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101 - direito tributario rfb auditor fiscal extensivo aula 01

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Prof. Fernando Saraiva www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 88 
 
 
Prof. Fernando Saraiva 
 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
Direito Tributário 
Professor: Fernando Saraiva 
Aula: 1 a 24 
 
 
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Prof. Fernando Saraiva 
 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
 
 
 
Apresentação 
 
 Atuo na preparação de candidatos a cargos públicos desde 1994, lecionando 
Direito Tributário, Constitucional e Administrativo. 
 Lecionei em diversos cursos preparatórios em Curitiba, São Paulo e Brasília. Fui 
professor de Direito Constitucional na escola da Magistratura Federal em Curitiba. 
 Lecionei Direito Tributário Aplicado para a Escola de Administração Fazendária 
(Esaf) 
 Sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil desde 1997. 
 Parabéns pela iniciativa de entrar no mundo do conhecimento jurídico. Isso requer 
muita dedicação e esforço, além de constante atualização. Contem comigo para 
auxiliá-los. 
 Começaremos por abordando os objetivos fundamentais do Estado, que inspiram 
um comportamento estatal na busca do bem estar geral. No entanto, a atividade 
estatal requer recursos públicos que em sua maior parte advêm da arrecadação de 
tributos. Abordaremos as espécies tributárias, base normativa, exigibilidade, 
sujeitos envolvidos nas relações jurídicas tributárias, formas de suspensão, 
extinção e exclusão tributária, além de requisitos a serem observados para que os 
tributos possam ser executados judicialmente. 
 Sucesso a todos! 
 
 
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Prof. Fernando Saraiva 
 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
 
Direito Tributário 
 
 
Introdução 
 
O ser humano é um animal gregário, tendo em vista que já a partir do seu nascimento 
surge a dependência a um ser da mesma espécie, tanto para sobreviver, quanto para se 
desenvolver. 
 
Em síntese, tende a viver em bandos, por isso um ser gregário. 
 
Ao longo da história observamos uma série de associações, ora com fins determinados por 
seus criadores, denominadas sociedades individuais, ora com fins a serem determinados 
por meio da oitiva de seus membros, chamadas sociedades políticas. 
 
Este estudo inicia-se com uma superficial análise da estrutura de uma dessas sociedades 
políticas, quiçá a mais complexa, intitulada pela expressão Estado. 
 
O Estado atual nasce por meio de um conjunto de normas principiológicas, estruturais e 
diretivas, com a positivação de direitos humanos, que passam a compor o elenco dos 
direitos fundamentais. 
 
Esse conjunto de normas, que dá vida ao Estado, é a Constituição. 
 
Nela, encontramos uma relação de direitos fundamentais como a vida, a liberdade, a 
igualdade, entre outros; o desenho estrutural dos principais órgãos estatais, a saber, 
Executivo, Legislativo e Judiciário; e, também, os objetivos fundamentais, que são tanto a 
razão quanto o fim da existência do Estado. 
 
O modelo atual do Estado Brasileiro foi pincelado originariamente pela Constituição 
Federal de 1988. 
 
Nela, fixou-se a forma federativa que possibilitou a descentralização política entre as 
entidades federativas União, Estados Membros, Municípios e Distrito Federal, todas 
 
 
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Prof. Fernando Saraiva 
 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
inseridas num corpo maior, soberano e de convivência internacional denominado 
República Federativa do Brasil. 
 
A descentralização política atribui a essas entidades federativas o poder de atuação 
legislativa dentro de um campo previamente descrito pela Constituição Federal, sob o título 
de repartição de competências. 
 
Esse poder normativo é chamado de autonomia política. 
 
Também dentro do campo repartição de competências, encontramos uma série de 
encargos administrativos a serem desempenhados por essas pessoas jurídicas de direito 
público interno (União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal) de forma exclusiva 
ou comum. 
 
Esses encargos visam em último estágio o alcance dos objetivos fundamentais, insertos no 
art. 3º da Carta Magna, nos seguintes termos: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
As entidades federativas regionais (Estados-membros) e as entidades locais (municípios) 
seguem de perto o modelo estrutural traçado pela Carta Política para a entidade federativa 
central (União), com um corpo capitaneado pelos órgãos executivo e legislativo, no caso 
dos municípios, e pelos órgãos executivo, judiciário e legislativo, nos Estados-membros. 
 
O Distrito Federal deve ser compreendido como uma entidade que acumula as 
competências estaduais com as competências municipais, porque a Constituição Federal 
veda sua divisão em municípios: 
 
 
 
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Prof. Fernando Saraiva 
 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á 
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez 
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
 
É evidente que para a manutenção de toda essa estrutura estatal, como para o custeio de 
todas as atividades estatais, entre outras despesas, mister a obtenção de recursos 
financeiros. 
 
A principal fonte de recursos advém da arrecadação de tributos. Assim a Constituição 
Federal, como norma suprema, estabelece que todas as entidades federativas tenham a 
faculdade pública (direito subjetivo público) de instituir seus próprios tributos, por meio de 
lei, que possa incidir em campos econômicos selecionados pela Carta Magna. 
 
A faculdade que as entidades federativas têm de criar seus próprios tributos, por lei, 
respeitado o espaço previsto na Constituição Federal, denomina-se competência tributária. 
 
Conceito de Direito Tributário e sua relação com os demais ramos 
 
O Direito Tributário tem como objeto de estudo todas as normas enucleadas pela 
expressão tributo. 
 
Importante destacar-se que o Direito Tributário é tratado como um ramo autônomo do 
Direito meramente por fins didáticos, pois a unicidade do Direito é patente, pois esta 
ciência tem como foco uniforme as relações sociais do homem, que se traduzem pelas 
diversas manifestações de vontade externadas de forma expressa ou tácita, valoradas 
previamente por um ato normativo. 
 
A relação de dependência do Direito Tributário com os demais ramos do Direito pode ser 
percebida em diversas passagens do texto constitucional, assim como em todo seu 
arcabouço normativo. 
 
A seguir alguns exemplos constitucionais dessa interdependênciado Direito Tributário com 
os demais ramos autônomos do Direito: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
 
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 Direito Tributário 
Aula 1 a 24... 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça=> dependência 
com o Direito Constitucional 
Art. 151. É vedado à União: 
(...) 
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os 
proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que 
fixar para suas obrigações e para seus agentes => dependência com o 
Direito Financeiro. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos => 
dependência com o Direito Civil. 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
(...) 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte=> dependência com o Direito Administrativo. 
Os ramos do Direito são distribuídos em duas grandes árvores, a pública e a privada. O 
Direito Tributário integra o campo do Direito Público, disciplinando as relações jurídicas 
entre o indivíduo-contribuinte e o Estado-Fisco. 
 
Assim a doutrina costuma definir o Direito Tributário como o ramo autônomo do Direito 
Público, que tem como objeto de estudo a competência tributária estatal, os limites do 
poder fiscal, as relações jurídico-tributárias e suas consequências. 
 
Direito Tributário 
 
Natureza jurídica 
O Estado necessita de recursos financeiros para a consecução de suas competências 
constitucionais materiais e legislativas. 
 
 
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Esses recursos públicos se classificam como receitas originárias e receitas derivadas. 
 
A Receita Pública Originária procede da exploração do patrimônio do Estado (receitas 
patrimoniais ou preços quase privados) e da exploração de atividades econômicas como 
receitas empresariais, preços públicos e tarifas. A principal característica desse tipo de 
receita que ela sempre provém de um negócio jurídico elaborado somente com o consenso 
do particular. 
 
A Receita Pública Derivada vem de uma derivação da riqueza privada ao Estado, sendo 
esta exigida unilateralmente pelo Poder Público, ou seja, sem a anuência do particular. 
Essa atividade impositiva do Estado faz com que os cofres públicos sejam irrigados de 
tributos e de multas. 
 
Destaque-se, então, que o tributo é uma receita pública derivada. 
 
A Constituição Federal estabelece que as entidades federativas podem instituir tributos 
para o custeio de sua estrutura administrativa e para a execução de serviços de sua 
alçada. Essa permissão denomina-se competência tributária. 
 
São cinco os tipos de tributos, a saber, impostos, taxas, contribuições de melhoria, 
contribuições especiais e empréstimos compulsórios. 
 
Esses tributos devem ser criados por lei que siga o modelo estabelecido pelo Código 
Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66), sobretudo no que tange ao art. 3º a seguir retratado: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
Prestação compulsória porque independe da vontade do particular obrigado ao seu 
pagamento, que a doutrina nomeia de sujeito passivo (contribuinte ou responsável 
tributário). 
 
Pecuniária porque não se admite o pagamento de tributo por meio da prestação de 
serviços. 
 
 
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Em moeda ou cujo o valor nela se possa exprimir porque a extinção dessa obrigação 
tributária deve ocorrer por meio de dinheiro ou algo que possa expressar valor monetário 
como cheque ou títulos públicos. 
 
Que não constitua sanção de ato ilícito porque a obrigação de pagar tributo advém do 
exercício de cidadania fiscal e não do cometimento de alguma irregularidade que impõe ao 
autor uma multa. 
 
Instituída em lei devendo ser entendida como lei estrito sensu, não se admitindo, assim, 
que o tributo seja criado por atos normativos expedidos pelos Poderes Executivo e 
Judiciário. 
 
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada porque na 
arrecadação de tributos não se admite que a autoridade fiscal exerça qualquer julgamento 
a respeito do mérito da cobrança. A discricionariedade inexiste quando o tema se refere à 
arrecadação de tributos. 
 
O Código Tributário, em seu art. 4º, prescreve que: 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato 
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
A essa determinação devemos acrescer a seguinte previsão constitucional: 
Art. 145. (...) 
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
Trocando em miúdos, tem-se que o que define a natureza jurídica do tributo é a 
materialidade do fato gerador1 e a base de cálculo2. 
 
 
1
 Materialidade do fato gerador é o verbo e o complemento do tributo, por exemplo, Imposto sobre a 
Propriedade Territorial Rural - ITR tem como fato gerador a propriedade de imóvel rural por natureza, a 
materialidade é ser proprietário de imóvel rural por natureza. 
2 Base de cálculo é o valor que sofre a incidência de determinada alíquota (percentual) na apuração do valor 
do tributo. 
 
 
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Quando se diz a natureza jurídica do tributo, entenda-se de que espécie tributária está se 
falando, imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuição especial ou empréstimo 
compulsório? 
 
Como a Constituição Federal estabelece quais os impostos poderão ser criados pela 
entidade federativa correspondente, os Estados-membros e os municípios, não raras as 
vezes, instituem um novo imposto revestido pela denominação de taxa ou contribuição de 
melhoria. 
 
Porém, se da análise da base de cálculo ou do fato gerador restar comprovado que se 
trata de um imposto, imposto será, não tendo a menor relevância o nome jurídico dado ao 
mesmo. Como padece de competência tributária para a instituição desse novo imposto, a 
entidade criadora estará a praticar um ato inconstitucional.Espécies Tributárias 
Como já visto, habitam o nosso direito positivo tributário3 cinco espécies de tributos, 
impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos 
compulsórios. 
 
Os imposto são tributos não vinculados que atenderam as despesas com serviços públicos 
universais. 
 
Em Direito Administrativo, classifica-se os serviços públicos em universais ou individuais. 
 
Os serviços públicos universais ou gerais são serviços que não permitem a mensuração 
individualizada de sua utilização. Por exemplo: o serviço público de calçamento público é 
universal, porque não há como calcular, por indivíduo, sua utilização (quantos passos cada 
ser deu naquela calçada durante determinado lapso temporal). 
 
Já os serviços públicos individuais ou singulares permitem essa medição individualizada, 
como, à guisa de ilustração, o serviço público de energia elétrica. 
 
 
 
3
 Direito positivo é o conjunto de regras que vigoram em um determinado tempo em um determinado 
território. 
 
 
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Dizer que um tributo é vinculado é o mesmo que impor que, para sua instituição, deverá 
haver uma previsão de uma contraprestação específica a ser ofertada pela entidade 
federativa instituidora. 
 
Os tributos vinculados são taxas e contribuições de melhoria. 
 
Voltando aos impostos, temos que os mesmos são instituídos dentro de uma competência 
tributária privativa, pois a Carta Magna, ao distribuí-los às entidades federativas, o faz 
impedido que essas deleguem essa competência4a outra. 
 
O exercício de uma competência tributária é uma faculdade5 atribuída pela Constituição 
Federal a uma determinada pessoa jurídica de direito público interno (União, Estados-
membros, Municípios ou Distrito Federal). No entanto, o não exercício dessa faculdade 
(legislar) não faculta a essa pessoa o repasse do poder tributário (competência tributária) a 
outra entidade federativa. 
 
Impostos 
O CTN em seu art. 16 assim prescreve: 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
 
Assim, a entidade federativa competente pode instituir o imposto previsto na Constituição 
Federal sem vincula-lo a uma despesa específica. 
 
Aliás, a própria Constituição veda essa vinculação ao dispor, em seu art. 167, que: 
 
Art. 167. São vedados: 
(...) 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que 
se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e 
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino 
 
4
 Delegação de competência é repasse da atribuição imputada a uma pessoa para outra que não a tem. 
5
 Direito subjetivo é a faculdade que detém seu detentor em exercê-lo ou não. 
 
 
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e para realização de atividades da administração tributária, como 
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste 
artigo; 
Taxas 
As taxas são tributos que podem ser instituídos por qualquer entidade federativa 
(competência comum), respeitado o campo de atuação6, sempre em razão da prestação 
de um serviço público compulsório (utilização), divisível (serviço individual) e específico (o 
contribuinte sabe que o tributo é pago em virtude de um serviço público prestado 
especificamente a ele); ou pelo exercício do poder de polícia7. Segundo o CTN, temos que: 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como 
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do 
capital das empresas. 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, 
 
6
 Desde que dentro da competência material estabelecida pela Constituição Federal. 
7
 Poder de polícia, segundo Maria Sylvia Zanella di Prieto em seu festejado Direito Administrativo, 22ª Edição, 
Editora Atlas, é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício 
do interesse público. 
 
 
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com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei 
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos 
à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte 
de cada um dos seus usuários. 
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se 
compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do 
Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição 
Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito 
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a 
cada uma dessas pessoas de direito público. 
 
A utilização efetiva significa que colocado à disposição determinado serviço público, ele é 
cobrado do contribuinte porque este realmente o fruiu. 
 
A utilização potencial significa que colocado à disposição determinado serviço público, 
ele é cobrado do contribuinte porque este, embora não o tenha fruído, teve esse a sua 
disposição. 
 
Contribuição de Melhoria 
A contribuição de melhoria é um tributo que pode ser instituído por qualquer entidade 
federativa (competência comum), respeitado o campo de atuação, sempre em razão da 
edificaçãode uma obra pública que faça com que uma propriedade privada lindeira8se 
valorize. 
 
A contribuição de melhoria pode ser cobrada com o cômputo de uma base de cálculo 
universal ou individual, sempre a menor. 
 
8
Propriedade lindeira é uma propriedade vizinha 
 
 
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A base de cálculo universal leva em conta o valor da obra pública dividido entre os 
beneficiários da mais valia imobiliária. Já a base de cálculo individual considera o valor 
da valorização imobiliária que obteve o imóvel do contribuinte. 
 
O CTN assim dispõe a respeito da contribuição de melhoria: 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado. 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes 
requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela 
contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para 
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento 
da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua 
apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da 
parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos 
imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores 
individuais de valorização. 
 
 
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§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser 
notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu 
pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 
 
Empréstimos Compulsórios 
Os empréstimos compulsórios são tributos que só podem ser instituídos pela União 
(competência exclusiva), por meio de Lei Complementar9. A Constituição Federal assim 
dispõe: 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b"
10
. 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
Já o CTN prescreve que: 
 
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com 
os recursos orçamentários disponíveis; 
III – revogado pela Constituição Federal 
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as 
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto 
nesta Lei. 
 
Contribuições Especiais 
 
9
 A maioria dos tributes são instituídos por meio de Lei Ordinária 
10
 Princípio da anterioridade que determina que a instituição ou a majoração de tributo só incida nos fatos 
econômicos ocorridos no ano seguinte a essa inovação 
 
 
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As contribuições especiais são tributos de competência exclusiva da União, mas 
diferentemente dos empréstimos compulsórios, há exceções constitucionais de titularidade 
de competência tributária, quando a Carta Política prevê a criação de Contribuição para 
Iluminação Pública pelos municípios e a instituição de Contribuição Previdenciária 
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, cobrada de seus servidores, para o custeio, 
em benefício destes, do regime previdenciário próprio, cuja alíquota não será inferior à da 
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
 
As contribuições especiais se dividem em quatro especialidades: a) sociais; b) de 
intervenção no domínio econômico; c) de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas e d) de iluminação pública. 
 
a. as contribuições sociais se destinam, ao financiamento da seguridade social e às 
demais atuações sociais do Estado que não se refiram à área da previdência, da saúde a 
da assistência social. 
 
a2 as contribuições para os demais serviços sociais do Estado (exceto a seguridade 
social) encontram-se espalhadas dentro do Título Ordem Social da Constituição Federal, 
como o Salário Educação: 
 
Art 212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de 
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas 
empresas na forma da lei. 
 
b. as de intervenção no domínio econômico, ou interventivas, têm função extrafiscal, 
tendo como escopo principal o estímulo e a disciplina de atividades econômicas ou sociais. 
Um exemplo desta modalidade de contribuição é a Cide combustível, prevista pela Carta 
Política, no art. 177. 
 
c. as de interesse das categorias profissionais ou econômicas destinam-se, ao custeio 
de entidades privadas de serviços sociais e de formação profissional ao custeio de 
atividades de fiscalização de profissões regulamentadas. 
 
São exemplo desta última categoria tributária (contribuições de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas) as destinadas ao sistema S (Sesi, Senai, Sest, Senat, Senar, 
Sescoop). 
 
 
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d) contribuição para o custeio do sistema de iluminação pública – Cosip 
 
Exemplo CTM de Niterói 
Art. 179 A Contribuição será cobrada pelo Município para fazer face ao 
custeio dos serviços públicos de iluminação, incluindo instalação, 
manutenção, melhoramento, operação e fiscalização do sistema de 
iluminação das vias, logradouros e demais bens públicos contidos nos 
limites territoriais do Município, constituindo-se o produto arrecadado em 
receita vinculada à consecução daqueles objetivos. 
Art. 180 O contribuinte da Cosip é o proprietário, o titular do domínio útil 
ou o possuidor a qualquer título do imóvel edificado ou não. 
Parágrafo Único - A responsabilidade pelo pagamento da Contribuição 
sub-roga-se na pessoa do adquirente do imóvela qualquer título. 
 
 
Princípios Constitucionais Tributários (Limitação ao Poder de 
Tributar) 
A Constituição Federal (CF) atribui às entidades federativas o poder de tributar. No 
entanto, esse poder não é ilimitado, pois o próprio texto constitucional traça uma série de 
limitações, ao prescrever uma diversidade de princípios constitucionais e de imunidades 
tributárias. 
 
Sob o título “Das Limitações do Poder de Tributar” tem-se a partir do art. 150 da 
Constituição Federal um rol dos princípios tributários gerais: assim distribuídos: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (Princípio da 
Legalidade Tributária) 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (Princípio da 
Isonomia Tributária) 
III - cobrar tributos: 
 
 
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a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado; (Princípio da Irretroatividade) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; (Princípio da Anterioridade) 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
(Princípio da Noventalidade) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; (Princípio da Vedação ao 
Confisco) 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de 
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de 
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
(Princípio da Liberdade de Tráfego) 
(...) 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou 
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito 
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; (Princípio da 
Uniformidade Geográfica) 
(...) 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer 
natureza, em razão de sua procedência ou destino. (Princípio da Não 
Discriminação). Destaques não constam do texto original 
 
I. Princípio da legalidade tributária é comumente chamado de princípio da estrita reserva 
legal, porque exige uma lei sentido estrito (lei formal) como veículo normativo do fato 
econômico que vai dar ensejo, na ocorrência deste no mundo real, a uma obrigação 
tributária. 
 
Os Poderes Independentes (Legislativo, Executivo e Judiciário) podem editar atos 
normativos que são conhecidos como leis em sentido geral, “lato sensu”, ou leis materiais. 
 
 
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Já os atos normativos editados pelo Poder Legislativo, neles incluídos a Medida Provisória, 
que, embora editada pelo Chefe do Poder Executivo, só ganha perenidade após sua 
aprovação pelo Poder Legislativo, são denominados lei em sentido formal, “stricto sensu”. 
São exemplos de lei “stricto sensu” as Leis Complementares, as Leis Ordinárias, as 
Medidas Provisória, os Decretos Legislativos, as Resoluções, as Leis Delegadas e os 
Tratados Internacionais recepcionados como tal11. 
 
O CTN, em seu art. 97, dispõe que somente a lei em sentido estrito pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o aumento das 
alíquotas do Imposto de Importação (II), do Imposto de Exportação (IE), 
do Imposto sobre operações financeiras (IOF), do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), as alíquotas máximas do ITCMD que são fixadas 
por Resolução do Senado Federal, fixação das alíquotas do ICMS nas 
operações interestaduais que são fixadas por Resolução do Senado 
Federal; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu 
sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o 
disposto nos artigos II, IE, IOF, alíquotas máximas do ITCMD, fixação da 
alíquota do ICMS nas operações interestaduais; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a 
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
 VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, 
ou de dispensa ou redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de 
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso 
II (majoração) deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo. 
 
 
11
 Os Tratados Internacionais, que versem sobre Direitos Humanos, podem ser recepcionados pelo Direito 
Positivo Nacional como Emendas Constitucionais 
 
 
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Dentro do conceito do princípio da estrita reserva legal, encontramos também o 
mandamento que, além do aspecto material do fato gerador, a lei sentido estrito deve 
prever os aspectos formais do fato gerador. 
 
São aspectos formais do fato gerador o aspecto subjetivo, que define os sujeitos da 
relação jurídico-tributária (sujeito ativo e sujeito passivo); o aspecto quantitativo, que 
demonstra qual será a base de cálculo e a alíquota; o aspecto temporal, que define qual o 
instante da ocorrência do fato gerador; e o aspecto espacial de demarca o lugar em que 
se considera ocorrido o fato gerador. 
 
Há exceções ao princípio da estrita reserva legal quando o texto constitucional permite 
que, no caso dos Imposto sobre Importação (II), Exportação (IE), Produtos Industrializados 
(IPI), Operações Financeiras (IOF) e Cide combustíveis (art. 177), haja alteração de 
alíquotas por um ato normativo do Poder Executivo (Decreto). 
 
II. Princípio da Isonomia Tributária é a proibição constitucional de tratamento 
diferenciado entre sujeitos passivos que estejam na mesma situação fática. Deriva do 
princípio da isonomia, o postulado da capacidade contributiva previsto assim na Carta 
Magna: 
 
Art. 145. (...) 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
 
Já o princípio da isonomia consta no texto constitucional da seguinte forma: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradasao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
 
 
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profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 
III. Princípio da Anterioridade é o princípio que protege o contribuinte das surpresas 
tributárias, impondo que toda a alteração que vise uma nova exação, seja pela instituição 
de um novo tributo, seja por sua majoração, seja pela revogação de uma isenção, influa 
somente a partir do primeiro dia do ano seguinte à alteração. 
 
Ele é um princípio que dá segurança jurídica ao contribuinte, na medida que permite que 
este possa preparar seu patrimônio contra “uma nova mordida do leão”. 
 
É tão importante, que foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como uma 
garantia individual, sendo alçado, assim, ao “status” de uma cláusula pétrea. 
 
No texto constitucional o encontramos assim: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III - cobrar tributos: 
(...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; 
 
São exceções constitucionais ao princípio da anterioridade os seguintes tributos: Imposto 
de importação, Imposto de exportação, Imposto sobre operações financeiras, Imposto 
sobre produtos industrializados, Imposto extraordinário de guerra, Empréstimo 
compulsório para calamidade ou guerra declarada ou iminente, contribuições para a 
seguridade social, Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS) 
combustíveis e Cide combustíveis. 
 
IV. Princípio da Noventalidade foi instituído em 19/12/2003 pela Emenda Constitucional 
nº 42, visando aprimorar a segurança jurídica do contribuinte, o estabelecimento que toda 
nova exação, além de respeitar o princípio da anterioridade, deve se limitar à incidência 
sobre fatos econômicos ocorridos somente após o interstício de noventa dias da 
 
 
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publicação da lei que previu essa nova cobrança. No texto constitucional, temos esse 
princípio retratado da seguinte forma: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III - cobrar tributos: 
(...) 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 
São exceções constitucionais ao princípio da noventalidade os seguintes tributos: Imposto 
de importação, Imposto de exportação, Imposto sobre operações financeiras, Imposto 
sobre a renda (IR), Imposto sobre a(Propriedade de Veículos Automotores (BASE DE 
CÁLCULO e Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial Urbana (BASE DE 
CÁLCULO). 
 
IV. Princípio da Irretroatividade é mais uma proteção à segurança jurídica do 
contribuinte, pois exige que a nova lei tributária se reporte a fatos e atos a ocorrerem, não 
permitindo que a inovação legislativa venha a atingir atos perfeitos e acabados. 
A Constituição Federal assim prescreve: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado; 
 
Não há exceção ao princípio da irretroatividade no que tange à arrecadação de tributos. 
 
V. Princípio da liberdade de tráfego: segundo a Carta Magna (art.150) é proibido à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego 
de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a 
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. 
 
 
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Os fundamentos para esse princípio são os princípios da federação; da liberdade de 
exercício da atividade econômica (art. 170, parágrafo único) e da liberdade de locomoção 
(art. 5º, inciso XV). 
 
VI. Princípio do não confisco dirige a instituição de tributos ao respeita à propriedade 
privada. O exercício da cidadania fiscal, pressupõe a manutenção da propriedade, pois se 
a cobrança do tributo for extorsiva, o Fisco estaria “a matar a galinha dos ovos de ouro”. A 
exação tributária deve ser razoável e proporcional à capacidade econômica do 
contribuinte, e, quando superado este limite, o Judiciário deve rechaçar tal previsão legal 
do mundo jurídico. 
 
Deve-se ficar atento que há previsão de confisco na Constituição, mas não para o campo 
tributário. O art. 243 prevê que as glebas de qualquer região do País onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e 
especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos 
alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo 
de outras sanções previstas em lei. 
 
VII. Princípio da Uniformidade Geográfica impede que a União estabeleça, por meio da 
cobrança de tributos, qualquer preferência em relação a Estados, Distrito Federal e 
Municípios. Admite, no entanto, a concessão de incentivos fiscais às regiões mais 
desprovidas de desenvolvimento sócio-econômico. 
 
VIII. Princípio da igualdade entre as entidades federativas determina que é vedado à 
União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes 
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; 
instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
 
IX. Princípio da não discriminação pela procedência ou destino dos bens impõe que 
os Estados, o Distrito Federal e os municípios não poderão, estabelecer alíquotas ou 
bases de cálculo diferentes na tributação levando em conta a procedência ou o destino dos 
bens e serviços. 
 
Imunidades Tributárias 
 
 
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A imunidade tributária é uma vedação especial de incidência tributária prevista pelo próprio 
texto político. 
 
Após prever determinados campos econômicos passíveis de normatização tributária12, a 
própria Constituição Federal exclui, desses campos, alguns fatos, que, a princípio, seriam 
passíveis de tributação, da incidência tributária. A doutrina chama a imunidade como uma 
não incidência qualificada pela constituição. 
 
Interessanteé que em nenhum instante a Constituição reporta-se a esses casos 
excepcionais como sendo de imunidade. Utiliza-se das mais diversas expressões como 
isenção, não incidência, entre outras. Mas o que deve ficar claro é que, independente da 
denominação constitucional dada, toda a proibição constitucional de tributar determinado 
fato econômico deve ser reconhecida como uma imunidade tributária. 
 
À guisa de exemplo, podemos citar o seguinte dispositivo constitucional que, a par de se 
referir a uma isenção, compreende, de fato, uma imunidade tributária: 
 
Art. 195 (...) 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas 
em lei. 
 
A imunidades podem ser objetivas, quando protegem determinada coisa da incidência 
tributária, ou subjetivas quando essa proteção recai sobre pessoas físicas ou jurídicas. 
Passaremos a analisar as principais imunidades tributárias: 
 
I. Imunidade recíproca que proíbe a instituição de tributos, pelas entidades federativas, 
sobre o patrimônio, renda e serviços umas aos outras. Essa imunidade, por ser uma forma 
de expressão do pacto federativo, é tida, pelo STF, como uma cláusula pétrea. 
 
Engloba praticamente todos os impostos, após uma interpretação bem extensiva da Corte 
Suprema feita ao longo do tempo. 
 
 
 
12
 A previsão de um fato econômico em determinada lei instituidora de tributo. 
 
 
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A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
 
A imunidade recíproca não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel; 
 
II. Imunidade objetiva dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão que observa a liberdade de expressão e o direito social à cultura, São 
considerados imunes, por entendimento jurisprudencial, as listas telefônicas, álbuns de 
figurinhas, apostilas, filmes e papéis fotográficos, CDs e DVDs incorporados a fascículos 
de cursos de línguas. CDs e DVDs oferecidos em jornais não são imunes; 
 
III. Imunidade dos templos de qualquer culto, considerando a natureza laica do Estado 
Brasileiro e a liberdade de crença, a Constituição Federal alberga essa renúncia fiscal. 
Assim a igreja, a sinagoga, o centro espírita, o terreiro, a mesquita, os cemitérios que se 
vinculam a igrejas estão livres do IPTU e do ITR, as missas, batizados, orações, rituais 
estão livres do ISS, os veículos do padre, do pastor, do rabino, do babalorixá são imunes 
do IPVA, a venda de santinhos, impressos, água benta, velas é exonerada de impostos. 
 
IV. Imunidade do patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 
 
Súmula 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o 
imóvel pertencente a qualquer das entidades mencionadas há pouco (III e IV), desde que o 
valor do aluguel seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
 
Súmula 730 STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem 
fins lucrativos, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se 
não houver contribuição dos beneficiários. 
 
A imunidade recíproca alcança as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
prestadoras de serviço público. 
 
 
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Segundo o CTN (art. 14), os partidos políticos, inclusive suas fundações, as entidades 
sindicais dos trabalhadores, as instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos devem respeitar os seguintes requisitos, sob pena de suspensão da imunidade: 
 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos 
seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 
9º (a imunidade não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele 
referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter 
na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, 
assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros), a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 
§ 2º Os serviços dessas entidades imunes são, exclusivamente, os 
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de 
que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos 
constitutivos.(texto adaptado) 
 
V. Imunidade da música veda a União, os Estados, o DF e os municípios instituir 
impostos sobre: fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou contendo obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais 
que os contenham, salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
 
VI. Imunidade de taxas, o art. 5º da CF dispõe que: 
 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
Repartição constitucional de competências tributárias. Impostos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
 
 
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Passemos a analisar a distribuição de competência entre as entidades federativa: 
União: 
I – Imposto de importação de produtos estrangeiros; II 
II - Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; IE 
III - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; IRPF E IRPJ 
IV - Imposto sobre produtos industrializados; IPI 
V - Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários; IOF 
VI - Imposto sobre propriedade territorial rural; ITR 
VII - Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar. IGF 
VIII- Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) 
IX- Imposto Residual (I Res) 
 
Estados e Distrito Federal: 
I. Imposto que onera as transmissões não onerosas, via sucessão hereditáriae doação de 
bens e direitos. ITDCM 
II. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior. ICMS 
III. Imposto sobre propriedade de veículos automotores IPVA 
 
Municípios e Distrito Federal: 
I - propriedade predial e territorial urbana; IPTU 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição; ITBI 
III - serviços de qualquer natureza, ISS 
 
Impostos e Contribuições Federais 
I. Imposto de Importação 
 
CTN 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de 
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no 
território nacional. 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
 
 
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I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela 
lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou 
seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de 
entrada do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a 
leilão, o preço da arrematação. 
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da 
política cambial e do comércio exterior. (CONOTAÇÃO EXTRAFISCAL) 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; 
III – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
remetente; 
IV – o adquirente de mercadoria em entreposto aduaneiro. (destaque 
nosso) 
 
Consuma-se o fato gerador com a apresentação da declaração para o desembaraço 
aduaneiro de bens de consumo (declaração de importação), hoje registrada num sistema 
chamado Siscomex. 
 
O desembaraço aduaneiro é o último ato de um processo denominado despacho 
aduaneiro que nacionaliza a mercadoria importada. 
 
Há imunidade para as entidades federativas, autarquias, fundações de direito público, 
partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores, templos, livros e periódicos, instituições 
assistenciais e de educação sem fins lucrativos. 
 
II. Imposto de Exportação 
 
CTN 
 
 
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Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o 
estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato 
gerador a saída destes do território nacional. 
Art. 24. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela 
lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou 
seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em 
condições de livre concorrência. 
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como 
efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos 
diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas 
efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o 
custo do financiamento. 
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do 
preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de 
acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. 
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
(CONOTAÇÃO EXTRAFISCAL) 
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele 
equiparar. (destaque nosso) 
O início do despacho aduaneiro (fato gerador) se dá com o registro da Declaração de 
Exportação no Siscomex. 
 
III. Imposto de Renda 
 
CTN 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da 
disponibilidade econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos; 
 
 
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II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do 
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, 
da origem e da forma de percepção. 
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do 
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, 
da origem e da forma de percepção. 
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. 
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou 
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. 
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se 
refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao 
possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos 
proventos tributáveis. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos 
proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja 
retenção e recolhimento lhe caibam. 
 
A base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pode ser o Lucro Real que 
é o lucro líquido do período de apuração ajustado por adições (custos não dedutíveis), 
exclusões (custos dedutíveis não computados quando da apuração do lucro líquido) ou 
compensações (prejuízo fiscal). 
 
Pode ser também o Lucro Presumido que leva em conta um determinado percentual da 
receita bruta da empresa. 
 
Há ainda a previsão de uma base de cálculo por Lucro Arbitrado que resultará da aplicação 
de percentuais, maiores que no Lucro Presumido, sobre a Receita Bruta, se esta for 
conhecida, ou quando a Recita Bruta não for conhecida, a autoridade fiscal utilizará as 
alternativas de cálculo previstas no art. 51 da Lei nº 8.981/95: 
 
 
 
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I - 1,5 (um inteiro e cinco décimos) do lucro real referente ao último 
período em que pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as 
leis comerciais e fiscais, atualizado monetariamente; 
II - 0,04 (quatro centésimos) da soma dos valores do ativo circulante, 
realizável a longo prazo e permanente, existentes no último balanço 
patrimonial conhecido, atualizadomonetariamente; 
III - 0,07 (sete centésimos) do valor do capital, inclusive a sua correção 
monetária contabilizada como reserva de capital, constante do último 
balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou 
alteração da sociedade, atualizado monetariamente; 
IV - 0,05 (cinco centésimos) do valor do patrimônio líquido constante do 
último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente; 
V - 0,4 (quatro décimos) do valor das compras de mercadorias efetuadas 
no mês; 
VI - 0,4 (quatro décimos) da soma, em cada mês, dos valores da folha de 
pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas, produtos 
intermediários e materiais de embalagem; 
VII - 0,8 (oito décimos) da soma dos valores devidos no mês a 
empregados; 
VIII - 0,9 (nove décimos) do valor mensal do aluguel devido. 
 
Os princípios constitucionais voltados para o Imposto de Renda são a capacidade 
contributiva, como um imposto pessoal que é, sua incidência deverá levar em conta a 
capacidade econômica do contribuinte; generalidade, pode incidir sobre todas as pessoas 
que detenham capacidade econômica; universalidade, incide sobre todas as coisas; e 
progressividade, com o estabelecimento de alíquotas de patamares diretamente 
proporcionais à capacidade econômica. 
 
O produto da arrecadação de IR incidente na fonte sobre rendimentos pagos pelos 
Estados, DF e Municípios, assim como autarquias e fundações, pertencem a eles (produto 
a ser descontado da seguinte distribuição), além de: 
21,5% IPI e IR => DF e Estados 
24,5% IPI e IR => Municípios 
3% Regiões, Norte, Nordeste, Centro Oeste 
 
 
 
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IV. Imposto sobre Produtos Industrializados: 
 
CTN 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos 
industrializados tem como fato gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51; 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se 
industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação 
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o 
consumo. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido 
no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele 
exigíveis; 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do 
remetente; 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o 
montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, 
entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago 
relativamente aos produtos nele entrados. 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor 
do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. 
 
 
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Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para 
outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de 
nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, 
além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis 
à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias 
internas. 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a 
leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, 
comerciante ou arrematante. 
 
As alíquotas podem ser alteradas de 0% a 365,63%, por um ato do Poder Executivo, 
levando em conta as necessidades do mercado. 
 
Considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que 
lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo, como: 
I. Transformação: Exercida sobre determinado produto importando em espécie nova. 
II. Beneficiamento: Modificação, aperfeiçoamento ou alteração do funcionamento, da 
utilização, do acabamento ou da aparência do produto. Diferente da transformação, o novo 
produto permanece na mesma classificação, não recebendo nova nomenclatura.. 
III. Montagem: Reunião de produtos importando na criação de um novo produto. 
IV. Acondicionamento: Alteração da apresentação do produto pela colocação de 
embalagem. 
V. Renovação ou recondicionamento: Renovação de produto usado. 
 
Os princípios constitucionais específicos que norteiam a criação desse imposto são a 
seletividade, que leva em contra a essencialidade do produto, e a não cumulatividade que 
admite que no cálculo do imposto em uma determinada etapa da cadeia produtiva se 
desconte o imposto devido em etapas anteriores. 
 
 
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V. Imposto sobre Operações Financeiras 
Na realidade, o IOF é a composição de diversos impostos sob a mesma denominação, 
incidindo sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a 
títulos e valores mobiliários. 
CTN 
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores 
mobiliários tem como fato gerador: 
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou 
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou 
sua colocação à disposição do interessado; 
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de 
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua 
colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda 
estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; 
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da 
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma 
da lei aplicável; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a 
emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei 
aplicável. 
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no 
inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate 
do título representativo de uma mesma operação de crédito. 
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: 
I - quantoàs operações de crédito, o montante da obrigação, 
compreendendo o principal e os juros; 
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda 
nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; 
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: 
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
 
 
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b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em 
Bolsa, como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-lo aos objetivos da política monetária. 
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação 
tributada, como dispuser a lei. 
O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política 
monetária. (CONOTAÇÃO EXTRAFISCAL). 
A Constituição Federal prescreve a seguinte imunidade específica para o IOF: 
O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o 
inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a 
alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do 
montante da arrecadação nos seguintes termos: 
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, 
conforme a origem; 
II - setenta por cento para o Município de origem. 
VI. Imposto Territorial Rural 
 
O imposto sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora 
da zona urbana do Município. 
 
A base de cálculo desse imposto incide sobre o valor da terra nua (como se não tivesse 
edificações ou outras acessões). Valor fundiário é sinônimo de valor da terra nua. 
 
Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu 
possuidor a qualquer título. 
 
O titular do domínio útil chama-se enfiteuta ou foreiro. 
 
 
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Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de 
propriedades improdutivas. (CONOTAÇÃO EXTRAFISCAL) 
 
Não incidirá (imunidade) sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore 
o proprietário que não possua outro imóvel. 
 
São pequenas glebas rurais as glebas localizadas na Amazônia Ocidental ou Pantanal até 
100 HA (hectares), ou na Amazônia Oriental e Polígono das Secas até 50 HÁ, ou em outra 
localização até 30 há. 
 
Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde 
que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
 
Cinquenta por cento do ITR pode ser pago por meio de Títulos da Dívida Agrária (TDA). 
 
CF 
art. 184, Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de 
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função 
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, 
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 
vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será 
definida em lei.(destaque não consta do original) 
 
VII. Imposto sobre Grandes Fortunas 
 
Compete à União instituir impostos sobre grandes fortunas, nos termos de lei 
complementar. 
 
A Lei Complementar definirá o que se considera grande fortuna. Porém o IGF será 
instituído por Lei Ordinária. 
 
VIII. Imposto Extraordinário de Guerra 
Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, 
impostos extraordinários compreendidos ou não entre os impostos referidos na 
Constituição Federal, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, 
 
 
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contados da celebração da paz. O imposto extraordinário de guerra pode se utilizar de um 
fato gerador de um imposto federal (bis in idem), ou de outra entidade federativa 
(bitributação). 
 
IX. Imposto Residual 
 
A União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos na 
Constituição Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou 
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição. 
 
X. Contribuições Especiais 
 
O art. 149 da Constituição confere exclusivamente (com a exceção das contribuições 
previdenciárias dos servidores estaduais e municipais; e da contribuição para a iluminação 
pública dos municípios) à União a competência para instituir contribuições que se dividem 
em três especialidades: a) sociais; b) de intervenção no domínio econômico; c) de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
 
As contribuições sociais se destinam, ao financiamento da seguridade social e às demais 
atuações sociais do Estado que não se refiram à área da previdência, da saúde a da 
assistência social. 
 
Exemplo de contribuições de outra áreas sociais: 
 
CF. art 212, 
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de 
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas 
empresas na forma da lei. 
 
Lei nº 9.424/96, 
Art 15. O Salário-Educação, previsto no art. 212, § 5º, da Constituição 
Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em 
regulamento, é calculado com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por 
cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer 
título, aos segurados empregados. 
 
 
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As contribuições de intervenção no domínio econômico, ou interventivas, têm função 
extrafiscal, tendo como escopo principal o estímulo e a disciplina de atividades econômicas 
ou sociais. 
 
CF art. 177 
A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico 
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e 
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá 
atender aos seguintes requisitos: 
I- a alíquota da contribuição poderá ser: 
a) diferenciada por produto (diesel,gasolina) ou uso (doméstico, 
comercial); 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe 
aplicando o disposto no art. 150,III, b (anterioridade); 
II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria 
do petróleo e do gás; 
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

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