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JUSNATURALISMO e JUSPOSITIVISMO 1.CONTEXTUALIZAÇÃO DOS MODELOS DE IDEOLOGIAS JURÍDICAS (MARQUES NETO, 2001) 1.1. IDEALISMO Jusnaturalismo Criticismo kantiano Idealismo hegeliano Idealismo jurídico contemporâneo 1.2. EMPIRISMO Escola da Exegese Escola Histórica Escola Sociológica Dogmatismo normativista de Kelsen Egologismo existencial de Cossio EMPIRISMO CONCEITO Corrente filosófica da área de teoria do conhecimento, que afirma ser a experiência a origem de todas as ideias (latim “ empiria”= experiência) PRINCIPAIS TEÓRICOS 1. John Locke (1632-1704), filósofo inglês Não existem ideias inatas em nossa mente, pois qualquer ideia que temos não nasce conosco, mas se inicia na experiência. A experiência não são as experiências de vida, mas sim as nossas sensações (sentidos). Diz ele: “só a experiência preenche o espírito com ideias”. Exemplo da Maçã: não nascemos sabendo o que é uma maçã, mas formamos a ideia de maçã a partir dos sentidos. Assim, ao nascer, somos “uma folha em branco”. Nossos sentidos é que irão preencher essa folha. 2. David Hume (1711-1776), filósofo escocês A existência das coisas está atrelada à sua percepção. Todas as relações que fazemos entre o que conhecemos não são conhecimentos verdadeiros. IDEALISMO CONCEITO Corrente filosófica que afirma que o mundo perfeito está no plano das ideias (o mundo tangível é imperfeito), visto que os sentidos humanos deformam o objeto de análise impedindo que ele seja conhecido em si mesmo ORIGEM Platão (428/427 a.C. – 348/347 a.C.) PRINCIPAIS REPRESENTANTES Immanuel Kant (1724 – 1804) Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831). CARACTERÍSTICAS Considera como essência do Direito: • Verdades reveladas • Ordem natural • Princípios válidos em si mesmos • Princípios apriorísticos e metafísicos JUSNATURALISMO JUSNATURALISMO Corrente jurídica idealista que acredita na existência de um “universo já legislado”, pois há uma lei natural eterna e imutável. A origem dessa lei pode ser: da inteligência divina, da ordem natural das coisas, da razão humana e do instinto social do homem ORIGEM: Grécia Antiga (contribuição: evidenciar o elo do Direito com as forças da natureza) PRINCIPAIS REPRESENTANTES: Grotius (1583 – 1645) *, Pufendorf (1632 – 1694)* e Thomasius (1655 – 1728) * Maior contribuição: libertar o Direito do conteúdo teológico. Com Grotius se inicia o processo de laicização do Direito. O Direito Natural: Independe do legislador humano, pois é imanente à natureza humana. As demais normas elaboradas pelos legisladores não são naturais, embora sejam aplicações dos princípios naturais Tem validade em si, é anterior e superior ao Direito Positivo FASES DO JUSNATURALISMO 1. Teológica: Idade Antiga e Idade Média – O direito natural ligava-se à Religião. Deus é o legislador. Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino (cidade de Deus: regida pela lei divina; cidade dos homens: regida pela lei humana – cabe ao Direito incorporar a lei divina na lei humana) Lei Eterna – regula o ordem cósmica (céu, estrelas etc) Lei Natural – decorrente da Lei Eterna Natureza é a fonte da Lei e Razão é o princípio do Direito. 2. Humana: versão intermediária do direito natural na Idade Média, de cunho tomista, divide o direito natural em: normas eternas, naturais, humanas (criadas pela razão humana) e divinas (criadas por Deus) 3. Racionalista: os princípios do direito natural são frutos da razão e não de Deus ou da natureza (laicização do Direito – holândes Hugo Grotius, também conhecido por Hugo Grócio) FASES DO JUSNATURALISMO 3. Racionalista: os princípios do direito natural são frutos da razão e não de Deus ou da natureza (laicização do Direito – holândes Hugo Grotius, também conhecido por Hugo Grócio) 4. Contemporâneo: como o século XX é dominado pelo positivismo científico, falta espaço para as especulações abstratas e metafísicas do direito natural. John Mitchell Finnis (filósofo, nasceu na Austrália em 1940), teve importante contribuição. Sua obra tornou-se um marco para a teoria dos direitos naturais nos séculos XX e XXI. Sua teoria tem recebido maior atenção no Brasil após 2007, quando ele esteve em Porto Alegre/RS proferindo palestras na PUC/RS e UFRGS. ASPECTOS POSITIVOS DO JUSNATURALISMO • Pensamento jurídico fechado • Crença no Direito supra- social, desvinculado do contexto em que o homem vive • Comprometimento das exigências de ordem e segurança jurídica, ao afirmar que a norma jurídica vale se for justa CRÍTICAS AO JUSNATURALISMO (*) método de ensino usado nas universidades durante a Idade Média (conciliação entre fé cristã e razão – ambas vinham de Deus – São Tomas de Aquino) JUSPOSITIVISMO JUSPOSITIVISMO MAIOR EXPOENTE: Kelsen (1881 – 1973) - considerado por muitos como o maior jurista do século XX. Seu pensamento faz surgir a Escola de Viena (expoentes: Hart e Bobbio) BASE TEÓRICA: Positivismo - Comte (1798-1857) O último estágio do conhecimento é o científico, que é o mais importante Os demais estágios (o religioso e metafísico) tenderiam a desaparecer Trata as ciências humanas como se fossem ciências exatas (descrição de fenômenos) BASE TEÓRICA Vincula-se ao movimento positivista Trata do Direito e da Justiça como esferas antagônicas e independentes uma das outra Objetivo: construir uma ciência jurídica “pura”, livre da axiologia e outras ciências sociais. o conhecimento é restrito aos fatos e às leis que os regem (nega o apelo à metafísica, a razão ou à religião) A ciência é o coroamento do saber humano, porque é a única confiável TEORIA PURA DO DIREITO Objetivo: elaborar uma teoria livre de qualquer especulação extra-jurídica (filosófica, ética ou política) Bases: o o direito é restrito ao direito positivo e autônomo das demais ciências o O direito é combinado com a ameaça de sanções, na qual a norma jurídica é o ato de vontade do legislador o Rejeição ao Direito Natural o Não aceita o conceito de justiça como o fundamento do direito, visto que a justiça é um conceito nada confiável do ponto de vista da ciência o Constituição é a lei maior TEORIA PURA DO DIREITO Qual o fundamento para a validade da Constituição ? É uma norma chamada fundamental, de caráter hipotético, que não está escrita, não possui conteúdo e não pertence a direito nacional algum, mas é impensável conceber o direito sem ela O que prescreve essa norma? “deve-se conduzir conforme a Constituição efetivamente instituída e eficaz” (Kelsen). Em resumo: a norma fundamental prescreve o dever de obedecer à autoridade, seja ela autoritária ou democrática. Desse modo, justifica-se qualquer ordem jurídica. Crítica: transforma o direito em mero instrumento do poder político. FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM SUGESTÃO DE VÍDEO DE CURTA DURAÇÃO: “O Jusnaturalismo e o Juspositivismo em 5 passos” AUTOR: Carlos Eduardo Rangel Xavier SOBRE O AUTOR: Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003) e mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2015). Atualmente é professor - Faculdades Educacional de Araucária e Procurador do Estado do Paraná. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ESDR46OPICA&spfreload=5 https://www.youtube.com/watch?v=214UJ-HZ9oE > acesso em 23.04.2017. REFERÊNCIAS BÁSICA: MARQUES NETO, Agostinho Ramalho. A ciência do Direito: conceito, objeto, método. 2.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001. COMPLEMENTAR: BITTAR, Eduardo C. Bianca; ALMEIDA,Guilherme de A. Curso de Filosofia do Direito: 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2012. BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: lições de filosofia do Direito. Rio de Janeiro: Ícone, 1995.
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