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Fichamento Do Contrato Social Rousseau parte I

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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Jurídicas
Departamento de Direito
Disciplina: Ciência Política
Professor: Rogério Silva Portanova
Fichamento apresentado à disciplina de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, para obtenção de nota parcial.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. 1762 – Do Contrato Social ou Princípios do direito político. Trad. de Pietro Nassetti. 3ª ed. São Paulo, Editora Martin Claret, 2010. Título Original: Du Contrat Social. p. 21 a 35.
Do Contrato Social ou Princípios do direito político
Livro I
Capítulo I – Objeto do primeiro livro
“[...] enquanto um povo é forçado a obedecer, e obedece, faz bem, e melhor ainda se, podendo sacudir o jugo, o sacode; pois, recuperando a liberdade pelo mesmo direito com que lha extorquiram, ou ele tem o direito de a retomar, ou ninguém o tinha de lha tirar. [...]” (p. 21, § 5, l. 1).
Capítulo II – Das primeiras sociedades
“A família é a mais antiga das sociedades, e também a única natural; mesmo assim, os filhos só se sujeitam ao pai enquanto necessitam dele para se conservar, e, finda a precisão, desprende-se o laço natural; [...]” (p. 22, § 1, l. 1).
“A família é pois, se assim o quereis, a norma primitiva das sociedades políticas: o cabeça é a imagem do pai, o povo a dos filhos; e havendo todos nascido iguais e livres, só a proveito comum alienam a sua liberdade. [...]” (p. 22, § 3, l. 1).
“Como a natureza do pastor excede a natureza do rebanho, os pastores de homens, quero dizer seus cabeças, são de natureza superior à de seus povos. [...]” (p. 23, § 1, l. 1).
Capítulo III – Do direito do mais forte
“[...] Qual é pois o direito que resta, quando cessa a força? Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito; e se não somos forçados a obedecer, que obrigação nos resta de o fazer? Logo, está claro que a palavra direito nada ajunta à força, e não tem aqui significação alguma.” (p. 24, § 1, l. 6).
“Convenhamos, pois, em que a força não produz direito, e que só é força obedecer aos legítimos soberanos; [...]” (p. 24, § 3, l. 1).
Capítulo IV – Da escravidão
“Se o homem não tem poder natural sobre seus iguais, se a força não produz direito, restam-nos as convenções, que são o esteio de toda autoridade legítima entre os homens.” (p. 24, § 4, l. 1).
“Dado que cada um pudesse a si mesmo alienar-se, não pode alienar seus filhos, que nascem homens e livres; sua liberdade lhes pertence, só eles têm direito de dispor dela. Antes de atingirem a idade da razão, pode o pai, em benefício deles, estipular condições, mas nunca dá-los irrevogavelmente sem elas, por ser isso contrário aos fins da natureza, e ir além dos direitos paternos. [...]” (p. 25, § 3, l. 1).
“Renunciar à própria liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, aos nossos próprios deveres; para quem renuncia a tudo, não há compensação possível, e renúncia tal é incompatível com a natureza do homem, pois rouba às suas ações toda a moralidade quem tira a seu querer toda a liberdade. [...]” (p. 25, § 4, l. 1).
“A guerra não é pois uma relação de homens, porém de Estado com Estado; só acidentalmente nela são inimigos os particulares, não como homens ou mesmo cidadãos, mas como soldados; não como membros da pátria, mas como defensores dela. Todo Estado, enfim, só pode ter por inimigo outros Estados, e não homens, visto que entre coisas de diversa natureza não há verdadeira relação.” (p. 26-27, § 3, l. 1).
“[...] Só há direito de matar o inimigo quando não se pode torna-lo escravo; logo, o direito de escravizá-lo não vem do direito de o matar; é pois uma troca iníqua fazer com que ele compre, à custa de sua liberdade, a vida a que não se tem direito algum. [...]” (p. 27, § 2, l. 4).
“Por qualquer lado que se olhem as coisas, o direito de escravidão é nulo, por ser ilegítimo, por ser absurdo e nada significar. As palavras escravidão e direito são contraditórias, e mutuamente se excluem. [...]” (p. 28, § 1, l. 1).
Capítulo V – Cumpre recorrer sempre a uma primeira convenção
“[...] serão sempre coisas muito diferentes submeter uma multidão e reger uma sociedade. Que homens espalhados, seja qual for seu número, alternadamente se sujeitem a um só, não vejo neles senão um senhor e escravos, não vejo um povo e seu chefe; [...]” (p. 28, § 2, l. 2).
“[...] Logo, o povo, segundo Grócio, é povo antes de se dar ao rei; esse próprio dom é ato civil, que supõe deliberação pública. [...]” (p. 28, § 3, l. 1).
Capítulo VI – Do pacto social
“Como os homens não podem criar novas forças, mas só unir e dirigir as que já existem, o meio que têm para se conservar é formar por agregação uma soma de forças que vença a resistência, com um só móvel pô-las em ação e fazê-las obrar em harmonia.” (p. 29, § 2, l. 1).
“[...] são por toda a parte as mesmas, por toda a parte admitidas tacitamente e reconhecidas, até que, violando o pacto social, cada um torne a entrar em seus primitivos direitos e retome a liberdade natural, perdendo a liberdade de convenção, à qual sacrificou a primeira.” (p. 29, § 6, l. 4).
“[...] a alienação total de cada sócio, com todos os seus direitos, a toda a comunidade; pois, dando-se cada um por inteiro, para todos é igual a condição, e, sendo ela para todos igual, ninguém se interessa em torna-la aos outros onerosa.” (p. 29, § 7, l. 2).
“[...] em lugar da pessoa particular de cada contratante, esse ato de associação produz um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia, o qual desse mesmo ato recebe a sua unidade, o Eu comum, sua vida, e vontade. [...]” (p. 30, § 3, l. 1).
Capítulo VII – Do soberano
“[...] daqui se infere que não há nem pode haver qualquer espécie de lei fundamental obrigatória para o corpo do povo, nem mesmo o contrato social; o que não significa não poder muito bem esse corpo empenhar-se com outro, no que não derroga o contrato, pois, a respeito do estrangeiro, ele se torna um ente simples, ou um indivíduo.” (p. 31, § 2, l. 8).
“[...] o poder soberano não tem precisão alguma de garantia para com os súditos, porque é impossível querer o corpo prejudicar todos os seus membros, e adiante se verá que não pode prejudicar algum em particular. [...]” (p. 31-32, § 5, l. 3).
“A fim pois de o pacto social não ser um vão formulário, nele tacitamente se inclui essa obrigação, a única que pode fortificar as outras; que, se qualquer um se recusa obedecer à vontade geral, todo o corpo o force à obediência; [...]” (p. 32, § 3, l. 1).
Capítulo VIII – Do estado civil
“Mudança bem notável produz no homem a passagem do estado natural ao civil, substituindo em seu proceder a justiça ao instinto, e dando às suas ações a moralidade de que antes careciam; é só então que a voz do dever sucede ao impulso físico, e o direito ao apetite; [...]” (p. 32, § 4, l. 1).
“[...] o que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito sem limites a tudo que o tenha e pode atingir; ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui. [...]” (p. 33, § 1, l. 1).
Capítulo IX – Do domínio real
“O direito de primeiro ocupante, ainda que mais real que o do mais forte, só se converte em verdadeiro direito depois de estabelecido o de propriedade. [...]” (p. 33, § 4, l. 1).
“Geralmente, para autorizar o direito de primeiro ocupante em qualquer terreno, são necessárias as seguintes condições: primeiro, que ninguém habite ainda esse terreno; em segundo lugar, que se ocupe só a quantidade necessária à subsistência; em terceiro, que se tome posse dele, não por uma vã cerimônia, mas pelo trabalho e cultura [...]” (p. 34, § 1, l. 1).
“[...] De qualquer sorte que se faça essa aquisição, o direito que cada particular tem sobre seus bens é sempre subordinado ao direito que a comunidade tem sobre todos; sem isso, não haveria solidez no laço social, nem força real no exercício da soberania.” (p. 35, § 1, l. 5).
“[...] em lugar de destruir a igualdade natural, o pacto fundamentalsubstitui, ao contrário, por uma igualdade moral e legítima toda a desigualdade física, que entre os homens lançara a natureza, homens que podendo ser dessemelhantes na força, ou no engenho, tornam-se todos iguais por convenção e por direito.” (p. 35, § 2, l. 2).
Conclusão
Rousseau propõe em seu primeiro livro do Contrato Social que o homem nasce livre, uma liberdade que permite que ele tenha a posse de seus bens e sua vida mantidos da maneira como lhe convém. Ou seja, o homem mais forte, mais bem sucedido teria mais bens, e sua vida correria menos riscos do que um homem mais fraco, por exemplo.
Para Rousseau, a função do contrato social é a de justamente permitir que todo homem, não importa sua força, sua aparência ou sua sagacidade, tenha a mesma segurança e os mesmos direitos aos bens. Em outras palavras, Rousseau defende a igualdade social.
Para se chegar a essa sociedade igualitária, o homem deve se reunir com seus iguais para, por meio de convenções, decidir quais os melhores caminhos para a sociedade, alienando, com isso aquela liberdade primitiva em prol da liberdade civil, sendo que esta consiste em uma liberdade condicionada ao bem da comunidade, mas garante a segurança, a propriedade e a prosperidade do Estado.
A questão da propriedade, em Rousseau, não é como nos termos dos pensadores anteriores. Já que Rousseau defendia a igualdade de todos, é natural que defenda que a propriedade seja igualmente repartida entre todos. Quer dizer, o Estado garante que cada um terá a sua propriedade, mas esta será apenas o suficiente para a subsistência de quem a possuir.
Para Rousseau, a primeira sociedade que surgiu é a da família, onde o pai preza pelo bem estar dos filhos, até que estes possam tornar-se independentes para protegerem-se a si mesmos. O Estado deve ser como a família, onde o soberano deve prezar pelo bem estar de seu povo. Assim, depreende-se que na sociedade de Rousseau o soberano é o povo, e nada pode ser feito contra ele, já que subentende-se que todos os cidadãos abriram mão de sua liberdade primitiva em busca da convivência civil.
Diferentemente de Hobbes, Rousseau não acredita que o homem esteja em constante estado de guerra, de todos contra todos, porque uma guerra nunca ocorre entre dois homens particularmente. As guerras são consequências dos desentendimentos entre Estados, e que ela acaba quando há um vencedor ou quando as armas são depostas. O homem não é inimigo do homem naturalmente; torna-se inimigo apenas para defender seu Estado.
Rousseau também afirma que a força física não garante direito algum sobre qualquer coisa ou pessoa. A única força que tem poder sobre coisas e pessoas é a força da lei, o entenda-se aqui, a do contrato social firmado entre soberano e povo.
Por fim, contrariando Aristóteles, Rousseau afirma que a escravidão não é condição natural do homem, e que um homem só subjuga-se escravo para proteger-se de outro homem que fosse mais forte que ele. Nesse sentido, entende-se que a coisa mais importante que o homem busca nas relações com outros homens é a segurança de sua própria vida, tanto que para isso seria capaz de escravizar-se para não morrer nas mãos daquele que o subjuga. Ou seja, a escravidão é mera convenção, e não um estado natural dos homens.