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Trabalho Ectoparasitas Parasitologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
ELAINE DA ROCHA SOUZA
TRABALHO SOBRE ECTOPARASITOS
VITÓRIA
2018
ELAINE DA ROCHA SOUZA
TRABALHO SOBRE ECTOPARASITOS
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Parasitologia no curso de graduação de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para avaliação.
Orientador: Profa. Dra. Blima Fux
VITÓRIA
2018
INTRODUÇÃO:
Ectoparasita (também chamado de exoparasita) é uma classificação de parasitas do ponto de vista da repartição topográfica no corpo dos hospedeiros. São designados por ectoparasitas ou parasitas externos os tipos de parasitas que se instalam fora do corpo do hospedeiro, como no caso de piolhos, ácaro vermelho, pulgas, moscas, carrapatos e sanguessugas, sendo os quatro primeiros de maior importância e prevalência em humanos e serão abordados nesse trabalho. 
PEDICULOSE 
Os piolhos são insetos ectoparasitos hematófagos obrigatórios que podem ser encontrados na cabeça e corpo do ser humano, incluindo a região púbica. Três tipos podem parasitar o ser humano: Pediculus humanus capitis (piolho-do-courocabeludo); Pediculus humanus humanus (piolho-do-corpo); e Pthirus pubis (piolho-daregião-pubiana). As espécies Pediculus humanus e P. pubis foram descritas por Linnaeus em 1758 e estão agrupadas no Filo Arthropoda, Classe Insecta e Ordem Phthiraptera. Pediculus humanus e P. pubis apresentam metamorfose gradual (paurometabolia), com três formas evolutivas: adulto (macho e fêmea), ovo (também conhecido como lêndea), e ninfa (que apresenta três estádios). Pediculus humanus e P. pubis são espécieespecíficas — ou seja parasitam somente o ser humano. Desta forma, não utilizam como hospedeiro cachorros, gatos, aves ou outros animais.
Pediculus humanus: 
Morfologia: Os adultos e as ninfas de P. humanus ficam aderidos aos pelos por meio de garras adaptadas. Os adultos apresentam tamanho pequeno (até 4 mm), cor amareloamarronzada, tórax mais estreito que o abdome, ausência de asas e de pernas adaptadas para o salto, corpo achatado dorsoventralmente, aparelho bucal picadorsugador, pernas fortes com garras bem desenvolvidas para aderir aos pelos, e a fêmea é em média maior que o macho. As ninfas são parecidas com os adultos, porem são menores e não apresentam as estruturas sexuais desenvolvidas. Os ovos (lêndeas) de P. humanus ficam aderidos aos pelos por meio de uma substância cimentante. Os ovos (até 1 mm) ficam aderidos aos pelos por meio de uma substância cimentante, são operculados e apresentam coloração branco-amarelada.
Sintomatologia: A picada de P. humanus provoca uma dermatite, causada pela reação do hospedeiro à saliva injetada durante a picada. As manifestações mais comuns, principalmente na região posterior da cabeça (nuca e atrás das orelhas), são prurido intenso, máculas e pápulas eritematosas, escoriações, provenientes do até de coçar, e irritação. Pacientes com essa parasitose também podem desenvolver inflamação ganglionar satélite e alopecia. Alguns pacientes desenvolvem uma reação de hipersensibilidade à saliva e dejetos dos piolhos, intensificando as manifestações. Também podem ocorrer infecções bacterianas secundárias (e.g. impetigo) no local, e até anemia, quando a infestação for elevada e estiver associada à criança com más condições sociais, enteroparasitoses e dieta inadequada. A criança afetada pode ainda ficar psicologicamente abalada pela condição, escondendo a infestação por vergonha. São indicativos da pediculose-do-courocabeludo: prurido intenso, máculas e pápulas eritematosas, escoriações, e irritação, principalmente na região posterior da cabeça (nuca e atrás das orelhas). O encontro de ovos (lêndeas), ninfas (formas juvenis) ou adultos na cabeça do paciente, confirma a suspeita clínica.
Transmissão: A transmissão de P. humanus ocorre principalmente pelo contato direto entre pessoas. Os estímulos para que o parasito mude de hospedeiro são a temperatura, umidade e odor do hospedeiro. A transmissão é improvável a partir dos ovos, e limitada na forma indireta a partir de adultos e ninfas em fômites.
Epidemiologia: A pediculose-do-couro-cabeludo ocorre em todo o mundo, incluindo países desenvolvidos, e pode afetar pessoas de qualquer idade, sexo e condição socioeconômica. No entanto, é mais prevalente em meninas de 3 a 13 anos com condições socioeconômicas precárias.
Profilaxia: Como forma de prevenção da pediculose-docouro-cabeludo deve-se: evitar contato físico com indivíduos infestados; fazer inspeção periódica e tratamento dos infestados em instituições fechadas; tratamento em massa dos infestados em epidemias; e educação sanitária da população.
Tratamento: Para a pediculose-do-couro-cabeludo há dois principais tipos de tratamento, o natural e o químico. O natural pode ser feito com o auxílio de catação manual, pente fino associado a cremes, ar quente, solução salina e raspagem da cabeça, combinados ou não. A eficácia do uso do vinagre (ácido acético) para dissolver a substância cimentante que liga os ovos aos cabelos não é comprovada cientificamente. Para tratamento químico da pediculose-docouro-cabeludo, o medicamento de escolha é a loção de uso tópico de permetrina 1%, pois é eficiente e a probabilidade de efeitos tóxicos sistêmicos é pequena. Este medicamento, no entanto, não é recomendado para crianças menores de dois anos, grávidas e lactantes, devendo ser avaliado seu uso em pacientes com escoriações na cabeça provenientes do ato de coçar. Sua aplicação padrão consiste em: (1) lavar o cabelo com xampu qualquer, enxaguar e secar com toalha deixando o cabelo úmido; (2) aplicar a loção sobre todo o couro cabeludo, especialmente na nuca e atrás das orelhas, deixando o produto agir por 10 min; (3) enxaguar o cabelo com água abundante, com cuidado para não permitir contato do produto com olhos e mucosas; e (4) usar pente fino para a retirada das lêndeas e piolhos. O paciente deve ser reavaliado dentro de 7–14 dias para verificar a necessidade de repetir o procedimento. A ivermectina, via oral, tem sido utilizada com sucesso no controle da infestação por P. humanus capitis. Sua dosagem recomendada é de 200 μg/kg, repetida após 10 dias. A ivermectina, no entanto, não é indicada para pacientes com doenças neurológicas, mulheres grávidas e G R Leite. Ectoparasitos do ser humano. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo ver 2.0 4 lactantes, e crianças com menos de cinco anos ou 15 kg. A automedicação pode ocasionar toxicidade ao paciente e resistência do parasito ao medicamento. O tratamento químico da pediculose do couro cabeludo pelo benzoato de benzila ou lindano é desaconselhado devido à resistência dos piolhos e toxicidade para o ser humano.
Pthirus púbis: Pthirus pubis, ou piolho-da-região-pubiana, ou chato, é o agente etiológico da ftiríase e vive na região pubiana do ser humano. Os adultos são menores (até 2 mm) que os de P. humanus, além de apresentarem o tórax mais largo que o abdome. A principal forma de transmissão é o contato sexual, sendo sua prevalência maior em adultos promíscuos e sem higiene que frequentam protíbulos. As formas de tratamento devem ser as mesmas de P. humanus capits, mas adaptadas para a região.
ESCABIOSE - ÁCARO: 
Sarcoptes scabiei: espécie Sarcoptes scabiei foi descrita por Linnaeus em 1758. Esta espécie está agrupada no Filo Arthropoda, Classe Arachnida, Ordem Astigmata e Família Sarcoptidae.
Morfologia: Sarcoptes scabiei apresenta quatro estágios evolutivos: ovo, larva, ninfa e adulto. O adulto é pequeno, medindo entre 0,25 e 0,50 mm. Este apresenta coloração esbranquiçada, corpo globoso, mole, ovóide e estriado, e pernas curtas e cônicas. A fêmea é maior que o macho. O ovo é relativamente grande (medindo entre 0,10 e 0,20 mm), claro e ovóide. As formas juvenis se assemelham aos adultos, no entanto, são menores e não apresentam estruturas sexuais desenvolvidas. A larvaé hexápoda e a ninfa octópoda. Sarcoptes scabiei vive em túneis na camada córnea da epiderme. As principais partes do corpo atingidas são as mãos, região interdigital, punho, cotovelo, axilas, cintura, tornozelo e pé, e também nos seios, virilhas, nádegas, genital externa. Existem algumas variações descritas de S. scabiei, como S. scabiei var. hominis, S. scabiei var. canis, S. scabiei var. suis, etc. Cada variação, no entanto, em condições normais, só parasita e mantém o parasitismo em seu hospedeiro original, por exemplo, S. scabiei var. hominis só parasita o ser humano e S. scabiei var. canis só parasita o cão.
Ciclo biológico: O ciclo evolutivo de S. scabiei consiste em: (1) fêmea fecundada penetra na camada córnea da epiderme íntegra do hospedeiro e deposita ovos em túneis; (2) durante 2 ou 3 meses, cada fêmea fecundada deposita entre 2-4 ovos por dia; (3) 3 a 5 dias após a postura, o ovo eclode e libera a larva, que pode permanecer no túnel ou migrar para a superfície da pele e se alojar em um novo túnel curto; (4) a larva então, após o processos de muda, se transforma em ninfa I (entre 3 e 4 dias) e depois em macho ou ninfa II (entre 3 e 4 dias); (5) 8 a 10 dias após, a A G R Leite. Ectoparasitos do ser humano. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo ver 2.0 14 ninfa II se transforma em fêmea, e a cópula ocorre após um macho penetrar no túnel em que a fêmea está alojada. Ao ser fecundada a fêmea vai para a superfície da pele e cava um novo túnel. Algumas outras características biológicas importantes de S. scabiei são: as fêmeas copulam uma única vez durante a vida, quando na superfície da pele utilizam ventosas para se aderir, aproximadamente 10% dos ovos originam adultos, machos são raros, o ciclo dura entre 2 e 4 semanas, e em condições ótimas podem sobreviver por até 21 dias fora do hospedeiro.
Transmissão: A transmissão de um hospedeiro a outro ocorre por meio de formas juvenis ou fêmeas fecundadas. A principal forma de transmissão ocorre pelo contato direto como venéreo/sexual; aperto de mão, abraço prolongado, contato em coletivos cheios, etc. Outra forma de transmissão é a indireta, que ocorre por meio de fômites como roupas de cama e banho, ou vestimentas.
Sintomatologia: Os principais sintomas e manifestações da escabiose são prurido, formação de crostas, sulcos e vesículas, e descamação da pele. As manifestações aparecem entre 1 e 2 semanas após o contato com o parasito. Estas são mais pronunciadas à noite quando o paciente está deitado, e aumentam com o passar do tempo. As manifestações continuam algum tempo após a cura parasitológica e o ato de coçar facilita o estabelecimento de infecções secundárias.
Diagnóstico: O diagnóstico clínico da escabiose se baseia nas manifestações notáveis mais comuns e na anamnese do paciente. Manifestações padrões como o prurido (principalmente durante o período noturno), região do corpo de ocorrência e aspecto dos locais afetados devem ser investigadas. Dados sobre o paciente como hábitos de higiene, nível socioeconômico, se frequenta habitualmente locais fechados com muitas pessoas, se alguém da família também apresenta os sintomas, etc, podem auxiliar no diagnóstico. O diagnóstico laboratorial pode ser feito pelos métodos da fita gomada e/ou raspado da pele.
Epidemiologia: A escabiose ocorre em todo o mundo, mas é mais comumente endêmica em países em desenvolvimento em regiões tropicais. São indicadores desta parasitose a pobreza, superpopulações, aglomerados, e falta de higiene. São fatores que contribuem para aquisição da infestação baixa higiene pessoal, má nutrição e promiscuidade sexual.
Profilaxia: As principais medidas profiláticas para a escabiose são: (1) tratamento de todos os casos concomitantemente; (2) lavar as vestes, além de roupas de cama e banho do paciente enquanto durar seu tratamento; e (3) educação em saúde, visando a aplicação de medidas higiênicas individuais e coletivas.
Tratamento: Para tratamento da escabiose (infestação por Sarcoptes scabiei), o medicamento de escolha é o creme de uso tópico de permetrina 5%, pois é eficiente (90 a 98% de cura) e a probabilidade de efeitos tóxicos sistêmicos é pequena. Este medicamento, no entanto, não é recomendado para crianças menores de dois anos, grávidas e lactantes. Sua aplicação padrão consiste em: (1) banho demorado com água morna e sabão neutro à noite, antes do paciente ir se deitar; (2) aplicar sarnicida cremoso (permetrina 5%) por todo o corpo abaixo do pescoço; (3) de manhã (8 a 14 horas depois), banho para retirar o sarnicida; e (4) repetir o procedimento após 7 dias. Recentemente a ivermectina, via oral, tem sido utilizada com sucesso no controle da escabiose (infestação por Sarcoptes scabiei). Sua dosagem recomendada é de 200 μg/kg, repetida após 7 dias. A ivermectina, no entanto, não é indicada para pacientes com doenças neurológicas, mulheres grávidas e lactantes, e crianças com menos de cinco anos ou 15 kg. A automedicação pode ocasionar toxicidade ao G R Leite. Ectoparasitos do ser humano. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo ver 2.0 15 paciente e resistência do parasito ao medicamento.
TUNGÍASE - PULGA: 
Tunga penetrans: Tunga penetrans foi descrita por Linnaeus em 1758. Esta espécie está agrupada no Filo Arthropoda, Classe Insecta, e Ordem Siphonaptera. Tunga significa "o que come", e penetrans significa "o que penetra". Tunga penetrans é popularmente conhecida como: pulga-daareia, bicho-de-pé, bicho-de-cachorro, bichode-porco, pulga-de-bicho — de acordo com seu estágio evolutivo. A infestação que esta espécie causa é denominada tungíase, tungose e jatecuba.
Morfologia: Tunga penetrans apresenta as características gerais das outras pulgas. No entanto, é a menor espécie de pulga (1 mm de comprimento), sendo que a fêmea grávida no hospedeiro fica com tamanho de um grão de ervilha (1 cm de diâmetro). Machos e fêmeas vivem em locais quentes e secos próximos de chiqueiros, esterco, jardins e hortas. Ambos são hematófagos, mas somente fêmeas penetram na epiderme do hospedeiro. Os principais hospedeiros são: porco, homem, cão, gato, roedores, bovinos.
Ciclo biológico: O ciclo biológico de T. penetrans consiste em: (1) 3–15 dias após a penetração da fêmea grávida, ela começa a eliminar os ovos à distância no ambiente (abdômen contém cerca de 200 ovos; durante a vida pode eliminar cerca de 2000 ovos); (2) ao morrer a fêmea é expulsa pela reação inflamatória (até 46 dias); (3) os ovos eclodem no ambiente liberando as larvas que se alimentam de matéria orgânica (L1 e L2); (4) as larvas se tornam pupas; (5) adultos emergem das pupas e copulam (2-4 semanas); (6) fêmea adulta fecundada procura um hospedeiro e penetra em sua pele, cortando os tecidos com o aparelho bucal e depositando saliva (a penetração dura 30 minutos a várias horas); e (7) fêmea adulta grávida reside em lesão subcutânea e se alimenta de líquido tissular e sangue — a medida que os ovos vão se formando, o abdome vai se distendendo; a extremidade posterior do abdome, que contém os espiráculos respiratórios e o aparelho ovipositor, fica voltada para o meio externo.
Transmissão: A tungíase é uma zoonose e a presença de animais é um fator de risco para a infestação humana. A disseminação pode ocorrer por suínos, cães, gatos e ratos, e até comércio de esterco. O parasito pode ocorrer em comunidades ou favelas, tanto em áreas rurais quanto grandes cidades e região litorânea. Os principais focos ocorrem em locais sem coleta regular de lixo, e onde moradores convivem em proximidade a ratos e animais domésticos infestados. Domicílios com piso de areia ou barro constituem ambiente favorável ao desenvolvimento da espécie.
Sintomatologia: O paciente sente ligeiro prurido, e a reação inflamatória torna o local doloroso e tumefeito. Pode ocorrer hiperceratose e descamação. A infestação é autolimitante, com duração de 4 a 6 semanas. Se não removido, o parasito morre e é expulso pela reação inflamatória. Em áreas endêmicas a reinfestação é constantee os indivíduos podem apresentar algumas dezenas ou centenas de parasitos. Nestes casos, a infecção secundária por bactérias como Staphylococcus aureus e Streptococcus é a regra. Nestas ocasiões é comum a ocorrência de inflamação crônica, fissuras, dificuldade de deambulação, deformação e perda de unhas dos dedos dos pés. As principais características clínicas da tungíase são: pequena tumoração (~1 cm) com ponto negro, principalmente nos pés. As áreas mais atingidas são: sola plantar, calcanhar, espaços interdigitais e sob as unhas, podendo ocorrer de um exemplar até algumas centenas.
Epidemiologia: A prevalência é mais alta em crianças de 5-14 anos e idosos acima de 60 anos, pois: (1) adultos trabalham e passam mais tempo fora da área endêmica; (2) adultos retiram pulgas regularmente; e (3) crianças e idosos têm maior interação com o ambiente endêmico e não adotam medidas de proteção adequadas. A infestação ocorre mais na estação seca, pois a chuva parece dificultar o desenvolvimento dos estágios imaturos no solo. 
Profilaxia: A infestação grave está associada a habitações precárias, presença de animais, baixa escolaridade, e baixo nível socioeconômico. Deve-se, desta forma, controlar os reservatórios humanos com tratamento e educação (ex. uso de calçados) e também controlar os reservatórios animais com tratamento adequado dos animais infestados. Também deve ser feito: o controle domiciliar (com melhora da moradia) e controle G R Leite. Ectoparasitos do ser humano. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo ver 2.0 12 ambiental (com interrupção do ciclo de vida fora do hospedeiro e uso de criterioso de inseticidas).
Tratamento: O tratamento da tungíase consiste na retirada do parasito e tratamento da lesão. O procedimento consiste em: (1) antissepsia local; (2) romper a pele superficial em torno da tumoração com agulha estéril de ponta fina; (3) remover a pulga inteira com o dedo indicador e polegar com movimentos de lateralidade; (4) pulga destruída no álcool; e (5) tratar a lesão. Em parasitismo múltiplo, pomada mercurial ou ivermectina podem ser utilizadas para matar as pulgas, mas em seguida cada uma deve ser retirada.
MIÍASE - MOSCAS: 
Esta parasitose pode ser definida como: uma infestação de vertebrados vivos por larvas de moscas, que se alimentam de seus tecidos vivos ou mortos, além de substâncias corporais líquidas. As miíases podem ser classificadas em três categorias: obrigatória (primária ou biontófaga), facultativa (secundária ou necrobiontófaga) e acidental ou pseudomíiase. Na obrigatória, as larvas se alimentam de tecidos vivos e consequentemente somente de animais vivos. Na facultativa, as larvas se alimentam de matéria orgânica em decomposição. Eventualmente podem se alimentar de tecidos necrosados em animais vivos. Na acidental, larvas de moscas são ingeridas e ao passar pelo tubo digestivo podem ocasionar distúrbios graves. As larvas de moscas que causam miíase facultativa têm sido utilizadas terapeuticamente por anos. Como só se alimentam de tecidos necrosados, estas auxiliam no desbridamento de tecidos mortos em feridas.
Dermatobia hominis: "Dermatobia" significa vivo na pele, e "hominis" significa homem. Dermatobia hominis é popularmente conhecida como berne, ura, tórsalo, mosca-berneira, etc. — de acordo com seu estágio evolutivo. A infestação que esta espécie causa é denominada miíase furuncular por apresentar o aspecto de um furúnculo.
Morfologia: O adulto de D. hominis é relativamente grande (12–15 mm), apresenta o tórax cinzaamarronzado, as pernas alaranjadas, e o abdome azul metálico. Estes vivem em áreas úmidas e montanhosas escondido em matas, podem viver por até 20 dias, e cada A G R Leite. Ectoparasitos do ser humano. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo ver 2.0 7 fêmea ovipõe entre 300–800 ovos durante a vida. A larva de D. hominis pode chegar a 24 mm, apresenta espiráculos respiratórios na extremidade posterior, espinhos distribuídos pelo corpo, e peças bucais evidentes. A larva constitui a fase evolutiva parasitária. Esta invade pele e mucosa íntegra e se não retirada pode ficar por até 2 meses no hospedeiro, se alimentando e crescendo. Após este tempo, ela abandona o hospedeiro.
Ciclo biológico: O ciclo biológico de D. hominis consiste em: (1) um dia após emergir, a fêmea adulta copula; (2) dois dias após a cópula a fêmea já fecundada captura uma mosca ou mosquito e ovipõe entre 10-20 ovos em seu abdome; (3) após 7 dias da cópula os ovos amadurecerem e a mosca ou mosquito que os porta pousa sobre um hospedeiro para se alimentar, então a larva (ou berne), estimulada pelo calor deste hospedeiro, abandona o ovo e penetra na pele/mucosa da pessoa; (4) a larva sobrevive no hospedeiro, se alimentando de seus tecidos e líquidos corporais por até 60 dias; (5) passado este tempo, a larva abandona o hospedeiro espontaneamente; (6) esta cai no solo, se enterra e transforma-se em pupa; e (7) 30 a 75 dias após, da pupa emerge o adulto.
Transmissão: Várias espécies podem carrear os ovos de D. hominis. Esta interação ecológica é denominada foresia e os principais carreadores são: Aedes (transmissor do vírus da dengue); Culex (pernilongo); Anopheles (transmissores dos plasmódios); Simulidae (borrachudos); e Musca domestica. Os principais hospedeiros de D. hominis são: o boi, o homem e o cão.
Diagnóstico: Para diagnóstico de miíase furuncular as seguintes características são importantes: (1) a espécie invade pele íntegra e mucosa; (2) apresenta apenas uma larva por lesão; (3) paciente sente prurido e dor no local; (4) inicialmente se assemelha a espinha, e então um furúnculo; (5) um pequeno orifício, pelo qual a larva respira, é visível; (6) larva se exterioriza parcialmente ao se fazer pequena pressão lateral; (7) paciente pode sentir os movimentos do parasito; e (8) ocorre principalmente no dorso; cabeça, rosto, e braços; e pernas.
Profilaxia: Como profilaxia, quando em locais de risco, medidas paliativas seriam as que evitem o contato com o mosquito, como utilizar mosquiteiro, repelente, etc. Em animais, quando estão sempre expostos, a aplicação sistêmica de parasiticidas previnem a infestação, pois as larvas morrem ao entrar em contato com hospedeiro.
Tratamento: O tratamento da miíase furuncular consiste na retirada da larva e tratamento da lesão. O procedimento consiste em: (1) raspar os pelos da região; (2) colar firmemente um esparadrapo; (3) aguardar uma hora; (4) retirar o esparadrapo com o berne aderido (caso não saia, fazer ligeira compressão); e (5) tratar a lesão. A larva deve ser retirada por inteiro para facilitar a cicatrização e evitar proliferação bacteriana. O uso de fumo de rolo ou éter para matar a larva mais rapidamente não é necessário.
REFERÊNCIAS:
Feldimeier, Herman; Oliveira, Fabíola; Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csp/v19n5/17826.pdf > Acesso em: 19 de Maio de 2018.
Guimarães JH, Tucci EC, Barros-Battesti DM. Ectoparasitas de importância veterinária. São Paulo: Plêiade; 2001.

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