas: 
Ex: ³2� TXLWDQGHLUR�� DVVHQWDGR� VREUH� R� EDOFmR�� FRFKLODYD� D� VXD� preguiça 
morrinhenta, acariciando o seu imenso e espamado pé descalço (...) as peixeiras, 
quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabeça, rebolando os grossos 
quadris trêmulos e as tetas opulentas�´ (Álvares de Azevedo) 
Lítotes: 
É também um tipo de eufemismo, que consistem em sugerir uma ideia pela 
negação de seu contrário: 
Ex: ³1LQJXpP�D�GHWHVWD�QHVWD�FDVD��DTXL�YRFr�Vy�FRQWD�FRP�DPLJRV´. (gostam de 
você) 
Ex: ³(OH�QmR�Yr´ (é cego) 
Vejamos o efeito estilístico em exemplos da literatura: 
Ex: ³Tu não estás bom��-RVp�5RGULJXHV�´��0$&+$'2�'(�$66,6� 
Ex: ³¬�EHLUD�GR�QHJUR�SRoR 
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e
 
 
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 debruço-me; e nele vejo, 
 agora que não sou moço, 
 XP�SDVVDULQKR�H�XP�GHVHMR�´��&$5/26�'580021'�'(�ANDRADE) 
 
Gradação: 
Sucessão de termos numa lógica semântica progressiva. 
Ex: O Quincas Borba! Não; impossível; não pode ser. Não podia acabar de crer que 
essa figura esquálida, essa barba pintada de branco, esse maltrapilho avelhentado, 
que toda essa ruína fosse o Quincas Borba. (MACHADO DE ASSIS) 
Ex: ³(�HQWUDYD�D�JLUDU�HP�YROWD�Ge mim, à espreita de um juízo, de uma palavra, 
de um gesto��TXH�OKH�DSURYDVVH�D�UHFHQWH�SURGXomR�´ (Machado de Assis) 
As gradações podem ter uma progressão crescente, decrescente ou até mesmo 
uma sequência não linear, não obvia, própria do texto. Essencialemente, vai indicar 
a ideia de processo paulatino. 
Ex: ³5DVJXHL�poemas, mulheres, horizontes 
 Fiquei simples, sem fontes 
 (Vinícius de Moraes) 
 
Enálage: 
É a aplicação de um termo de forma diversa do tradicional. Basicamente, se refere 
ao emprego dos tempos e modos verbais: presente para expressar passado, 
presentepara expressar futuro, indicativo no lugar do subjuntivo nas orações 
condicionais ou hipotéticas. 
([��³6H�HQWUHJD�D�FDUWD��QmR�WHULD�UHPRUVR´��0DFKDGR�GH�$VVLV�� 
2EVHUYH�TXH�³HQWUHJD´��SUHVHQWH�GR�LQGLFDWLYR��HVWi�QR�OXJDU�GR�SUHWpULWR�LPSHUIHLWR�
GR� VXEMXQWLYR� ³HQWUHJDVVH´�� 2� LQGLFDWLYR� UHWLUD� R� FDUiWHU� KLSRWpWLFR� GR� DWR� GH�
entregar, transmitindo noção de certeza. 
Ex: Amanhã começam as aulas. 
2�YHUER�³FRPHoDP´�HVWi�QR�SUHVHQWH��PDV�é usado no lugar do futuro para dar 
ideia de certeza e proximidade do fato. 
Ex: No dia 9 de dezembro de 1977, o Brasil perde uma das suas maiores escritoras: 
Clarice Lispector. 
(VVH�p�R�FKDPDGR�³SUHVHQWH�KLVWyULFR´��2V�YHUERV�VmR�XWLOL]DGRV�QR�SUHVHQWH�SDUD�
trazer uma narrativa para mais próxima do momento da fala, dando vivacidade e 
verossimilhança ao texto. 
 
 
 
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==ea9c2==
a
 
 
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19. (FCC / TST / Analista Judiciário / 2012) Adaptada 
Lista negra 
*(jn) Relação de pessoas ou de assuntos vetados RX�³LQGHVHMiYHLV´�HP�XP�
órgão de imprensa, isto é, proibidos de ser mencionados ou focalizados 
favoravelmente no noticiário, por determinação da direção do veículo. Prática 
usual de alguns jornais. 
(Dines, A. In Carlos Alberto Rabaça/Gustavo Guimarães Barbosa. Dicionário de 
comunicação. 2.ed. rev. E atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001, 10ª 
reimpressão. p.436) 
Com base no fragmento acima, julgue o item a seguir: 
É aceitável entender-VH�³LQGHVHMiYHLV´�FRPR�IRUPD�GH�HXIHPLVPR� 
Comentários: 
A lista negra inclui pessoas e assuntos que são vetados no jornal e dos quais nem 
se pode falar favoravelmente. Então, subentende-se que esses assuntos e pessoas 
são desagradáveis, reprovados pela direção. Essa reprovação é suavizada pela 
SDODYUD�³LQGHVHMiYHLV´��PDis amena e mais neutra. Observe que as aspas indicam 
o uso especial, não óbvio da palavra. Questão correta. 
20. (Consulplan / TJ-MG / Outorga de Cartório / 2017) 
Acerca das figuras de linguagem, recurso estilístico usado para propiciar maior 
expressividade ao texto literário, assinale a alternativa correta: 
 a) Antítese: consiste na aproximação de termos iguais, sendo enfatizada essa 
relação de sinonímia. 
 b) Hipérbole: trata-se de minimizar uma ideia com a finalidade suavizar o 
discurso. 
 c) Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, 
obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. 
 d) Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres animados 
predicativos que são próprios de seres inanimados. 
Comentários: 
A banca misturou as figuras, vamos organizar: 
 a) Antítese: consiste na aproximação de termos opostos, sendo enfatizada essa 
relação de antonímia. 
 b) Eufemismo: trata-se de minimizar uma ideia com a finalidade suavizar o 
discurso. A hipérbole é a figura do exagero, com finalidade de ênfase. 
 c) Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, 
obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. Também é chamada de 
antífrase. 
 d) Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados 
predicativos que são próprios de seres animados. 
Gabarito letra C. 
21. (FGV / DETRAN-RN / Assessor Técnico) 
Há um exemplo de prosopopeia em: 
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 D��³&RPR�HX�LQYHMR�RV�TXH�QmR�HVTXHFHUDP�D�FRU�GDV�SULPHLUDV�FDOoDV�TXH�
YHVWLUDP�´ 
 E��³(�DQWHV�VHMD�ROYLGR�TXH�FRQIXVmR��H[SOLFR-PH�´ 
 F��³2V�ULRV��DV�PRQWDQKDV��DV�LJUHMDV�TXH�QmR�YL�QDV�IROKDV�OLGDV�´ 
 G��³1mR��QmR��D�PLQKD�PHPyULD�QmR�p�ERD�´ 
 e) ³����H�RV�FODULQV�VROWDP�DV�QRWDV�TXH�GRUPLDP�QR�PHWDO��H�WXGR�PDUFKD�
FRP�XPD�DOPD�LPSUHYLVWD�´. 
Comentários: 
A prosopopeia atribui a seres inanimados características dos seres animados. O 
clarin é um objeto, mas recebeu figurativamente a capacidade de ações humanas, 
como soltar notas. As notas, por sua vez, ganham a capacidade de dormir. 
Gabarito letra E. 
22. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017) 
Texto 4 - PRIVAÇÕES 
 Verissimo, O Globo, 20/10/2016 
 ³'XUDQWH�DQRV��R�%UDVLO�VRIUHX�D�SULYDomR�GR�)UDQN�6LQDWUD��3DVVDYD�DQR��
passava ano, e o Frank Sinatra não vinha. Nossa maior angústia era com o 
tempo: se demorasse muito para vir, o Frank Sinatra, quando viesse, não seria 
mais o mesmo. Poderia não ter mais a grande voz, ou ser uma múmia de si 
mesmo. Por que o Frank Sinatra não vinha ao Brasil enquanto era tempo? E, 
finalmente, o Frank Sinatra veio ao Brasil. E a espera, concordaram todos, 
tinha valido a pena. Sinatra cantou no Rio Palace para endinheirados e no 
Maracanã para uma multidão. Sua voz era a mesma dos bons tempos, apenas 
envelhecida em tonéis de carvalho como um bom Bourbon. O Brasil agradeceu 
D�6LQDWUD�FRP�R�PDLRU�S~EOLFR�GH�VXD�FDUUHLUD��(�ILFRX�IHOL]´�� 
 
No texto 4 está presente o seguLQWH�VHJPHQWR��³3RGHULD�QmR�WHU�PDLV�D�JUDQGH�
YR]��RX�VHU�XPD�P~PLD�GH�VL�PHVPR´� 
Nesse segmento exemplifica-se a seguinte figura de linguagem: 
 a) antítese; 
 b) metáfora; 
 c) metonímia; 
 d) pleonasmo; 
 e) paradoxo. 
Comentários: 
$�H[SUHVVmR�³P~PLD GH�VL�PHVPR´�p�PHWiIRUD�SDUD�GHVFUHYHU�R�VXSRVWR�HVWDGR�HP�
que Sinatra poderia estar se não viesse logo ao Brasil. Em suma, indica que estaria 
velho, decrépito, como uma múmia... Gabarito letra B. 
23. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017) 
No período inicial do texto 1 - O cristianismo impregna, com maior ou menor 
evidência, a vida cotidiana, os valores e as opções estéticas até mesmo dos 
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que o ignoram. ± ocorre um exemplo de linguagem figurada, denominada 
antítese, estruturada na oposição semântica maior/menor. 
Os vocábulos abaixo que também serviriam para estruturar uma antítese são: 
 a) Às vezes ganha destaque ou relevância no noticiário. 
 b) Entender os debates mais recentes ou anacrônicos... 
 c) ...eventuais alusões a um suposto conhecimenbto prévio ou previsto. 
 d) ...as práticas humanitárias ou filantrópicas... 
 e) ..que nos dirigimos a eminentes ou desprestigiados especialistas... 
Comentários: 
A antítese é a figura de linguagem que expressa oposição de ideias, normalmente 
marcada por palavras de sentido contrário (antônimos). 
Nas letras A, C e D, as palavras são sinônimas ou quase sinônimas. Na letra B, 
³UHFHQWH´�QRYR��QmR�p�DQW{QLPR�GH�³DQDFU{QLFR´��DTXLOR�TXH�QmR�HVWi�GH�DFRUGR�
com uma época). 
3RUWDQWR��D�RSRVLomR�HVWi�HQWUH�³HPLQHQWH´��HOHYDGR��LOXVWUH��GHVWDFDGR��H[FHOVR��H�
³GHVSUHVWLJLDGR´��VHP�SUHVWtJLR���*DEDULWR�OHWUD�(�� 
24. (FGV / DETRAN-RN / Assessor Técnico) 
Assinale a passagem do texto que apresenta a figura de linguagem 
denominada de prosopopeia. 
 a) Preciso me livrar dessas baratas! 
 b) Fez uma espécie de manto da cortina da sala para cobrir sua nudez. 
 c) Todas as baratas são iguais, mas uma mulher precisa realçar a sua 
personalidade. 
 d) (...) porque os hábitos morrem devagar. 
 e) O marido ia morrer ± não que ele fizesse falta. 
Comentários: 
+iELWRV�p�XP�VXEVWDQWLYR�DEVWUDWR��DOJR�LQDQLPDGR��1D�VHQWHQoD�³hábitos morrem 
devagar´��JDQKD�DSWLGmR�GH�XP�VHU�DQLPDGR��SDUD�YLYHU�H�PRUUHU��7UDWD-se de uma 
personificação ou prosopopeia. Gabarito letra D. 
 
Figuras de Sintaxe 
São estruturassintáticas peculiares, organizadas de forma a causar algum efeito 
estilístico. A ordem da sentença e a posição dos termos é determinante para o 
sentido e pode ser explorada como recurso expressivo, como em ambiguidades 
propositais. 
Elipse: 
É a omissão de palavra ou expressão recuperável pelo contexto geral. Essa omissão 
é sinalizada no texto normalmente por vírgula. 
Ex: Devemos lutar por nossos objetivos. �RPLVVmR�GR�SURQRPH�³QyV´, sujeito) 
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Ex: ³Ao redor, bons pastos, boa gente, terra boa para arroz.´��RPLVVmR�do verbo) 
Ex: Estava eu lá, as mãos QRV�EROVRV��HVSHUDQGR���RPLVVmR�GD�SUHSRVLomR�³FRP´� 
Do fenômeno da elipse resultam vários casos de derivação imprópria, pois o termo 
expresso absorve semanticamente o omitido: A (cidade) capital, O (dente) canino, 
Uma (carta) circular. 
A elipse de um termo já mencionado se chama Zeugma: 
Ex: &DUQtYRURV� FRPHP� FDUQH�� KHUEtYRURV�� YHJHWDLV�� �HOLSVH� GR� YHUER� ³FRPHP´ 
presente na oração anterior) 
Ex: Os meninos são feitos de sonho; os homens, de planos (elipse da forma 
FRPSRVWD�³VmR�IHLWRV´� 
Ex: (X�HUD�IHOL]��HOHV��WULVWHV���HOLSVH�GR�YHUER�³HUD´, presente na oração anterior.) 
A Zeugma que subentende verbo já expresso, mas sob outra flexão, é chamada de 
³FRPSOH[D´�� 
Obs: A Zeugma é um tipo de elipse, então a prova pode tratar o fenômeno pelo 
WHUPR� HVSHFtILFR� ³=HXJPD´� RX� SHOR� WHUPR� PDLV� JHUDO� ³(OLSVH´� Ambos estão 
corretos. 
 
25. (Cespe / STJ / Analista / 2015) 
No período pré-romano da história ocidental, a sanção tinha fundamento 
religioso e pretensão de satisfação da divindade ofendida pela conduta do 
ofensor. Nesse período, surgiu a chamada Lei do Talião, do latim Lex Talionis 
² Lex significando lei e Talionis, tal qual ou igual. É de onde se 13 extraiu a 
Pi[LPD�³2OKR�SRU�ROKR��GHQWH�SRU�GHQWH´��HQFRQWUDGD� 
inclusive, na Bíblia. 
Acerca das estruturas linguísticas do texto Evolução histórica da 
responsabilidade civil e efetivação dos direitos humanos, julgue o item a 
seguir. 
Na linha 4��D�YtUJXOD�TXH�VH�VHJXH�DR�YRFiEXOR�³Talionis´�UHSUHVHQWD�D�HOLSVH�
GD�IRUPD�YHUEDO�³VLJQLILFDQGR´� 
Comentários: 
Exatamente. A vírgula indica justamente a elipse do verbo: 
Lex significando lei e Talionis, tal qual ou igual. 
Lex significando lei e Talionis significando tal qual ou igual. 
26. (Cespe / TRE-RJ / Técnico Judiciário / 2012) 
Sempre se soube que um dos principais entraves ao crescimento do Brasil é o 
gargalo educacional. Novas pesquisas, porém, revelam que o problema é 
muito mais grave do que se supunha. A mais recente, elaborada pelo Instituto 
Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, mostrou que 38% dos 
estudantes do ensino superior no país simplesmente ³Qão dominam 
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KDELOLGDGHV�EiVLFDV�GH�OHLWXUD�H�HVFULWD´ 
(P� ³$� PDLV� UHFHQWH´�� RFRUUH� HOLSVH� GD� SDODYUD� SHVTXLVD�� TXH� SRGH� VHU�
VXEHQWHQGLGD�D�SDUWLU�GR�DQWHFHGHQWH�³SHVTXLVDV´. 
Comentários: 
A elipse é a omissão de um termo que pode ser recuperado pelo contexto: 
Novas pesquisas, porém, revelam que o problema é muito mais grave do que se 
supunha. A mais recente (pesquisa), elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro 
e pela ONG Ação Educativa, mostrou... 
Questão correta. 
27. (CESPE / Secretaria de Educação-ES / Professor / 2010) 
Julgue o item subsequente. 
2FRUUH�HOLSVH��RX�]HXJPD��HP�³R�OLQJXLVWD�VH�LQWHUHVVD�SHOD�OtQJXD�FRPR�HOD�p��
H�QmR�FRPR�GHYHULD�VHU´. 
Comentários: 
A Zeugma é um tipo específico de elipse, que consiste na omissão de um termo já 
mencionado antes, normalmente uma forma verbal. Na questão, houve supressão 
GD�IRUPD�³VH�LQWHUHVVD (por)´� 
³R�OLQJXLVWD�VH�LQWHUHVVD�SHOD�OtQJXD�FRPR�HOD�p��H�QmR�FRPR�GHYHULD�VHU´ 
³R�OLQJXLVWD�VH�LQWHUHVVD�SHOD�OtQJXD�FRPR�HOD�p��H�QmR�(se interessa por) como 
GHYHULD�VHU´ 
A elipse deixa o texto mais conciso, pois evita inserir palavras que já são 
recuperáveis no contexto. 
Questão correta. 
28. (CESPE / Instituto Rio Branco / 2007) 
No trecho "O mais provável é que o latim fosse usado nas relações com as 
autoridades romanas; o grego, nas grandes cidades; e o osco, nas regiões 
rurais", utiliza-se uma forma de elipse, por meio da qual se evitam repetições. 
Comentários: 
Sim. A elipse colabora para um termo mais limpo e conciso, pois permite 
³HFRQRPL]DU� WHUPRV´� TXH� VHUDP� UHFXSHUiYHLV� do contexto. Além disso, evita a 
repetição viciosa. 
$�IRUPD�YHUEDO�³IRVVH�XVDGR´�HVWi�LPSOtFLWD��SRLV�Mi�DSDUHFHX�QR�LQtFLR�GR�SHUtRGR� 
"O mais provável é que o latim fosse usado nas relações com as autoridades 
romanas; o grego fosse usado nas grandes cidades; e o osco fosse usado nas 
regiões rurais" 
Observe que no lugar da forma omitida foi usada uma vírgula. Essa vírgula é 
FKDPDGD�GH�³YLFiULD´��TXH�VXEVWLWXL��H�PDUFD�D�=HXJPD��D�HOLSVH�GH�IRUPD�TXH�Mi�
apareceu. Questão correta. 
 
 
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Hipérbato: 
A ordem natural das frases é Sujeito > Verbo > Complementos> Adjuntos. 
Hipérbato é R�QRPH�JHUDO�SDUD�³LQYHUVmR´�VLQWiWLFD��QD�RUGHP�GH�WHUPRV�RX�RUDo}HV�� 
Ex: Eu de você tenho saudades. (Eu tenho saudades de você) 
Anástrofe: 
Consiste no deslocamento de um dos constituintes do sintagma para uma posição 
atípica. 
Ex: ³$�'HXV�SHGL�TXH�UHPRYHVVH�RV�GXURV 
 &DVRV�TXH�$GDPDVWRU�FRQWRX�IXWXURV�´ 
Pedi a Deus que removesse os duros. 
Ex: De tudo ao meu amor serei atento 
 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
 Que mesmo em face do maior encanto 
 Dele se encante mais meu pensamento. 
Pelo efeito estético, o poeta inverteu partes de expressões: 
Organizando, teríamos: 
Serei atento ao meu amor/ Antes de tudo 
Além da possibilidade de ajustar a métrica, o ritmo, as rimas, as inversões também 
permitem colocar em evidência, no início, R�WySLFR�TXH�R�DXWRU�TXLVHU�³IRFDOL]DU´� 
Prolepse: 
Consiste na antecipação de um termo de uma oração para outra oração que 
anteceda: 
([��³2V�SDVWRUHV�SDUHFH�TXH�YLYHP�QR�ILP�GR�PXQGR´ 
Temos duas orações: 
³TXH�RV�SDVWRUHV�YLYHP�QR�ILP�GR�PXQGR´ 
³SDUHFH´ 
2�WHUPR�³RV�SDVWRUHV´�p�VXMHLWR�GR�YHUER�³YLYHU´��PDV�p�DQWHFLSDGR�SDUD�R�LQtFLR�GD�
oração anterior, com finalidade de realce. 
([��³2�SUySULR�PLQLVWUR�GL]HP TXH�QmR�JRVWRX�GR�DWR´ 
1RYDPHQWH��R�WHUPR�³R�SUySULR�PLQLVWUR´�HVWi�DQWHFLSDGR��LQLFLDQGR�XPD�RUDomR�GD�
qual não é sujeito. 
Anacoluto: 
Consiste em mudar um construção sintática, após uma pausa. Em outras palavras, 
é a quebra da estrutura, que deixa um termo solto, sem função sintática. 
([��³8PDV�FDUDELQDV�TXH�JXDUGDYD�DWUiV�GR�JXDUGD-roupa, a gente brincava com 
HODV��GH�WmR�LPSUHVWiYHLV´� 
Observe que o termo ³8PDV�FDUDELQDV�TXH�JXDUGDYD�DWUiV�GR�JXDUGD-URXSD´�ILFRX�
descolado, sem função sintática. Isso ocorre por uma interrupção repentina no 
fluxo sintático, a oração iniciada é abandonada e uma nova formulação sintática se 
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inicia: 
³2V�TXH�DFRPSDQKDYDP�R�HQWHUUR��apenas dois o faziam por estima à finada: eram 
/XtV�3DWUtFLR�H�9DODGDUHV�´��0$&+$'2�'(�$66,6� 
³2OKD�� HX�� DWp� GH� ORQJH�� FRP� RV� ROKRV� IHFKDGRV�� o senhor não me HQJDQD�´�(GUIMARÃES ROSA) 
Para fazer uma distinção didática: 
O hipérbato é uma inversão geral na ordem dos termos. 
A anástrofe é a inversão GH�XP�³pedaço de termo´��XP�FRQVtituinte de sintagma. 
A prolepse é antecipação de um termo de uma oração posterior. 
O anacoluto é uma reformulação sintática que deixa um termo sem função. 
2EV�� 1R� FDPSR� GDV� ³LQYHUV}HV´�� Ki� DLQGD� XPD� ILJXUD� FKDPDGD� ³VtQTXLVH´�� TXH�
consiste numa inversão tão radical dos termos, que dificulta muito a leitura. Segue 
o exemplo que consta em Rocha Lima e Celso Cunha: 
Exemplo: 
³/LFLDV��SDVWRU�² enquanto o sol recebe, 
Mugindo, o manso armento e ao largo espraia, 
Em sede abrasa, qual de amor por Febe, 
Sede também, sede maior, GHVPDLD�´��$/%(572�'(�2/,9(,5$� 
Organizando: Lícias, pastor, enquanto o manso armento, mugindo, recebe o sol e 
ao largo espraia ², abrasa em sede, qual desmaia de amor por Febe, sede também, 
sede maior. 
29. (Procurador Jurídico ± Pref. Jaguariúna / 2018) 
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas 
De um povo heróico o brado retumbante, 
Assinale a alternativa CORRETA que contém a figura de linguagem que pode 
ser observada na primeira estrofe: 
 a) Zeugma e hipérbato. 
 b) Hipérbato e prosopopeia. 
 c) Hipérbato e metonímia. 
 d) Aliteração e zeugma. 
Comentários: 
O hipérbato é a figura de sintaxe que inverte a ordem natural dos termos de uma 
oração ou período. Observe como ficaria diferente se o verso estivesse em ordem 
natural Sujeito ± Verbo ± Complemento: 
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo 
heroico. 
$OpP�GLVVR��REVHUYDPRV�TXH�µDV�PDUJHQV�GR�,SLUDQJD¶�IRUDP�SHUVRQLILFDGDV��VHQGR�
FDSD]HV�GH�DWULEXWRV�KXPDQRV�FRPR�³RXYLU´��(QWmR��WDPEpP�VH�YHULILFD�D�SURSRSHLD 
ou personificação. Gabarito letra B. 
 
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30. (Consulplan / TRF RJ-ES / Analista / 2017) 
1R�SHUtRGR�³O preconceito, é em muitos de nós que ele existe´��IRL�XWLOL]DGR�R�
recurso semântico da figura de linguagem, que consiste no emprego de um 
sentido figurado que surge de uma intenção ou da necessidade de expressão 
de forma criativa, inovadora. Assinale a alternativa correspondente à figura 
utilizada no trecho e sua definição correta. 
 a) Hipérbato que consiste na repetição de palavras e sons. 
 b) Apóstrofe que consiste na interpelação direta às pessoas ou coisas 
personificadas. 
 c) Anacoluto que consiste na interrupção do plano sintático com que se inicia 
uma frase, alterando-lhe a sequência do processo lógico. 
 d) Silepse que consiste em fazer a concordância de palavras ou expressões 
agradáveis em substituição às que têm sentido grosseiro ou desagradável.. 
Comentários: 
Imagine que uma sentença começa e é interrompida. Após a interrupção, o que 
estava sendo escrito é deixado para trás e uma nova estrutura sintática começa. 
(VVH�³IUDJPHQWR´�GR�TXH�LD�VHU�HVFULWR�ILFD�LQFRPSOHWR��SHUGLGR��GHVFRODGR�GD�IUDVH��
(VVH�HIHLWR�HVWLOtVWLFR�p�FKDPDGR�GH�³DQDFROXWR´�� 
2EVHUYH�TXH�R�WHUPR�³R�SUHFRQFHLWR´�HVWi�³VROWR´�QR�SHUtRGR��VHP�IXQomR�VLQWiWLFD�� 
³O preconceito, é em PXLWRV�GH�QyV�TXH�HOH�H[LVWH´ 
3URYDYHOPHQWH�³R�SUHFRQFHLWR´�VHULD�R�VXMHLWR�GD�RUDomR�TXH�VH�LQLFLDYD��PDV��DSyV�
a pausa, virou um fragmento. Gabarito letra C. 
Vamos ajustar as demais opções: 
 a) Hipérbato p�XP�WHUPR�JHUDO�SDUD�³LQYHUVmR´. 
 b) Apóstrofe consiste em dirigir-se o orador ou o escritor, fazendo uma 
interrupção súbita, a uma pessoa ou coisa real ou fictícia. 
Ex: Estava eu lá, feliz e contente, quando de repente-preste atenção, leitor amigo! 
 d) Silepse consiste em fazer a concordância com uma ideia, não com a palavra 
expressa. (Ex: Senador, Vossa Excelência está cansado.) 
31. (IF / CE / Tecnólogo / 2016) 
Na frase: ³$� 0LQKD� YL]LQKD�� RXYL� GL]HU� TXH� WHYH� XP� DFLGHQWH´, 
encontramos a seguinte figura de linguagem: 
 a) Metonímia. b) Anacoluto. c) Catacrese. d) Hipérbato. e) Silepse. 
Comentários: 
2�WHUPR�³D�PLQKD�YL]LQKD´�HUD�R�FRPHoR�GD�VHQWHQoD��SURYDYHOPHQWH�R�VXMHLWR��
Contudo, após uma pausa, outra frase começou a ser escrita esse termo ficou 
³GHVFRQHFWDGR´�VLQWDWLFDPHQte. Essa figura é o Anacoluto. Gabarito letra B. 
Assíndeto: 
É a ausência de conector num encadeamento de termos: 
Ex: Cheguei, tomei banho, almocei, dormi. 
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Veja que o assíndeto tem o efeito estilístico da rapidez: 
³/XFLDQD��LQTXLHWD��VXELD�j�MDQHOD�GD�FR]inha, sondava os arredores, bradava com 
desespero, até que ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa 
como um redemoinho, empurrava as portas, estabanada: ² Quero o meu 
SHULTXLWR�´ (Graciliano Ramos) 
Polissíndeto: 
É a repetição de conectivos, normalmente com função expressiva de repetição ou 
movimento. 
Ex: Como uma horda de seres vivos, cobríamosgradualmente a terra. Ocupados 
como quem lavra a existência , e planta, e colhe, e vive, e morre, e come. (Clarisse 
Lispector) 
Silepse: 
É a concordância semântica, feita com uma ideia, em vez de ser feita com termo 
gramatical expresso. 
Silepse de Número: 
Ex: O pessoal ouviu seu disco; gostaram muito. (concordância feita com a ideia 
SOXUDO�GR�WHUPR�VLQJXODU�³SHVVRDO´� 
Ex: Essa gente é fiel, quando amam um político, não desistem dele nem após sua 
prisão. 
�2�VXMHLWR�JUDPDWLFDO�p�R�WHUPR�FROHWLYR�³JHQWH´��HQWmR�D�FRQFRUGkQFLD�p�IHLWD�QR�
plural: amam e desistem.) 
Silepse de Gênero: 
Ex: Senador, Vossa Excelência é muito dedicado. 
(O pronome de tratamento é gramaticalmente feminino, mas a concordância é feita 
com o sexo da pessoa.) 
Silepse de Pessoa: 
Ex: Todos queremos ser felizes. 
(Todos é pronome de terceira pessoa do plural: Todos querem/eles querem. 
Contudo, a ideia de inclusão faz o verbo concordar semanticamente com o pronome 
³QyV´� primeira pessoa do plural.) 
32. (CESPE / DIPLOMATA / 2012) 
Estou tão perdida. Mas é assim mesmo que se vive: perdida no tempo e no 
espaço. 
Morro de medo de comparecer diante de um Juiz. Emeretíssimo, dá licença de 
eu fumar? Dou, sim senhora, eu mesmo fumo cachimbo. Obrigada, Vossa 
Eminência. Trato bem o Juiz, Juiz é Brasília. Mas não vou abrir processo contra 
Brasília. Ela não me ofendeu. (...) 
Eu sei morrer. Morri desde pequena. E dói, mas a gente finge que não dói. 
Estou com tanta saudade de Deus. 
E agora vou morrer um pouquinho. Estou tão precisada. 
Sim. Aceito, my Lord. Sob protesto. 
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Mas Brasília é esplendor. 
Estou assustadíssima. 
 
No período ³0DV�p�DVVLP�PHVPR�TXH�VH�YLYH��SHUGLGD�QR�WHPSR�H�QR�HVSDoR�´, 
o particípio do verbo perder, empregado em estrutura de indeterminação do 
sujeito da oração, poderia, conforme regra de concordância nominal, estar na 
forma masculina, regra da qual, no entanto, a obra literária prescinde, dada a 
liberdade que preside a criação artística. 
Comentários: 
Em suma, o particípio está concordando com um referente feminino implícito: a 
própria mulher que fala no texto. A concordância é ideológica, eminentemente 
semântica. Trata-se de uma silepse de gênero. 
Como não há gramaticalmente um sujeito determinado, o particípio também 
poderia concordar numa forma masculina, considerada como forma geral, neutra. 
Portanto, a concordância no feminino foi um recurso linguísticode estilo, 
compatível com a natureza literária do texto. 
Questão correta. 
33. (AOCP / EBSERH / 2017) 
Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta uma figura de estilo presente 
HP�³>���@�Vy�GH�SHQVDU�HP�VH�VHQWDU�HP�PHLR�D�JHQWH�TXH��DR�FRQWUiULR�GHODV��
HVWmR�DFRPSDQKDGDV�´" 
 a) Sinestesia. 
 b) Silepse de número. 
 c) Silepse de gênero. 
 d) Eufemismo. 
 e) Prosopopeia. 
Comentários: 
A silepse é a concordância semântica sobre a gramatical, isto é, concorda-se com 
a ideia em vez de concordar-se com o termo gramatical expresso. No texto, temos 
VLOHSVH�GH�Q~PHUR��SRLV�³JHQWH´�HVWi�QR�VLJXODU�H�³DFRPSDQKDGDV´�HVWi�QR�SOXUDO��
SDUD�FRQFRUGDU�FRP�D�LGHLD�GH�³SHVVRDV´��$PEDV�DV�SDODYUDV�VmR�IHPLQLQDV��HQWmR�
não há silepse de gênero. Gabarito letra B. 
Pleonasmo: 
É a repetição de ideias, que se materializa na repetição de palavras ou termos da 
oração: 
Ex: Os problemas, já os resolvi. 
Ex: O lutador, ele já está pronto para o combate. 
Ex: Ao meio entendedor, basta-lhe meia palavra. 
Ex: Que você trabalha muito, isso eu já sei. 
O pleonasmo deve ser um recurso estilístico de reforço; a repetição sem propósito, 
por pobreza vocabular ou desconhecimento do sentido das palavras causa mera 
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redundância e p� FRQVLGHUDGD� ³YtFLR� GH� OLQJXDJHP´�� (QWmR�� VmR� FRQVLGHUDGDV 
³SOHRQDVPR�YLFLRVR´�H[SUHVV}HV�FRPR��³VDLU�SDUD�IRUD��HQWUDU�SDUD�GHQWUR��VXELr 
para cima, monopólio exclusivo, principal protaganista, encarar de frente, voltar 
SDUD�WUiV��DYDQoDU�SDUD�IUHQWH´� Contudo, tenha cuidado: no contexto de uma obra 
poética, o pleonasmo pode ser utilizado como recurso enfático. Nesse caso, 
WHUHPRV�³SOHRQDVPR�HVWLOtVWLFR´� 
Obs: A redundância proposital, com finalidade enfática, também aparece em prova 
FRPR�UHFXUVR�HVWLOtVWLFR��GH�IRUPD�DQiORJD�DR�QRPH�³SOHRQDVPR´��O polissíndeto, 
por exemplo, é um recurso de redundância estilística, pois a repetição do conectivo 
tem uma finalidade enfática, normalmente indicativa de movimento ou intensidade. 
Ex: Fulana trabalha, e batalha, e mata um leão por dia, e não sai do lugar. 
No exemplo acima, a redundância indica um movimento cíclico. 
Anáfora: 
Consiste em repetir a mesma palavra no início de cada verso cada membro da 
frase. 
Ex: Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no 
infortúnio, ele morreu desconhecido e só. (Rocha Lima) 
([����³Quando não tinha nada eu quis 
 Quando tudo era ausência esperei 
 Quando tive frio tremi���´��Chico César) 
Dentro do campo das estruturas PDUFDGDV�SRU�³UHSHWLomR´��WHPRV�WDPEpP�ILJXUDV�
bem específicas: 
Quiasmo: 
Inversão da ordem nas partes simétricas de uma construção com dois membros: 
³(UD�XPD�PRVFD�D]XO��DVDV�GH�RXWUR�H�JUDQDGD�������E zumbia, e voava, e voava, 
e zumbia�´��0DFKDGR�GH�$VVLV� 
³(�IRL�GH�ziguezague, veio de zaguezigue�´��*XLPDUmHV�5RVD� 
Epizeuxe: 
É a repetição na sequência imediata das palavras (sem inversão): 
Ex: Ele é pobre, pobre, pobre... 
([���³&DIp�FRP�SmR 
 Café com pão 
 Café com pão 
 9LUJH�0DULD�TXH�IRL�LVVR�PDTXLQLVWD"´��0DQXHO�%DQGHLUD�� 
 
34. (Cespe / Instituto Rio Branco / 2012) 
1R� SHUtRGR� ³4XH� 'HPyFULWR� QmR� ULVVH�� HX� R� SURYR´�� R� YHUER� SURYDU�
complementa-se com uma estrutura em forma de objeto direto pleonástico, 
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com uma oração servindo de referente para um pronome. 
Comentários: 
([DWDPHQWH�� R� SURQRPH� GHPRQVWUDWLYR� ³R´� UHWRPD� WRGD� D� RUDomR� subordinada 
VXEVWDQWLYD�GLUHWD�³Que Demócrito não risse´. Como essa oração já apareceu, o 
REMHWR�GLUHWR�HVWi�³UHSHWLGR´��RX�VHMD��HVWi�³SOHRQiVWLFR´� 
eu o provo (prova alguma coisa) 
eu provo Que Demócrito não risse 
Questão correta. 
35. (Cespe / TRT-RJ / ANALISTA / 2008) 
Julgue o item a seguir. 
O texto, em que foi empregada uma linguagem simples, de fácil compreensão, 
apresenta um termo típico da linguagem coloquial no trecho 'Esse primeiro 
trimestre, como dizem meus filhos, bombou' ... 
Comentários: 
O uso de gírias e expressões muito informais, normalmente associados a classes 
populares, constitui vício de linguagem FKDPDGR�³SOHEHtVPR´��(VVH�QRPH (um tanto 
preconceituoso) GHULYD�GH�³SOHEHX´�H�RSHUD�QD�SUHPLVVD�GH�TXH�D�SHVVRD�GH�XPD�
classe social mais baixa tende a usar uma linguagem destoante da norma culta. 
1mR� p� XP� QRPH� SUHFLVR�� SRLV� XP� WHUPR� FRPR� ³ERPERX´� SRGH� RFRUUHU� QD� IDOD�
informal de pessoas de qualquer classe. Questão correta. 
36. (Cespe / Instituto Rio Branco / 2005) 
Ao menos uma vez na vida, todos os autores tiveram ou terão de ser Luís de 
Camões, mesmo se não escreveram as redondilhas entre fidalgos da corte e 
censores do Santo Ofício, entre os amores de antanho e as desilusões da 
velhice prematura, entre a dor de escrever e a alegria de ter escrito, foi a este 
homem doente que regressa pobre da Índia, aonde muitos só iam para 
enriquecer, foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma, foi a este 
sedutor sem fortuna que não voltará nunca mais a perturbar os sentidos 
das damas do paço, que eu pus a viver no palco da peça de teatro chamada: 
Que Farei com Este Livro?, em cujo final ecoa uma outra pergunta, aquela que 
importa verdadeiramente, aquela que nunca saberemos se alguma vez 
chegará a ter UHVSRVWD�VXILFLHQWH��³4XH�IDUHL�FRP�HVWH�OLYUR"´ 
José Saramago. Discurso proferido por ocasião do recebimento do Prêmio Nobel de 
Literatura. Estocolmo, 1998 (com adaptações). 
 
2�WUHFKR�³TXH�QmR�YROWDUi�QXQFD�PDLV�D�SHUWXUEDU�RV sentidos das damas do 
SDoR´� caracteriza-se pelo emprego dos recursos da redundância e do 
eufemismo. 
Comentários: 
2�WUHFKR�³TXH�QmR�YROWDUi�QXQFD�PDLV�D�SHUWXUEDU�RV VHQWLGRV�GDV�GDPDV�GR�SDoR´� 
é redundante porque há repetição de termos com a mesma ideia: não voltará = 
nunca mais. Ambas as expressões indicam algo que não ser se repetirá no tempo. 
2�HXIHPLVPR�HVWi�HP�³SHUWXUEDU�RV�VHQWLGRV´��TXH�QD�YHUGDGH�VXDYL]D�D�LGHLD�GH�
que ele (o sedutor sem fortuna, sem sorte) vai assediar, incomodar as moças. 
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Portanto, temos um trecho com combinação de figuras de linguagem. Questão 
correta. 
37. (Fadesp / Engenheiro Civil / 2017) 
1RV�HQXQFLDGRV�³0DV�R�SUHVHQWH��QHVVD�YHORFLGDGH��p�XP�SUHWpULWR�FRQWtQXR´�
H�³QRVVR�PXQGR�LQWHUQR�ILFRX�D�RFHDQRV�GH�QyV´��RFRUUH��UHVSHFWLYDPHQWH��� 
 a) ironia e catacrese. 
 b) antítese e hipérbole. 
 c) metonímia e metáfora. 
 d) eufemismo e prosopopeia. 
Comentários: 
7HPRV�DQWtWHVH�QRV�DQW{QLPRV�³SUHVHQWH´�H�³SUHWpULWR´ H�KLSpUEROH�HP�³D�RFHDQRV´�
de nós, expressão exagerada de distância entre nós e nosso mundo interno. 
Gabarito letra B. 
38. (Funece / METROFOR-CE / 2017) 
Assinale a opção em que a figura de linguagem está corretamente identificada. 
 a) ³���� FXLGDU� GR�PXQGR�e vigiar o mundo, e gritar os seus brados... que 
ninguém escuta e chorar... as desgraças previsíveis e carpir junto com os 
demais.��´�² Polissíndeto. 
 b) ³2�LQTXLHWR�coração que ama e se assusta e se acha responsável pelo céu 
H�SHOD�WHUUD��R�LQVROHQWH�FRUDomR�QmR�GHL[D�´² Ironia. 
 c) ³���QmR�TXH�R�mundo lhe agradeça nem saiba sequer que esse estúpido 
FRUDomR�H[LVWH�´² Perífrase. 
 d) ³���R�PLVWHULRVR�VHQWLPHQWR�GH�IUDWHUQLGDGH�TXH�QmR�DFKD�QHQKXPD�China 
GHPDVLDGR�ORQJH���´² Catacrese..