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202 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS DIAS DE GESTAÇÃO 40 CABEÇA PATAS Orelhasrudimentares Codilho e patela Pálpebras Narinasexternas 45 55 Dobratriangulardasorelhas, Jarretee bolero pálpebrasfechadasexcetopor 1mmde abertura 60 Pálpebrasfechadasou quase Solae ranilha fechadas,aberturadasnarinas de 1 X 0,5mm ÓRGÃOS REPRODUTlVOS Inicia-sea migraçãodo tubérculogenital Pode-sedeterminaro sexo Vulva ou pênisproeminente Papilasmamárias(pontoscom0,25mm) 80 Pontadosombrose quadril Papilasmamáriassãobotõescrescidos Escroto;protuberânciapálida,2 cmatrásdo umbigo 100 Orelhascom 1cmdecompri- Cascos:amareloclaro,cresci- mentoe enroladasparafrente mentodo bordocoronário e parabaixo Clitóris seposicionana posiçãopós-natal Olhos abaulados 120 150 Castanhas,5mm 180 210 Lábiosvulvaresseencontramna comissura ventral Prepúciopenduloso Mama comformatoglandularna fêmea Gubernáculoé palpávelno escroto Elevaçãodaglândulamamáriana fêmea Elevaçãodaglândulamamáriana fêmea DadosdeGinther OJ. Reproductivebio\ogyof the mare:basicand appliedaspects.1.ed.Cross P\ains,Wisconsin: Equiservices,1979;Ginther OJ. \ntrauterinemovementof theearlyconceptusin barrenandpostpartummares.Theriogeno\ogy1984;21:633-644. perspectivaé queo feto em desvantagemmorradurantea segundametadedagestação,dandoinício ao aboÚamento. Gêmeosidênticos(monozigóticos)sãoferramentasvaliosas paraa pesquisaem váriostipos de investigaçãobiológica. Enquantogêmeosinonozigóticosocorremnaturalmenteem bovinos,ovinosenamulher,mesmoquecombaixafreqüên- cia, até a presentedata ainda não foram reportadosem eqüídeos.A taxadeconcepçãodegêmeosdizigóticosespon- tâneosfoi de2% em2.673éguaspuro-sangueinglês. Emfunçãodaelevadataxadeabortamentoe datendên- ciaemhaverumcomprometimentono desenvolvimentopós- nataldospoucospotrosgêmeosquesobrevivem,a gestação gemelaré indesejada.Portanto,amaioriadosgêmeosconcebi- dosédeliberadamenteabortadano iníciodagestaçãoeaégua é cobertanovamentena tentativadehavera gestaçãodeum potroduranteamesmaestaçãodemonta.Na maioriadasges- taçõesgemelaresdizigóticas,ocorrea invaginaçãodosalanto- córiOtlsadjacentes.Grupossangüíneosidênticossãoencon- tradosempotrosgêmeos,indicandoqutmerismoeanastomo- semicroe macroscópicaentreoscórions.Nascimentospre- maturossãofreqüentesem gestaçõesgemelarese apenasa metadedospotrossobrevive.Por representarperdasperina- tais e pós-natais,alémda baixaviabilidadee performance atlética dos gêmeos,a gestaçãogemelarnão é desejada. Emboraataxadeconcepçãonãodiminuaseaégualevaruma gestaçãogemelara termo,eladiminuiapóso abortamento. Função Ovariana A funçãoovarianapodeserdivididaem4 estágiosdis- tintos: 1. Duranteo início dagestação,umúnicocorpolúteover- dadeiroestá presente;acreditava-seque ele regredia aproximadamenteno 40Qdia degestação,masdeacor- do comobservaçõesposteriores(15), o corpolúteopri- máriopersistealémdessedia. 2. Ocorreatividadeovarianaentreosdias40 e 150dages- tação.De 10a 15folículos(maioresque1cmdediâme- tro) sãoluteinizadosparaformaroscorposlúteosaces- sórios.A recenterecuperaçãode óvulos no oviduto sugerequeestesfolículosovulame osóvulospermane- cem infertilizados no oviduto por vários meses. Normalmente,cadaováriopossuide3 a 5 corposlúteos acessórios. 3. Do quintoaosétimomês,apesardeo corpolúteoprimá- rio, o secundárioeosfolículosgrandesregrediremcom- pletamente,a éguanão mostrasinaisde cio emfunção da elevadasecreçãoplacentáriade progesteronaaté o finaldagestação.. 4. Do sétimomêsemdiantehásomentevestígiosdocorpo lúteoe pequenosfolículos,porém,duranteasduasúlti- massemanasda gestação,a atividadefolicularcomeça empreparaçãoparao cio pós-parto(cio dopotro). CAPÍTULO 14: EQÜINOS 203 Tanto o corpo lúteoprimárioquantoo secundárioe a placentacontribuemparao montantetotaldeprogesterona duranteagestação.A concentraçãodeprogesteronaluteíni- ca na circulaçãoperiféricaestáestreitamenterelacionada comasmodificaçõesmorfológicasdo corpolúteo.A obser- vaçãode diferençase similaridadesentreéguasgestantese histerectomizadassugeriuqueemboraa PMSG pareçanão estimularo desenvolvimentofolicular,ela prolongaa vida útil do corpolúteoprimário,alémde estimularsuaativida- desecretorae induziraovulaçãoe/oua luteinizaçãodosfolí- culossecundáriosna éguagestante(23).A ovariectomia,se feitaapóso 70Qdia degestação,não provocaabortamento. Placenta A placentadaéguaéclassificadacomodifusa,micro- cotiledonáriaeepiteliocorial(Tab.14-7eFigs.14-3e 14- 4). A superfícieexternadocórionéquasetodasalpicada \ EMBRIOLOGIA PLACENTAÇÃO Fertilização o espermatozóidepenetranooócitode10 a 12horasapósaovulação Dia 11:blastoceleenvolvidapor célulasdo endoderma Clivagem A primeiraclivagemaconteceapós24horas Dia 16:a vesículado sacovitelínico Clivagenssubseqüentes:3 blastômeros/dia permaneceesféricaatéo início da implantação Transportedo embrião Dia 5: a maioriaé mórulano oviduto Dia 6: mórula/blastocistoprimário Dia 22:o sacoalantóideemergedo embriãoparasetornardominantesobre o sacovitelínico A zonapelúcidasedesprende,expondo umanovacamadainterna,a "cápsula" quepermaneceráporpoucassemanas comoum revestimentoexterno Dia 38:ascélulasfetaisdacintura coriônica,umafaixadetecidoque circundao concepto,invademo endométrioparaformarascélulas produtorasdeeCG doscálices endometriais Rompimentodo blastocisto Dias40-150:a placentadifusaseajustaaos microcotilédonescorrespondendoaos microcarúnculos 7-8 meses:asgônadasfetaisestão anormalmentegrandes,excedendoo tamanhodasgônadasmaternas,em decorrênciado desenvolvimentodas célulasintersticiais,semelhantes histologicamenteàscélulasluteínicas Dias50-95:o sistema-portahipotalâmico- hipofisáriodo fetosedesenvolve DadosdeGinther OJ. Folliculogenesisduringthe transitionalperiodandearlyovulatoryseasonin mares.J ReprodFert1990;90:311-320;GintherOJ. Prolongedlutealactivity in mares- a semanticquagmire.EquineVet J 1990;22:152-156;GintherOJ. ReproductiveBiologyoftheMare.CrossPlains, Wisconsin:Equiservices,1992;CaseyPL, Wiemer KE, DeVore DC, YoungsCR, Godke RA. The useof computerizedimageanalysisto evaluatethe growthand developmentof equineembryosin vitro.Theriogenology1988;29(Abstracr):233;BurnsSJ, Irvine CHG, Amoss MS. Fertility of prosta- glandin-induced oestrus compares to normal post-partum oestrus. J Reprod Fert 1979;27 :245- 250; Busch W, Apel M, Schutzler H. Comparison of tech- niquesfrominducingabortionandtreatingendometriosisin mares.Mh Vet-Med 1989;44:134-137;ButterÍíeldRM, MatthewsRG. Ovulation andthe movement of the conceptus in the first 35 days of pregnancy in Thoroughbred mares. J Reprod Fert 1979;27(Suppl):447-452. 204 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS FIGURA 14-3. (A) Embriãode 13diascom16mmdediâmetro.A cápsulaé facilmentevisívelseparadado trofoblastoporumespaçorepletodelíquido.O discoembrionárioestánaposiçãocentralcomformatoligei- ramenteelípticocom eixosde 1,24e 1,66mm.Aproximadamentemetadedo eixo do comprimentodo discoembrionárioé ocupadopelamedulaprimitiva.O halo quecircundao discoé criadopelomesoderma extra-embrionárioemdesenvolvimento.(B) Embriãode 20diascom66por 58 mm.A inspeçãocuidado- sarevelaqueacápsulaaindaestápresente.Osvasosdosacovitelínicoestãobemdesenvolvidoseo sinus terminalé bemvisível.O sinusterminalmarcao limite de umabandaopacaqueseestendedesdeo sinus atéo póloembrionário.Existeumaexpansãonaporçãofinal do embrião,quepodesero primórdiodo alan- tóide.(C) Embriãocom24 dias,vistono pólo mesometrial.Sobreumasuperfícieplana,possuiaproxima- damente80mmdediâmetro,quepodeserumpoucomenorno útero,ondeelepermanececomoumaesfe- ramaisperfeita.O sinusterminalaindaévisívelcomoumaalçaquecircundaa áreaovalbilaminardaonfa- lopleurano centro.Forado sinusterminalhá umazonadecoloraçãocreme,provavelmenteassociadacom a onfalopleuratrilaminar.Todo o sacovitelínicoestácircundadopelapálidacinturacoriônica,quefica no meio,entreo póloembrionárioeo pólo equatorialdo concepto.(D) Vista lateraldo mesmoembriãomos- tradoemC. A partesuperioré afacemesometrial.O sinusterminaleosoutrosdelicadosvasosdosacovite- línico podemservistosno pólomesometrial,facilmentereconhecidopelacoloraçãoamareladadofluidodo sacovitelínico.A redevascularmaisabertado alantóideestávisívelsobreo remanescentedasuperfície.A cinturacoriônicapodeserdiferenciadaimediatamenteabaixodajunçãoentreo sacoalantóidee o vitelí- nico.O embriãopropriamentedito podeservistoentreo sacovitelínicoe a cavidadealantóica.Suaslinhas sãoindistintas,maso "botão"domembrodianteiroesquerdopodeservisto claramenteseprojetandoem direçãoà câmera.(De Flood PE Fertilization,Early Developmentand theEstablishmentof the Placenta. EquineReproduction1992;56:472-485.) comtufosde ramificaçõesde vilas queentramnascorres- pondentesinvaginaçõesdo endométrioparaformarpeque- nas estruturasglobulares,conhecidascomo microcotilédo- nes.Como estruturasdistintasdaplacentaeqüinamadura, osmicrocotilédonessãocompletamenteformadosno quin- to mêsdegestação.As dobrasprimáriasdo trofoblastosão elaboradamentesubdivididascom a progressãoda gesta- ção.Estasmodificaçõessãoreflexosdasestruturasdascrip- tas maternasque recebemos vilos fetais.Dentro de cada microcotilédone,osepitélioscoriônico e uterinoestãoem contatoíntimo e a junçãodo microvilo é formadaentreos limitesmaterno-fetais. Mesodermaem desenvolvimento Dia 14 -Saco vitelínico A - Ectoderma Endoderma Mesoderma Cintura alanto- coriônica Placentado sacovitelínico B Sinus terminal FIGURA 14-4.(A) Concepto eqüinocom 2 semanasdegestação (16mmdediâmetro),é esféricoe estálocalizadono corpouteri- no. O conceptonão estápresonasualocalizaçãoeventualnapor- ção caudaldo corno uterino. O tecido mesodérmicocrescedo discoembrionárioparaa áreaentreo trofoblasto(deorigemecto- dérmica)e o endodermado sacovitelínico. O mesodermadáori- gemao mesênquimade sustentaçãoou aos vasossangüíneosdo tecidoconjuntivo. Algumas ilhas vascularesrudimentaresjá são visíveishistologicamente.(De Ginther OJ. ReproductiveBiology of the Mare: Basic and Applied Aspects, 1. ed. Cross Plains, Wisconsin: Equiservices,1979.) (B) Concepto eqüino com 7 semanasde gestação,do tamanhode uma laranja.As célulasem torno da cintura alantocoriônica se desprendeme invadem o endométrio,formandoos cálicesendometriais.(De Short V. In: Austin CR, Short V, eds.Reproductionin Mammals.Cambridge: CambridgeUniversity Press,1972.) MecanismosdeDefesaUterina Após a coberturaou a inseminaçãodaégua,ocorreum processoinfecciosoe inflamatóriotransitório.Éguasnor- maiseliminamrapidamenteasbactériase componentesque CAPÍTULO 14: EQÜINOS 205 provocama inflamação,enquantoalgumasoutrasnão con- seguemfazero mesmo.As diferençasentreessesdoistipos de éguaspodemserexplicadaspor fatoresrelacionadosao clareamentouterino, à dilataçãocervical, à atividadedo miométrioe à drenagemlinfática(24). A inflamaçãorelacionadacoma reproduçãoé induzida inicialmentepelosespermatozóidese nãopor bactérias.Em éguasnormais,a quantidadede bactériasdepoisda insemi- nação é relativamentebaixa e rapidamenteeliminada. Entretanto,a intensidadeda inflamaçãodependeda con- centraçãodosêmen:sêmencongeladoefrescocentrifugado causainflamaçãomaisintensa(24). O mecanismodedefe- sadoúterocontrainvasoresexternosenvolveumainteração complexaentrediferenteselementos:pneumovagina,reten- çãodeurinae incompetênciacervical. BARREIRAPLACENTÁRIA.A passagemdegases,nutrien- tes,íonse hormôniosatravésdabarreiraplacentáriaé con- troladapor: 1.Mecanismos relacionados com a difusão atravésdo teci- do placentário:permeabilidade,distânciade difusão, ,áreade superfícietotal e gradientede concentração entreosvasosmaternose fetais(Figs.14-5e 14-6). 2. Taxasdesuprimentoeremoçãoemcadaladodaplacen- ta, presençaou ausênciade áreasde trocasespecializa- das,direçãodofluxosangüíneonessasáreaseexistência dedesviosou fluxosdesiguais. 3. Mecanismosespecializadosenvolvidosno transportede substânciase,no casodooxigênio,diferençadeafinida- dee dacapacidadedetransportedeO2 dahemoglobina entreo fetoe a égua(25). O corpo lúteoprimárioquesedesenvolveno local da ovulaçãofértil regrideem torno de 160dias de gestação, sendosubstituídopelos corposlúteossecundários.Corpos lúteosprimários,secundáriose placentacontribuemparao totaldeprogesteronaduranteagestação.A concentraçãode progesteronadeorigemluteínicano plasmaperiféricocircu- lanteestáintimamentecorrelacionadacomasmodificações morfológicasdo corpolúteo. Perfil Endócrino A concentraçãoplasmáticade progestágenosdeclina no meio da gestaçãoe permanecebaixa até poucosdias antesdo parto,quandovolta a aumentar.Durantea gesta- ção ocorremdois picos de progestágenosplasmáticos.O primeiro,duranteo terceiromês,coincidecomaltosníveis dePMSG e provavelmenteéproduzidopeloscálicesendo- metriaisou peloscorposlúteosacessórios.O segundopico ocorreno 11Q mêse provavelmenterepresentaa secreção de progestágenospelaplacenta. Os cálicesendometriais,presentesdesdeo segundoaté o quartomêsde gestação,são as fontesda gonadotrofina PMSG, quecirculano sanguematernoentreos dias40 e 130dagestação.Emfunçãodisso,osováriossãoestimulados a formarfolículosovarianos,muitosdosquaisovulamefor- mamcorposlúteosacessórios,enquantoqueoutrosluteini- 206 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS A st c Intestino B Dia21 Ectoderma 181 Saco vitelínico ..... Endoderma --: Cavidade amniótica Mesoderma j:):i~"Saco alantóide D-Saco vitelínico -=-Ectoderma == Cavidadeamniótica Endoderma Saco alantóide Mesoderma FIGURA 14-5. (A e B) Conceptoesféricodeumapôneifêmea:e,embrião;vascularizaçãodo sacoyitelíni- co - vv, veia vitelínica; va, artéria vitelínica; st, sinusterminal; a proeminente veia coletora que circunda a vesícula. A vesícula, quando submersa, possui 2,6 em de diâmetro e, após a remoção do fluido onde estava submersa, fica ligeiramente achatada, apresentando um diâmetro de 3,5 em. Note a repleção da cavidade amniótica e a emergência do alantóide a partir do intestino. O alantóide cresce para dentro do exoceloma, entre a somatopleura e a esplancnopleura. (C e D). A vesícula exposta é vista a partir do pólo embrionário. O ponto escuro no centro da vesícula é o embrião. O alantocório apresenta vasosproeminentes. O sinus ter- minal ainda está proeminente. A cintura coriônica está localizada no córion (seta), entre o alantóide (direi- ta) e o saco vitelínico (esquerda).O mesodermapermanece avascular.O alantóide continua a crescer e o saco vitelínico regride porque fica preso na onfalopleura bilaminar. (De Nishikawa Y, dados não publicados.) zam-sesem ovular. Os corpos lúteos acessóriospersistematé aproximadamente 180 dias e, então, degeneram (Fig. 14-7). Vários fatores influenciam os níveis de PMSG: estação do ano, paridade, tamanho da égua e genótipo fetal. Uma grande concentração de PMSG pode ser observadano soro de éguascom fetos gêmeos se um grupo de cálices endome- triais se desenvolver em cada corno uterino. O genótipo fetal tem grande efeito na concentração de PMSG da égua. O soro de éguas cobertas por jumento tem aproximadamente 10% da quantidade de PMSG das éguas cobertas por garanhão. Parece que o alantocórion pode fornecer um estímulo, possivelmente de natureza química, que regula a atividade secretora dos cálices endometriais. CAPÍTULO 14: EQÜINOS 207 CONCEPTO E ÚTERO Cinturacoriônica Endométrio corte transversal ----- ---.-..--..--..-. Mesodermavascular Trofoblasto Epitéliouterino Mesodermaavascular Cinturacoriônica Estromaendometrial Miométrio Dia 34 (gonadotrofina coriônica eqüina) Complexoprincipalde histocompatibilidadetipo I (MHCI) I Fator transformador de crescimento ~(TGF~) Membrana basal - Célulaepitelial Céluladacintura Metaloproteinaseda matriz Ligação ! . . . . . . I .Fator de crescimento semelhante à insulina 11 (lGF 11) Célulaepitelial TGFB 'VV\.mANA '.' Célulada cintura MHCI Célulaepitelial Invasãodo epitélio Dia 36 Miométrio / ,Endométrio Epitélio Trofoblasto Saco alantóide Linfócito Célulasdo cálice Uninucleada Membranabasal ~ .! . . . I . I . . . Estroma / ~ ~ Dia 45 Invasãodo estroma Envolvimento do epitélio Dia 38 FIGURA 14-6. Embriogênese/placentaçãono eqüinode34 a 45diasdegestação,mostrandoparâme- trosmoleculares/fisioanatômicosda interaçãoconcepto/útero,ligação/invasãodo epitélioatravésdas metaloproteinasesda matriz,envolvimenrodo epitélio, invasãodo estromae maturaçãodoscálices endometriais.(Dadose diagramasdeDr. Vagonue ProfessorOJ Ginther, V.M.D., Ph.D.) 208 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS Miométrio Endométrio Epitélio .Trofoblasto Saco alantóide Linfócitos Intercelular .,/ Intracelular..-' , ~~:i:::~Ç~" Vacúolo INíCIO DA DEGENERAÇÃO Dia 80 n ::).. Inibição antes da degeneraçã ~O?OO O lot"'i~oa-2( O (Citotoxicidade8 O Co~versãoemcelulasLAK Células CélulasLAK T ouN LAK = killer linfocina-ativados NK = natural killer T = linfócitos T FIGURA 14,7. Representaçãoesquemáticamostrandoo início dadegeneraçãodoscálicesendometriais.O processode degeneraçãoestáassociadoa umadramáticareaçãoleucocitáriamaternaaoscálicesendometriais.Existemproposições sobrea participaçãodosleucócitoscitotóxicosmaternosna regulaçãodo desenvolvimentoplacentárioemváriasespé- ciesdevidoasuahabilidadeemreconhecere destruirascélulasnegativasaocomplexoprincipaldehistocompatibilida- detipo I, comoascélulasdoscálicesendometriais.Os leucócitoscitotóxicospodemserderivadosdosNaturalKiller (NK) ou dapopulaçãode linfócitos-T e ativadospelacitocina interleucina-2,levandoà formaçãode célulasdedefesalinfo- cina-ativadas.Em meiodecultura,ascélulasda cinturacoriônicasãosusceptíveisà citotoxicidadedascélulasde defe- salinfocina-ativadas.A figuramostrao potencialda interaçãoplacento-maternalna regulaçãoda interaçãodascélulas dedefesalinfocina-ativadascomascélulasdoscálicesendometriais.(Dadose diagramaspor Dr. Vagonue ProfessorOJ Ginther,V.M.D., Ph.D. Professorof VeterinaryScience,Departmentof VeterinaryScience,University of Wisconsin- Madison,Madison,Wisconsin53706.ReproductiveBiologyof theMare, BasicandApplied Aspects,1990.Distribuído porEquiservices,4343GarfootRoad,CrossPlains,Wisconsin53528,USA. Tel ou fax:608-798-4910.) PARTO o partonormalmenteaconteceentreo crepúsculoe a aurora,indicandoqueelepodeserinfluenciadopelofotope- ríodoe pelosilêncionosestábulos.Na Inglaterra,86% dos partosacontecementre19h e 7h, sendoa incidênciamáxi- maentre22h e 23h (Tabs.14-8e 14-9). A iminênciadopartoé evidenciadapelograudehiper- trofiamamária,pelasecreçãodo cerumedastetase, possi- velmente,pelasecreçãodeleitedo úbere.A melhorindica- çãodo iníciodoprimeiroestágiodopartosãoasmanchasde suorqueseobservaatrásdoscodilhose nosflancos. Parto Induzido o partopodeserinduzidoporváriasdosesdeestrógeno, prostaglandinasPGF2ae ocitocina.O aumentoda dosede ocitocinainterferetantono momentodeaparecimentoeno graude expressãodosprincipaissinaisclínicos quantono tempoparacompletaro partoeparaexpulsaraplacenta.Em éguascom criasgrandes,o partopodeser induzidocom a administraçãodiáriade 100mgdedexametasonapor4 dias. O atrasono partoresultantede atoniauterina,a gesta- ção prolongada,a prevençãode lesõesno parto,ascólicas pré-parto,a iminênciade rupturado rendãopré-púbicoe a obtençãode potrosprivadosde colostroparapesquisasão motivosquelevamà induçãodo parto. Cio Pós-parto (Cio doPotro) Normalmentede 5 a 15diasapóso nascimentoocorre o cio pós-parto.Algumaséguas,entretanto,podemapresen- taro cio até45diasapóso parto,sendoqueessecio podeser precedidoporumaovulaçãosilenciosa.A produçãode leite podeafetaro intervaloentreo cio pós-partoe o cio subse- qüente.A coberturano cio pós-partopodecausarelevação na porcentagemde abortamento,distocia, natimortose retençãode placenta.Esseseventospodem ocorrer pela introduçãodebactériasno úteroantesdeleestarcompleta- mente involuído e ainda com poucacontratilidade.Após umpartonormal,a involuçãouterinaé rápida.A regressão emtamanhodeveestarpraticamentecompletano primeiro dia do cio do potro (Tab.14-8). CAPÍTULO 14: EQÜINOS 209 Podemseravaliadospor testesparacálcio/magnésionassecreçõesmamáriasatravésde fitasde testedesenvolvidasparamedirmineraisna água.De 80 a 90% dospartos ocorremà noite Estágio1:rupturado alantocórion Estágio2: expulsãodo potro Estágio3: expulsãodosanexosembrionáriosemumahora Em 75 a 85% dospartos,o alantocórionnormalmenteé eliminadojunto. a.Glândula adrenaldo feto:osníveisdecortisolestãomaiselevadosna artériaquena veiaumbilical. SINAIS DE PARTO IMINENTE ESTÁGIOS DO TRABALHO DE PARTO ENDOCRINOLOGIA DO PARTO b. PGFZa:estimulaa concentraçãodo miométrio. Os níveisabruptamenteaumentados poucoantesdo partoe nosdiasseguintes. c. Estrógenose progestágenos:duranteasúltimas2 semanasde gestação,osníveisde estrógenosdiminuem,e osdeprogestágenosaumentam;no parto,ambosdiminuem rapidamente;duranteo últimodia, osníveisdeprogestágenosdeclinamenquantoos deestrógenosnão, aumentandoa relaçãoestrógeno:progestágeno. d. O partoé induzidoemumahorapordosesmaciçasdedexametasonaou por ocitocinaexógena. Ocorrena maioriadaségua~de8 a 11diasapóso parto,deacordocoma estaçãodo ano.Algumaséguasnão apresentamovulaçãopós-partoou entramemumperíodode inatividadeovarianaapósa primeiraovulação.De 2 a 5 diasantesdo partoocorre umaondadeFSH queatingeo pico umpoucoantesou no dia do parto,participando no desenvolvimentofolicularpós-parto. A primeiraovulaçãodepotrasnascidasna primaverae comboacondiçãocorporal ocorrena primaverasubseqüente,no mesmoperíododaprimeiraovulaçãodos adultosna estação;o períododaprimeiraestaçãodemonta(intervaloentrea primeira/últimaovulação)é maiornosadultos. lnvoluçãouterinapós-parto: dia 15:não sedetectafluido luminal dia 23:oscornosuterinossãodetamanhosemelhante OVULAÇÃO PÓS-PARTO Dadoscompiladose adaptadosdeGinthet OJ. ReptOductiveBiologyaí the Mate. CtOSSPlains, Wisconsin: Equiservices,1992;Cox JE. Urine tests for pregnancyin the mare.Vet Rec 1971;89;606;Bain AM, Howey WP. Observarionson the timeof foaling in ThotOughbredmaresin Australia.J ReptOdFert 1975;23(Suppl):545-546;Allen WR, Kydd J, VolsenSG, Antczak DF. Equineendometrialcups:maternaluterineresponsesfollowing extraspecificembryotransferbetweenhorsesand donkeys.J Anat 1986;146:9;AllenWE, Kessy,BM, NoakesDE.Evaluationofuterinetubefunc- tion in ponymares.Vet Rec 1979;105:364-366. HÍBRIDOS EQÜINOS Existemvárioshíbridoseqüinos: Cavalo (garanhão)X jumento (jumenta) = bardo- to/bardota* Jumento(jumento)X cavalo(égua)=burro/mula ZebraX jumento(jumenta)=zebronkey ZebraX cavalo(égua)=zebrorse Os híbridosdeambosossexossãoinférteisporpossuírem umnúmerointermediáriodecromossomosentreosdospais, umavezqueeqüinos,jumentosezebraspossuemnúmerodife- rentede cromossomos.As célulasgerminativasdoshíbridos sãooriginadasdamitose,porém,comoo pareamentodecro- * Termo sujeito a variação regional (N. da T.). mossomoshomólogosé impossívelem funçãodo número ímpardecromossomos,elasficambloqueadasnameiose(26). FALHAS REPRODUTIVAS EM ÉGUAS As porcentagensde concepçãoe parto variammuito. Empoucosharasdecriaçãodepôneisa taxadeconcepçãoe partochegaa 100%.Na maioria,a taxade partoé muito menorquea deconcepção.Emgeral,a taxadeconcepçãoé influenciadapelaraça,nutrição,práticasdemanejoe idade da égua.Por exemplo,a taxa de concepçãoda primeira montaé menornos puros-sanguesinglesesquena maioria das outrasraças.A taxa de concepçãodas éguasparidas cobertasno cio do potro é menorquea dascobertasapós esseperíodo.A taxadeprenhez,aperdadegestaçãoeasges- taçõesgemelaresestãoresumidasna Tabela14-9. 210 PARTE 1II: CICLOS REPRODUTIVOS r TAXA DE PRENHEZ (%)MORTE EMBRIONÁRIA (%) GESTAÇÃO GEMELAR Taxadefertilização:90-95%eméguasnormais Taxadegestação:55% porcio, considerando-setodasaséguas 78-85%paraaséguasreprodutivamentesaudáveis 78-85%:taxadepotrosvivosconsiderando-setodasaséguas/estaçãoreprodutiva Taxasreduzidasdeprenhez: 18-22%parao primeirocio pós-parto 45-55%paraéguascomendometrite 45-55%paraéguascom idadeavançada Coberturasno primeirocio pós-partopodemaumentara taxademorteembrionáriae/oufeta!. Cistosuterinosgrandes(maisfreqüenteseméguasvelhas)estãoassociadoscommorteembrioná- ria, masnão necessariamentecommortefetaleméguassubférteis: 1a 10dias:40-55% 20-50dias:perdasmínimas >60 dias:semperdas Defeitosmorfológicose diminuiçãodo tamanhodeembriõesaumentamentreosdias6 e 10em éguassubférteis,causandoalta taxadeperdaembrionáriamesmoquandotransferidospara receptoras. A taxademorteembrionáriaemfazendasé de4 a 10%paraa últimametadedo estágioembrioná- rio (de 20 a 40 dias)e de 10-15%parao estágiofeta!. Existeum indicadorconfiáveldeendometritee infertilidade:a detecçãoultra-sonográficado acú- mulodefluido intra-uterino. Pseudociese:morteembrionáriaseguidaporpersistênciada atividadeluteínicae turgidezuterina: quantidadesinadequadasdeprogesteronaduranteo estágiofetalestãoassociadascomperdas menoresentreosdias10-20e o estresseseverotambémpodereduzirosprogestágenosa níveis perigososdurantea gestação. Piometraou endometriteseverae crônica,associadascoma deficiênciadascélulassecretorasde PGFz<y/atividadeluteínica.Liberaçãodequantidadesluteolíticasde PGFz<Ypelo endométrioati- vadoporendometrite. Insuficiêncialuteínicanãoprovocaa morteembrionáriaantesdo dia 20,excetoeméguasinduzi- dasa ovularna estaçãoanovulatória. A maioriadosgêmeoseqüinosresultadeovulaçõesduplas;a fixaçãounilateralocorreemvários casosdeparesdegêmeos. A diferençadetamanhoentreosgêmeosfavorecea fixaçãounilaterale a rápidareduçãoembrio- nária. o tempo,a incidênciae a velocidadedareduçãoembrionáriadependemda proporçãodavascula- rizaçãodaparededeumavesículaemcontatocom a parededavesículaoposta. A correçãomanualde embriõesgêmeos,por rupturatransretal,temsidosubstituídapelatentativa depreveniro desenvolvimentogemelar. Os gêmeosintactosno estágiofetal,semreduçãofetal,podemevoluirparaabortamentoou nasci- mentodegêmeosviáveis. Adaptadode Ginther OJ. Using a twinning treefor designingtwin-preventionprograms.J EquineVet Sei 1988;8:101-107;Ginther OJ. Reproductivebiologyof the mare:basicand appliedaspects.CrossPlains, Wisconsin: Equiservices,1990. Irregularidadesdo Cio Anestro Existemtrêstiposdeanestro: As irregularidadesno ciclo estralestãoassociadascom mudançassazonaisno fotoperíodo,nutriçãoe clima.As varia- çõesno padrãocíclicodecomportamentoincluemduraçãodo cicloecomportamentodecio,falhanaovulaçãoenodesenvol- vimentofoliculareprolongamentoespontâneodaatividadedo corpolúteo.Tambémnãoéincomumobservar"ovulaçãosilen- ciosa",ciosemovulação,"cio interrompido"ecio prolongado. 1. Anestro de inverno,que dura 11 semanas,no qual os folículosraramenteatingem35 mmantesderegredirem semterovuladoe osníveis deprogesteronaplasmática sãode 1 ng/ml. 2. PersistênciadoCL por5 a 13semanas,comníveiselevados deprogesterona,normalmenteemnovembroedezembro* * No hemisférioNorte(N. daT.). 3. Padrãocíclico ovulatóriodesacompanhadodecio (8). UmaúnicainjeçãodeGnRH eméguasemanestrocausa elevaçãono FSH séricode3,7vezesacimadonívelbasal,que é comparávelao pico do ciclo estral;entretanto,o aumento induzidono LH émuitomenorqueo picodociclonormal.O tratamentodeéguasacíclicas,próximoaofimdoanestrosazo- nal,comGnRH combinadoa umtratamentoapropriadode progesteronapodeinduzirumciclohipofisárionormaleativi- dadeovarianaqueculmineemovulação(27). MortalidadePré-natal A mortalidadepré-natalé freqüenteeméguaslactantes no iníciodaestaçãodemontaoucobertaslogoapóso cio do potro,e tambémemcertasfamíliasdecavalos.Níveis inade- quadosde progesteronapara a manutenção,da gestação podemseracausademaiorincidênciademortalidadeembrio- nárianaspotrasde sobreano,quandocomparadascom as éguas.A imaturidadedaspotrase amaiornecessidadenutri- cionalparacrescimentoemanutenção,alémdoestressefísi- co impostopelosprocedimentosdemanejo,podemcontri- buirparaumamaiorincidênciademortalidadeembrionária empotrasdesobreano. ComprimentoExcessivodoCordãoUmbilical Não existecorrelaçãoentreo comprimentodo cordão umbilicale o tempodegestação,o pesodopotro,o sexo,ou aviabilidade,a idadedaéguaou o númerodepartos,a área desuperfície,a larguraou o comprimentodo alantocórion. Entretanto,o comprimentodo cordãoestácorrelacionado como pesodo alantocórione alantoâmnioe o comprimen- to do cornonão-gravídico.Váriascondiçõespatológicasde origemdesconhecidacausamalongamentoexcessivodo cordãoumbilical.Problemasreprodutivosassociadosa essas condiçõesincluem: 1. Estrangulamentodo fetopelocordão. 2. Enrolamentoexcessivoemtornodaporçãoamnióticae alantóidedofeto,causandooclusãovasculare/oureten- çãourinária. 3. Necrosedo corioalantóidena cérvix. O estrangulamentodo feto pode causarabortamento comsulcosprofundospresentesemtornodacabeça,pesco- ço, tóraxe costas,comedemalocalaparente. A obstruçãolevedo canaldo uracoécompatívelcoma gestaçãonormal.O cordãoumbilicalpodeseenrolarcom múltiplasdilataçõesdo uraco,queprevinemo fechamento normaldo ápiceda bexigaao nascimento.O enrolamento excessivodocordãoumbilicalcomprometea integridadedo canaldouracoe dosvasosumbilicais;a intensidadedo efei- to dependedaabrangência,duraçãoe localdacompressão. Abortamento A médiada taxade abortamentoem éguasé elevada (10%). As peculiaridadesdo balançohormonaldurantea gestaçãopodemsera causadisso.A taxade abortamentoé menorentreos3 e 6 anosdeidadee a maioriadosabortosé causadapor infecçõesnos últimos estágiosda gestação. CAPíTULO 14: EQÜINOS 211 Duranteoquintoeo décimomêsdegestação,aséguasficam endocrinologicamentesuscetíveisao abortamentoresultan- te dedeficiênciahormonal.Recomenda-seevitarmudanças na dietaou na quantidadede exercíciofísico nessesperío- dos.A taxade concepçãopós-abortamentoé baixa,espe- cialmenteeméguasmaisvelhas(Tab.14-8). Alteraçõesno ambienteuterinopodemser a causade abortamentoeméguasmaisvelhas.O endométrionormalse modificaemdobraslongitudinaisquevariamemtamanhode acordocomo cicloestral.A implantaçãoocorrenajunçãodo corpoecornouterinoe asdobrasdoendométrionessaregião podemseatrofiardepoisdeváriasgestações.As áreasatróficas parecemter menornúmerode glândulasendometriaise em algunscasoscontêmcolágenose/oucélulasinflamatórias. Anormalidadese MortalidadeNeonatal Microftalmiae entrópiosãoanormalidadescongênitas regularesempuros-sanguesingleses.O graudemicroftalmia é variávelepodesertãograveapontodeo globoficarescu- recidoatrásdeumaterceirapálpebrabemdesenvolvida.A córneageralmenteestácorrompidae pigmentada,e a aber- turapalpebral,menorqueanormal;acondiçãopodeseruni ou bilateral.O entrópiopodesercongênitoouhereditárioe levarà opacidadee à ulceraçãodacórnea. SÍNDROME DE BARKER (SÍNDROME CONVULSIVA DO POTRO OU SÍNDROME DO MAU AJUSTAMENTO NEONATAL). Esta sín- dromeafetapotrospuros-sanguesingleses,sempreosquenas- ceramdeumpartotranqüilo,eocorredealgunsminutosa24 horasapósonascimento.Ossinaisclínicosincluemmovimen- tosespasmódicosdacabeça,membrosemusculaturadocorpo; hiperexcitabilidade;inabilidadepara levantar;convulsões; opistótonoe ereçãodacauda.Tambémpodeocorrercolapso danarinaexterna,movimentosinspiratóriosprofundosesons parecidoscom latidos.Se conseguirlevantar,o potropode andardesorientado.A recuperaçãoaconteceem 50% dos casosenormalmenteécompleta. Estasíndromeestáassociadacomanecrosedocórtexcere- bral,diencéfaloe troncocerebral,alémdehemorragiasevera docerebeloedamatériabrancaecinzadocórtexcerebral. MODIFICAÇÕESOCULARES.O olho do potro, que está abertoaonascimento,possuia córneae a membranaocular claras.O fundo do olho estádiferenciadoem tapetumluci- dumetapetumnigrume é semelhanteaodeumcavaloadul- to. As alteraçõesocularesempotroscomsíndromeconvul- sivaincluemassimetriadepupilas,cegueiraaparente,varia- çãono tamanhodaspupilas,manchasnaesclerótidaepeté- quiasna retina.Estessinaisclínicosnemsempreestãopre- sentes,mesmonoscasosmaisgraves.Podemocorrerpeque- nas hemorragiascircularesna retina, claramentevisíveis comopontosvermelhoscontrao fundotapetal.Nos potros comconvulsões,essashemorragiasocorremaos1e2 diasde idadee persistemapenasporalgunsdias. PERINATALOGIA.A gestaçãoeqüinadifereda deoutras espéciesde animaisdomesticados,porqueo feto eqüino amadurecemuitotardena gestação,a concentraçãodepro- 212 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS gestágenosmaternosaumentapouco antesdo parto e a gônadafetalaumentae produzprecursoresdeestrógenos.A identificaçãodo envolvimentodo feto como períodoque antecedeo partoé umaabordagemrelativamentenova.A participaçãodoeixohipófise-adrenaldo fetoedohormônio estimuladorda tireóidena maturaçãofinal do feto eqüino estáenfatizada.As variaçõesna concentraçãomaternade progestágenose estrógenospodemsinalizaro envolvimento fetalbemcomoaparticipaçãodessesesteróidesno início do trabalhodepartoe na maturaçãofetal(28). MORTALIDADENEONATAL.A mortalidade neonatal podeserresultadodefraquezadamãeoudopotro,ouainda sercausadaporinfecçãobacterianapelocordãoumbilicaldo recém-nascido.Procedimentospreventivospara evitar a mortalidadeneonatalincluemestábuloslimposparaospar- tose precauçõessanitáriasduranteo parto(Tab.14-8). RecomendaçõesparaTécnicasdeReprodução Umacuidadosaverificaçãodociocomo garanhão,exames rotineirosda vaginae palpaçãoretaldosórgãosreprodutores podemajudara melhorara taxadeconcepção.Em funçãoda variaçãodoiníciodocioentreasfêmeas,o momentodaovula- çãodeveserprevistosemprequepossível.A taxadeconcepção dependebasicamentedoperíodoedonúmerodeinseminações. Ocasionalmente,apósacoberturaa éguapodetercontra- çãoexpulsiva(comona micçãoe na defecação)e eliminara maiorpartedosêmenqueestáno útero.Issopodeserevitado caminhandoumpoucocomaéguaapósa cobertura.Especial- menteapóso parto,aéguaestásuscetívelàendometrite,uma vezqueacérvixnão'éumabarreiraeficienteparaevitaracon- taminaçãoporbactérias.A éguaémaispropensaadeficiência deLH do queosoutrosanimaisdomésticos;estadeficiên- cia podeserminimizadapelaadministraçãode LH exóge- no.A administraçãointravenosade1.500a3.000UI dehCG podecausarovulaçãoduranteo cio anovulatório,desdequeo ováriopossuaumfolículocompelomenos3 cmdediâmetro. TecnologiadeReproduçãoAssistida Aumentos significativosna taxa de melhoramento genético,comtaxasaceitáveisdeconsangüinidade,podem ser conseguidospor meio de inseminaçãoartificial (lA), transferênciadeembriã%vulaçãomúltipla(MOET) epro- duçãodeembriãoin vitTO(IVEP). Em contraste,a sexagem dosêmenouembriãoea clonagemdeembriõespodempro- duzirsomentetaxaslimitadasde melhoramentogenético. Entretanto,a clonagemdo embriãopodeproduzirde uma vezum aumentosubstancialna médiado méritogenético de um rebanhocomerciale revolucionara estruturada reprodução(29). INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁ TICA DE ESPERMATOZÓIDES (lCSI). Pesquisasextensivastêmsidofeitassobreastécnicas demicromanipulaçãoutilizadasparamelhorarafertilizaçãoe a taxadegestaçãoemovelhase cabras,comênfaseespecial na injeçãodiretade espermatozóidesdentrodosoócitos.A ativaçãoexógenadooócitonãoéessencialparaafertilização e subseqüentedesenvolvimentofetal normal. Cordeiros foramproduzidosa partirdeespermatozóidesseparadospelo sexo atravésde citofluorometriade fluxo. Várias técnicas têmsidoaplicadasparaespéciesdemamíferosdomesticados e exóticos. A interaçãodos gametasenvolve o reconhecimento entre um receptorlocalizadona membranaplasmáticado espermatozóidee um receptorlocalizadona zonapelúcida do ovócito (ZP3). O ZP3 induza reaçãoacrossomal.Uma interaçãomaisíntimaaconteceentreo ZP2 e o receptorda membranaacrossomalinterna.Algumasproteínasacrosso- mais são necessáriaspara esseprocesso.O acrossomoé necessárioparaseparare organizarcorretamenteasproteí- nasdamembranaplasmática(30-37). CLONAGEMEMBRIONÁRIA.A partirdapossibilidadede criarumgrandenúmerodeindivíduosidênticos,aclonagem de embriõestemo potencialde aumentarmuitoa precisão daseleção,umavezquecadapotencialcandidatopoderáser avaliado pela performancemédia de várias cópias dele mesmo.Entretanto,seacapacidadetotaldetesteforfixada, comonormalmenteacontecena prática,o testede clones poderáser'feitosomentecomo prejuízodareduçãono teste defamíliasde irmãosou meio-irmãos(38,39). PROBLEMAS REPRODUTIVOS DOS GARANHÕES Os problemasreprodutivosdosgaranhõesincluemcom- portamentosexualanormal,distúrbiosejaculatóriosecarac- terísticasdesfavoráveisdo sêmen. ComportamentoSexualAnormal e DistúrbiosEjaculatórios Os comportamentosanormaisdosgaranhõesincluem: 1. Falhaematingiroumanterumaereçãocomlibidofraca ou excelente. 2. Intromissãoincompletaou faltade movimentospélvi- cos apósa intromissão,libido fraca ou dor em lesões ocorridasduranteoutrascoberturas. 3. Desmontarno início da ejaculaçãopor causade lesão ou dor. . 4. Falhadeejacularmesmocomereçãocompletaeprolon- gadae repetidasintromissões. 5. Boaejaculaçãoduranteumcurtoperíodo,massemeja- culaçõesposterioresa nãoserapósrepousosexual,ape- sarda libido permaneceralta. 6. Masturbação(1). Garanhõesimpotentesrespondembema umnovotreina- mentoearecuperaçãopodeserconseguidasemtratamentofar- macológico.A masturbaçãoemgaranhõesusadosparareprodu- çãoéumcomportamentoanonnalepodesertratadacomouso deumanelparagaranhão,masissopodecausarhemospermia. Os distúrbiosejaculatóriosapresentammanifestaçõesindi- viduaisdiferentesentreosgaranhões,desdeumacópulanormal comejaculaçãoa ocasionalmentesemejaculação.Na maioria doscasos,a ereçãopenianaestáassociadacomváriosmovi- mentoscopulatóriosqueterminamemcompletaou incomple- ta falhana ejaculação.Problemasejaculatórios(transitórios, intermitentesoupermanentes)podemocorrerduranteasduas outrêsprimeirasestaçõesdemontaou apósváriasestaçõesde atividadenormal.Paraseassegurarde quea ejaculaçãoestá acontecendoapósaintromissão,pode-secolocaramãonabase dopênis.Na ausênciadeejaculação,váriasondasuretraisfra- caspodemsersentidas,masquandoa ejaculaçãoaconteceé possívelsentircomoseo conteúdodeumaseringade 10ml estivessesendotransportadoao longodauretra.Emumgara- nhãocomboafertilidade,normalmentepode-sesentiraproxi- madamentecincodessasondas;nosgaranhõescommenorfer- tilidade,somenteumaouduasondaspodemsersentidas. Os problemasejaculatóriospodemseoriginarde blo- queiodiretode impulsosnervososou gordura,baixacondi- çãocorporalou exaustãoresultantede coberturasfreqüen- tes.Os garanhõesnormalmentereagemmuitoa ambientes estranhose fatorespsíquicosdessanaturezapodeminibir a estimulaçãonormaldoscentrossupra-espinhais.Falhasna ejaculaçãopodemsercausadaspordeficiêncianacontração dosmúsculoslisosdo tratoreprodutivo,resultanteda refra- tariedadedessascélulasà norepinefrina,esgotamentodas reservasde norpinefrinasou falha na secreçãodessehor- mônioapartirdasterminaçõesnervosassimpáticas. Más CaracterísticasSeminais Existem algumascaracterísticasda baixa qualidade espermática:azoospermia(ausênciade espermatozóidesno ejaculado),oligozoospermia(diminuiçãonaconcentraçãode espermatozóidesporml desêmen),teratospermia(aumento naporcentagemdeanormalidadesmorfológicasnosesperma- tozóides),astenospermia(diminuiçãona motilidadeesper- mática)e herpospermia(presençadehemáciasno sêmen). A hemospermiaéresultadodeumauretritenosduetoseja- culatórios.Podeocorrerocasionalmenteemcasosisoladosou CAPÍTULO 14: EQÜINOS 213 emcadaejaculado,independentedafreqüênciadeejaculações. Garanhõescomproblemasfreqüentementeprecisamdevárias montasparaejacularesempreexibemdorduranteaejaculação. A qualidadedosêmené determinadapelamotilidade,tantoo númeroquantoamorfologiadosespermatozóidesnormalmente nãosãoafetadoseacausadainfertilidadeédesconhecida.Para o diagnósticopode-seusaruretroscopia,uretrografia,culturasbacterianase virais,biópsia,cirurgiadauretrae examehistoci- tológico(40). A causaexatae a localizaçãoda hemorragia devemserconhecidasantesdeseiniciaro tratamento. Várias espéciesda microflora foram encontradasno sêmen: Pseudomonasspp. Escherichiacoli, Klebsiella, Aerobacter(Enterobacter),Proteusspp.Staphylococcusspp., Streptococcusspp.eoutrosbastonetesgram-positivosegram- negativos.Entretanto,essesmicroorganismosparecemnão afetara fertilidade.A maioriadosStreptococcusspp.presen- tesno sêmensãocontaminantesdo prepúcio. lJ- Recomendaçõespara Técnicas de Reprodução O efeitodeletériodeejaculaçõesfreqüentes,no número de espermatozóidespor ejaculado,é pronunciadono gara- nhão. Nas montasnão controladas,em que váriaséguas podem exibir cio simultaneamente,um garanhãopode copularváriasvezesemum dia; isto causaumadiminuição dafertilidade.A utilizaçãode inseminaçãoartificial,duran- teessesperíodosdecoberturas,melhoraráataxadeprenhez. O garanhãoejaculadiretamenteno úteroe na maioriados casospoucosêmené deixadona vagina.Após a insemina- ção,a transferênciade sêmenda vaginaparao úterorara- menteé necessária,masé recomendadaparaéguasquese esquivamdurantea montaou seo garanhãocostumades- montara éguacomo pênisaindaereto,puxandoo sêmen paraa vagina(Fig. 14-8). FIGURA 14-8. (a) Vagina artificial (VA) paraeqüinos.A VA estáfotogra- fadacomumfunil cilíndricograduado contendouma bola de rayon,que é usadaparamacrofiltração,removendo partículasdo sêmen.Paraa coletado sêmen-dogaranhão,estaVA utilizaum princípiodiferentedaVA doColorado ouMissouri,umavezqueo pênisficará presodentroda VA apósa ereçãoda glande("enchapelamento"),diferente dosoutrosmodelos,emqueo pênisse movimentaparafrentee paratrás.O estímuloquedeterminaa ejaculaçãoé geradopelamãodooperadornabasedo pênisdogaranhão.Estavaginaé muito leve,mesmoquandocheiade água- aproximadamente2,5kg,secomparada aos outrosmodelos.Ela foi especial- menteprojetadaparacoletarsêmende garanhõesque permanecemcom as quatropatasno chão.Tambémé usada paragaranhõesquepossuemlesõesqueos impeçamdemontareméguaoumanequim.(De RoanokeAI Laboratories,Inc.,8535MartinCreek Road,Roanoke,VA 24018(540)774-0676.)(b) (Acima)Vaginaartificialparagaranhões(modificadadomodelojaponês).(Centro)Ampliação do frascode coleta, contendo um filtro pararemover o gel. (Adaptado de Komarek R, etaI. J Reprod Fertil1965;1O:337.) (Abaixo) Outro tipo de vaginaartificialparaeqüinos. ~~' ~ ..,. ! "\- - .y , ;.).... b ~ 214 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS X12,5 x25 FIGURA 14-9. Característicashistológicasdostestículose do epidídimode um garanhão(De Pacha WJ Jr., Wood LM. Color Atlas of VeterinaryHistology.Philadelphia:Lea & Febiger,1990.) (A) Testículos,coloraçãode Mallory. A túnica albugíneado garanhãoé caracterizadapelapresençade musculaturalisa. (B) Túbulosseminíferos,testículos.Estãovisíveisquatroporçõesdo túbuloseminí- fero.Observeasnumerosascélulasintersticiais(abundantesno cachaçoe no garanhão)e a secção atravésdotúbuloreto.(C) Retetestis.Canaisdaretetestisanastomosando,circundadosportecidocon- juntivo frouxodo mediastinotesticular.No garanhão,a retetestispassaatravésda túnicaalbugíneae setornaextratesticular,assimcomoestána micrografia.Observeasjunçõesdostúbulosretoscomos ductoseferentes.(D) Cabeçado epidídimo,coloraçãodeMasson.No garanhão,o epidídimoé circun- dadopelatúnicaalbugínea,compostadetecidoconjuntivodensoe irregularquecontémmusculatura lisa.Podemservistasporçõesenoveladasdosductosdo epidídimo.(E) Cabeçado epidídimo.Nesta região,há um espessamentodo epitéliopseudoestratificadocolunardo ductodo epidídimo.As fibras muscularesquecircundamosductossãoescassas. ><62.5 CAPÍTULO 14: EQÜINOS 215 ><125 ><125 ><62.5 ><25 FIGURA 14-10. Histologiadosistemareprodutivodemamíferos,machose fêmeas.(DePachaWJ Jr., Wood LM. Color Atlas of VeterinaryHistology.Philadelphia:Lea & Febiger,1990.)(A) Ovário, gata. Folículosprimáriosemcrescimentona regiãoexternado córtex.(B) Ovário, gata.Um folículono início do estágioterciário.(C) Corpo lúteo,ovário,porca.Regiãoperiféricado corpolúteomostrandoascélu- lasluteínicasdateca(menores)e ascélulasluteínicasdagranulosa(maiores).(D) Ovário,cadela.Folículos atréticoscomzonapelúcidaedemaciada.(E) Corpoalbicans,ovário,vaca,coloraçãodeMasson.O teci- do cicatricialdo corpoalbicansfoi coradonessapreparaçãocomverde-azuladobrilhante. 216 PARTE 1II: CICLOS REPRODUTIVOS NOTAS CONCLUSIVAS Váriaspesquisasforamfeitassobreváriosparâmetrosda fisiologia reprodutivaeqüina: anestrosazonal/lactacional (41); retençãode oócitosno oviduto(42-45);local do iní- cio dagestaçãoemgestaçõesconsecutivas(46);diagnóstico ultra-sonográficodosexofetal(47,48); transferência/mani- pulaçãodo embriãoeqüino (49-52);pseudociesena égua (53);transferênciadeovosentrecavalo/jumento(52);ferti- lização(54);antígenosdecomplexosdehistocompatibilida- de (55) e imunologiadoscálicesendometriais(51,52).Há tambémoutros estudosenvolvendoparâmetrosclínicos: níveis de LH no fluiído cérebro-espinhal(56); efeitosde análogosdeprostaglandinasempôneistratadoscomproges- terona(57-63);problemasna gestaçãoinduzidosporgona- dotrofinacoriônicahumana(41); lavagemuterinaapósa inseminação (64); ensaio rápido para progesterona (AELIA) (65);progesteronaoralparainduçãodeci%vula- ção (5); falta de expressãodos genesde interferonpelos embriõeseqüinos(66); luteóliseapósbiópsiaendometrial (67)e vesículastrofoblásticasin vitroe in vivo(68-70). Váriaspesquisasforamfeitaspor Flood (71-77) sobre ovulação,contratilidade do miosalpínge,pré-nidaçãodo embrião,histoquímicae ultra-estruturadaunidadefetopla- centária(Fig. 14-8).Característicashistológicasdosórgãos reprodutoresdoseqüinos,comparadascomasdeoutrosani- maisdomésticos,estãoilustradasnasFiguras14-9e 14-10. REFERÊNCIAS 1. PickettBW, VossLJ. Abnormalitiesof matingbehaviorin domesticstallions.In: RowlandsIW, Allen WR, Rossdale PD,eds.EquineReproduction.Oxford:Blackwell,1975. 2. GareiaMC,GintherOJ. RegulationofplasmaLH byestradiol and progesteronein ovariectomizedmares.Biol Reprod 1978;19:447. 3. TischnerM,KosianiakK,BielanskiW.Analysisofthepattem ofejaculationin stallions.J ReprodFertilI974;40:329. 4. MannT, ShortRV, WaltonA. The "tail-end"sampleof stallionsemen.J AgricSciCamb1957;49:301. 5. AllenWR. Hormonalcontrolofearlypregnancyin themare. AnimReprodSei 1984;7:283-304. 6. AllenWR,PashenRL. Productionofmonozygotic(identical) horse twins by embryo micromanipulation. 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A maioriadasespéciese raçasdomesticadasatuaisde lhamase alpacasdesenvolveu-sede ancestraiscomunsna Américado Sul duranteosúltimosmilênios.Muitos aspec- tosdareproduçãosãosimilaresemambasasespécies,porém, deveserevitada,sepossível,umaextrapolaçãoindiscrimi- nadade fenômenosreprodutivosde alpacaspara lhamas. Diferençasentreas duasespéciesdomesticadaspodemser atribuídasa especificidadese a variaçõesfisiológicasoriun- dasdeváriascentenasdeanosdeseleção,ou ainda,a dife- rentespráticasdemanejo. FÊMEA AnatomiaReprodutiva Comparaçõesentreasdimensõesdos tratosreproduti- vosdaalpacae da lhamaencontram-sena Tabela15-1.Os ováriosapresentamuma formaglobular irregular,similar- menteaosdaporca,emparticularquandopossuemfolículos múltiplos.Na alpaca,folículosentre5 e 12mmsãoconside- radosnormais.O úteroda alpacaé bicomuale osovidutos sãolongose tortuosos,terminandoem umabursaquecir- cundacompletamenteo ovário.As extremidadesdoscornos uterinosdealpacase lhamassãoarredondadase comfundo cego;o oviduto abre-sedentrodo corno uterinopor uma papilapequenae elevadaqueatuacomoumesfíncterbem definido.Mesmosobpressão,nãoé possívelinjetarlíquidos doúteroparadentrodooviduto,todavia,issoéexeqüívelno sentidooposto.A cérvixapresentaduasou trêsdobrasirre- gularesanularesou emespiral(Fig. 15-1).O corpoe cornos uterinossãofacilmentepalpáveispelo reto(1). A placentada alpaca,assimcomo em outroscamelí- deos,é difusae do tipo epiteliocorial(2). Uma única mem- branaextra-fetalrevesteo feto totalmentee é conectadaà junçãomucocutâneado narize doslábios,e margemcoro- náriadacápsulaunguealemalpacas,lhamas,vicunhas(3) e guanacos(4) recém-nascidos. Puberdade 'Jovens alpacasfêmeascom 12 a 13 mesesde idade demonstramcomportamentode cio similar àsadultas(5), emboraa atividadeovarianacomeceaos 10 mesescom a presençade folículosde 5 mm ou mais.Em estudorealiza- do ao sul do Peru com fêmeasde alpacacom um ano de idade,foi determinadaumarelaçãoaltamentesignificativa (P < 0,001) entreo pesocorporalpor ocasiãodo acasala- mentoe ossubseqüentesvaloresno nascimento.Paracada quilo a maisdepeso,haviaumaumentode5% nanatalida- de,masquandoo pesocorporalexcedia33quilos,aporcen- tagemdefêmeasvaziaserarelativamenteindependentedo pesocorporal(6). Emsistemasperuanostradicionaisdeprodução,50%ou menosdasalpacasatingem33 kg depesocorporalporoca- sião do acasalamento(1 ano); por essemotivo, a idade reprodutivaé retardadaaté2 anosem alpacase até3 anos em lhamas.Demonstrou-se,também,que proporcionando um melhornível nutricionalapóso desmame(7 a 8 meses de idade),quase100%dasalpacasdeumanopodematingir maisde33 kgdepesocorporal(7). EstaçãoSexual Estudoscom alpacase lhamasem seuhábitat natural nosaltiplanosperuanosdo Sul, ondemachose fêmeasper- manecemjuntosdurantetodoo ano,mostraramqueaativi- dade sexualé estacional,durandode dezembroa março (mesesde verão),osmesesmaisquentesdo ano,comchu- vasfreqüenteseforragemverdeabundante(8). Inclusive,as espéciesselvagensde camelídeos,vicunhae guanaco,tam- bémmostramessamarcantesazonalidadedareprodução(9). Em alpacas,quandoas fêmeassão mantidasseparadas dosmachose a cópulaé permitidaapenasumavezpormês, ambosos sexospermanecemsexualmenteativosduranteo anointeiro;astaxasdeovulaçãoedefertilização,juntamen- te com a sobrevivênciaembrionária,não foramsignificati- vamenteafetadaspelaestaçãodo ano (10). 219 220 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS Dados de Fow\er ME, Medicine and Surgery of South American Camelids. Llama, Alpaca, Vicuna, Guanaco, Ames, \owa: Iowa University Press,\989; SatoA, Montoya L. Aparato reproductorde Ia alpaca (Lama pacos). Anatomia Macroscópica.Rev. de Camé\idos Sudamericanos7.Univ Nac M de San Marcos,Lima, Peru, 1990. A convivênciacontínuadefêmeasemachosinibea ati- vidadesexualdestesúltimos, chegandoa provocaro seu completodesaparecimento(11). Os fatoresresponsáveis peloinício epelotérminodaatividadesexualsobcondições naturaissãodesconhecidos.Os fatoresambientais,acresci- dosdosestímulosvisuaisedo olfato,podeminfluir pormeio do sistemanervosocentral.Registrosem diferentesparqueszoológicosem todo o mundo indicam que tanto os camelídeosdomesticados, quantoosselvagensapresentamatividadesexualduranteo anotodo(12).Na AméricadoNorte,ondelhamassãoman- tidassobboascondiçõesdealimentaçãodurantetodoo ano, elas são consideradasreprodutorasnão-estacionais.Uma análisedaestaçãodenascimentosde lhamasfoi descritana áreadasMontanhasRochosasdosEstadosUnidos (13).Os nascimentosforamregistradosdurantetodoo ano,emboraa maioriadeles(73%) tenhaocorridoentrejunho e novem- bro,osmesesmaisquentesdo ano. FIGURA 15-1. Órgãos reprodutivosde alpaca (L, esquerda)e ovelha (R, direita).Os cornosuterinosda alpacasãorelativamen- te curtos, não-afiladose dirigem-sea uma junção uterotubária obtusa,diferentementedaquelesdaovelha,emqueoscornosute- rinos sãolongose vão seafilandoemdireçãoà junção uterotubá- ria. A cérvix da alpacaapresentaduasdobrasanularesirregulares ou emespirale vaginacurta,comparadasa cinco dobrasanulares da cérvixe vaginacurtadaovelha. PadrõesdeEventosOvarianos Uma vezqueacópuladeve,necessariamente,anteceder a ovulação,a alpacae a lhamaforam classificadascomo espéciesde ovulaçãoreflexaou induzida,contrariamenteà ovulaçãoespontânea(8, 14).Alpacase lhamasnãoapresen- tamciclosestrais,diferentementedeoutrasespéciesdomes- ticadas.O cio eaovulaçãonãosemanifestamdemodorepe- titivo, cíclico e previsível. DESENVOLVIMENTOFOLICULAR.Quandonãoexpostaao macho, a alpacamostraperíodosde-longa receptividade sexualecurtosperíodosnão-receptivos,quepodemdurar48 horas(8) e estaremcorrelacionadosa aumentose diminui- ções rítmicasdos níveis séricosde estrógenos,refletindo sucessivasondasdematuraçãoe atresiadosfolículosovaria- nos (Fig. 15-2A). Com baseemexamelaparoscópicodosováriosdealpa- cas,demonstrou-sequeoseventosfoliculares(crescimento, manutençãoe regressão)requerem,cadaum, em média4 dias (total de 12 dias,variaçãode 9 a 17 dias) (Fig. 15-3) (15). No Peru, lhamasmantidasem seu hábitat natural foramexaminadasdiariamentepor ultra-sonografiatransre- tal (16).Folículosdominantessucessivossurgirama interva- losde 19,8:t 0,7diasemfêmeasnão-acasaladasoucobertas por machovasectomizadoe de 14,8:t 0,6 em lhamaspre- nhes.A lactaçãofoi associadacomum intervalointeronda quefoi encurtadode2,5:t 0,05diascomparadoa umgrupo não-lactante.É difícil explicarasdiferençasentreestudos, ALPACA LHAMA Comprimentodoslábios,em 2,5 5 Vagina(do hímenà cérvix) Comprimento,em 13,4:2::2,0 15,0-21,0 Diâmetro,em 3,4 :2::0,7 5,0 Cérvix Comprimento,em 2,0 2,5 Diâmetro,em 2,0-4,0 Anéis, nQ 2-3 2-3 Corpo uterino Comprimento,em 3,05:2::0,71 3,0-5,5 Diâmetro,em 3,0-5,0 Cornos uterinos Comprimento,em 7,9 :2::1,3 8,5-15,0 Diâmetro,em 3,0-5,0 Oviduto, comprimento,em 20,4:2::4,2 10,5-18,3 Ovário direito Comprimento,em 1,6:2::0,3 1,3-2,5 Espessura,em 1,1 :2::0,2 1,4-2,0 Largura,em 1,1 :2::0,2 0,6-1,0 Ovário esquerdo Comprimento,em 1,6:2::0,3 1,5-2,5 Espessura,em 1,1 :2::0,2 1,5-2,5 Largura,em 1,1 :2::0,2 0,5-1,0 CAPÍTULO 15: LHAMAS E ALPACAS 221 12 @ Folículos pré-antrais Atresia 16 6 '- 8 10 2 4 ---1---------- 8 10 2 4 6 8 10 Z 8 6 A - 2 4 6 .~.., , ,16 ::gO G) m (J) -I m 8 ~z» 12 '"" Z I. 6 8 10 2 I. 6 I. 6 8 B (2) LH (4) (4) (8) (10) 12 g ,..... I' 1 ~ .. .. :: . y Acasalamento fértil OCL 6 ,,#-, ...------- I \ ;' I \ / I \ I t \ I t " I I I I I I I' ,,/- -- - "" ,16 8 2 4 6 8 ~ ~..~ 10 2 4 6 (2) 14) (6) (8) (10) (12) (14) c DIAS DA ONDA FOLlCULAR E ESTÁGIO DO CL FIGURA 15-2.Representaçãodiagramáticadadinâmicaovarianaemalpaca.(A) Fêmeanão-acasaladamostrandoa fase folicularou onda,emqueosfolículoscresceme diminuememumperíodode 12diassemelhantementea umaonda.(B) Acasalamentoemépocaapropriada(folículosemcrescimentoparamaturação)comum machoestérile formaçãodo CL demorandode 5 a 6 dias.(C) Acasalamentocomum machofértil (emépocaapropriada)e estabelecimentodagestação. Linhascontínuas,tamanhodosfolículos;linhastracejadm,níveisdeprogesteronasangüínea;barraspretas,anestroou rejei- çãodasfêmeasaomacho;barrashachuradm,receptividadepassiva(nemaceitaçãoe nemrejeiçãoverdadeiras);barrasbran- cas,cio ou receptividadesexual.Os diasentreparêntesesdesignamo estágiodo CL. 222 PARTE III: CICLOS REPRODUTIVOS 18 21 249 12 15 ( a ) 27 30 33 36 ( b) 10 15 20 25 Dias de observação porém,asespécies(alpacaV5.lhama),ascondiçõesdemane- jo (pastosnaturaispobres,no Peru,a4.300metrosdealtitu- de V5.manejointensivoe boascondiçõesde alimentação nosEstadosUnidosaoníveldomar),bemcomoasvariações estacionais,o métododeexamee o númerodeanimaisuti- lizadosemcadaexperimentopodemserfatorescoadjuvan- tes.Todavia,umaconsiderávelvariabilidadefoi observada entreasfêmeas,adespeitodoestadoreprodutivo(paridasV5. não-paridas). A variabilidadeexistentena duraçãoda receptividade sexuale na regularidadede sua ocorrência,presumivel- mente,refleteo fatodequeemfêmeasnão-cobertas,a fase folicularnãoterminapelaovulaçãoa umtempopré-deter- minado,assimcomo tambémnão há uma fase luteínica paradelineara duraçãodoseventosapóso fim do cio. OVULAÇÃO.Na alpaca,otempomínimoparaaovulação foi estimadoem 26 horasapóscoberturanaturale em 24 horasapóstratamentocomhCG (8). Emalpacasreceptivas, submetidasaumaúnicacobertura,50%delasovularamentre 26e30horas,24%entre30 e n horase 26%nãoovularam apósa cobertura(17). Dasfêmeasquenão ovularam,40% estavamcomcercadeumanode idadee 15%eramadultas. A técnicadeultra-sonografiaemlhamasdetectouaovulação, em média,2 dias (variaçãode 1 a 3 dias) apósumaúnica cobertura(16,18).Umaúnicacoberturaporummachointei- ro ou vasectomizadoresultouem ovulaçãode 77 a 82% de FIGURA 15-3. Crescimentofolicularalternado no ovárioesquerdo(O) e direito (8) de alpacas adultas.Crescimento,manutençãoe regressãode um folículo, levandocadaum 4 dias em média (totalde 12dias;variaçãode9-17dias).Gráficos (a) e (b) representamdois animais individual- mente. 30 35 alpacas,e um aumentoparatrêscoberturasdentrode um períodode24horaspormachosinteirosnãoalterousignifica- tivamenteo padrãodaovulação(19).A ovulaçãotambémfoi induzidacomsucessousando1mgdeLH, e umadosede4 a 8 !-!gdeGnRH tambémfoi necessáriaparasupriro estímulo adequadoparaaovulação(20). Um aumentosignificativonaconcentraçãoséricadeLH foi observado15minutosapóso início dacópula,ocorrendo em 2 horasum pico da ondapré-ovulatóriade LH com os valoresbasaissurgindo7 horasapósacópula(Fig.15-4).Em umsegundoperíodocopulatório,ocorrido24horasapósopri- meiro,nãofoi detectadaumasegundaliberaçãodeLH (21). A ondadeLH surgidaapósacópulaécoerentecomo fatoda alpacae dalhamateremovulaçõesinduzidas. As fêmeaspoderãoovularsemo estímulodocoitooude hormôniosexógenos,especialmentequandosãoinicialmen- te isoladasdomachoedepoisreintroduzidasaele.A taxade ovulaçãoespontâneafoi de aproximadamente5 a 10%em alpacas(20,22) e 9 a 15%emlhamas(14,16). A deposiçãode sêmenna vaginada camelabactriana (cameloasiáticoquepossuiduascorcovas- N.daT.)induza ovulação(23),o quelevaà suposiçãodequepodehaverum "fatorindutordeovulação"(FIO) presenteno sêmendocame- lo e tambémno do touro.Devidoà estreitarelaçãofilogenéti- caentreoscamelídeosdoMundoNovo eAntigo,considerou- seigualmentequeefeitossimilaressãoobservadosemalpacase lhamas.Nessasespécies,a ovulaçãopodeser induzidapela 12 10 8 6 4 Ê 2 g o "S O, :§ O 3 6 o "O o c: 10 8 6 4 2 O O 5 FIGURA 15-4. Curso do tempo da secreçãode LH ~mlhamas apósa cópula.Gráficosa, b, c e d representamquatro animais individualmente. 3 2 3 2 deposiçãodesêmenespecífico,ou mesmodesêmende touro emfêmeasreceptivas(24).No casodoscamelos,pesquisadores chinesespropuserama presençade um efeitosemelhanteao GnRH em sêmende cameloe de touro.Contrariamente, Paolicchieta/.(25)disseramqueo sêmendealpacapodecon- teralgumou algunsfatores,diferentesdoGnRH, quepodem contribuircomummecanismodeLH nessaespécie. Não foramencontradasdiferençasna taxadeovulação entreosovários.O corpolúteofoi detectadono ováriodirei- to em 51% dasalpacas,no ovário esquerdoem 47% das alpacas,eemcercade2% dasalpacaselefoi encontradonos doisovários(Tab.15-2)(26).Em lhamas,foi detectadoum corpolúteono ováriodireitoem55% dasfêmeas,44% no esquerdoe 1% emambososovários(27). FUNÇÃODOCORPOLÚTEO.A funçãodocorpolúteoapós acasalamentosestéreise férteisfoi estudadaem camelídeos domesticados.Em alpacase lhamas,apóscoberturasinférteis, CAPÍTULO 15: LHAMAS E ALPAcAS 223 (a) (b) t 4 6 o5 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 (c) (d) t 4 5 6 O 2 3 4 5 6 24 25 26 27 28 29 30 Horas após o acasalamento a progesteronasangüíneaelevou-sea partirdodia5 e atingiu concentraçõesmáximasde10a20nmol/Lnosdias7e8,ocor- rendoumrápidodeclínionosdias9 e 10,emconexãocom liberaçõesrepetidasde ondasde prostaglandinaF2a (28). Níveis deestradiol-17Bforammaioresque100a 200pmol/L duranteo cio quando os animais foram acasalados.Um aumentotemporáriofoi determinadoemconexãocoma ele- vaçãode níveisde progesteronano início da faseluteínica (Figs.15-2Be 15-5).Com essaexceção,osníveisdeestradiol permanecerambaixos,20 a 40pmol/Ldurantea faseluteíni- ca,masaumentaramnamaioriadosanimais,apósa luteólise, para40 a 60pmol/L Durante3 a4 diasapóso coito,quando o corpolúteoestáseformandoe asconcentraçõesdeproges- teronasãobaixas,a maioriadasfêmeaspermanecereceptiva aosmachos.As concentraçõesplasmáticasdeprogesteronaem fêmeasque desempenharamreceptividadesexualforamde 0,06a0,28ng/mlnesseperíodo(29).Em lhamas,pormeiode ultra-sonografia,o corpo lúteo~foiprimeiramentedetectado Dadosde Fernández.BacaS, Sumar], Novoa C, LeyvaV. Relación entre Ia ubicacióndel cuerpoluteoy Ia localizacióndel embriónen Ia alpaca. Rev Inv Pec (IVITA) Univ Nac S Marcos 1973:2:131.135;Sumar], LeyvaV. Relación entre Ia ubicacióndel cuerpoluteo y Ia localizacióndei embriónen Ia Llama (Lamaglama).In: Proc III Conv Int sobreCamélidosSudamericanos.Viedma,Argentina: 1979. 8 6 4 2 OE O(J, .s I 8....J 6 4 2 O . O CLDO CLDO GESTAÇÃO GESTAÇÃO ESPÉCIE NÚMERO OVÁRIO OVÁRIO Os DOIS NO CORNO NO CORNO ANIMAL DEANIMAIS DIREITO ESQUERDO OVÁRIOS DIREITO ESQUERDO Alpaca 928 472 440 16 16(1,6%) 913 (50,9%) (47,4%) (1,7%) (98,4%) Lhama 110 60 49(44,5%) 1(0,9%) 1(0,9%) 109 (54,5%) (99,1%) 224 PARTE 111:CICLOS REPRODUTIVOS " O E 1500 o.." LLN CD o... e 1000 :Q '6 ~ C"5 ~ 6 Q)-'" J, ~ 500 o --- 12 14 16 18 DIASAPÓSo ACASALAMENTO aos 3,1 :t 0,2 dias (ovulação = diaO,ocorrendoemmédia2 diasapósa cobertura)em fêmeascobertaspor macho vasecto- mizado,e atingiu o diâmetro máximo (13 mm) aos 5,9 :t 0,3 dias (equivalentea aproximadamente8 dias apósa cobertura) (30). O diâmetro luteínico e a concentração plasmática de progesteronaestãoaltamentecorrelacionados.Não foi obser- vada uma longa faseluteínica em qualquer alpaca ou lhama coberta,masquepermaneceuvazia. Uma cobertura fértil resulta na formação de um corpo lúteo que permanecefuncional durante a gestação(Fig. 15- 2C). Em lhamas, durante os primeiros 60 dias de gestação,o diâmetro luteínico foi monitorado por ultra-sonografia transretal, assimcomo as concentrações plasmáticasde pro- gesteronaforam determinadas (30). O corpo lúteo foi detec- tado no dia 3,1 :t 0,2 e atingiu o diâmetro máximo (16 mm) no dia 21 :t 1,2. Houve uma queda na concentração média de progesteronaplasmática entre os dias 8 e 10, assimcomo uma diminuição transitória no diâmetro luteínico nesse período. Em alpacas, foi comunicada uma queda similar de progesteronaentre os dias 8 e 11 (31). A queda transitória de progesteronacoincide com o início da regressãoluteíni- ca induzida pelo útero em animais não-prenhes. Foi sugeri- do que o comportamento do corpo lúteo entre 8 e 10 dias após a cobertura represente a resposta luteínica à gestação (reconhecimento matemo). As concentrações plasmáticas de progesterona permaneceram elevadas até cerca de 2 semanasantes do parto (32). Logo após, elas começaram a declinar e caíram acentuadamentedurante as 24 horas finais antes do parto. As concentrações de progesterona durante acasalamentosférteis e inférteis também foram determina- das no leite de alpacase lhamas (31). ReceptividadeSexuale Comportamentono Acasalamento Nos animaisde ovulação induzida não há um delinea- mento periódico regular da duração dos eventos (isto é, não há um ciclo estral claramente definido). Na ausênciado estímulodacópula, alpacas e lhamas exibemperíodosde receptividade sexual de até 36 dias, com períodos curtos não-receptivosquepodemdurar48 horas (Fig. 15-2A)(8). -u o tO <D fi) ro o ::J ~ 20 ::J 3 o s m ~ PJo.. o' ~ --J ü:J 'D 3 o s 10 I 100I o FIGURA 15-5. Níveis de 15-keto-13,14- diidro-PGFZa' estradiol-17Be progesterona emumalhamaumdiaapóscoberturaporum machoestéril. o A variabilidadena exibiçãode umareceptividadeevidente entreindivíduospareceserconsiderável,indiferentemente da paridad~(nulíparas,primíparasou multíparas).A varia- bilidadenareceptividadesexualpode,emprimeirolugar,ser atribuídaao graudamaturidadefolicularemqualquerestá- giodafasefolicularcontínua;contudo,nãoexistedocumen- taçãodisponívela esserespeito. A fêmeareceptivaassumeumaposiçãosentadacomele- vaçãodapelve(cúbitoventral)apósumcurtoperíododeper- seguiçãopelomacho,oupodeaproximar-sedeummachoque estejacopulandocomoutrafêmeae adotara posiçãosentada (8, 33). Ocasionalmente,algumasfêmeaspodemexibir um comportamentode monta em outrasfêmeasdo rebanho, porém,essaocorrênciaé muito menoscomumdo que em bovinos.A fêmeanão-receptivaexibesuarejeiçãocorrendoe cuspindona direçãodo macho(33). Durantea fasemuito curtadecortejoe durantea cópula,osmachosemitemsons laringonasais,comgrunhidose sopros.A cópulaé praticada emposiçãosentada,como machopor cimae logoatrásda fêmea(33). A fêmeaassumeumaatitudebastantepassiva durantea cópula.Algumasvezes,quandoacópulaédemora- da,afêmeapareceficarcansadaemuda"depostção,demodo aficardescansandolateralmente(Fig.15-6).Comparadocom outrasespéciesdomésticas,o coitoé bastanteprolongadoem camelídeos(10a50 minutos)(20). Gestação A duraçãoda gestaçãoem alpacasdasraçasHuacayae Suri foi determinadaem341e345dias,respectivamente(8). Em lhamas,a duraçãodagestaçãofoi registradaem346:t 8 dias(327a357dias)enemaparidadeouo sexodacriamos- trouinfluênciasobreesseevento(34).Quasetodososfetosde alpacase lhamasocupamocomouterinoesquerdo(verifica- çãocombasenaposiçãodoconceptoena localizaçãodafixa- çãoumbilical),mesmoocorrendo,comigualfreqüência,ovu- laçãoem ambosos ovários(Tab. 15-2) (26, 27). Essefato indicaqueembriõesorigináriosdo ladodireitomigramparao comoesquerdoparaa implantação(Fig.15-7).Não seconhe- cebemarazãodessamigraçãodadireitaparaa esquerda,que FIGURA 15-6. A cópulaé realizadaemposiçãosentada.Às vezes, quandoa cópulaé prolongada,a fêmeamudadeposiçãoe ficades- cansandosobreo ladodo corpo.Note duasfêmeasreceptivasdei- tadas,quepermanecempertodo casal. aparentementeé exclusivadoscamelídeos.Uma explicação paraessefenômenoimplicaumefeitoluteolíticodiferenciado docomouterinoesquerdovs.comouterinodireito.O como direito efetuaa luteólisepor meio de um trajeto local, enquantoo comoesquerdoo fazpormeiodeambosostraje- tos,sistêmicoe local (35). Ovulaçõesmúltiplasocorremem 3 a 10% dasalpacas apósa coberturanaturale em9 a 20%apóstratamentocom gonadotrofinas,massãomuitorarososcasosdegêmeosque sobrevivem(20,36). Sumar(37) estudouo papeldo corpo lúteo(CL) duranteagestaçãona lhamaenaalpacaeosresul- tadosindicaramqueo CL é necessárioparaamanutençãoda gestaçãodurantetodoo período,emambasasespécies. FIGURA 15-7. Local da gestaçãona alpaca. (A) Gestaçãono cornoesquerdo(98,4%doscasos)e (B) gestaçãono cornodireito (1,6%doscasos).Não foramencontradasdiferençasquantoà
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