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Direito Empresarial: Falência e Recuperação

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Aula 1
Direito Empresarial: Falimentar - Lei 11.101/2005
História: Forma de abordagem jurídico social da crise patrimonial (=insolvência/inadimplência) de uma pessoa.
1º) Fase: Falência como um delito/crime ("o falido é um fraudador"). 
o Fallere ou Faliti: faltar (ser faltoso/cometer uma falta) → enganar/trapacear. 
o Visava punir o devedor: do banimento a morte. 
o Ex: Alvará de Portugal de 1595 na colônia brasileira falido → Banimento ou Morte; Ordenações Afonsinas de 1603 → Idem; Alvará do Marquês de Pombal de 1786 → Não havia mais morte.
o Banque en Route = Bancarrota (Brasil); Lei de Quebras (Portugal); Banckruptcy (EUA). 
2º) Fase: Proteção aos Credores. 
o Submissão do Falido ao Juiz (Judiciário = Estado). 
o Concurso de Credores: todos concorrem ao patrimônio do falido. 
o Pars Conditio Creditorium = igualdade de condições de crédito (isonomia no recebimento do crédito).
o Moratória (concede prazo) - Concordata (concede prazo + desconto) → Recuperação 
3º) Fase: Preservação da Empresa. 
Aula 2
Falência e Recuperação: Contexto Jurídico
Na vida em coletividade, cada indivíduo nasce com poder, mas, para que os seres humanos possam conviver na sociedade de forma harmônica é necessário impor limitações à esses poderes. O conflito, que surge com no mínimo duas pessoas, ocorre em decorrência da disputa de poderes em que uma das partes pretende impor a sua vontade em relação a do outro.
A vida em sociedade retira parte do poder individual, visto que os seus poderes estão limitados ao interesse da maioria. A vida em coletividade cria diversas disputas/conflitos devido à redução de poder de cada indivíduo.
Tipos de Conflitos: 
o Violência: conflito gerado para reestabelecer o poder. 
▪O crime é um fato social, pois, nenhuma das partes quer ceder o poder. 
▪Aplica-se o Direito Penal para promover a paz social. 
o Diferença: conflito causado pela desigualdade de visões acerca do mundo. 
▪Aplica-se o Direito Civil para tornar as pessoas mais dignas (princípio dignidade da pessoa humana).
o Escassez: conflito causado pelo fato dos bens serem limitados e as vontades ilimitadas. 
▪Aplica-se o Direito Empresarial de forma a preservar a empresa (princípio da preservação da empresa).
▪O objetivo do Direito Empresarial visa preservar a empresa de forma a evitar a escassez. 
▪Como o Direito é feito de forma a lidar com os bens, jamais poderá forçar alguém a produzir algo de forma a evitar a escassez. Mas, a lei pode criar mecanismos de preservação de empresas que já estão ativas de forma que o Direito Empresarial cumpra com a sua função de reduzir a escassez e, consequentemente, os conflitos.
▪A escassez está no plano da Economia (= administração da casa), pois, visa procurar a melhor maneira de evitar a escassez. A economia, por si só, não tem capacidade de impor algo, valendo-se do Direito para criar mecanismos de combate à escassez.
▪A Economia, ao encontrar formas de combate à escassez, determinará quem será o responsável pela solução. Que pode ser:
1) Estado: ele deveria resolver, pois, chefia a coletividade; 
2) Indivíduos: o Estado somente coordena a vida em coletividade, mas, cabe aos indivíduos produzir e fazer circular os bens/serviços;
o Modelo adotado pelo Brasil → Art. 173 da CF: "O Estado não desempenhará diretamente na atividade econômica".
o Mas, há exceções, como no caso de: Imperativo de Segurança Nacional ou Relevante Interesse Coletivo.
o Quem deve realizar a atividade econômica são os indivíduos e, portanto, o Direito Empresarial cria regras de forma incentivar esta atividade de produzir bens e serviços que atendam toda a produtividade.
3) Estado e Indivíduos: ambos deveriam assumir a responsabilidade. 
Revisão: 
Empresa: Atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. 
o Obs: A empresa é uma atividade! E não uma pessoa. 
Tipos de Empresa: 
o Empresário Individual: pessoa natural que atua em nome próprio. 
o EIRELI: pessoa física que atua por meio de uma pessoa jurídica. 
o Sociedade Empresarial: organizada por um grupo de pessoas que montaram uma pessoa jurídica. 
O Direito Empresarial visa proteger a empresa/a atividade e não a pessoa. 
o Obs: A empresa não tem dívida, ou seja, a empresa não pode falir. Quem se torna falida é a pessoa. 
o Obs 2: A pessoa que arremata uma empresa falida não tem as dívidas sucedida. 
Distinções: 
	Insolvência
	Inadimplência
	Ocorre o descumprimento da obrigação, mas, não há como o devedor cumprir a obrigação.
	Ocorre o descumprimento de uma obrigação, mas, há como esta obrigação ser cumprida.
	Aplica-se à falência.
	Aplica-se o processo de execução
	A inadimplência pode ser tornar em insolvência.
	É uma obrigação civil.
Crise Patrimonial = Insolvência  
 
Soluções:
Em caso de insolvência há três formas de solução: 
o Insolvência Civil: aplica-se a devedores comuns. 
▪Aplica-se o CPC. 
o Falência e Recuperação Judicial: devedores empresários. 
▪Aplica-se a Lei 11.101, de forma a impedir a interrupção da atividade.
o Intervenção e Liquidação Extrajudicial: empresários especiais.
▪Ex: a lei 6.024/74.
▪Visa preservar empresa; o mercado e instituição financeira.
Aula 3
Anotações:
Crise Patrimonial do devedor comum = insolvência lato sensu (ocorre quando o sujeito não cumpre com a obrigação e não tem como cumpri-la).
o A insolvência stricto sensu ou insolvência civil = processo de insolvência de uma pessoa comum. 
No Brasil, a palavra insolvência é utilizada para identificar o processo de execução coletiva contra um devedor comum insolvente.
A falência ocorre quando a execução coletiva é contra um devedor comum empresário. 
Em caso de empresário especial, se ocorrer a falência, chama-se de liquidação.
O Direito Empresarial tem o seu objetivo voltado a redução da escassez, e o faz de forma a manter as empresas funcionando (preservar a atividade econômica organizada de forma a propiciar a circulação de bens e serviços).
Lei 11.101/05 = Crise Patrimonial da Empresa
A quitação de crédito visa estabelecer qual dos credores terá a prioridade de receber o seu direito de crédito.
Na falência, além de determinar quem terá a prioridade de receber o crédito, também determina quando e como irão receber o crédito.
o O administrador judicial na falência = a pessoa assume a empresa (como se fosse um empresário) de forma a administrá-la.
Na recuperação judicial, o devedor não está saindo do mercado, mas sim, pedindo uma chance de pagar as dívidas de forma diferente. A quitação de crédito, no caso de falência, não visa determinar quem irá receber o crédito primeiro, mas, a forma que o devedor propuser a pagar (a quitação não tem por objetivo estabelecer a ordem de pagamento).
o A recuperação visa atender a um pedido do devedor de realizar uma proposta alternativa depagamento aos seus credores.
o O administrador judicial na recuperação = a pessoa que somente administra a falência (é um fiscalizador). 
Art. 1º: 
o Objeto: fato da vida sobre qual incidirá a norma. 
▪Recuperação Extrajudicial: trata das pequenas crises patrimoniais. É um acordo extrajudicial entre devedor empresário e seus credores com homologação judicial.
Consensual: as próprias partes realizam um acordo e todos o assinam (não é necessário ser levado para a homologação do juiz, mas, com a sua homologação pelo juiz faz com queu o título: elimina possibilidade de questionamento quanto a vício e torna o título mais consistente).
Majoritária: não é necessário a assinatura de todos os credores para realizar o acordo, basta que os credores de cada categoria que tenha aceitado correspondam a um crédito de 3/5. Mas, uma vez homologado este acordo, ele produz efeitos a todos os credores (mesmo para aqueles que não haviam assinado).
Obs: A recuperação extrajudicial não alcança credores trabalhistas e nem tributários. 
Obs 2: Não convola em falência. 
▪Recuperação Judicial: é um acordo entre devedor empresário e credor mediadopelo juiz, com aprovação da Assembleia Geral de Credores.
O devedor em crise chama os credores, por meio do juiz, de forma a apresentar a sua proposta de pagamento das dívidas. Apresentado a proposta, os credores serão obrigados a se manifestarem em relação a proposta em um prazo de 30 dias (o silêncio importa em aceitação tácita). Para que o devedor possa realizar este tipo de recuperação, é necessário que ele seja um empresário registrado há mais de 2 anos.
Impedimentos a recuperação judicial: 1) Ser falido; 2) Tiver cometido crime falimentar; 3) Ter obtido uma outra recuperação judicial há menos de 5 anos; 4) Ter uma outra recuperação especial há menos de 5 anos.
Se o devedor for empresário há mais de 2 anos e não houver impedimento o juiz irá deferir a recuperação judicial. Ao deferir o pedido de devedor, gerará como efeito o fato das ações de execuções contra o devedor serão suspensas por 180 dias, o devedor terá um prazo de 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação e o juiz irá nomear um administrador judicial.
Se um credor rejeitar o acordo, necessariamente, deverá convocar uma nova Assembleia Geral de Credores para alterar o plano. Aceitado o plano de pagamento, o juiz irá homologar o acordo de recuperação judicial, que gera a novação da obrigação e, consequentemente, a extinção da suspensão de execução. 
Obs: Convola em falência. 
▪Recuperação Judicial Especial: as microempresas e empresas de pequeno porte podem (facultativo) optar pelo plano de recuperação judicial especial.
Não é necessária a aprovação da Assembleia Geral de Credores, pois, o plano está pré-estabelecido por lei e, portanto, determina que o devedor empresário parcelará sua dívida em até 36 vezes corrigida cada parcela pela taxa Selic e com um prazo de carência em até 6 meses para o pagamento da 1º parcela.
Além de poder parcelar a dívida, na recuperação especial é possível também exigir descontos. Mas, em caso de desconto, por alterar o direto de crédito dos credores, ela deverá ter a anuência dos credores (segue o mesmo processo da recuperação judicial). 
Obs: Convola em falência. 
▪Falência: juridicamente, é o processo de execução coletiva contra o devedor empresário em crise econômica financeira. Tem a ver com a escassez em pagar a dívida. 
A falência ocorre se a pessoa enquadrar em uma das 15 hipóteses legais. (Crise econômica financeira)
Obs: Uma vez na fase de falência, não há mais como recuperar a empresa (é irreversível). 
Sujeito: é a pessoa sobre quem reflete os efeitos da aplicação da lei. 
o Empresário ou Sociedade Empresária. 
Aula 4
Sujeito:
o Legitimidade: quem pode figurará nos polos de uma demanda. 
▪Na Recuperação Judicial: somente o devedor empresário poderá pleitear este direito (pois, é ele quem irá elaborar um projeto na qual poderá executar).
Ativa: 
o Empresário (é o titular da empresa - Empresário individual; EIRELI; Sociedade Empresária).
▪O empresário somente poderá ter acesso a este benefício se estiver registrado há mais de 2 anos.
o Sócio/Acionista (inclusive o remanescente). 
o Inventariante. 
o Sucessores. 
o Cônjuge Sobrevivente. 
Passiva: 
o Ninguém - não há réu neste processo. 
o Os credores são juízes da causa e, portanto, não fazem parte do polo passivo. 
▪Na Falência: 
Ativa: é dividida pela ordem prioridade. 
o O próprio devedor: Arts. 105 e 106. 
▪O devedor empresário que está em crise deve confirmar a sua situação pessoal de falência. O devedor deve decretar a sua autofalência de forma a não cometer crimes falimentares. Inventariante, Sucessores, Cônjuges. 
o Sócios/Acionistas. 
▪O sócio que sabe da crise econômica da empresa e nada o faz poderá responder por crime falimentar.
o Qualquer credor. 
▪Salvo o credor fiscal (Estado), pois: 
▪Cabe ao Estado preservar a atividade econômica e não pôr o fim delas. 
▪Ter uma falência decretada não irá mudar o status da Fazenda Pública que pediu a falência, pois, não terá prioridade no recebimento do crédito.
▪O Estado não tem prejuízo quando deixa de receber um tributo de uma empresa.
▪A administração pública deve respeitar o princípio da impessoalidade. 
▪Se o Estado sofrer com a falência de uma empresa, ele poderá pedir a falência de uma empresa.
o Administrador Judicial. 
▪Tem legitimidade extraordinária, pois, somente administra o processo de falência.
▪Se verificar que a empresa não está cumprindo com o acordo judicial o administrador judicial deverá exigir a falência.
Passiva: 
o Empresários (Empresário individual; EIRELI; Sociedade Empresária). 
▪Com ou sem registro! 
o Espólio do devedor empresário até 1 ano após a morte. 
o Ex-empresário em até 2 anos após a baixa ou encerramento. 
o Sócios de responsabilidade ilimitada. 
o Obs: Art. 82 
▪Quem é o falido? 
Crise Patrimonial:
	Insolvência Civil
	Falência e Recuperação
	Intervenção e Liquidação Extrajudicial
	Atinge o devedor comum.
	Atinge o devedor empresário (lato sensu).
	Empresários especiais.
	Art. 748 e seguintes do CPC/73; Art. 1052 do NCPC.
	Lei 11.101/05.
 
	Legislação Extravagante: Lei 6.024/74.
	* É um processo de ocorre no judiciário.
	# Enquadrar em uma das 15 hipóteses legais: fatos típicos falimentares.
	Juízo de Conveniência e Oportunidade do Órgão Responsável.
	Critério Econômico.
	Critério Jurídico.
	Critério Político: advém de uma decisão discricionária.
	É um estado de fato.
	É um estado de direito.
	É um estado de poder.
*Art. 748 e seguintes do CPC/73; Art. 1052 do NCPC.
*No NCPC a insolvência civil se chama "processo de execução contra o devedor insolvente ".
*Se o devedor não pagar a dívida, em um prazo de 5 anos após a insolvência civil, extingue-se a obrigação do devedor (prescrição das obrigações). A insolvência civil visa o retorno do patrimônio arrecadado de forma a pagar a maior quantidade de dívidas para que depois de encerrar a insolvência esperar 5 anos para extinguir as obrigações.
*Na insolvência civil há uma execução coletiva (chamam-se todos os credores para vender os bens do devedor de forma a pagá-los).
*É um processo de ocorre no judiciário.
# Falido não significa que a pessoa tenha muitas dívidas, mas sim, por se enquadrar em uma dessas hipóteses. O que define que alguém está falido é o fato de se enquadrar em uma das hipóteses legais
 
Asquini - Perfis da Empresa: 
o Subjetivo: são as pessoas que o sujeito contrata para desempenhar a atividade. 
o Objetivo: os bens colocados à disposição. 
o Organizacional: são colaboradores que lidam com os bens. 
o Institucional: lugar que a empresa se encontra no mercado. 
Aula 5
Empresarial: Quem está em recuperação é a pessoa jurídica (e não os sócios). 
Quem é o falido? 
o 1) Empresário Individual (que não é a pessoa jurídica). 
▪O empresário individual é uma pessoa natural e, portanto, exerce a atividade em nome próprio (respondendo ilimitadamente).
▪Toda pessoa que exercer atividade com fins lucrativos deve ter um CNPJ (é um requisito para ser empresário), mas, ter uma CNPJ não quer dizer que a pessoa seja jurídica (visto que pessoas naturais também podem ter CNPJ).
o 2) Sócios de Responsabilidade Ilimitada 
▪São de responsabilidade ilimitada os sócios de: sociedade em nome coletivo, comandita, sociedade em comum.
▪Os sócios de responsabilidade ilimitada são pessoas naturais. 
o 3) Sociedade Empresária.
▪É uma pessoa jurídica.
▪Os sócios da sociedade empresária serão os empreendedores e, portanto, que irá sofrer com o processo de falência será a sociedade.
o 4) Espólio de Devedor Empresário 
▪Não é uma pessoa jurídica, mas sim, um ente personificado (= o Estado reconhece a personalidade, mas, que não o faz uma pessoa jurídica).
▪O espólio serve para admirar os bens de forma a dividir os bens entre os herdeiros. 
o 5) EIRELI 
▪É uma pessoa jurídica formada por uma única pessoa (a pessoa natural é o empreendedor, mas, a pessoa jurídica que irá falir é a EIRELI).
▪Uma consequência de quem falhe é a inabilitaçãodo exercício da atividade empresarial (quem falhe fica inabilitado para ser empresa) e, no caso da EIRELI, decretada a sua falência, quem fica com a inabilidade de praticar a atividade econômica será a pessoa jurídica EIRELI (e não o empreendedor que a criou).
▪Em caso de falência, podem os credores (por meio de uma ação de responsabilização) alcançar o patrimônio pessoal do empreendedor que criou a EIRELI e, mesmo que julgado procedente esta ação, o empreendedor não terá a sua falência decretada, pois, quem falhe é a EIRELI, e o empreendedor somente se torna avalista de forma a ter o seu patrimônio alcançado.
o Uma pessoa jurídica, uma vez criada, pode fazer tudo que não é proibido pelo Direito e que com ela não seja incompatível. Diferente de um ente personificado, pois, este somente pode fazer o que a lei permite para resolver uma situação de fato.
o O Direito atribui personalidade a pessoas naturais e a pessoas jurídicas por considerarem serem agentes aptos a se tornarem sujeitos de direitos e obrigações. As pessoas naturais apresentam personalidade jurídica desde o seu nascimento com vida até a morte; já para as pessoas jurídicas a sua personalidade é estabelecida por lei (que ocorre a partir do registro até a data de sua baixa).
▪Em caso de morte de uma pessoa, o espólio dessa pessoa poderá sofrer com o processo de falência, pois, é um ente personificado (ou seja, um sujeito passível de ter deveres e obrigações).
Art. 2: Empresários não alcançados (Empresários Especiais) → são aqueles tratados de forma específica e que não serão alcançados pela Lei 11.101.
o Inciso I: 
▪Empresas Públicas. 
▪Sociedades de Economia Mista. 
▪Obs: O Inciso I não é inconstitucional, pois, as empresas criadas pelos Estados não são as únicas a sofrerem com tratamento diferenciado/privilegiado em caso de falência, pois, o legislador também cria situações especiais para alcançar algumas empresas que não são criadas pelo Estado devido à necessidade de um tratamento diferenciado.
▪Obs 2: O legislador tirou do judiciário a competência para julgar algumas empresas especiais, pois, há uma preocupação do Estado político com a perda do controle de algumas atividades econômicas (devido ao fato que o poder judiciário ter uma preocupação de somente aplicar a norma → não há possibilidade de haver um poder discricionário). A competência para julgar esses casos foi transferida para o poder Executivo, pois, este órgão poderia fundamentar as suas decisões com base política (discricionária, pois, há uma análise de conveniência e oportunidade).
▪Obs 3: Em regra, o Estado não pode exercer diretamente a atividade econômica, salvo: 1) imperativo de segurança nacional; 2) relevante interesse político. Geralmente, o Estado intervém no mercado de forma a suprir uma lacuna de produção e circulação de bens e serviços que alcance a universalização e, portanto, decretar a falência uma empresa pública ou sociedade de economia mista iria contrariar o interesse de universalizar esses bens.
o Inciso II: 
▪
Risco sistêmico: a desconfiança no sistema pode ocasionar em uma "quebra" do sistema. 
 
Cooperativas de Crédito. 
▪Plano de Saúde. 
▪Sociedade de Capitalização. 
▪Seguradoras. 
▪Consórcios. 
▪Previdência Privada. 
▪Instituições Financeiras. 
o Obs: A falência somente é decretada após o juiz proferir a sentença e, uma vez decretada, inicia-se o processo de execução coletiva contra o devedor empresário.
o Obs 2: Pelo fato das empresas citadas no inciso II dependerem da confiança do consumidor (e uma vez arruinada essa confiança, será difícil reconquistá-la) órgão do Poder Executivo será o responsável por cuidar da crise econômica dessas empresas.
o Obs 3: Em regra, se uma empresa não se submete a falência, ela está sujeita a sofrer uma liquidação e intervenção extrajudicial.
o Obs 4: Pelo Art. 197, enquanto não aprovadas leis especiais subsidiárias que especifiquem como tratar uma instituição financeira e, não sendo resolvida o problema não por liquidação e intervenção judicial, aplica-se a lei 11.101/05 (lei de falência).
Art. 3: Os processos de falência não serão julgados pelos Justiça Federal (Art. 109, I da CF). 
o Jurisprudência do STJ: O juiz federal, além de não poder julgar falência, também não poderá julgar insolvência civil.
Aula 6
Competência
Conceito: é a medida da jurisdição para definir onde será proposta a ação. 
o A jurisdição é o poder/dever do Estado de dizer o direito que terá eficácia normativa plena. O Estado, ao dizer o direito, terá efeitos vinculativos obrigatórios plenos (vale também além das partes do litígio).
o O Estado diz o direto por meio de órgãos jurisdicionais (cada órgão do poder judiciário tem uma parte da jurisdição de forma a exercer o direito relativo a determinada matéria/espaço territorial).
o A competência é determinada considerando a matéria (atribuição do juiz) e âmbito territorial que o julgamento será realizado.
Art. 3: Não é competência da Justiça Federal julgar casos de falência. 
o Embora, em regra, o juiz federal tenha competência para julgar casos que sejam de interesse da União, a própria CF (em seu Art. 109, I), transferiu a competência para processar/julgar falência ao juízo cível estadual(o endereço da empresa é o que define quem irá processar/julgar a falência). 
o Em caso de empresas estejam espalhadas pelo país, a competência será do local onde estiver o principal estabelecimento da empresa.
▪Critérios para determinar o Estabelecimento Principal: 
Local da Sede da Empresa.
Onde a empresa acumular o maior número de bens. 
Local onde estiver a principal atividade da empresa. 
O local onde ocorre a administração da empresa → Critério mais utilizado. 
▪A legislação afirma que: "uma vez decretada a falência o falido deverá se submeter a diversas a suas obrigações ".
▪A falência deve ser decretada no lugar onde haja o acesso ao falido (o domicílio estará no local onde funciona a empresa). E, portanto, na maioria dos casos se decreta a falência no local onde se administra o falido.
O Art. 104 estabelece que "o falido não poderá deixar a sede do juízo onde foi decretada a falência sem comunicação prévia ao juiz" → Enfatiza o fato de que a falência é decretada no local onde mora o falido.
o Empresa com sede do Exterior: 
▪Se a empresa tiver sede no exterior, a competência para julgar será do juízo civil estadual onde estiver a principal filial no Brasil.
Juízo Cível: depende da organização judiciária de cada Estado. 
o Vara Cível: tem competência residual. 
o Vara de Competência Geral: em casos de cidades que não tem uma vara específica. 
o Vara Empresarial (RJ). 
o Vara de Falência (SP e DF). 
▪Nesses casos, o juiz da Vara de Falência será também competente para processar/julgar os crimes falimentares (ou seja, juntando no mesmo juiz a competência tanto para o aspecto civil quanto para o aspecto criminal) → Não é ilegal esta junção.
o Juiz Competente para Processar os Crimes Falimentares: 
o Art. 183: Será competente o juízo criminal do local onde foi: 
▪Decretada a Falência. 
▪Concedida a Recuperação Judicial. 
▪Homologada a Recuperação Extrajudicial.
o Este artigo deixa claro que a lei deseja dois juízes processando e julgando a falência: um juiz que julgue a parte cível (a parte da recuperação de falência; processual) e um juiz que julgue a parte criminal. Atualmente, o juiz cível não aprecia matéria processual penal, mas, ele poderá decretar a prisão preventiva do falido a termo.
Art. 4: Vetado! → Atuação do MP na Falência e Recuperação. 
o 1994: Inicia a tramitação da Lei 11.101. 
▪Câmara: Neste projeto de Lei, o Art. 4 dizia que "o MP atuará em todas as falências e recuperação judicial" e, no parágrafo único "também cabe ao MP em todas as ações de interesse do devedor empresário".
▪Senado (2004): Alterou a redação para: "O MP atuará nos processos de falência e recuperação judicial onde houver indício de: Fraude ou Crime falimentar".
▪Câmara (2004): Pode ratificar ou reestabelecera redação original. 
No caso do Art. 4, a Câmara reestabeleceu a redação original e, ao chegar no Poder Executivo houve a vedação a este artigo, pois, as atribuições do MP ficaram muito amplas.
O MP atua na falência e na recuperação, mas, não de forma tão genérica. 
o Atualmente, não há atuação geral do MP, mas há 18 participações específicas estabelecidas na Lei 11.101/05.
▪O STJ estabeleceu contra a atuação do MP duas premissas a serem observadas pelos juízes: 1º) Toda vez que a lei disser que o MP tem que ser intimado a atuar no processo, ele irá atuar no processo a partir do momento que ele for intimado (pois, há algum interesse relacionado a sociedade); 2º) O MP tem interesse recursal (ele poderá recorrer qualquer decisão).
o O MP poderá atuar em casos de falência, mas, não de forma genérica, pois, o Art. 4 foi revogado. Todavia, em fato de leis específicas, ele poderá ser intimado a atuar em somente 18 situações determinadas pela lei.
o Sentença que Decreta Falência: Art. 99, XIII da Lei 11.101. 
▪"Deve ser promovida a intimação do MP" - Decretada a falência por sentença o MP irá atuar no processo, pois, ele foi intimado (será intimado para todos os demais atos + possibilidade de recorrer da decisão da sentença).
Conflito com Art. 82, III do CPC/73: O MP atuará desde o início do processo em que haja interesse coletivo (e a falência é uma execução coletiva).
o Confrontando esta ideia: Se for denegada a falência o litígio irá se restringir somente as partes (se torna de interesse coletivo após a decretação). E, portanto, dizer que o MP poderá participar do processo desde o início não seria condizente com o interesse coletivo.
▪O STJ unificou o entendimento de que o interesse coletivo na falência somente irá surgir com a decretação e, deste modo, não é necessária a participação do MP antes de proferir a sentença.
O Conselho Nacional do MP fez uma resolução em razão a este entendimento de forma que:
o No caso de Falência: somente atuará no processo após a decretação. 
o No caso de Recuperação Judicial: somente após o deferimento do processamento extrajudicial.
o Art. 99, VII: "O juiz poderá decretar a prisão preventiva do falido junto com a sentença que decreta a falência a pedido do MP".
o Art. 187, parágrafo 2º: "Em qualquer fase do processo, surgindo indício de crime falimentar o MP será que ser notificado".
Aula 7
Art. 5: Créditos Ilegítimos
o São aqueles que não podem ser cobrados durante a falência ou a recuperação. 
o Depois de encerrado a falência, o falido ou os responsabilizados, vindo a adquirir patrimônio, poderá sofrer com um processo individual de execução (pois, nada impede os credores que não receberam seu dinheiro na fase de falência de cobrar do devedor).
▪Obs: Terminado o processo de falência somente poderá haver uma execução individual, pois, é na fase de falência que ocorre a execução coletiva.
▪Obs 2: Os credores somente terão o direito de promover a execução individual enquanto as obrigações não forem extintas. A extinção do débito somente terá ocorrido quando o juiz proferir uma sentença de extinção das obrigações (é uma extinção processual).
Na Falência e na Recuperação o devedor deve exigir uma sentença judicial para que a obrigação seja extinta (não ocorre de forma automática). A obrigação somente poderá ser considera extinta se: o devedor pagar 100% dos créditos; venda dos ativos e pago mais 50% do passivo; transcurso de 5 anos (se não cometido crime falimentar; cometendo-o, o prazo será de 10 anos).
o Não se pode extinguir as obrigações antes de decretar a falência! 
≠ da Insolvência Civil: transcorrido 5 anos da sentença judicial extingue-se as obrigações (a extinção é automática, pois, não há a necessidade de uma sentença que extingue as obrigações).
o Ilegitimidade: não está relacionada ao direito material em si, mas sim, com a possibilidade de buscar um direito judicialmente (a pessoa tem um direito, mas, não tem legitimidade para buscá-la em juízo).
o A ilegitimidade do crédito não está relacionada a nulidade ou inexistência de um crédito, mas, que este crédito não terá eficácia contra a massa falida e nem contra o devedor em recuperação.
o A) Obrigações Gratuitas: Ocorre quando há uma prestação de uma obrigação sem que ocorra uma contraprestação. Há uma unilateralidade das obrigações, pois, somente uma das partes assume com o compromisso (compromisso este que custa algo).
▪Toda vez que o falido realizar alguma prestação e, a esta prestação, não corresponder nenhuma contraprestação, não poderá ser exigida de uma empresa em recuperação ou em processo de falência que ele cumpra com esta obrigação gratuita, pois, a lei de falência visa proteger os credores que trouxeram alguma contribuição para a empresa (aqueles advindo de uma obrigação onerosa → contratares bilaterais), não sendo razoável, primeiramente, restituir aqueles que em nada trouxe acréscimo patrimonial (contratantes unilaterais).
▪Visa preservar o patrimônio para satisfazer o crédito daqueles credores que contribuíram para o desenvolvimento da empresa. A ideia de proteger as obrigações gratuitas é a ideia de respeitar os credores que estão desfalcados.
▪Exemplos de Obrigações Gratuitas: 
Doação. 
Fiança. 
Aval. 
Obrigação Solidária (decorre de: lei, contrato ou decisão judicial). 
o B) Despesas para estar em juízo salvo custas de litígio contra a massa: Aquele que demandar contra a massa falida, caso vença, somente poderá cobrar da massa falida as custas pagou para ajuizar a demanda (as despesas que alguém teve com o advogado -os honorários- não poderá ser cobrado da massa).
▪As despesas feitas para litigar contra a massa não podem ser cobradas da massa (exceto as custas processuais), pois,somente poderá ser cobrado o crédito que foi pleiteado em juízo.
▪Quando se decreta a falência, surge um ente personificado que assumirá o lugar do falido (do sócio administrador da sociedade empresarial ou o próprio empresário individual), este ente é a massa falida, que é representada pelo administrador judicial.
A massa falida não é a empresa! 
▪Os credores terão o direito cobrar da massa falida as despesas prestadas em juízo de alguém que demanda contra a empresa se o processo for demandando contra o empresário antes que ele tenha sofrido com o processo de falência. Qualquer outro processo que exija as despesas processuais após o início da fase de falência não poderá ser cobrada da massa falida (que é um ente responsável por quitar todas as dívidas).  
Obs: a única despesa processual que poderá ser cobrada da massa falida são as custas processuais.
▪Encerrado o processo de falência, o advogado poderá exigir seus honorários em uma ação de execução individual.
Art. 6: Suspensões
o I) Prescrição: na falência e na recuperação judicial suspende a prescrição de forma a evitar a perda do direto dos credos não conseguirem exercer o seu direito subjetivo (a prescrição não conta: desde o deferimento do processamento da recuperação judicial ou desde o término da falência).
o II) Execuções: A Suspensão ocorre por um prazo 180 dias (prazo em dias úteis!) 
▪Na Falência: para impor aos credores a participação na execução coletiva (não havendo como proceder uma execução individual).
▪Na Recuperação Judicial: para permitir que o devedor apresente, aprove e cumpra o plano de recuperação judicial.
o III) Ações: A Suspensão ocorre por um prazo 180 dias (prazo em dias úteis!). 
▪Na Recuperação Judicial: para permitir que o devedor apresente, aprove e cumpra o plano de recuperação judicial.
▪Na Falência: para que o administrador judicial assuma o lugar do falido (promover a substituição do falido pela massa falida).
Aula 8
Caraterização da Falência: 15 hipóteses
I) Voluntária: Hipótese que se inicia diretamente com a execução coletiva (não há um procedimento anterior).
o Art. 105: Regula a autofalência: o próprio devedor pede a sua falência com o ajuizamento de uma petição inicial qualificada acompanhada de documentos e informações essenciais.▪Para decretar a autofalência é necessário somente dois detalhes: 1) que a petição inicial atenda os requisitos do Art. 105 e; 2) que o devedor seja empresário (ou seja, deve apresentar o registro na Junta Comercial).
A ausência de prova que ratifique a figura de empresário do devedor deverá comunicar quem são os titulares da atividade empresarial (ou seja, a falência também vale para empresário sem registro).
o Diante da petição inicial de falência, o juiz terá duas alternativas: 1) decretar a falência; 2) determinar a emenda da inicial quando não atendido os requisitos do Art. 105 (e, consequentemente, deferir ou indeferir o pedido de falência. Se indeferir, o processo será extinto sem resolução de mérito).
o O processo de autofalência somente há a figura do autor (não há réu). É um processo sem litigiosidade (pois, os credores são chamados para habilitar o crédito, e não para contestar a petição).
II) Incidental: Hipóteses que se iniciam diretamente com a execução coletiva (não há um procedimento anterior).
o Convolação = É a transformação do processo de recuperação em um processo de falência (decretação incidental da falência durante a recuperação).
▪Obs: A recuperação extrajudicial não pode convolar em falência. 
o Art. 73: Convolação da Recuperação Judicial em Falência (convolação ordinária). 
▪A) Por deliberação da Assembleia Geral de Credores. 
Com o deferimento do processamento da recuperação judicial, não há mais como o devedor desistir da ação, salvo, com a anuência da Assembleia → Visa proteger a legitimidade da Assembleia Geral de Credores de convolar em falência.
A deliberação na Assembleia está relacionada a quantidade de crédito de cada credor. 
Na recuperação, os credores têm o controle do processo. Já, na falência, quem tem o controle do processo é o juiz por meio da demanda judicial.
o Na falência, já não há mais como recuperar a empresa. 
▪B) Perda do prazo de apresentação do plano de recuperação judicial. 
Prazo para apresentação do plano: 60 dias. 
▪C) Rejeição do plano de recuperação judicial pela Assembleia Geral de Credores. 
▪D) Descumprimento do plano de recuperação judicial dentro dos 2 anos de recuperação (convolação extraordinária).
Se o descumprimento for após os 2 anos, o credor terá a opção de: 
o Executar. 
o Requerer Falência → Art. 94, III, g (é um caso de falência litigiosa). 
o Art. 72, parágrafo único: Convolação da Recuperação Judicial Especial em falência. 
▪O devedor microempresário ou empresário de pequeno porte pode optar por este tipo de recuperação, mas, os planos para sair da recuperação judicial estão pré-estabelecidos pela lei (parcelamento da dívida em até 36 vezes, 6 meses de carência para o pagamento da 1º parcela, parcelas com taxas estabelecidas pela Selic; mas, caso o devedor queira desconto sobre o valor da dívida será necessário a anuência de seus credores).
▪E) Por deliberação da Assembleia Geral dos Credores. 
Caso os credores não concordem com o plano de recuperação já pré-estabelecido por lei, eles poderiam convolar em falência.
III) Falência Litigiosa:  Hipóteses em que há um processo antes de se iniciar a execução. 
o Art. 94: 
▪I) Impontualidade 
Títulos Executivos cujos valores superem 40 salários mínimos. 
o Podem ser vários títulos (na qual as somas deles superem os 40 salários mínimos). 
o A soma também vale para casos de um ou mais credores em litisconsórcio. 
Protesto Especial para fins falimentares. 
o O protesto é a publicação da mora e, somente poderá ser protestado uma única vez (se o título for protestado por falta de pagamento, ele não poderá ser protestado por crime falimentar).
▪Para evitar isto: se for realizar um protesto de um cliente, e ele for empresário, já proteste por crimes falimentares.
o STJ: Súmula 361 - No protesto feito para requerer falência é necessária a identificação da pessoa que recebeu a notificação do protesto (deve comprovar quem recebeu a notificação).
▪Ou seja: Conhecimento do protesto por crime falimentar + Comprovação de que o devedor recebeu a notificação.
▪II) Execução Frustrada 
Título Executivo (de qualquer valor). 
Certidão de Execução Frustrada (Tríplice Omissão: o devedor citado - na execução/intimado - no cumprimento de sentença; não paga, não deposita ou não nomeia bens suficientes a penhora).
▪III) Atos Temerários (conduta que faz suspeitar que a pessoa está falida) = 7 atos de falência 
Aula 9
Falência Litigiosa:
Pedido de Falência: Art. 94 
o I) Título Executivo (deve ter um valor mínimo de 40 salários mínimos) + Protesto para fins Falimentares (o devedor deve ter sido notificado sobre o protesto).
▪Pode haver um litisconsórcio ativo para que, na soma de títulos, dê um valor mínimo de 40 salários mínimos.
▪A jurisprudência: Para fins falimentares, na prática, não necessita de protesto especial, bastando somente identificar quem recebeu a notificação do protesto → Mitigação da Súmula 361 do STJ.
▪Obs: A falência pode ser usado como um meio de cobrança (por não ser um estado de fato) visto que o Art. 94, I estabelece uma das ferramentas em que o credor poderá cobrar do devedor empresário que não paga.
▪O protesto é uma forma de comprovação da mora do devedor e, portanto, ele não é um meio de cobrança (visto que o protesto tem natureza de prova, e não ação).
No protesto, o credor procura um tabelião com o título executivo de forma a provar a todos que o devedor não pagou. O tabelião notifica o devedor para que, num prazo de 3 dias (prazo de apontamento), compareça ao cartório de forma a tentar resolver a situação. Caso o devedor não compareça, o tabelião irá atestar (visto que ele é dotado de fé pública) que o devedor não pagou o documento e, ao atestar, a informação de que o devedor não pagou as suas dívidas será oponível a todos (se o devedor não pagar, ocorrerá o protesto). O protesto deve estar disponível a todos os órgãos de proteção ao crédito. Realizado o protesto, o tabelião devolve o título + emite uma certidão do protesto.
Caso o devedor pague sua dívida após o protesto, o credor entrega ao devedor o título quitado + uma Carta de Anuência. Com a Carta de Anuência, o devedor deverá ir até o Cartório para cancelar o protesto (ele tem o ônus de dar baixa ao protesto).
o O devedor não poderá alegar que o nome foi mantido indevidamente protestado, pois, é de obrigação dele dar baixa ao protesto. Somente terá direito de indenização se o credor não der a Carta.
É diferente do caso em que o próprio credor (ao invés de protestar) "negativa" o devedor e, posteriormente, este paga a dívida. Neste caso, o próprio credor será o responsável por retirar o nome do devedor no órgão de proteção ao crédito.
o II) Caso o devedor não tenha um título executivo com um valor superior a 40 salários mínimos e o protesto para fins falimentares, há como decretar a falência com a utilização de um Título Executivo + Certidão de Execução Frustrada.
o III) Há como também decretar a falência bastando somente a Prova por Ato Temerários praticados pelo devedor.
▪Obs: É possível pedir falência de um devedor empresário com base em um título não vencido? Sim, nos casos do inciso III (caso em que as práticas de determinadas atitudes fazem com que se torne suspeito que os devedores estejam falidos; pouco importando o patrimônio do devedor ou o vencimento do título), pois, falência não é estado de fato, mas, de direito.
Citação para realizar a Defesa. 
o Prazo: 10 dias. 
o A Defesa pode ser processada de 4 formas: 
▪1) Requerimento de Recuperação Judicial → Art. 95. 
Este requerimento vale em qualquer um dos casos em que se poderia decretar a falência (I, II e III).
A citação é o último momento na qual o devedor poderá pedir a recuperação judicial. 
Não é possível haver a recuperação após a decretação da falência. 
▪2) Defesa limitada ao Art. 96. 
Casos em que a falência for decretada com base no inciso I. 
Os argumentos que podem serem trazidos na defesa de quem teve a falência decretadacom base no inciso I estão limitados ao Art. 96.
Se a falência tem por base na impontualidade (94,I) terá sua defesa com base no artigo 96.
▪3) Ampla defesa. 
Vale para os casos em que a falência for decretada com base nos incisos II e III. Ou seja, o devedor pode acumular defesa,
▪4) Depósito Elisivo → Art. 98, parágrafo único + Súmula 29 do STJ. Pagamento à dívida 
Valor Principal. 
Correção Monetária. 
Juros. 
Honorários Advocatícios. 
Cabível somente nos casos da falência dos incisos I e II (+ mas, a doutrina e jurisprudência admite que haja o depósito elisivo no caso do inciso III, pois, ao pagar a dívida elimina-se o direito de agir).
O depósito eletivo pode correr a qualquer momento no prazo de ampla defesa. 
Obs: Ocorrido o depósito elisivo, o juiz irá julgar procedente o pedido e não irá decretar a falência. O depósito elisivo pode ser uma mera caução (caso o juiz acate as outras formas de defesa) ou pagamento (caso o juiz rejeite as outras formas de falência ou realiza diretamente do depósito elisivo).
o Obs: Não são defesas excludentes. Podem ser cumulativas (pode haver a defesa com pedidos subsidiários)! 
Instrução:
o Geralmente, ocorre quando decreta a falência por meio do inciso III (pois, nos casos I e II ocorre por meio de prova documental).
Sentença: Art. 99. 
o Antes da sentença, o processo estava na face preliminar, pré-falimentar ou investigativa. 
▪Obs: Nos casos de Autofalência ou Convolação em Falência não há a fase preliminar, pré-falimentar ou investigativa, pois, o processo já se inicia na fase de sentença.
o Na sentença, o juiz pode: 
▪Denegar a falência (e extingue o processo). 
▪Proferir a falência → A falência será inicia após de decretada a falência. 
Aula 10
Sentença: visa definir o direito.
Em um processo de falência, a sentença somente poderá tomar dois rumos: 
o Denegar a Falência: Art. 101 → Significa que o juiz não encontrou fundamento nas provas para determinar o início da falência.
▪Não faz coisa julgada material (ou seja, será possível modificar a sentença em um outro processo).
▪Havendo dolo do autor, o juiz condená-lo-á a perdas e danos (liquidação por arbitramento). 
Ideia contrária do processo civil de que para que o autor perca a demanda é necessário que haja uma reconvenção (quando o réu faz pedidos contra o autor) ou em ações de caráter dúplice (não importa quem ajuizou a ação, mas, o resultado pode beneficiar tanto o autor quanto o réu), pois, independentemente de haver qualquer uma dessas situações a lei afirma que o juiz irá apreciar eventual dolo do autor e irá condená-lo.
A sentença que verificar o dolo do autor será proferida independentemente de pedido (sentença extra petita).
Visa evitar que as pessoas se utilizem do pedido de falência de forma a prejudicar o outro. 
▪Havendo culpa do autor ou prejuízo a terceiros caberá uma ação indenizatória própria. 
▪Apelação: será cabível caso o juiz denegue a falência. 
o Decretar a Falência: Art. 99 → Atendido algumas das hipóteses legais, o juiz irá proferir uma sentença que decreta a falência. É neste momento em que se ocorre o juízo de admissibilidade da execução coletiva, pois, o processo de falência somente terá o seu início após de preferida a sentença.
▪Constitutiva: o juiz decreta a falência em decorrência das 15 hipóteses legais. É um ato constitutivo, pois, ele modifica uma situação (pois, antes de decretar a falência, o devedor é um empresário; mas, após a decretação da falência, ele se torna um falido).
Não é uma sentença declaratória, pois, não é o estado patrimonial que determina a falência, mas sim, o fato do devedor se encaixar em uma das 15 hipóteses legais (a falência é um estado de Direito e, não de Fato). Uma sentença declaratória apenas afirma o que ela é.
Opera efeitos ex-nunc, ou seja, terá efeitos a partir da data da sentença em diante. 
Obs: Toda sentença de improcedência é declaratória, pois, ele somente reconhece o direito. Já uma sentença constitutiva somente impõe uma declaração.
▪Decisão Interlocutória Mista. 
Decisão Interlocutória = define uma situação e impulsiona.
o Despacho = apenas impulsiona o feito (sem conteúdo decisório).
o Sentença = somente define a situação. 
Com a sentença, o juiz inaugura a execução coletiva. 
Mista = Sentença (tem conteúdo de sentença) + Decisão (efeito de decisão). 
o Sentença Januária ou Jameira. 
o Nesta decisão interlocutória, além de definir o devedor como falido ele irá inaugurar/autorizar a execução coletiva.
Na falência, a decisão interlocutória tem uma força maior de um instrumento que impulsiona que o aspecto de definição do direito e, por este motivo, utilize-se a denominação "Decisão Interlocutória Mista" e não "Sentença Mista".
▪Agravo por Instrumento → Recurso Cabível. 
O Agravo tem efeito devolutivo: devolve a matéria para ser reapreciada, mas, não suspende o curso do processo.
Aula 11
Falência
A sentença que decreta a falência está regulada no Art. 99 (e já 13 incisos). A sentença é um ato complexo, pois, ela não se faz por um comando (deve ter um relatório, uma fundamentação, uma disposição é uma regulamentação). A falência permite que o juiz tenha o poder de discricionariedade para optar por algumas situações.
o São 13 disposições em o juiz deve observar ao decretar a falência. 
Decretada a falência tem o início do processo de execução coletiva com efeitos ex-nunc (tem efeitos da sentença para a frente).
o Efeitos quanto: 
▪A pessoa do falido. 
▪Aos bens do falido. 
▪Aos contratos do falido. 
▪As obrigações do falido. 
Termo Legal da Falência: é fixado a partir de um termo a quo (= uma data inicial) retroagindo até 90 dias.
o O termo legal são os 90 dias antes da data da distribuição (= data do pedido de falência). 
▪Termo legal = pode ser qualquer data que compreende um dia antes do pedido de falência até 90 dias antes da data de distribuição. É um lapso temporal da data fixada até a data da decretação da falência.
o O termo a quo também pode ser considerado a partir da data do protesto mais antigo (a partir desta data, o juiz poderá fixar o termo legal até 90 dias antes do protesto).
o Obs: O juiz e quem tem o poder de fixar o termo legal. 
Período Suspeito: 2 anos (= "desde 2 anos antes da falência"). 
Fraude: é um tipo de fraude que gera um ato nulo (pois, fere um direito coletivo). 
o Concilium Fraudis. 
o Eventum Damni.
o Obs: Quando a fraude atinge interesse coletivo o caso é de nulidade (e não anulabilidade). 
Ação revogatória (Art. 130): Serve para atacar os Atos Revogáveis = são atos praticados pelo falido, antes da realização da falência, com fraude, na intenção de prejudicar a universalidade de credores.
o Quem tem legitimidade para propor esta ação? 
▪Qualquer credor. 
▪Qualquer administrador judicial. 
▪Ministério Público. 
o Uma vez provado a fraude, há de declarar a nulidade da transferência. 
o Ocorre por rito ordinário (é similar a Ação Pauliana, que é utilizada para cobranças normais). 
o O mesmo juiz que decretou a falência poderá decretar esta ação. 
o Deve ser proposta em até 3 anos após a decretação da falência. 
o Consequência: o bem alienado fraudulosamente irá retornar a massa falida de forma a pagar os credores.
o Obs: A fraude contra credores é um crime falimentar. 
Art. 129: Atos Ineficazes (ocorre quando a fraude é evidente e, portanto, a prática desses atos terá como presumida a fraude) → Deve provar somente que o ato foi praticado. Esses atos não produzirão efeitos contra a massa independente da intenção.
o Nos incisos I, II e III somente serão configuradas como atos ineficazes se forem praticados dentro do prazo do termo legal.
▪I) Pagamento de dívidas não vencidas dentro do termo legal da falência.
O credor que recebeu o pagamento de dívida não vencida terá que devolver o dinheiro para a massa falida de forma a pagar os outros credores de dívidas vencidas.
▪II) Pagamento de dívidas vencidasrealizadas dentro do termo legal deforma diversa o que foi previsto do contrato.
▪III) Constituição de Direito Real de Garantia dentro do termo legal da falência. 
É a ideia de dar a garantia real a uma dívida quirografário. A entrega dessa garantia real é ineficaz.
o Nos incisos VI e V somente serão configuradas como atos ineficazes se forem praticados dentro do período suspeito (desde 2 anos antes da decretação da falência).
▪IV) Ato a Título Gratuito. 
O que foi dado a título gratuito deveráser devolvido à massa falida. 
▪V) Renúncia a Herança ou Legado. 
o Os incisos VI e VII serão ineficazes independente de quando tenha ocorrido. 
▪VI) Venda ou Transferência de Estabelecimento feita em Prejuízo dos Credores.
Não será ineficaz se: a) houver consentimento expresso de todos os credores; b) se forem pagos todos os credores; c) restarem bens suficientes para todos os credores; d) notificados da venda, os credores não se opuserem no prazo de 30 dias.
▪VII) Registro de Direitos Reais de Transferência de Propriedade após a Falência, salvo Prenotação. 
Obs: Os Atos Ineficazes poderão ser alegados: Art. 129, § único. 
o Em defesa. 
o Incidentalmente (por petição nos próprios autos).
o Ação própria (ocorre quando for difícil comprovar o ato → Há um ampla possibilidade de prova).
o De ofício pelo próprio juiz. 
Obs: A nomeação de bens insuficiente a penhora é considera como se não houvesse a nomeação e, portanto, cabendo o deferimento do pedido de falência.
Aula 12
Sentença de Encerramento
Decretada a falência o administrador judicial deve assinar o compromisso no prazo de 48 horas. Somente após a assinatura dar-se o início ao processo de execução coletiva.
o Decretada a falência, o empresário tem sua atividade patrimonial interrompida de forma a ser sucedido pela massa falida.
o A massa falida será administrada pelo administrador judicial de forma a assumir a direção da situação fática da falência.
o O administrador judicial será o responsável por assumir a situação fática, a direção dos bens a ser distribuído aos credores de forma a sofrer a mínima intervenção dos juízes.
▪Obs: Assumir a gestão implica: em poder apreender os bens; ter a liberdade para identificar e classificar os credores.
o O administrador judicial pode ser qualquer pessoa escolhido pelo juiz, mas, que de preferência seja: advogado, administrador, economista, contador ou pessoa jurídica especializada.
o O administrador age no interesse dos bens e dos credores. Apesar do juiz nomear o administrador, ele não terá interesse no judiciário, mas sim, em atender os interesses da massa falida.
O administrador judicial tem por objetivo: 
o Arrecadar todos os bens do falido (Massa Falida Objetiva) → Finalidade: Vender Bens 
o Identificar e classificar todos os credores do falido (Massa Falida Subjetiva) → Finalidade: Pagar todos os Credores.
Com a retirada do falido, na decretação da falência, entra a figura do ente personificado (massa falida). A massa falida é criada de forma a resolver uma situação de fato e, portanto, este ente somente poderá praticar atos que a lei o autoriza.
Encerramento da falência: quando uma das massas são extintas (não significa que todos os credores foram pagos, mas, que o credor objetivo foi pago).
o Pagamento a todos os credores → Massa Falida Subjetiva. 
o Esgotamento dos Bens → Massa Falida Objetiva. 
▪Obs: O encerramento da falência não significa que todos os credores receberam o pagamento, mas sim, que houve a extinção de todas as massas.
Sentença de Extinção das Obrigações do Falido
Somente poderá ser proferida a pedido do falido após/junto com o encerramento da falência. É a sentença responsável por ratificar que o empresário não tem mais dívidas.
o O simples encerramento só atesta a inexistência de credores ou de bens. 
o Se houver hipóteses de extinção há de pedir esta sentença a qualquer tempo. 
Retenção é o direto que tem o credor, em algumas situações por lei, de manter-se na posse de bens do devedor enquanto o devedor não cumprir com a sua obrigação.
o Decretada a falência, nenhum credor poderá alegar o direito à retenção para poder ficar com a coisa (deve entregar o bem a massa de forma que o credor espere a sua vez de receber o seu dinheiro) → Não cabe o direito de retenção contra a massa falida devido à ordem estabelecido em lei para pagamento aos credores.
o Obs: É possível que ocorra múltiplas penhoras. Mas, caso o juiz promova a penhora do bem, ele deverá consultar as outras penhoras, de forma que para poder quitar e pagar o credor, por exemplo, da 10ª penhora, ele deverá quitar todas as outras nove penhoras que estão antes da dele.
o Obs 2: Um bem dado em hipoteca a um empresário que faliu terá como consequência o fato que os credores irão correr em igualdade de condições (não há preferência de um credor sobre o outro). Na falência, quando ocorre a hipoteca de um bem, não haverá uma lista de preferência para pagar os credores.
▪Primus Tempore Potior Iure: "ausência de grau entre credores". 
Efeito Ex-Nunc Quanto: 
A pessoa do falido: 
o I) Inabilitação (Art. 102): Ocorre de forma automática. 
▪É uma inabilitação civil (impedimento), pois, há uma proibição ao exercício de atividade empresarial (sócio, empresário individual, administrador contratado) → Não poderá desenvolver a empresa no sentido lato sensu.
▪Prazo: até a sentença de extinção das obrigações do falido (Art. 158). 
1) Pagamento de 100% dos credores. 
o Obs: Mesmo que o credor para toda a dívida, a sentença de extinção somente será proferida a pedido.
o Obs: Enquanto não estiver encerrada a falência, poderá "entrar" credor novo e exigir o seu crédito. Mas, ao extinguir as obrigações antes de encerrar a falência há o risco de aparecer novos credores e, o valor depositado não ser o suficiente para quitar todo mundo. Para evitar isto, a sentença de extinção terá que aguardar o encerramento (ainda que o devedor deposite 100% das obrigações, o juiz somente poderá decretar a extinção da obrigação concomitantemente com o encerramento da falência).
2) Pagamento de mais de 50 % dos credores quirografários (desde que vendido todo o ativo).
3) 5 anos após o encerramento, se não foi cometido crime falimentar. 
4) 10 anos após o encerramento, se foi cometido crime falimentar. 
▪Art. 181, parágrafo 1º → Inabilitação Criminal (Interdição): 
Ao condenar por crime falimentar o juiz poderá aplicar a pena acessória (deve ser fundamentada) de inabilitação. A inabilitação é por até 5 anos após a extinção da pena (será reabilitado automaticamente após esse prazo) ou por meio da reabilitação criminal (Art. 94, CP → deve transcorrer dois anos após a extinção da pena; domicílio e boa conduta; ressarcimento salvo pobreza).
Obs: O falido poderá ser duplamente inabilitado (penal e civil). Caso sofra com as duas inabilitações, ele deverá extinguir as duas.
o II) Perda da Capacidade de Fato para administração/disposição patrimonial. 
o III) Restrição à sua capacidade processual (interesse da massa). 
o IV) Possível dissolução da sociedade empresária. 
o V) Diversas obrigações do Art. 104 
▪Obs: Descumprimento das obrigações poderá fazer com que o falido responda por desobediência.
Aula 13
Sentença que Decreta Falência
Na sentença que decreta a falência o juiz deverá observar os 13 comandos do Art. 99. 
Efeitos Ex-Nunc Quanto: 
Aos Bens: 
I) Lacração do Estabelecimento ou Continuação do Negócio (Art. 99, XI e 109). 
o Em regra, lacra-se o estabelecimento de forma a preservar o local para que se realize a venda completa deste estabelecimento a outro empresário para que ele dê continuidade a empresa (impede que os credores "ataquem" os bens do estabelecimento).
o A continuação do negócio não visa salvar a empresa, mas, fazer a liquidação dos bens (identificar, avaliar e vender os bens para identificar, classificar e pagar os credores). É uma forma imediata de venda do ativo.
▪Para salvar a empresa deve-se realizar a recuperação judicial (e não decretar a falência).
▪O devedor-empresárionão continua "tocando" a empresa, visto que ele estáinabilitado/afastado de administrar a empresa.
o Em cada caso concreto, o juiz irá verificar qual é a melhor alternativa a ser aplicada (utilizando-se de um critério econômico). Ao verificar a melhor alternativa, o juiz irá fazê-lo sem ser provocado.
o Ocorre no momento em que se decreta a falência e, portanto, neste momento, ainda nãohá o administrador judicial (já que há um prazo de 48 horas para nomear um). Depois de designado o administrador judicial, ele poderá ter poder de alterar a decisão (entre Lacração ou Continuação) caso se verifique quais das soluções será a melhor para o falido.
II) Arrecadação de Todos os Bens do Falido, inclusive os apreendidos em outros processos (Art. 108).
o No momento da execução coletiva, procura-se todos os bens do falido e todos os seus credores com o objetivo de vender todos os bens para pagar todos os credores. Para arrecadar estes bens o juiz irá atrás de todos os seus bens, inclusive os bens penhorados, arrestados, leiloados (qualquer processo contra o falido na qual haja um bem apreendido).
o A arrecadação equivale uma penhora ampla, total e irrestrita (não há a figura do excesso de arrecadação, já que a arrecadação pressupõe uma penhora de todos os bens). A arrecadação irá ocasionar a apreensão de todos os bens do falido enquanto não terminar o processo de falência.
o § 3º: Todos os bens serão arrecadados, inclusive os bens penhorados ou apreendidos em outros autos. Esta arrecadação inclui os produtos das vendas dos bens.
▪Atualmente, a sentença não precisa conter a hora em que foi proferida a sentença, pois, todos os bens serão arrecadados (pouco importando o fato da penhora ter ocorrido antes da decretação da falência).
III) Venda antecipada de bens (Art. 113). 
o Bens: perecíveis (destrói), deterioráveis (é destruído), de difícil ou custosa conservação serão vendidos antecipadamente.
▪A lei é expressa quanto à venda antecipada desses bens, pois, a antiga lei somente permitia a venda antecipada de bens de forma excepcional.
▪Somente há recuperação preventiva, pois, uma vez decretada a falência, há de vender o ativo da empresa para pagar o passivo. Somente há recuperação antes da falência até o fim do prazo de defesa (não há como suspendê-la).
IV) Arrecadação de outros bens em sociedades das quais o falido faça parte.
o É uma hipótese de exclusão de sócio: no caso de falência deste. Caso o sócio falido tenha 1/3 de uma outra empresa, este 1/3 irá corresponder a um bem patrimonial e, portanto, irá responder ilimitadamente (este 1/3 de bens será arrecadado para integrar a massa falida mesmo que isto ocasione ao encerramento das atividades da outra empresa).
o Este sócio que teve o quinhão arrecadado deixa de ser sócio da outra empresa (é excluído de pleno direito da sociedade) → Art. 1.030 do CC.
o Esta ideia não alcança os sócios de responsabilidade limitada, mas, somente irá alcançar a sociedade.
V) Suspensão do direito de retenção (Art. 116, I). 
o A retenção poderá decorrer de lei ou contrato. 
▪Exemplo de retenção: Caso de hospedeiro em relação a bagagem de hóspede que não paga a estadia. Caso este hóspede seja um devedor empresário falido, o hospedeiro não poderá reter as bagagens e terá creditado o valor da diária a massa falida. Na reintegração de posse: estando de boa-fé o invasor, além de ter direito às benfeitorias realizadas, ele terá o direto de retenção enquanto não receber a indenização. Mas, se o devedor estiver falido, não poderá reter este bem.
o Decretada a falência, caso o falido tenha algum bem retido por alguém, esta pessoa deverá retornar este bem ao falido devido ao direito de suspensão da retenção. 
VI) Extinção do condomínio 
o Caso o falido seja proprietário comum de um bem, o condomínio deverá ser extinto e a parte pertencente ao falido será alienado (e o dinheiro irá integrar a massa falida).
▪Aliena-se a parte pertencente ao falido (o falido não poderá permanecer em condomínio com alguém).
▪Em caso de bens indivisíveis, há de se alienar o bem de forma a repartir o valor obtido de forma a respeitar os quinhões.
VII) Aluguel ou outra forma de utilização dos bens do falido. 
o A lei autoriza que o administrador judicial retire frutos dos bens do falido (alugando ou contratando outra forma de utilização dos bens) de forma a integrar este valor obtido a massa falida.
▪Obs: falidos podem ser locadores de imóveis.
VIII) Adjudicação ou aquisição de bens por credores.
o Adjudicação: é a transferência de um bem para quitar uma dívida (o credor exige uma adjudicação de bem quando ele deseja trocar a dívida pelo bem).
o Aquisição: o credor estará pagando pelo bem ou estará quitando parte de dívida e pagando a diferença para ficar com o bem.
o Ocorre em hipóteses excepcionais que gerem benefício ao falido, pois, nessas hipóteses, não segue a ordem de preferência de credores.
Aula 14
Obs: Os bens que no processo civil são impenhoráveis, na falência são inarrecadáveis. 
o Exceção: O salário da pessoa não pode ser penhorado, mas, poderão ser arrecadados os instrumentos do trabalho que gerem renda (como os instrumentos de trabalho são utilizados para praticar a atividade empresarial, uma vez decretada a falência, o falido não poderá mais praticar esta atividade e, portanto, podendo-se arrecadar estes instrumentos).
Efeitos Ex-nunc quanto a: 
Obrigações: 
I) Vencimento Antecipado de Todas as Obrigações do Falido, salvo: 
o Obrigações Condicionadas: a falência não substitui condição. A obrigação condicionada é aquela cuja a eficácia depende de um evento futuro e incerto (somente irá produzir efeitos quando ocorrer o evento).
o Obrigações com Devedores Solidários: são obrigações que apresentam garantia (o devedor solidário somente poderá responder com o débito no prazo estabelecido no título e, portanto, não podendo ocorrer o vencimento antecipado).
o Obrigações Bilaterais: sendo decretada a falência, o administrativo judicial verificará o que será melhor para a massa (cumprir ou não a obrigação, que o habilitará a falência).
o Obs: Para que ocorra a execução é necessário que haja um título executivo líquido, certo e exigível. É necessário que ocorra o vencimento antecipado da obrigação de forma a tornar o título exigível (que ocorrerá quando for descumprida a obrigação).
▪É uma forma de fazer com que todos os credores do falido, em igualdade de condições, possam habilita-se na falência.
II) Conversão da dívida em moeda estrangeira para a nacional (data da decretação). 
o Todas as dívidas que foram cotadas em moeda estrangeira deverão ser convertidas para a moeda nacional no dia da data da decretação.
III) Sujeição de Todos os Credores ao Juízo Falimentar: 
o Material: É absoluta em relação aos pagamentos, pois, o juiz falimentar é responsável por todos os pagamentos. É o único que efetua os pagamentos: Caixa Único.
o Processual: É relativa para o processamento, pois, o juiz da falência é um juízo universal e indivisível, salvo: Trabalhista, Fiscais, Falido seja Autor ou Litisconsórcio Ativo, Ações que Demandam Quantia Ilíquida.
o Obs: Decretação de falência não declina competência! 
IV) Decretação da Falência do Sócio de Responsabilidade Ilimitada (Art. 81).
o A falência da sociedade que tenha em seu quadro sócios de responsabilidade ilimitada ocasionará a falência deste também.
V) Propositura de Ação de Responsabilização Contra Sócios de Responsabilidade Limitada (Art. 82).
o Se os sócios respondem limitadamente, contra eles poderão ser propostas uma ação de responsabilização (o fato de um dos sócios terem praticado ato ilícito, por não terem supervisionado, poderá gera uma responsabilização dos sócios). Visa declarar os sócios responsáveis solidários pelas da sociedade.
o Regra que também vale para o dono da EIRELI. 
o É diferente da desconsideração da personalidade jurídica: que visa busca um bem de um dos sócios para satisfazer um credor em específico.
o Na ação de responsabilização visa buscar todosos bens dos sócios para satisfazer todas as obrigações da sociedade falida.
VI) Compensação das Obrigações do Falido Vencidas Antes da Decretação.
o Vencidas as obrigações antes da falência todo mundo para quem a massa deve entrará na fila para receber o crédito e, todo mundo que deve para a massa será cobrada.
VII) Suspensões das Ações de Execuções contra o Falido. 
o No caso de falência, todas as outras execuções que houver contra o falido serão suspensas até o encerramento deste processo. Quando decreta a falência, os outros processos serão suspensos, mas, ao substituir o empresário pela massa falida será nomeado um admistrador judicial (suspende as ações para que o falido seja substituído pelo admistrador judicial) de forma a fazer com que as outras ações de execuções volte a "correr" → Art. 76.
VIII) Suspensão do Direito de Retirada (de Recesso). 
o Direito de Retirada = ocorre quando o sócio vencido (aquele que não concorda com a decisão dos outros), não podendo continuar com a situação, terá o direito de sair da sociedade de forma a levar consigo o seu quinhão → É uma imposição a sua saída.
▪O direito de recesso cabe somente para as sociedades de pessoas. 
o Mesmo que um sócio tenha sido incidente em relação a decretação da maioria, se esta deliberação leva a empresa à falência, este que pediu a retirada, uma vez decretada a falência, terá o seu pedido de retirada suspensa (este sócio deverá se retirar da sociedade antes da decretação de falência ou não sairá mais).
IX) Suspensão da Cobrança dos Juros, salvo: 
o Das Debêntures: ocorre quando a S/A assume um débito perante ao mercado. 
o Das Obrigações com Garantia Real (se o valor do bem for suficiente). 
o Se Forem Quitadas Todas as Obrigações. 
o Obs: A correção monetária é devida na falência (pois, não é juros!) 
o Juros é a correção do valor da moeda. 
X) Suspensão do Inventário 
o Bens - Dívidas (serão apuradas na falência) = Partilhar o Saldo. 
XI) Suspensão da Prescrição: 
o A prescrição ocorre durante todo o processo de falência. 
o Somente irá contar o prazo prescricional quando a pessoa pode praticar o ato e não o pratica.​
Aula 15 
Efeitos Ex-nunc Quanto: 
Aos Contratos: são os efeitos nos contratos no estado em que ele se encontra no momento da decretação da falência.
o Unilaterais: apenas uma das partes assume uma prestação (ao decretar a falência, uma das partes já cumpriu com a obrigação).
▪Falido é Credor: cumpre-se a obrigação.
▪Falido é Devedor: não se cumpre a obrigação, salvo se autorizado pelo Comitê de Credores (tem o papel de fazer com que o contrato seja cumprido - Art. 118).
Diminuir o Passivo.
Evitar o Aumento do Passivo.
Preservar o ativo.
o Bilaterais: ambas as partes assumem uma prestação (quando decretada a falência, nenhuma das partes deu início ao cumprimento da obrigação). 
▪Dependem da Decisão do Administrador Judicial  - Pode ser interpelado, em até 90 dias da posse, para em 10 dias dizer se cumprirá o contrato: Art. 117.
Não ou Silêncio: cabe perdas e danos aos credores pelo não cumprimento do contrato (habilita-se na falência como credor quirografário).
▪Decorrem da Solução Legal: Art. 119 
I) Direito de Reter Mercadoria em Trânsito (Right of Stoppage in Transitu).
o Salvo: se a mercadoria já for revendida.
II) Compra e Venda de Coisa Composta 
o Coisa Composta = é aquela que somente se perfaz com a entrega de duas ou mais partes.
o O credor deve entregar à massa a totalidade dos bens de forma a habilitar o seu crédito a falência (não pode exigir a devolução de parte da coisa). Este credor somente poderá habilitar o crédito quando entregar o restante da coisa.
III) Coisa Vendida a Prestação.
o A massa retém os valores e o credor habilita-se (o credor não poderá completar o valor de exigir a entrega do bem).
o O credor não será quirografário, pois, retém-se dinheiro.
IV) Venda com Reserva de Domínio, Alienação Fiduciária e Leasing.
o São contratos que permitem ao credor a apreensão do bem.
o O administrador judicial entregará o bem a instituição financeira (tem o direito de apreender o bens e consolidar sua propriedade) em caso de ausência de pagamento.
o Se o bem não for entregue espontaneamente instituição financeira poderá exigir a restituição deste. 
V) Diferença do Preço de Coisa Vendida a Termo, salvo:
o Em Favor da Massa: o credor terá o direito de habilitar na falência o valor do bem comprado a termo mesmo que seu valor tenha sido reduzido.
o Contra a Massa: o credor terá o direito de habilitar na falência o valor referente ao aumento sofrido pelos bens comprados a termo.
VI) Promessa de Compra e Venda de Bem Imóvel.
o Não é atingida.
VII) Contrato de Locação
o Não é atingida (o inquilino continua pagando o aluguel ao falido). O contrato de locação não sofre com os efeitos da decretação de falência.
VIII) Garantia de Compensação à Instituição Financeira.
o O Banco tem prioridade no direito de se compensar.
IX) Bem Afetado Não Entra para a Massa Enquanto Não Cumprida a Destinação.
o Anticrese: ocorre  quando a pessoa entrega um bem imóvel como garantia a uma instituição e o direito de uso tem pagamento do aluguel (direito de uso para pagamento da dívida). 
X) Cessa o Contrato de Mandato.
XI) Cessa o Contrato de Comissão.
XII) Cessa o Mandato de Conta Corrente (bancária ou mercantil).
Aula 16
Falência 
O processo de falência busca formar a massa falida objetiva (bens) e a massa falida subjetiva (credores). O administrador judicial responsável pelo processo de falência tem o papel de identificar, arrecadar, avaliar todos os bens de forma a vender os bens para pagar os credores da massa (realiza-se uma busca qualificada dos bens).
Um bem afetado não irá compor a massa falida enquanto não for cumprida a afetação. Na afetação de bem ocorre a transferência de alguns poderes de domínio para outra pessoa (o direito não permite o desdobramento perpétuo do bem - seu limite ocorre com a morte do usuário).
Bens afetados não aderem à massa falida (objetivo)! Mas, quando este bem deixa de ser afetado ele poderá aderir à massa falida.
 
Massa Falida Subjetiva
A massa falida subjetiva é formada pelo Processo de Habilitação de Crédito: Arts. 7º ao 20º.
É um procedimento válido tanto para a recuperação judicial quanto para a falência (mas, apesar de serem o mesmo procedimento, os efeitos são diferentes).
Conceito: É o processo de verificação da existência, da legitimidade, do valor (quantidade) e da qualidadedo crédito que se queira fazer constar corretamente no Quadro Geral de Credores.
Existência: visa comprovar a origem.
o Quando ocorre a "quebra" da existência viola-se o princípio da autonomia.
o Quem quiser habilitar na falência deve apresentar a prova da obrigação e comprovar a origem.
o Na falência, a prova da existência está, necessariamente, vinculada a origem.
Legitimidade: saber se o crédito poderá ser cobrada da massa falida.
o Ex: obrigações gratuitas; devedor solidário.
Valor: quanto poderá ser habilitado. 
o Nem tudo que é valor devido será pago na falência (Ex: a massa falida não paga juros).
Qualidade: ocorre a classificação do crédito. 
o A qual categoria o crédito será habilitado?
 
Quadro Geral de Credores: Art. 83
1º) Credor de Acidente de Trabalho e Trabalhista (em até 150 salários mínimos).
2º) Credor com Garantia Real: receberá até o valor do bem garantidor. 
o Valor do Bem  = é aquele dado em leilão ou na avaliação.
3º) Credor Fiscal: as Fazendas Públicas não concorrem entre si (não há um rateio do crédito). Mas, em caso as Fazendas Públicas pertençam a mesma esfera, haverá o rateio de crédito.
o Ordem de Pagamento: 
▪União.
▪Estados.
▪Municípios.
4º) Credor com Privilégio Especial
o Os Micros empresários e pequenas empresas são abrangidos como credor especial.
5º) Credor com Privilégio Geral
6º) Credor sem Garantia: Quirografário.
o Vale para todos os credores que não se enquadram nas outras categorias - Papel Residual.o Aqui se enquadram os créditos trabalhistas superiores a 150 salários mínimos.
7º) Multas: Subquirografário.
o Todas as multas são pagas neste momento (sejam elas: administrativas, legais, contratuais, etc).
o Somente aqueles que cobram pela multa serão considerados subquirografário.
8º) Credor Subordinado 
o Está subordinado ao pagamento de todas as outras categorias.
o O credor subordinado não é um credor Subquirografário.
Obs: Antes do Credor Acidentado ou Trabalhista há outros credores que terão preferência no pagamento, os chamados Créditos Extraconcursais (são credores da massa, que surgem depois de decretada a falência - são credores diferentes dos falido).
Obs 2: Na Falência, o Quadro Geral de Credores tem por objetivo estabelecer quem são os credores, como irão receber e quando irão receber o crédito(estabelece a ordem de pagamento).
Obs 3:Na Recuperação, o Quadro Geral de Credores serve para saber quem terá legitimidade para compor a Assembleia Geral de Credores e em que categoria irá votar.
 
Processo de Habilitação de Crédito  
Publicado o Edital:
o Art. 99: Decreto de falência.
o Art. 52: Deferimento do processamento da Recuperação Judicial.
o Obs: Em ambos os casos, haverá a Relação de Credores presente no edital - 1º Relação de Credores.
▪Na falência, quem fornece a relação de credores será o próprio falido.
▪Na auto-falência: na petição inicial terá a relação de credores (o juiz irá intimar o falido para que, em 48 horas, apresente a relação de credores de forma a realizar a publicação do edital).
▪Quando não encontra o falido: o administrador judicial assumirá e irá realizar a relação de credores.
▪É crime falimentar sonegar as informações sobre a Relação de Credores.
o Prazo: Os credores terão 15 dias para apresentar a habilitação do crédito (serve para incluir crédito na relação) ou divergência(excluir credor, alterar o valor ou alterar a categoria do crédito). 
▪As divergências serão apresentadas direitamente ao administrador judicial (não há a necessidade de distribuição).
o Passado os 45 dias, o administrador judicial irá publicar a relação dos credores habilitados pelo edital (analisa todos os documentos, livros e escrituração do falido de forma a inserir no edital o dia, hora e o local nas quais os documentos ficarão à disposição do interessado) - 2º Relação de Credores (relação confirmada pelo administrador).
▪Não há como ajuizar uma habilitação neste momento, pois, não há litigiosidade. É necessário aguardar a Relação voluntária que será produzida pelo administrador judicial (não há interesse de agir, pois, não se sabe se terá uma 2º Relação de Credores).
▪Obs: A habilitação de crédito intempestiva seguirá o procedimento da impugnação - A perda do prazo resulta em habilitação retardatária.
Credor Retardatário:
Antes da Homologação do Quadro Geral de Credores: segue o rito da impugnação.
Após a Homologação do Quadro Geral de Credores: poderá se utilizar da Ação Ordinária de Retificação do Quadro Geral de Credores (inclui ou retira alguém do quadro).
o Publicado a 2º Relação de Credores haverá um prazo de 10 dias para impugnar.
▪Se ninguém impugnar: o juiz irá homologará 2º Relação de Credores como Quadro Geral de Credores sem nova publicação.
▪Se impugnar: Atua-se em separado por crédito impugnado.
Há três prazos consecutivos de 5 dias.
o 5 dias para Contestar.
o 5 dias para o Devedor e Comitê de Credores.
o 5 dias para o Parecer do Administrador Judicial.
▪Conclusos: 
1) Manda incluir as incontroversas.
2) Juiz julga as suficientemente demostradas.
3) Sanear o feito e Determina Instrução - Instrução - Juiz decide (Sentença).
Obs: Nos três casos, é possível ocorrer o agravo.
▪Transitado em Julgado, o Administrador Judicial consolida o Quadro Geral de Credores.
▪Juiz homologa o Quadro Geral de Credores.
Poderá ocorrer o Agravo.
Obs: O credor fiscal não precisa se habilitar a falência, ou seja, o credor fiscal não precisa passar pelo processo de verificação (adentra ao Quadro Geral de Credores de forma direta).
 
Aula 17
Habilitação Retardatária: Consequências 
O credor retardatário é aquele que perdeu o prazo de 15 dias para habilitar o crédito, mas, que ao se habilitar num prazo posterior, deverá ocorrer uma apreciação judicial do seu pedido.
1) Pagamento de Custas.
2) Perde o Direito de Votar na Assembleia Geral de Credores até a Inclusão no Quadro Geral de Credores, salvo: Credor Trabalhista na Deliberação sobre o Plano de Recuperação Judicial.
o Regra: O voto da deliberação é proporcional ao crédito.
o Exceção: O credor trabalhista, ao votar em uma Assembleia Fragmentada, terá o seu voto contado por per capita.
3) Perde o Direito aos Rateios Anteriores.
o Somente ocorrerá o rateio se não houver dinheiro suficiente para pagar toda a categoria (não há rateio entre credores de categorias diferente).
o Credor Concorrente = aquele que participa do rateio.
4) Deve Requerer Reserva de Valor.
o Visa garantir a ordem de pagamento.
5) Perda as Correções do Crédito desde o Fim do Prazo de Habilitação até o Ajuizamento.
o Não receberá os juros correspondente ao período da retardação.
 
Órgãos da Falência e Recuperação Judicial Facultativos 
1) Assembléia Geral de Credores: somente formará esta Assembleia de alguém apresentar objeção.
o Composição: Art. 41.
▪I) Credor de Acidente de Trabalho ou Credor Trabalhista.
O voto será per capita.
O credor retardatário não vota na Assembleia Geral de Credores, salvo, se ele trabalhista quanto deliberação que aprecia a recuperação judicial.
▪II) Credor com Garantia Real.
▪III) Credor com Privilégio Especial, Credor com Privilégio Geral, Credor sem Garantia, Credor Subordinado.
▪IV) Credor de Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte.
▪Obs: permite os devedor a negociar com os credores.
o Atribuições: Art. 35.
▪Apreciação do Plano de Recuperação Judicial (é a decisão do rumo da falência/recuperação).
A Assembleia atua como juiz da causa.
Assembleia é Fragmentada.
A Assembleia terá um poder soberano.
▪Aprovação de Forma Alternativa de Alienação do Ativo na Falência (Art. 145) 
A Assembléia é Fragmentada.
A Assembleia terá um poder soberano.
o Deliberações:
▪Plenária: todos os credores irão votar de forma proporcional ao crédito.
▪Fragmentada: a Assembleia é divida em categorias de credores (a deliberação deve ser aprovada em cada uma das 4 categorias).
2) Comitê de Credores:
o Composição: Art. 26.
▪Até 4 Titulares + 8 Suplentes (1 titular e 2 suplentes para cada categoria)
▪I) Credor de Acidente de Trabalho ou Credor Trabalhista.
O voto será per capita no caso de Recuperação Judiciária.
▪II) Credor com Garantia Real e Credor com Privilégio Especial.
▪III) Credor com Privilégio Geral, Credor sem Garantia.
▪IV) Credor de Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte.
o Atribuições: Art. 27.
▪Fiscalizatórias.
▪Administrativas (auxilia; não tem a função de liderar).
Ex: Contrato Unilateral autorizado pelo Administrador Judicial.
▪Obs: Os membros do Comitê de Credores não recebem Remuneração.
o Suprimento do Comitê: haverá uma substituição 
▪Pelo Administrador Judicial ou;
▪Pelo Juiz (em caso de incompatibilidade com as atribuições do administrador judicial - Ex: Contratos Unilaterais).
3) Gestor Judicial:
o Substituto do Devedor Empresário em Recuperação Judicial que Foi Afastado na Forma do Art. 64.
o Escolhido pela Assembleia Geral de Credores (e não pelo administrador judicial).
o Obs: Entre a data do afastamento do devedor empresário que administra a empresa e a posse do gestor, a empresa será administrada pelo administrador judicial.
 
Aula 18
Órgão da Falência/Recuperação Judicial Obrigatórios:
1) Juiz:
o O juiz é o responsável por dar uma resposta jurisdicional. Ao obter uma resposta jurisdicional, o juiz visa eliminar o litígio para estabelecer uma paz social. Mas, para obter este resultado, o juiz sempre irá julgar na medida estabelecida

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