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UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO INTEGRADO MULTICIPLINAR CURSOS SUPERIOR DE TECNOLÓGICO DE GESTÃO DE SERVIÇOS JURIDICOS, NOTORIAIS E DE REGISTRO PROJETO INTEGRADO MULTICIPLINAR II TABATINGA – AM 2018 1 UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO INTEGRADO MULTICIPLINAR CURSOS SUPERIOR DE TECNOLÓGICO DE GESTÃO DE SERVIÇOS JURIDICOS, NOTORIAIS E DE REGISTRO PROJETO INTEGRADO MULTICIPLINAR II ALAN VIRGILIO DA COSTA RA: 1850222 Projeto Integrado Multidisciplinar PIM II apresentado como um dos pré- requisitos para aprovação do bimestre vigente, no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais e de Registro. Orientador: TABATINGA – AM 2018 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 1. OBJETIVO ............................................................................................................. 4 2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 4 3. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 4 3.1 Breve histórico sobre o direito, a organização da categoria profissional e as sociedades de advogados .................................................................................. 4 3.2 A Profissão de Advogado ............................................................................... 6 3.3 Escritórios de Advocacia ................................................................................ 8 3.4 Entrevista no Escritório de Advocacia .......................................................... 9 4. CARTÓRIO .......................................................................................................... 11 4.1 Ingresso na Carreira Notarial e Registral .................................................... 11 4.1.1 Evolução Histórica ....................................................................................... 11 4.1.2 Itália ............................................................................................................. 12 4.1.3 França .......................................................................................................... 12 4.1.4 Espanha ....................................................................................................... 13 4.1.5 Portugal ........................................................................................................ 13 4.1.6 Brasil ............................................................................................................ 13 5. ENTREVISTA NO CARTÓRIO ............................................................................ 14 6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 15 7. REFERENCIAS ..................................................................................................... 16 3 INTRODUÇÃO Para alcançar o objetivo geral deste seguinte trabalho, adotaram-se os seguintes objetivos específicos: Visita a um escritório de advocacia e a um Cartório do fórum da cidade, onde foi entrevistado pessoas que trabalham neste ambiente, sendo assim as mesmas estavam aptas a responder várias perguntas como: Qual atividade exerce e há quanto tempo? Quais as principais preocupações que possui em seu trabalho prazos a cumprir, elaboração de documentos, relacionamento com a equipe, atendimento de pessoas, entre outras? Como a pessoa costuma organizar habitualmente suas atividades de trabalho e como o trabalho em equipe auxilia suas tarefas habituais? Para responder o problema proposto buscou-se, como objetivo geral, que os entrevistados se auto avaliassem no que diz respeito ao domínio das competências necessárias para atuar no escritório de advocacia e em um Cartório notórias e de registro. 4 1. OBJETIVO Os objetivos desta pesquisa visam aprimorar conhecimentos e refletir sobre como podemos ser excelentes profissionais atuando na área assim como desenvolver novas habilidades e futuramente contribuir para o desenvolvimento da população. 2. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho foi questionário composto por 04 quatro questões referentes a área jurídica onde os entrevistados deveriam responder os principais objetivos que levaram auxiliar e trabalhar em um escritório de advocacia ou em cartório do fórum da cidade. A qual também pude obter mais conhecimentos na área de assistente jurídico ou tabelionato, para prestar um serviço de qualidade, desenvolver novas habilidades no atendimento ao público e contribuir para o desenvolvimento da população. 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Breve histórico sobre o direito, a organização da categoria profissional e as sociedades de advogados A palavra Direito vem dos romanos antigos e resulta da união das palavras dis, que quer dizer muito e rectum, que quer dizer reto, justo e certo. Sendo assim, direito quer dizer muito justo, muito certo, muito reto (CASTRO, 2008). Segundo Cunha (1982), a palavra Dereito quer dizer dirigir, reger, conduzir, guiar, e a substituição da letra “e” pelo “i” deve-se a uma adaptação ortográfica. A origem da advocacia não está contemplada em um registro formal histórico, entretanto, em um sentido lato, pode-se pensar que a figura do advogado nasceu quando um primeiro indivíduo tomou a defesa em nome de outro. Etimologicamente, a palavra advogada é originária do latim advocatus, que é formada das palavras ad (para perto) e vocatus (chamado), a junção de ambas dão o significado de aquele a 5 quem se chama para ajudar, para auxiliar em suas alegações: in auxilium vocatus (HAPNER, 2002). A literatura sobre a história do Direito é farta, mas o mesmo não acontece com a história da profissão do advogado. Na Grécia antiga, o próprio cidadão apresentava- se diante dos magistrados, denominados arcontes, incumbindo-se pessoalmente na defesa de seus direitos. No século 1 d.C., o imperador Claudius (41 d.C. – 54 d.C) estabeleceu normas para a prática da advocacia. Foi nessa época que o ensino da advocacia, que até então era feito seguindo o exemplo do pai ou de um tutor, começou a ser ministrado como doutrina. Durante o Império Bizantino, a profissão de advogado já estava devidamente estabelecida, reconhecida, com regras e normas definidas. No ano de 460 d.C. um decreto do Imperador Leão determinou que “o novo advogado seguindo para a admissão deveria ter um documento de testemunho de seus professores” (FERREIRA E, 2008). Por volta do século VI ficou definido que os novos pretensos advogados só seriam admitidos se cumprissem a condição imposta de realizar um curso regular de Direito, durante o período de quatro anos. No Brasil, foi somente após a instalação do Governo Geral, em 1548, e com a chegada do primeiro Ouvidor Mor, o desembargador Pero Borges, que se deu a estruturação do poder judiciário, entretanto, no que diz respeito ao exercício da advocacia, só era permitido aos graduados em Direito, pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Após a Independência brasileira, ocorrida em 07 de setembro de 1822, foi instituída a Assembleia Constituinte,no ano de 1823, para elaborar a lei do país e começou o debate sobre a criação dos cursos universitários de Direito no Brasil. Somente em 11 de agosto de 1827 tais cursos foram criados por uma Lei Imperial, sendo escolhidas as cidades de Olinda e São Paulo como as primeiras para abrigar os dois primeiros cursos jurídicos no Brasil (CASTRO, 2008; ARAÚJO, 2008). No referente à OAB, os advogados formados no Brasil juntaram-se aos graduados no exterior e assim começou um movimento pela organização de um órgão de classe, semelhante ao dos portugueses. Em 1930, com o apoio dos intelectuais que formavam a Aliança Liberal, Getúlio Vargas assumiu o poder e criou a Ordem dos Advogados Brasileiros - OAB. 6 Nos anos mais recentes houve uma grande explosão de cursos de Direito por universidades privadas. Hoje, há no Brasil 1.094 cursos de Direito, reconhecidos pelo Ministério da Educação – MEC. O exercício da advocacia vem sofrendo transformações como consequência da evolução natural do mercado. A globalização, o desenvolvimento da tecnologia, a complexidade das atividades e a demanda de serviços fizeram nascer um novo segmento de atividade profissional: as empresas de advocacia, que concentram dezenas e até centenas de advogados, o que mudou o perfil profissional, requerendo maior especialização nas práticas (SILVA, 2009). Dentre os motivos para a criação da sociedade de advogados, Hapner (2002) aponta que sua existência viabiliza, permite e facilita a colaboração recíproca entre os sócios advogados e demais advogados que estão vinculados à sociedade. Outro fator é a possibilidade de congregar as diversas especialidades em um único prestador de serviços, pois além de se tornar um atrativo para as organizações empresariais, aufere ao escritório uma rentabilidade maior. O crescimento dos escritórios jurídicos exige que o advogado seja mais do que um operador do Direito: um especialista em leis. Esse profissional é obrigado a assumir vários papéis. Segundo Müssnich (2007), compete ao advogado além do domínio no exercício de sua matéria, uma série de outras capacidades que incluem técnica de interpretação, habilidade na escrita, oratória, raciocínio analítico, lógica, pois a diversidade de demandas o obriga a desempenhar um novo papel cabível e pertinente à questão que representará, não esquecendo a sensibilidade para “compreender os problemas e os objetivos do cliente”. Como trabalhadores do conhecimento, nada mais oportuno aos advogados do que praticar os princípios da gestão do conhecimento que valoriza o capital humano. Os benefícios são vários, e vão desde o aumento da eficiência e qualidade à agilidade na tomada de decisões, conforme apresenta SELEM (2008). 3.2 A Profissão de Advogado O direito no Brasil inicia-se, mesmo antes da independência, com documentos jurídicos, como: Cartas de Doação e Forais das Capitanias. Naquela época, o direito era mantido pela Metrópole no Brasil colônia. Após 1824, com a outorga da primeira 7 Constituição, o país passou a produzir seu próprio direito (DEMO, 2000). Em 1827, os brasileiros têm os primeiros cursos de direito. O estudante tem, a princípio, formação generalista, podendo o profissional atuar na área jurídica em seus diversos ramos da divisão público e privado (VENOSA, 2007). Com o passar dos anos, para o exercício da profissão, passou a ser exigido do bacharel em direito a aprovação no exame de Ordem, realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil- OAB, que tem as diretrizes estabelecidas no provimento n. 81/1996. A partir de então, membros da advocacia podem atuar na representação de empresas, instituições ou de pessoas físicas em ações, processos ou contratos. Esse profissional pode dedicar-se à advocacia geral ou especializar-se em áreas como o direito administrativo, civil, criminal, tributário, trabalhista, previdenciário, marítimo, internacional, comercial, agrário ou nuclear, entre outros que surgem de acordo com as necessidades da sociedade (SILVA, 2000). Silva (2000) também relata que esse profissional pode direcionar-se a carreiras públicas, com atuação em áreas administrativas e técnicas da administração pública e dos tribunais. Existe também a possibilidade de ingresso em cargos mais disputados, como a advocacia pública, delegacia de polícia, magistratura, promotoria e procuradoria de justiça. Além dessas, o egresso pode focar-se em produção teórica, publicações de doutrinas e artigos, exercer docência, fazer assessorias ou consultorias jurídicas ou, ainda, ser assistente ou assessor jurídico (OLIVEIRA, 2004). Dotta e Gabardo (2011) descrevem uma constatação do senso comum que condena os cursos de direito baseando-se nas informações de que: 1) existe uma exagerada quantidade de faculdades de direito no Brasil, 2) vários bacharéis egressos das IES não conseguem ser aprovados no “Exame de Ordem dos Advogados do Brasil”, 3) falta competência no exercício profissional por parte dos egressos e, 4) há ineficiência nos mecanismos de avaliação dos cursos. Corroborando o segundo tópico, dados da OAB (2012), mostram que no Distrito Federal, no V Exame de Ordem, realizado em 2011, apenas 22,8% dos candidatos presentes na segunda fase do exame foram aprovados. Provavelmente por isso, na perspectiva de homogeneizar os cursos de direito brasileiros e assegurar que todos tenham as mesmas linhas gerais de ensino, o Ministério da Educação- MEC (2004) instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais do 8 Curso de Graduação em Direito e definiu outras providências, com a resolução CNE/CES n° 9, de 29 de setembro de 2004 3.3 Escritórios de Advocacia De acordo Hapner (2002), o profissional dedicado à advocacia, ao descrever- se, exalta os aspectos nobres desta profissão, geralmente imbuído de grande orgulho, com abordagem que pode até ser chamada de romântica. Por terem o ensino voltado para leis e códigos, predominantemente, preterindo o ensino do raciocínio empresarial e pautando-se nas relações conflituosas da sociedade, a paixão pelo litígio jurídico é característica do perfil destes profissionais. Isto tem forte influência na estruturação da profissão no país e para as mudanças que permeiam o campo do direito, relevantes para a profissionalização de advogados e de escritórios (BONELLI et al., 2007). Nesse contexto, historicamente, o trabalho do advogado manteve-se com relativa imunidade às imposições capitalistas de gestão, de modo que os profissionais atuam pelo prazer de realizar a obra, o trabalho jurídico. Na maioria das vezes, os escritórios de advocacia trabalham de forma artesanal, sem foco em processos produtivos ou em uma gestão concretizada. Mesmo com a chegada do taylorismo e fordismo, a advocacia permaneceu sem aderir às tendências mercadológicas, mantendo a metodologia de organização do trabalho ao longo dos anos (HAPNER, 2002). Pires (2008) relata que, no Brasil, os escritórios de advocacia recentemente têm começado a mudar o conceito, passando a serem vistos como estrutura empresarial. Ainda poucos movimentos se consolidaram para a institucionalização dos escritórios em organizações empresariais, até mesmo porque alguns óbices são normatizados pela própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mesmo assim, a exigência atual pela qualidade do serviço e da gestão vem impondo alterações que deixam abertos os caminhos para a mudança, já que aqueles que não conseguirem andar nesse fluxo, poderão correr sério risco de desaparecimento. Corroborando com esta visão, Selem e Bertozzi (2006) afirmam que a advocacia está passando por profundas e rápidas transformações que afetama todos. Tornar-se empresarial na concepção, prestação de serviço, busca pela qualidade total 9 e concorrência é imprescindível para sobrevivência dos escritórios no mercado de trabalho. Para isso, profissionais preparados com qualificações e competências são muito importantes, reforçando a necessidade de conhecer se estudantes de direito percebem possuir essa preparação. 3.4 Entrevista no Escritório de Advocacia A entrevista deu se no Escritório de Advocacia e Consultoria Jurídica Hurygell Bruno de Araújo com o senhor Carlos Eduardo Teixeira de Lima Assessor Jurídico este escritório existe a 10 anos e foi fundado nesta cidade de Tabatinga no Amazonas localizado na Rua Aires da Cunha 356 Bairro Portobrás. O principal objetivo e oferecer uma prestação de serviços de assessoria e consultoria jurídica para pessoas físicas e jurídicas, abrangendo nesta última as de direito público e de direito privado. Sua missão e possibilitar que a prestação de serviços seja um meio de garantir a justiça, consubstanciado nos princípios do devido processo local e da ampla defesa e contraditório. A atividade de assessoria jurídica, que envolve a elaboração de pareceres e petições jurídicas diversas, ofícios e representar o escritório em eventos em que o mesmo é convidado. Atualmente o mesmo exerce a atividade de assessor jurídico há 11 meses desenvolve esta atividade. Em seu escritório possui 4 funcionários advogado, assessor jurídico, motorista, segurança. São várias as responsabilidades inerentes a função que o mesmo atualmente exerce no escritório, sendo assim não há apenas uma preocupação somente a ser levada em consideração, visto que os tipos de serviços jurídicos que ofertam é direcionado a um público alvo que necessita de uma prestação de serviços jurídicos com qualidade, pois em muitos casos se deparam com situações bastante delicadas que pode definir o futuro de uma pessoa, pode se afirmar que toda e qualquer atividade desenvolvida neste escritório são extremamente importantes. O assessor faz um cronograma de atividades, elencadas com ordem de prioridade prazos a serem cumpridos e que necessitam ser desenvolvidas semanalmente, logico que existe situações excepcionais que fazem com que o cronograma acabe sofrendo alterações, pois algumas situações urgentes necessitam 10 de apreciação e da elaboração do respectivo expediente, após a elaboração do cronograma inicia-se a atividade inerente para efetuar o cumprimento do ato que necessita ser elaborado. Com relação ao trabalho em equipe, este é imprescindível, visto que cada um possui suas atividades a serem elaboradas, que quando realizadas conjuntamente formam o ciclo necessário para a prestação de serviços ser efetuada de forma correta, satisfatória, eficaz e efetiva. Sabe-se que o mercado de trabalho cada vez mais é dinâmico e contingente. Assim o trabalho em equipe torna-se imprescindível para o sucesso de uma organização privada, como é o caso do escritório do entrevistado, o mesmo ressalta que a atividade desenvolvida por cada colaborador é extremamente importantíssima para que o ciclo ideal de prestação de serviço seja concluída e haja a satisfação do cliente. O trabalho em equipe fornece bastantes pontos positivos, tais como : inclusão da sua opinião nas sugestões, lhes é dado oportunidade de opinar, ajuda a adquirir confiança, faz com o colaborador se sinta inserido no ambiente de trabalho, possibilita que haja a discussão explanação de ideias com vistas a se emitir o melhor parecer possível, possibilita também o debate em grupo, onde possivelmente a melhor decisão a ser tomada, demostra a importância do seu trabalho para a concretização do serviço a ser fornecido possibilitando que seja adquirido maior experiência e possibilidade de tirar suas dúvidas, entre tantas outras. Responsabilidade, compromisso, sigilo de informações, respeito, comprometimento, empenho dedicação, ser um eterno estudante e amador da leitura, ética, discrição. Ser um amante pela pesquisa, saber lidar com o público, saber ouvir o outro, ser compreensível, ser sensível a causa alheia, ter conhecimento da maior quantidade possível de assuntos, procurar sempre se aperfeiçoar e se qualificar. E fundamental adquirir experiência em todas as funções e atividades exercidas no escritório, aplicar os conhecimentos adquiridos na teoria, na prática saber como é na prática a atuação de um advogado, se apresentar para a sociedade como um futuro profissional que atuará na área de advocacia e possibilitar o acesso a repartições públicas. 11 4. CARTÓRIO 4.1 Ingresso na Carreira Notarial e Registral 4.1.1 Evolução Histórica Visto que, nas origens da civilização, existia cuidado em se manter para sempre e conservar-se, os contratos celebrados e resguardar seus efeitos. A ciência e o método que permitem adquirir e transmitir o conhecimento, da história do notariado entrelaçada com a história do direito com o pensamento jurídico e social, demonstrando sua influência e agradável forma de lavrar e registrar contratos, convênios e outros documentos, que antigamente eram conhecidos como escribas, uma espécie de notário conhecido dos hebreus aproximadamente 600 A.C., que por sua vez foi mencionado por Roberto J. Pugliese2. Marcia Elisa Comassetto dos Santos3. Faz uma referência ao ancestral do notário, que era conhecido na história “egípcia” como “escriba egípcio” uma verdadeira personalidade para a sociedade naquele período. Uma pessoa funcionária burocrática da organização estatal egípcia, que toda administração se fundava em seus textos escritos. Considerado o predecessor do Notário. Leonardo Brandelli4. Explica a origem do termo usado até os tempos atuais, a Fé Pública do Notário, substanciado da obra Ars notariae de Salatiel de Bolonha, publicada em 1255, que afirma ser uma interpretação com fundamento rebuscado da santa religião, ilustrando a figura do tabelião com os dons da Fé. Na Idade Média, partindo do sistema feudal, foi concedido ao senhorio na pessoa do feudo, o poder para convalidar atos notariais, em consequência da natureza jurídica e econômica do próprio sistema feudal, enfraquecendo totalmente a instituição notarial. Dessa forma a nomeação dos notários era realizada sem critério de merecimento e capacidade, e sim de condição indistinta, por imperadores, difundindo 12 a função notarial provendo ao cargo pessoas ignorantes, rudes e incivis em grande número excedendo o necessário. Mais adiante no século XIII, na Itália na Universidade de Bolonha, houve o renascimento do notariado de cunho científico, sendo instituído um curso especial sobre a arte Notarial, trazendo com toda força através da ciência uma base organizacional do notariado moderno, como princípio cientifico utilizados para a criação das leis que regulam a função Notarial e Registral dos tempos atuais. 4.1.2 Itália Com a reestruturação da Classe Notarial após a Universidade de Bolonha, surgiram vários estatutos notariais, então vejamos, o de Vercelli, em 1241; Pávia, Ravena e Nizza em 1255; Roma, Bolonha, Feltre, Pádua, Beluno, Nápoles, Sicília e Verona todos no século XV; Lucca em 1539. No período da Revolução Francesa, a classe notarial estava legalmente definida com 10 (dez) normas divididas conforme sua região. Após a unificação da Itália, a organização judiciária juntamente com as ordens dos Advogados e Procuradores, houve a necessidade de criar uma norma só para todo o país, em 25 de julho de 1875 e posteriormente alterada em 25 de maio de 1879, já em 16 defevereiro de 1913 promulgou se a Lei n. 89 que foi regulamentada sobre n. 1.326, de 10 de setembro de 1914, sendo a lei que mais se aproxima a necessidade do Notariado Italiano, assegura se ainda o estudo de um estatuto no regime republicano voltado ao século XXI. 4.1.3 França Existia um grande conflito, nos atos notariais que tinham que ser em nome do juiz, Luís IX alterou o estatuto do Notário, tornando independente e autônomo, em 1302 Felipe determinou que todos os Notários tivessem um registro de seus atos, excluindo da ordem Paris, em 1437, Carlos VII compilou a decisão de Felipe tornando a classe notarial em Paris igual ao restante da França. Em 1596, Henrique IV proclamou os ofícios hereditários e determinou o ajuste de venda dos ofícios. Na Revolução Francesa foi conhecida finalmente a natureza 13 necessária do notariado, que lentamente foi alcançando a forma atual, em 29 de setembro de 1791 e posteriormente regulada em 06 de outubro de 1791, que através desse decreto seria abolido a venda e a transmissão dos ofícios notariais por herança, e organizando os Notários Públicos criando desde já o concurso. Em 1803 a lei de Ventoso, copiou várias disposições da Lei de 1791, sendo nomeado após prestar o concurso pelo primeiro Cônsul. 4.1.4 Espanha Em 1225 inicia o antecedente do Notário7, dando origem a organização Notarial da Espanha, e que depois foi ordenado no Diploma Civil de 1889 referenciando em particular os notários públicos. Em 28 de maio de 1862 ergueu-se a Lei do Notariado espanhola e que se encontra vigente até hoje. Sobre a regulamentação e o regime do Notário, a matéria foi tratada recentemente após algumas alterações em 1944, tornando o Notário da Espanha um verdadeiro profissional do Direito. 4.1.5 Portugal Sobre a forte influência8, do reinado de Afonso III em 1283 a classe Notarial teve o grande divisor de águas, admitindo a influência do direito romano e as inclinações civilistas da Escola de Bolonha, assumindo o notariado um perfil oficial, adquirindo a fé pública, destacando que declarado por leis em 1801, 1808, 1814 e 1816, o tabelião em Portugal tinha que comprovar a frequência suficiente de aula diplomática acompanhada da devida caução. Em 1899 foi criado o Conselho Superior do Notariado, ficando totalmente definido os requisitos essenciais para se obter o status de Tabelião, exigindo-lhe o grau de Bacharel em Direito ou curso especial de notário. E por fim, depois de inúmeras leis que regulamentavam a classe, a última aprovada denominada Estatuto do Notariado de Portugal, foi o Decreto-Lei n. 26/2004, determinando que a partir da aprovação deste decreto, o notário passa a exercer sua função de forma privada. 4.1.6 Brasil 14 O Oficial de Registro de imóveis no Estado de São Paulo e Professor de Direito Civil Leonardo Brandelli mencionam em breve relato sobre a classe notarial no Brasil. Considerado o primeiro tabelião a praticar ato notarial em terras brasileira, ser Pero Vaz de Caminha9, sem formato técnico registrou o descobrimento do Brasil e a posse da terra, sendo a princípio acatado como o documento oficial de legalidade do país. Da descoberta do Brasil até o início do século XX10, em vigência ainda as ordenações Filipinas, o Brasil colônia de Portugal respeitava as ordenações, oriundas de Portugal, trasladando assim a regulamentação do notariado brasileiro neste período, sendo que o Rei era quem nomeava os Tabeliães ao seu mero entendimento de merecimento. 5. ENTREVISTA NO CARTÓRIO A entrevista realizou-se no cartório do 2 da comarca de Tabatinga no Amazonas com a auxiliar de cartório Elem Santos que relatou que o cartório existe há algum tempo na cidade de Tabatinga, e vem desenvolvendo vários serviços à população de Tabatinga, de modo a prestar serviços de qualidade com eficiência a todo cidadão que precise de atendimento que o cartório oferece, a empresa tem como valores a eficiência; qualidade; responsabilidade; compromisso. O objetivo principal do tabelionato é prestar um serviço com qualidade e eficiência a toda população, porem a missão do cartório é ajudar a população Tabatinguense em suas necessidades documentais. O cartório possui 9 funcionários incluindo a tabeliã, subtabelião e os outros 7 são auxiliares de cartório trabalhando nas áreas de protesto, nascimento, óbito, casamento, autenticação e dentre outros documentos em geral, a prioridade é a elaboração de documentos e atendimentos. O trabalho que a mesma desenvolve é comandado pelo suboficial, procuro organizar o trabalho levando em conta as prioridades estabelecidas pela instituição sendo assim o trabalho em equipe e essencial para todo o andamento do cartório, trabalhando em equipe envolvemos o diálogo e compromisso das partes para que todo e qualquer trabalho seja bem desenvolvido, 15 6. CONCLUSÃO No desempenho deste trabalho, percebi a necessidade em que o Notário e/ou Registrador deve ser uma pessoa altamente capacitada de índole jurídica aguçada para exercer sua função, que de grande monta para a sociedade, pois realizará nela atos públicos, tais como procurações, escrituras de partilhas; separações conjugais; inventários; arrolamentos; compra e venda de imóveis; doações; emancipações; autenticações, reconhecimentos de firma, não sendo, portanto, um mero anotador como no princípio do Brasil Colônia de Portugal, que mesmo nessa época era considerado o 3° (terceiro) setor da burocracia do poder judiciário, mas tinha seu valor jurídico e social. No caso do escritório de advocacia que foi objeto deste estudo, a pesquisa e as entrevistas foram determinantes para considerar que o escritório adota vários aspectos descritos pelo entrevistado do conhecimento, ainda que de maneira informal. Percebeu-se que o nível de consciência em relação à importância da gestão do conhecimento é elevado e reconhecido como o maior ativo da atividade, sobretudo na avaliação do entrevistado. A proposta central desse projeto foi, então, concretizada, na medida em que se observou que a dinâmica de construção e transferência de conhecimento, de acordo com Nonaka & Takeuchi (2008), se faz presente no escritório de advocacia, ainda que de modo peculiar a esse ramo profissional. De modo mais específico, buscou-se verificar se a empresa aplicava algum tipo de metodologia na construção, no compartilhamento e no registro do conhecimento, bem como analisar o grau de importância que dava à sua gestão. 16 No que se refere a uma sistematização de gestão do conhecimento, percebeu- se que, embora não haja uma metodologia formalizada, como defendem vários autores da literatura sobre esse assunto, o advogado Hurygell Bruno de Araújo adota um jeito mais ou menos informal de trocar experiências e registrar dados, que possam se converter em conhecimento perante a seus empregados. Portanto conclui-se que a atividade desenvolvida foi de suma importância para a reflexão das atividades dos gestores de serviços jurídicos tendo um despertar de como podemos agir e fazer um trabalho de excelência na área jurídica. 7. REFERENCIAS ALMEIDA, André Luiz Paes de. Direito do trabalho material, processual e legislação especial - 3. ed. – São Paulo: Rideel, 2007. ARRUDA, Ana Luísa de Oliveira Nazar. Cartórios extrajudiciais aspectos civis e trabalhistas:São Paulo, Editora atlas S. A; 2008. BOLZANI, Henrique. A responsabilidade civil dos notários e dos registradores – São Paulo: LTr, 2007. BRANDELLI, Leonardo. Teoria geraldo direito notarial: 2ª Ed; São Paulo: Saraiva, 2007. BRITO, Rodrigo Toscano de. Notificação extrajudicial. [texto on line]. Disponível em http://www.toscanodebrito.com.br/extra.html. DEMO, W. Manual de história do direito. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2000. DOTTA, A. G.; GABARDO, E. Mecanismos de avaliação da eficiência do serviço público de educação no Brasil: o caso dos cursos de graduação em direito. In: HAPNER, P. A. M. O estado organizacional dos grandes escritórios de advocacia do Brasil: dois estudos de caso. 2002. 125 f. Dissertação (Mestrado em Gestão empresarial) - Curso da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2002. OLIVEIRA, J. S. O perfil do profissional do Direito neste início de século XXI. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 208, 30 jan. 2004. Disponível em: 17 <http://jus.com.br/revista/texto/4745/o-perfil-do-profissional-do-direito-neste-inicio deseculo-xxi>. Acesso em: 21 mar. 2012. NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 18ª. ed. Rio de Janeiro, Elsevier/ Campus, 1997.
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