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19/10/2017 1 Macroeconomia I Modelos de Crescimento de Endógeno Sónia Maria Fonseca Pereira Oliveira Gomes PPGECON/UFPE 7. Modelos de Crescimento Endógeno • Insatisfação teórica com Modelo Neoclássico1. Na segunda metade dos anos 1980, um grupo deeconomistas de crescimento liderados por Paul Romer(1986) insatisfeitos com a explicação do crescimento delongo prazo ser de responsabilidade do P.T. que é exógeno.– Retornos decrescentes do capital 2. Essa insatisfação motivou a construção de uma classe demodelos na qual a explicação do crescimento é endógeno.– A determinação de um crescimento a longo prazo no interiordo modelo, ao invés de variáveis exogenamente crescentes,como o progresso tecnológico inexplicável, é a razão para onome crescimento endógeno 19/10/2017 2 7. Modelos de Crescimento Endógeno • Insatisfação teórica com Modelo Neoclássico3. Uma saída foi incorporar capital humano de formaque os retornos decrescentes não se aplicam. 4. Outra maneira é considerar que o P. T. é a únicaforma de se escapar dos retornos decrescentes.– Entretanto, dada a natureza não rival das ideias por trás datecnologia, o modelo neoclássico competitivo não podesustentar investimentos lucrativos em mudança tecnológica.– Assim, foi incorporada uma teoria do P.T. e competiçãoimperfeita, gerando P.T. e crescimento endógeno. 7. Modelos de Crescimento Endógeno Modelos de Crescimento Endógena – ExemplosModelo AK• É um modelo de crescimento endógeno,pois depende de parâmetros calculados nopróprio modelo. • Não há retornos decrescentes do capitalfísico.– O capital humano anula os retornos decrescentes docapital físico. 19/10/2017 3 7. Modelos de Crescimento Endógeno Modelos de Crescimento Endógena – Exemplos Modelo AK • Onde A: constante positiva que reflete onível de tecnologia da economia.• K: inclui tanto o capital físico quanto ohumano.• Produto per capita: y=ak AKY 7. Modelos de Crescimento Endógeno Modelos de Crescimento Endógena – Exemplos Modelo AK )( 1 que sabendo E capitaper termosem e :capitaper termosEm nsAnsAk k nsAnkksAk k nK kLsA L L K K k k kLsAKksAkL KsY L K KsYK Aky AKY k SA n+δ k k •As duas curvas são paralelas não se cruzam => Hácrescimento de longo prazo e sua taxa depende dosparâmetros e não depende de k.•Ou seja, a ocorrência dos mesmos parâmetros fazcom que as economias cresçam a mesma taxa,independentemente do capital inicial. 19/10/2017 4 7. Modelo AK • Então, essa economia exibi taxa de crescimento delongo prazo positiva sem progresso técnico.• A taxa de crescimento per capita de longo prazodepende do comportamento dos parâmetros domodelo, taxas de crescimento da poupança. )()1( )1( )1()1()1( que sabendo )( :capitaper termosEm nsAc cnsAnK kLsAnK KnAK AKnY YnYs YsnC C c c Yst Yst Ys t CCL L C C c c L Cc nsAy ynsAnK kLsAnK KnAK AKnY Y L L Y Y y y L Yy Aky AKY k k 7. Modelo AK• Não há previsão de convergência (nem absoluta enem condicional):– Essa é uma falha do modelo, já que os dados apontampara convergência condicional.• Considere um grupo de economia com estruturasimilar (n, δ, A,s) e elas diferem apenas no nívelinicial de capital k(0), e, portanto, y(0) e c(0): – O modelo diz que cada economia cresce a mesma taxaper capita independentemente da sua posição;• A previsão é de que todas as economias crescem a mesmataxa per capita.• Essa conclusão reflete a ausência dos retornos decrescentes. y. de níveis os todospara 0 yk k 19/10/2017 5 7. Modelo AK • Uma outra forma de ver esse resultado éobservar que o modelo AK é um modeloCobb-Douglas com α=1. – A análise de convergência: • Crescimento endógeno com dinâmica detransição – Será que podemos ter crescimento endógeno nolongo prazo e convergência condicional? 01))(1( nx )()( nk ksf k k 7. Crescimento endógeno com dinâmica de transição • Se o s.s. existir então: prazo. longo no mdesapareça esdecrescent retornos os que para tendênciauma representa e zero)marginal (produto 0)('lim Inada, de condições das uma violaresultado Esse .0)()('lim' )(' lim)( lim :hopitalL' de regra pela ,k quando )( Se s.s. no endógeno ocresciment o para suficiente e necessária condição uma é )()( lim seja,ou ,k quando )()( ter devemos 0 que Para limites. sem crescek positivofor Se definição.por constante é kf s nkfk kf k kf kf s n k kf s n k kf k k k k k kkk k 19/10/2017 6 7. Crescimento endógeno com dinâmica de transição • Exemplo: • Observe que há tanto crescimento endógenoquanto convergência condicional (condições) ).()()()( que Sabendo )( 11 1 11 nsBksAnBkAsnk kfsk k BkAk Bk k Ak k kfEntão BkAkLBKAkL LBK L AK yLBKAKY ααk αα ααααααα n+δ 1αsBk K(0)p1K(0)p2 SA nsAnsBksAnBkAs k k kk k 11lim ter devemos 0 que Para endógeno ocresciment* 7. Crescimento endógeno com dinâmica de transição • Exemplo: Função de Produção Elasticidade deSubstituição Constante (resolver) 19/10/2017 7 7. Modelo AK • Outras abordagens foram usadas paraeliminar a tendência decrescente dos modelosneoclássicos de crescimento: – Modelos Learning-By-Doing de Arrow (1992)– Modelo de Lucas (1988) e o Capital Humano naFunção de Produção– Modelo de Romer (1990) 7.1 Modelo Learning-By-Doing • Um dos primeiros modelos desenvolvidos nesse âmbito foio de Arrow (1962 – Economic Implications of Learning-by-Doing). • Ele assumiu que a melhoria do capital humano se originavada aquisição de conhecimento ou aprendizado tantoatravés da experiência como do contato com inovações. • E o aumento de produtividade da economia poderiaadvir/derivar:– Do montante de experiência adquirido na profissão;– Ou do aprendizado gerado na elaboração de um determinadoproduto ou processo. 19/10/2017 8 7.2 Pressupostos sobre o crescimento daprodutividade no modelo de Arrow (1962) • Primeiro pressuposto: O processo learning-by-doing ocorreem consequência do investimento realizado por cadaunidade produtiva(firma) e é de natureza acidental e nãointencional. – A ideia é que um aumento no estoque de capital da firmaoportuniza o contato dos trabalhadores com inovaçõestecnológicas incorporadas no equipamento, que contribui paraelevar o nível conhecimento (Ai). – A mesma coisa pode resultar da convivência com novosprodutos e/ou novos processos. 7.2 Pressupostos sobre o crescimento da produtividadeno modelo de Arrow (1962), continuação – Esta ideia reflete o fato de que os ganhos de conhecimento e deprodutividade têm origem no investimento e na produção dafirma. • A confirmação dessa teoria tem-se obtido em váriosestudos empíricos que apontam para efeitos positivos daexperiência adquirida sobre os ganhos de produtividade. 19/10/2017 9 7.3 Efeitos positivos da experiência adquirida sobreos ganhos de produtividade • Exemplo de um trabalho feito para o Brasil:– Segundo Barros e Mendonça (1997), a educação promovevários efeitos sobre o desenvolvimento econômico de umpaís.• Do ponto de vista privado, a educação tende a elevar os saláriosvia aumento de produtividade, aumenta a expectativa de vidadevido à maior eficiência da maneira que os recursos familiaressão utilizados. • O aumento da média educacional tende a reduziro tamanho dafamília, com o declínio do número de filhos e aumento daqualidade de vida, reduzindo, portanto, o grau de pobreza futura. • Ademais, há externalidades da educação no bem-estar daquelesque convivem com as pessoas instruídas, sendo difíceis demensurar e, talvez, sendo esses efeitos ainda maiores que osefeitos privados. 7.4 Pressupostos sobre o crescimento da produtividadeno modelo de Arrow (1962), continuação • O segundo pressuposto chave deste tipo demodelo é que o conhecimento de cada firma éum bem-público que qualquer outra firma podeter acesso, a um custo zero.– Assim, uma vez descoberto, um dadoconhecimento transborda instantaneamente portoda a economia.– Isto implica que uma mudança na tecnologia decada firma (Ai) é também resultado dos avançosda economia como um todo. 19/10/2017 10 7.4 Modelo Learning-By-Doing,continuação • Uma das principais implicações do modelo de Arrow e de seu conceito de aprender fazendo (learning-by-doing) é que um ato de investimento beneficie investidores futuros, mas esse benefício não é pago pelo mercado. • Os benefícios diretos de um investimento podem serapropriados pelo investidor, mas os benefícios indiretos emtermos de aumento da experiência beneficiam toda asociedade. • Esta divergência ente os retornos privados e sociais implicaem que os mercados geram menos investimento do queseria socialmente ótimo. 7.4 Especificação do Modelo • 19/10/2017 11 7.4 Especificação do Modelo, continuação • Com a introdução de K, dessa forma, passa-sea considerar:– Existência de externalidade positivas;– A possibilidade de intervenção do estado a partirdo incentivo à acumulação de capital. • Pode-se mostrar que a produtividade marginalprivada do capital é menor do que aprodutividade marginal no nível agregado. 7.5 Produtividade marginal privada menorprodutividade marginal no nível agregado 19/10/2017 12 7.5 Produtividade marginal privada menor produtividade marginal no nível agregado 7.5 Produtividade marginal privada menor produtividade marginal no nível agregado 19/10/2017 13 7.5 Produtividade marginal privada menorprodutividade marginal no nível agregado,continuação 7.6 Implicações desse modelo • Implicação teórica: Pode-se modelar os retornoscrescentes com competição perfeita assumindo aexistência de externalidades positivas resultantesdo processo de investimento. • As externalidades podem ser muito importantesno processo de pesquisa, visto que oconhecimento criado pelos pesquisadores dopassado pode tornar a pesquisa de hoje muitomais efetiva.
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