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AULA 10
O Professor e o Desenvolvimento do Gosto pela Leitura
Quando questionado sobre o desenvolvimento de seu gosto pela leitura, provavelmente, o que lhe vem a mente são lembranças de sua vivência como leitor. Recordações dos momentos de leitura na infância, leitura na escola, até que se depare com a leitura em nossa vida atual. Vamos aprofundar este assunto refletindo algumas questões.
O que é ler?
Como é a prática da leitura em sua vida?
Você tem o hábito de ler? 
Você gosta de ler?
Seus professores contribuíram para a 
formação do seu gosto pela leitura?
Ler é uma atividade cognitiva complexa, pessoal e intransferível que acontece na interação com os mais diversos textos que conhecemos. Há variadas intenções na leitura e elas exigem estratégias adequadas para a melhor compreensão do texto. Ler poeticamente é diferente de ler para se informar. Ler é, antes de tudo, compreender, como diz Ezequiel Silva.
Veja as definições de leitura dadas por Barbosa e Pennac.
Nas palavras de Barbosa (1994), “a leitura é mais que um exercício dos globos oculares, pois se apóia, por um lado, no que o leitor recebe do seu sistema de visão e, por outro, nas informações que o leitor tem disponíveis na sua cabeça, na sua estrutura cognitiva”. (p. 116)
É um ato voluntário que não admite imperativos, como destaca Pennac (1995), pois a leitura é um encontro de subjetividades, no qual o leitor traz seus presumidos em relação ao texto e dialoga com o autor na construção de sentidos para cada palavra e frase. Portanto, para um mesmo texto pode haver várias interpretações. Elas dependem do contexto de leitura, da subjetividade do leitor e da intenção que ele apresenta ao ler um texto.
Como a atividade de leitura acontece principalmente no ambiente escolar, sabemos que os professores exercem uma forte influência na formação desta habilidade e desse gosto.
Professores são mediadores por excelência da formação do gosto pela leitura nas séries iniciais do ensino fundamental.
Entretanto, essa mediação nem sempre acontece da forma mais produtiva possível, segundo Cagliari,  “pois encontramos frequentemente entre as crianças na classe de alfabetização, uma prática de decifrar os sons das letras, de pronunciá-los em forma de palavras, conferindo maior atenção aos aspectos fonéticos que semânticos do texto”.
Interpretação de Texto
A leitura é um ato de dialogismo e interpretação. Envolve aspectos semânticos e fonéticos, segundo CAGLIARI, possibilita “ao leitor apropriar-se das ideias que descobriu, ao decifrar o texto, e acrescentar suas próprias ideias às do autor”.
Muitos alunos não gostam de fazer exercícios de interpretação de textos. 
Aliás, algumas dificuldades acadêmicas em diferentes disciplinas residem nas falhas da interpretação dos enunciados, postulados, fórmulas, exercícios e avaliações.  
As falhas na interpretação dos textos podem ter como explicação:
1) dificuldades no processo de decifração do texto;
2) dificuldades no processo de compreensão do texto.
Também existem críticas à utilização da interpretação de texto como estratégia de verificação da aprendizagem. Nesta concepção, tal atividade impossibilita a criatividade e reflexão do aluno, o diálogo com o autor, a ressignificação dos seus presumidos e de sua subjetividade.  O mesmo autor afirma que o uso desta estratégia impossibilita, sobretudo, “a imaginação dedutiva que o leva a propor para si coisas novas, a partir de coisas velhas que aprendeu”.
“Fazer a interpretação de texto pode ser uma catástrofe para a vida escolar do aluno se ele chegar a conclusão de que só pode aprender algo respondendo à perguntas ou, pior ainda, se passar de ano pensando que aprendeu, ao ver que respondeu corretamente, às perguntas que lhe foram feitas, de acordo com o livro ou com a matéria que o professor passou na lousa”.
Há elementos que facilitam a leitura e interpretação do texto em seus diferentes gêneros. Veja alguns exemplos.
A leitura como arma e leitura como sonho
Houve uma apropriação das categorias arma e sonho utilizadas por Kramer (1998) para caracterizar as práticas de leitura e escrita na escola e na formação de professores. Esta autora parece ter chegado a essas categorizações, a partir da análise de entrevistas de professoras.
Kramer (1998) categoriza a leitura e a escrita como uma arma na “luta inglória pela sobrevivência e (será) como caminho para ascensão numa sociedade tão desigual, competitiva e autoritária como a nossa” (1998, p. 120). 
Acentua que “além da dureza metálica da arma, existe a suave maciez poética do sonho” (p. 122). Nessa linguagem figurada e cheia de sentidos, é possível compreender a importância das práticas de leitura como arma e sonho, como possibilidade de informação e formação do sujeito. Como uma formação que não objetiva apenas elementos conceituais, técnicos e instrumentais que preparam para o mundo do trabalho, mas uma leitura que possibilite o sonho e a criação de  novas condições de vida e novos conhecimentos sobre a vida (VLIESE, 2000).
A relação entre e literatura e as representações e costumes de uma época através de alegorias foi interpretada por LEMOS (2001) que estudou a qualidade do contato do menino “Graciliano” – narrador do livro Infância - com os livros categorizando-a em leitura como armas terríveis e como a provisão dos sonhos. Essa análise pode nos trazer importantes reflexões sobre as práticas de leitura e interpretação de texto na escola.
Assim chegamos ao final de nossa disciplina...
Esperamos que as reflexões aqui suscitadas possam colaborar para a elaboração de práticas mais lúdicas e libertadoras de leitura e escrita nas escolas brasileiras, pois todas as atividades com a linguagem são formadoras de nossa consciência. 
A linguagem tem o poder de formar e informar os alunos. As práticas de leitura têm um papel político que pode ser evidenciado na vida das pessoas que leem e escrevem de forma letrada e eficiente.
	
		1.
		Na reflexão de Barbosa (1994), ¿a leitura é mais que um exercício dos globos oculares, pois se apoia, por um lado, no que o leitor recebe do seu sistema de visão e, por outro, nas informações que o leitor tem disponíveis na sua cabeça, na sua estrutura cognitiva¿. (p. 116). A partir desta reflexão podemos afirmar que ler significa
	
	
	
	
	
	Decifrar o código da escrita e descobrir as palavras que formam o texto
	
	
	Construir a palavra , compreendendo a ligação dos elementos do código da escrita
	
	 
	Reconhecer a palavra escrita e compreender o seu sentido no texto ,a partir da sua subjetividade.
	
	
	Compreender o sentido da junção de uma consoante com as diferentes vogais e identificar a silaba como parte da palavra
	
	
	Articular o som da letra após identificar o desenho gráfico da letra
	
	
	
		2.
		Refletindo sobre as afirmativas de Gagliari e Vliese apresentadas abaixo: ¿A leitura é um ato de dialogismo e interpretação. Envolve aspectos semânticos e fonéticos, segundo CAGLIARI, possibilita ¿ao leitor apropriar-se das ideias que descobriu, ao decifrar o texto, e acrescentar suas próprias ideias às do autor¿. então ¿A imersão do sujeito na cultura e sua transformação ocorrem via um outro sujeito que funciona como um elemento mediador entre a realidade sócio-cultural e o homem.(...) É o outro que nos fala sobre as tradições, nos ensina a linguagem e nos proporciona o contato com os artefatos culturais produzidos em nossa sociedade.¿ (Vliese,2000) Podemos concluir que estas sejam asserções que se relacionam . Assinale abaixo a opção correta.
	
	
	
	
	
	Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
	
	
	As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é justificativa ou complementação da primeira
	
	
	A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
	
	 
	As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda complementa e exemplifica sobre a primeiraA primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
	
	
	
		3.
		¿ A sala estava cheia de gente. Um velho de barbas longas dominava uma negra mesa, e diversos meninos, em bancos sem encostos, esgoelavam-se: -Um b com um a ¿b, a : ba ; um b com um e ¿b, e: be . Assim por diante, ate u¿ (RAMOS, 1980, p. 10). Esse trecho refere-se a uma lembranças de uma escola primária .Esta soletração repetitiva que parece ter como principal objetivo a simples memorização dos fonemas, muitas vezes classificada por momento de leitura , revela um mecanismo sem sentido. Podemos afirmar que esta ação pedagógica seria aproveitada se ...
	
	
	
	
	 
	se cada silaba resultante construísse uma nova palavra.Ex. boba , baba, Bia ,bebe....
	
	
	se os fonemas resultantes fossem copiados algumas vezes pelos alunos , para maior memorização
	
	
	se fossem usados materiais pedagógico para a junção dos fonemas formando a escrita
	
	 
	se os fonemas resultantes fossem relacionados às palavras que faziam parte daquele ambiente socio cultural
	
	
	se os fonemas fossem identificados num texto , antes de serem escritas as silabas resultantes da junção consoante e vogal
	
	
	
		4.
		Refletindo sobre o poder da linguagem , de formar e informar os alunos,percebemos que as práticas de leitura têm um papel político que pode ser evidenciado na vida das pessoas que leem e escrevem de forma letrada e eficiente. Assinale nas atividades abaixo a que não atende a afirmativa acima por evidenciar a leitura numa proposta mecânica.
	
	
	
	
	
	Buscar informação numa notícia de jornal
	
	
	Identificar emissor e emissário em uma mensagem
	
	
	Retirar elementos da árvore genealógica de uma certidão
	
	
	Enumerar ingrediente de uma receita
	
	 
	Assinalar , num texto , as palavras iniciadas por vogais
	
	
	
		5.
		As atividades oferecidas aos alunos nem sempre atendem à proposta de alfabetização por letramento . Segundo Cagliari, ¿ encontramos frequentemente entre as crianças na classe de alfabetização, uma prática de decifrar os sons das letras, de pronunciá-los em forma de palavras, conferindo maior atenção aos aspectos fonéticos que semânticos do texto¿. Identifique nas atividades abaixo , a pratica que a afirmativa de Cagliari esteja se referindo .
	
	
	
	
	
	Elaborar uma lista de nomes de animais de estimação
	
	
	Identificar quantas vezes uma palavra se repete no texto
	
	 
	Juntar a letra ¿p ¿ a cada uma das vogais e reconhecer , no vocabulário usual, palavras que iniciem com cada silaba
	
	
	Recontar a história lida pelo professor mediador
	
	
	Criar um novo fato para a história apresentada , mudando o rumo da história , provocando um novo final
	
	
	
		6.
		Para Vygotsky (1998a), a relação do homem com seu meio sócio-cultural é sempre uma relação mediada por outros homens ou por instrumentos culturais. A imersão do sujeito na cultura e sua transformação ocorrem via um outro sujeito que funciona como um elemento mediador entre a realidade sócio-cultural e o homem. A partir da reflexão sobre esta afirmativa , podemos identificar na leitura de um texto que
	
	
	
	
	
	A realidade sócio -cultural é transformada pelo homem através da escrita
	
	
	O texto escrito é a única forma e instrumento na relação do homem com a cultura de um povo.
	
	
	texto de informação de informação apresenta esta relação , e os textos poéticos não promovem a inserção do sujeito na cultura
	
	
	Todo texto precisa ser interpretado de uma única maneira por ser instrumento na mediação do conhecimento sócio- cultural do autor e o leitor
	
	 
	O autor é mediador e o seu texto é um instrumento cultural, na relação do homem com o seu meio sócio-cultural.
	
	
	
		7.
		Cagliari nos trouxe inúmeras reflexões sobre o ato da leitura. Segundo ele, para o leitor ler um texto e compreender o que está escrito, não basta decifrar os sons da escrita nem é suficiente descobrir os significados individuais das palavras¿ (2009, p. 307), de forma descontextualizada e mecânica. Tendo por base essa reflexão qual das atividades abaixo não representa essa defesa do autor?
	
	
	
	
	
	Ler como se fosse um encontro entre consciências, pois é uma atitude que requer a inteireza do sujeito e sua ação reflexiva
	
	 
	Ler e saber responder exatamente o que o professor pede no momento de interpretação dos textos.
	
	
	Usar a leitura como um instrumento de comunicação e orientação na sociedade, sabendo interpretar de acordo com os presumidos do leitor.
	
	
	Uma leitura que acontece como um diálogo porque os pressupostos do leitor são contemplados no momento da leitura
	
	 
	Ler e compreender o texto de forma singular fazendo deste ato uma ressignificação das palavras lidas de acordo com as experiências socioculturais do leitor.
	
	
	
		8.
		Leia e pense sobre a relação das afirmativas que se seguem: Afirmativa 1 : Em entrevista ao Diário do Grande ABC , SP, A autora Magda Soares ressaltou que  no filme "Central do Brasil" alguns personagens conheciam a carta, mas não podiam escrevê-la por serem analfabetos. Eles ditavam a carta dentro do gênero, mesmo sem saber escrever.(...) No universo infantil há outro bom exemplo: a criança, sem ser alfabetizada, finge que lê um livro. Se ela vive em um ambiente literário, vai com o dedo na linha e faz as entonações de narração da leitura, até com estilo. Ela é apropriada de funções e do uso da língua escrita. Essas são pessoas letradas sem ser alfabetizadas. Afirmativa 2 : Para a autora Marlene Carvalho, "letrado, no sentido em que estamos usando esse termo, é alguém que se apropriou suficientemente da escrita e da leitura a ponto de usá-las com desenvoltura, com propriedade, para dar conta de suas atribuições sociais e profissionais". A respeito das afirmativas, assinale a opção correta:
	
	
	
	
	
	A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira
	
	 
	 As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
	
	
	As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
	
	
	A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
	
	
	Tanto a primeira como a segunda asserções são falsas.

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