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Apresentação Sustentabilidade em Farmácia Hospitalar 2017

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SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA 
HOSPITALAR
Elcio Gagizi
Farmacêutico Clínico Intensivista
Sociedade de Beneficência Brasileira e Japonesa – Hospital Santa Cruz
Novembro/2017
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
DEFINIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE 
• Sustentabilidade é uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite
a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.1
Ultimamente, este conceito tornou-se um princípio segundo o qual o uso dos recursos
naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das
necessidades das gerações futuras. Este novo princípio foi ampliado para a expressão
"sustentabilidade no longo prazo", um "longo prazo" de termo indefinido.2
1. «Sustain». Dictionary.Reference.Com (em inglês). Consultado em 23 de novembro de 2017
2. «Sustentabilidade». Suapesquisa.Com. Consultado em 23 de novembro de 2017
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Sustentabilidade em Saúde
• Um projeto para a sustentabilidade identifica, mensura e gerencia uma série de indicadores de forma
sistêmica, que vão muito além do seu desempenho em termos de qualidade ou apenas econômico, pois
abrange aspectos de governança corporativa, passando também por itens sobre conformidade e práticas de
gestão ambiental, assim como todo o impacto social da operação sob a perspectiva de suas relações com
trabalhadores, com a comunidade, com clientes e até mesmo com a concorrência.
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Dados:
• O setor industrial de saúde está entre os que mais emitem gases de efeito estufa no mundo. Os hospitais
norte-americanos gastam cerca de US$ 8,5 bilhões por ano com energia, consumindo quase duas vezes
mais energia por metro quadrado do que escritórios tradicionais. No brasil, somente os hospitais são
responsáveis por 10,6% do consumo da energia de uso comercial do país.
• O estudo aponta alguns fatores que exercem efeitos importantes sobre a saúde populacional: mudanças
climáticas, energia, escassez de recursos naturais, aumento da população e da expectativa de vida,
urbanização, acúmulo de riquezas, segurança dos alimentos, declínio do ecossistema e desmatamento.
Tais influências colocam o bem-estar de bilhões de pessoas em risco.
(Consultoria KPMG, 2014)
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Dados:
• Nos países em desenvolvimento, por exemplo, o crescimento econômico e a ampliação da classe média
também aumentam drasticamente a demanda por serviços de saúde. Os governos se esforçam para levar os
serviços sociais às populações que vivem nas periferias.
• O novo perfil de população torna mais comum a incidência de doenças como a hipertensão, cardiopatias,
obesidade, diabetes e asma.
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Exemplos de ações de sustentabilidade em saúde:
• Gestão de resíduos;
• Utilização de sistemas energéticos mais eficientes com menor emissão de carbono (ou outros subprodutos
nocivos);
• Redução no desperdício de recursos: alimentos, redução do uso de papel
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Tecnologia: importante aliada
• Equipamentos de ar condicionado e iluminação mais eficientes;
• Gerenciamento de águas pluviais;
• Equipamentos médicos que consomem menos energia, ou que evitem a utilização de produtos nocivos ao meio
ambiente (esfigmomanômetros e termômetros sem mercúrio), utilização de softwares que agilizam o ciclo de
atendimento e reduzem o uso do papel – resultados de RX e outros exames de diagnóstico por imagem;
• Tratamento efetivo de resíduos orgânicos e inorgânicos: papel, materiais infectantes (autoclaves) de acordo com as
autoridades sanitárias;
• Implantação de prontuário eletrônico, eliminação de documentos físicos (fichas de atendimento e de controle de
pacientes).
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Como profissionais de saúde, ligados às áreas assistenciais fazem isso?
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Processo de aquisição de materiais e medicamentos
• Comparativos de preços com qualidade – avaliação de fornecedores - processo multiprofissional – farmácia,
enfermagem, SCIH, setor de compras – garantia de qualidade de mat/med;
• Manter um sistema efetivo de tecnovigilância e farmacovigilância;
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Processo de aquisição de materiais e medicamentos
• Controle eficiente do estoque - reduzir quantitativo de itens sem movimentação (“valores parados”),
reduzir perda por validade, sazonalidade, acompanhar série histórica – evitar aquisições emergenciais
– aumento do custo;
• Curvas ABC – contagem rotativa, psicofármacos, antimicrobianos – tempos de ressuprimento
adequados e estoques efetivos – “nem mais, nem menos” - estabelecer metas
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• Cadastro adequado de mat/med - erros de aquisição;
• Estabelecer relação de materiais e medicamentos padronizados – conhecimento do “público-
alvo”, características da instituição – uso racional – atribuição da comissão de padronização de
materiais e medicamentos;
Processo de aquisição de materiais e medicamentos
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
• Eficiência no processo de unitarização - quanto mais ágil o processo, menor estoque necessário entre
ressuprimento e dispensação – investimento em tecnologia – estudo de custo x efetividade;
• Dispensação por turnos – eficiência no processo de dispensação, evitar o retrabalho (dispensação e devolução)
• Investimento em tecnologia - redução de papel / eficiência no processo/ redução em erros de dispensação
• Controle efetivo dos estoques periféricos / descentralizados
1. Estabelecimento de estoques padrão - ex. Medicamentos multidose, para atendimentos emergenciais – ex.:
Analgésicos opióides;
2. Controle eficiente de prazos de validade e prazos de validade pós abertura,
3. Auditorias de rotina,
4. Culminar em rastreabilidade total.
Processo produtivos e organização de rotinas
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Metas internacionais de segurança 
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
• Identificação de grupos de medicamentos – ex.: Por cores 
- Vermelho: medicamentos de alta vigilância;
- Laranja: drogas vasoativas;
- Verde: antimicrobianos;
- Amarelo: psicofármacos;
- Preto: medicamentos de linha geral.
Segurança na utilização de medicamentos 
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• Medicamentos Potencialmente Perigosos (alta vigilância ou alto risco) – estabelecer itens
• Informações pertinentes a cada medicamento: “DILUIR ANTES DE ADMINISTRAR” 
• Importante: deve ser de domínio comum – COMUNICAÇÃO EFETIVA
Segurança na utilização de medicamentos 
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Grafia dos Medicamentos: “Look alike sound alike”
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Grafia dos Medicamentos: “Look alike sound alike”
- Método CD3
“Esse método, denominado CD3, sugere que os nomes sejam avaliados em duas etapas. Na primeira, o
avaliador realiza a leitura dos nomes semelhantes da esquerda para a direita, até o ponto em que identifica uma
ou duas letras que os diferenciam. A partir deste ponto, deve-se utilizar a letra maiúscula. Na segunda etapa,
procede-se a leitura da direita para a esquerda, novamente até o ponto em que sejam identificadas duas ou
mais letras diferentes. Até este ponto, deve-se retornar as sílabas para letra minúscula. ”
• Processos de administração correta e segura – dupla checagem 
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
• Formas eficientes de orientação da equipe: displays com orientações - diluição de injetáveis; medicamentos
por sonda nasogástrica, nasoenteral, gastrostomia; Hipodermóclise, melhores horários para administração
de medicamentos orais;
• Prescrição eletrônica: ferramenta permite que as informações sejam apontadas,garantindo uniformidade,
com orientações claras:
1. Erros de grafia ou de entendimento: prescrições manuais;
2. Dose, posologia e horários de administração padronizadas;
3. Permite o uso de negrito, sublinhado, grafia método CD3, além de informações de diluição,
incompatibilidades, tempo de infusão, uso de dispositivos específicos (Bomba de Infusão Contínua, Equipo
Fotossensível);
4. Cria padrões de conduta que são mantidos em toda Instituição.
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Acompanhamento farmacoterapêutico
• De acordo com a resolução n°585 de 29 de agosto de 2013, publicada pelo Conselho Federal de 
Farmácia do Brasil, as atribuições clínicas do farmacêutico “visam proporcionar cuidado ao paciente, 
família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a 
farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida 
do paciente”¹
• Segundo Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar – 2010 – farmacêuticos clínicos devem
estabelecer critérios para acompanhamento terapêutico – riscos medicamentosos, grupos específicos
de medicamentos, grupos específicos de pacientes – de acordo com a necessidade do hospital e
público alvo;
1. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. RESOLUÇÃO Nº 585 (2013). REGULAMENTA AS ATRIBUIÇÕES CLÍNICAS DO FARMACÊUTICO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. DISPONÍVEL EM: 
HTTP://WWW.CFF.ORG.BR/USERFILES/FILE/RESOLUCOES/585.PDF
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
TRIAGEM DE PRESCRIÇÕES MÉDICAS – diária em 100% das prescrições
✓Segurança do paciente
• Avaliação da terapia medicamentosa – dose, via, horários de aprazamento, interações
medicamentosas (medicamentos e alimentos), utilização correta de protocolos institucionais
• Identificação de possíveis problemas relacionados a medicamentos (PRM)
• Antibioticoterapia: tempo de utilização de antimicrobianos (controlados ou não; antibioticoterapia e
antibioticoprofilaxia), ajustes de dose, acompanhamento de níveis séricos, protocolos hospitalares;
• Indicadores diários de atividades – relatórios mensais
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Avaliação Inicial de Farmácia Clínica
• Avaliar a terapêutica medicamentosa inicial com base no diagnóstico (ou hipótese diagnóstica)
• Verificar os antecedentes pessoais (histórico) e de acordo com os parâmetros clínicos atuais, promover
a conciliação medicamentosa
• Validação de medicamentos de uso prévio não padronizados na instituição que serão mantidos
durante a internação - manutenção de dados disponíveis para acompanhamento da equipe
• Identificar o score de risco medicamentoso e outros critérios para acompanhamento
farmacoterapêutico – segundo publicação em ISMP
• Identificar a necessidade de aquisição de medicamentos não padronizados e substituí-los, sempre que
possível, por medicamentos padronizados na instituição – manutenção de dados disponíveis para
acompanhamento da equipe
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Avaliação Inicial de Farmácia Clínica
• Realizar as intervenções necessárias junto à equipe multiprofissional
• Manter registro em sistema informatizado para acompanhamento da equipe técnica
• Pacientes críticos – UTI – 24h; pacientes cirúrgicos – em até 72h;
• Atendimento de solicitações de acompanhamento quando identificado risco baseados na
avaliação do grupo de risco (informações em prescrição – medicamentos de alta vigilância, risco
de queda, flebites)
SUSTENTABILIDADE EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Avaliação Inicial de Farmácia Clínica – Avaliação de Risco Medicamentoso*
*Adaptado
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Acompanhamento Farmacoterapêutico
✓Interação com Equipe Multidisciplinar
• Critérios de acompanhamento: antibioticoterapia controlada pela SCIH, uso de anticoagulantes
orais, critérios de risco médio e alto no uso de medicamentos – evoluções em prontuário –
mínimo a cada 7 dias;
• Informações em Prontuário e Prescrição Médica sempre que necessário – orientações, ajustes,
informações técnicas.
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Orientações de Alta Hospitalar
• Critérios: uso de anticoagulantes orais (ISMP) e com sondas (SNG, SNE e GTM)
Auditorias setoriais
• Avaliação de condições de armazenamento e prazos de validade de estoques descentralizados
junto com equipe de enfermagem
• Avaliação dos carrinhos de emergência junto com a equipe de enfermagem
• Auditoria em pacientes com sondas (SNG, SNE, GTM) com equipe da EMTN (nutricionista e
enfermeiro)
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Reuniões Intersetoriais
• Supervisão de enfermagem – melhoria na qualidade dos processos entre farmácia e
enfermagem: quinzenais
• Grupo de sepse: quinzenais
• Eventos e avaliação de óbitos: quinzenais
• Visitas multidisciplinares
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Principais objetivos:
• Garantir uma terapia medicamentosa segura e efetiva;
• Reduzir tempo de hospitalização;
• Reduzir custos na terapia medicamentosa;
• Identificação dos principais problemas de prescrição / riscos / fragilidades em processos e protocolos
1. Relatórios mensais encaminhados para diretoria clínica, qualidade, entre outros;
2. Estabelecimento de Metas e Planos de Ação para correção de não conformidades – propostas educativas
• Exemplos de problemas: erros de prescrição – vias de administração, antibioticoprofilaxia por tempo
inadequado; uso de expressões vagas (ACM e SN sem posologia definida); promover a transição EV – VO:
redução do risco de flebite; retirar/ menor utilização de dispositivos para infusão parenteral.
MUITO OBRIGADO!
Elcio Gagizi
engagizi@hsopitalsantacruz.com.br
clinicafarmacia@hospitalsantacruz.com.br

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