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Universidade Federal de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Área de Concentração: Engenharia de Potência EEE959 – Qualidade da Energia Elétrica: Harmônicos em Sistemas Elétricos Prof. Selênio Rocha Silva Departamento de Engenharia Elétrica - UFMG - Setembro de 2012 - Fundamentos de Sistemas Elétricos Sistemas Elétricos em C.A. Definições Básicas: • PCC ou PAC ( ponto de conexão ou acoplamento comum): ponto no sistema elétrico compartilhado entre uma carga específica e outras cargas consumidoras; • Vn (tensão nominal): nível de tensão de referência do sistema supridor ou de um equipamento (geralmente tensão entre fases); � Tensão nominal do sistema ou do equipamento; � Tensão pré-distúrbio ou tensão contratada; Sistemas Elétricos em C.A. Definições Básicas: • Scc (potência de curto-circuito em MVA) = • Corrente de curto-circuito = Icc 3 n ccV I • Corrente de curto-circuito = Icc • Snom : potência nominal de um equipamento • Razão de curto-circuito: Constitui um indicador objetivo da robustez do sistema relativa ao equipamento ou sistema elétrico acessante (consumidor ou gerador) 100(%) )( cc nom nom cc S S R S S puR = = Sistemas Elétricos em C.A. Potência de curto-circuito: 2 3 n cc n cc V S V I Z • •• • ∗ • ∗ = = ccZ ∗ - É uma medida da capacidade (robustez) do sistema; Por exemplo: Para um sistema em 50kV com capacidade de curto-circuito de 970 MVA Normalmente a parte resistiva de Zcc é desprezível. 2,577ccZ • = Ω Sistemas Elétricos em C.A. Potência de curto-circuito: - Potência de curto-circuito trifásico - Potência de curto-circuito fase-terra cclcc IVS IVS = =Φ3 3 - Potência de curto-circuito fase-terra ccfcc IVS =Φ1 Subestação Scc3f (MVA) Scc1f (MVA) Uberlândia 2 159,0 173,0 Barbacena T 95,2 96,7 Barbacena D 175,2 182,2 São João Del Rei 87,3 90,0 Sistemas Elétricos em C.A. Potência de curto-circuito: - Impedância equivalente do sistema de energia elétrica - Razão X/R da impedância do sistema Impedâncias de cabos de redes 13,8kV X/R Cabos bitola 4 AWG 1,66 + j1,01 Ω/km 0,61 Cabos bitola 336,4 MCM 0,25 + j0,88 Ω/km 3,52 Sistema “por unidade” • Objetivo: normalização de todas as características dos componen- tes de um sistema elétrico; • Grandezas base: � Potência base: valor nominal da potência de saída (em VA) de um equipamento ou sistema; � Tensão base: valor eficaz de linha (em V) do sistema elétrico no ponto no qual um determinado equipamento está conectado; � Corrente base: Potência base/ ( .Tensão base) � Impedância base: Tensão base/ ( .Corrente base) 3 3 Sistemas Elétricos em C.A. Transformadores: Snom [MVA] Nível de Tensão Zt (%) 0,63 – 2,5 MT/BT 4 - 6 2 - 10 MT/MT 6 - 8 2 - 10 AT/MT 8 - 17 Sistemas Elétricos em C.A. Transformadores: • A capacidade de curto-circuito de um sistema é normalmente dominada pelo último transformador ! nomTSS = • Exemplo: (%) /100 nomT ccT t S S Z = 50 1 2 0,4 413 10 179 0,056 1,6 26 0,06 21,5 (!!!!) cc kV ccT ccT cc kV S MVA S MVA S MVA S MVA = = = = = = INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES: � Este método foi desenvolvido por C.L. Fortescue em 1918; � Constitui-se em uma transformação linear de componentes de fase em um novo conjunto de componentes chamadas componentes simétricas; Componentes Simétricas simétricas; � Componentes de seqüência zero: consiste em três fasores de iguais magnitude e fase angular; � Componentes de seqüência positiva: consiste em três fasores de igual magnitude e defasados de 120º e na mesma seqüência de fases do sistema original; � Componentes de seqüência negativa: consiste em três fasores de igual magnitude e defasados de 120º e em seqüência de fases contrária à do sistema original INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES: Componentes Simétricas Va1 Vb1 Vc1 Va2 Vb 2 Vc2 Va0 Vb0 Vc0 Seqüência Zero Seqüência Positiva Seqüência Negativa Va0 = Vb0 = Vc0 Va1 Vb1 Vc1 Va2 Vb2 Vc2 INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES: Componentes Simétricas Variáveis de fases Va Vb Vc Va Vb Vc RECONSTRUÇÃO INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES: Se definirmos aos fasores unitários: a = 1 120º a² = 1 -120º a³ = 1 0º; temos: Componentes Simétricas temos: ==== ++++++++ ++++++++ ++++++++ ==== ++++++++ ++++++++ ++++++++ ==== 2 1 0 2 2 02 2 1 021 2 021 021 021 021 1 1 111 V V V aa aa VVaaV VaVVa VVV VVV VVV VVV V V V ccc bbb aaa c b a INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES: ==== ++++++++ ++++++++ ++++++++ ==== c b a cba cba cba V V V aa aa aVVaV VaaVV VVV V V V 2 2 3 1 2 2 3 1 2 1 0 1 1 111 Componentes Simétricas ++++++++ ccba VaaaVVaVV2 1 Primeiras conclusões: • Em sistemas equilibrados a tensão de seqüência zero é nula; • Em sistemas desequilibrados, existindo tensão de seqüência zero na tensão de fase, não existirá tensão de seqüência zero entre fases. CORRENTES DE SEQUÊNCIA ZERO: 21 2 0 210 aIIaII IIII b a ++++++++==== ++++++++==== (((( )))) (((( )))) (((( )))) cba cba IaaIII IIII ++++++++==== ++++++++==== 2 3 1 1 3 1 0 Componentes Simétricas 2 2 10 210 IaaIIIc b ++++++++==== ++++++++==== (((( )))) (((( ))))cba cba aIIaII IaaIII ++++++++==== ++++++++==== 2 3 1 2 31 Conclusões: • Em sistemas trifásicos em Y com neutro aterrado a corrente de neutro vale o triplo da corrente de seqüência zero; • Em sistemas trifásicos em delta ou em Y não aterrado não existirá corrente de seqüência zero nas linhas. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA CARGAS DE IMPEDÂNCIA: Considere uma carga em Y com neutro aterrado, sendo a impedância por fase ZY e a impedância de neutro ZN: A B cbaNaYNNaYag IIIZIZIZIZV ++++++++++++====++++==== )( Componentes Simétricas ZY ZYZY ZN B C cbaN cbaNcYNNcYcg cbaNbYNNbYbg cbaNaYNNaYag IIII IIIZIZIZIZV IIIZIZIZIZV IIIZIZIZIZV ++++++++==== ++++++++++++====++++==== ++++++++++++====++++==== ++++++++++++====++++==== )( )( )( g REDES DE SEQÜÊNCIA PARA CARGAS DE IMPEDÂNCIA: ==== ++++ ++++ ++++ ==== 111111 I I I Z I I I ZZZZ ZZZZ ZZZZ V V V c b a c b a NYNN NNYN NNNY cg bg ag Componentes Simétricas ==== ==== ==== ==== −−−−−−−−−−−−−−−− −−−− 2 1 0 1 2 1 0 111 2 2 3 11 2 2 1 1 111 1 1 111 I I I KZK V V V I I I KKZK V V V K aa aaK aa aaK c b a cg bg ag REDES DE SEQÜÊNCIA PARA CARGAS DE IMPEDÂNCIA: ++++ ========−−−− Y Y NY Z Z ZZ ZKZK 00 00 003 012 1 Componentes Simétricas 2222 1111 0000 3 IZIZV IZIZV IZIZZV Y Y NY ======== ======== ====++++==== )( Conclusões: • Em cargas em Delta ou em Estrela não aterrada a impedância de seqüência zero vale infinito. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA CARGAS DE IMPEDÂNCIA: Considere uma carga com impedância trifásica genérica: ==== bcbbba acabaa abc ZZZ ZZZ ZZZ Z Componentes Simétricas cccbca ZZZ A transformação em componentes simétricas Z012=K -1ZabcK, conduz a uma matriz impedância cheia, com elementos de impedância mútua: ==== 222220 121110 020100 012 ZZZ ZZZ ZZZ Z REDES DE SEQÜÊNCIA PARA CARGAS DE IMPEDÂNCIA: Quando Zaa=Zbb=Zcc e Zab=Zba=Zac=Zca=Zbc=Zcb, que sào condições de carga simétrica: abaa ZZZ ZZZ −−−−==== ++++====0 2 Componentes Simétricas abaa abaa ZZZ ZZZ −−−−==== −−−−==== 2 1 Para cargas simétricas e mesmo em cargas assimétricas, as impedâncias de seqüência positiva e de seqüência negativa são iguais. Isto não é válido para equipamentos rotativos (máquinas elétricas), onde o sentido de giro determina comportamento distinto para estas componentes. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA IMPEDÂNCIA SÉRIE: Zaa Zbb Zcc a a’ b’ c’ b c Ia Ib Ic nbbnbb naanaa VVV VVV VVV '' '' −−−−==== −−−−==== −−−−==== Componentes Simétricas Zcc c’c n n Ic nccncc VVV '' −−−−==== cccbbcaaccc cbcbbbaabbb cacbabaaaaa IZIZIZV IZIZIZV IZIZIZV ++++++++==== ++++++++==== ++++++++==== ' ' ' Considerando que a matriz impedância é simétrica: Zaa=Zbb=Zcc Zab=Zac=Zbc Z0=Zaa+2Zab e Z1=Z2=Zaa-Zab REDES DE SEQÜÊNCIA PARA MÁQUINAS ELÉTRICAS: Z0 3ZN I I0 Em máquinas síncronas, impedância Z1 apresenta alto valor em regime permanente pois os fluxos Em máquinas elétricas, Z0 apresenta baixo valor pois representa os fluxos magnéticos de dispersão, não produzindo FMM rotacional. Componentes Simétricas Z2 Z1 E1 I2 I1 magnéticos de seqüência positiva estão em sincronismo com o giro do rotor e assim penetram completamente o circuito magnético da máquina. Z1=Xs, podendo em regime transitório valer Z1=X’d ou X”d; Em máquinas síncronas, impedância Z2 apresenta baixo valor pois os fluxos magnéticos de seqüência negativa giram em sentido contrário ao giro do rotor, representando um campo de 2o. harmônico que é impedido de penetrar no circuito magnético da máquina. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA TRANSFORMADORES: • Como são máquinas estáticas X1=X2; • Nos circuitos equivalentes, por fase, para seqüências positiva e negativa despreza-se as resistências e a corrente de excitação, referindo-se as reatâncias a um dos lados, e considerando-se os defasamentos devido as conexões; • Para seqüência zero depende do tipo do transformador e da forma na qual este está conectado, se permitirá ou não a circulação de correntes ou fluxos de Componentes Simétricas está conectado, se permitirá ou não a circulação de correntes ou fluxos de seqüência zero; • Na figura, as correntes de seqüência zero que circulam no primário são contra-balanceadas por correntes secundárias que circulam dentro do delta. As correntes de seqüência zero no secundário não aparecem na corrente de linha, indicando uma reatância infinita de seqüência zero para o secundário. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA TRANSFORMADORES: Circuito equivalente de seqüência zero: • Se existe um circuito fechado que permite a circulação de corrente de seqüência zero entre fases e neutro (ou terra), feche a chave a; • Se existe a possibilidade da corrente de seqüência zero circular dentro do enrolamento, sem passar pelos condutores de fase e neutro (ou pela terra), feche a chave b; Componentes Simétricas feche a chave b; • Leve em consideração que Xm=1/bm é muito maior que a reatância de dispersão e faça as simplificações possíveis. REDES DE SEQÜÊNCIA PARA TRANSFORMADORES: Componentes Simétricas REDES DE SEQÜÊNCIA PARA TRANSFORMADORES: Impedância de seqüência zero em trafos de núcleo envolvido X núcleo envolvente: • Trafos de núcleo envolvido: os fluxos de seqüência zero das três pernas são iguais e não se anulam, como os de Componentes Simétricas iguais e não se anulam, como os de seqüência positiva. A soma dos fluxos de seqüência zero das três pernas devem encontrar um caminho para se fecharem pelo ar, pelo óleo ou pelo tanque, caminhos estes de alta relutância ; • Trafos de núcleo envolvente: os fluxos de seqüência zero circulam de forma similar ao que acontece em bancos trifásicos, acontecendo comportamentos distintos se os caminhos magnéticos saturarem.
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