Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTOXICAÇÕES POR INORGÂNICOS INTOXICAÇÃO POR CHUMBO Profa. Dra. Cecília Nunes Moreira INTOXICAÇÃO POR CHUMBO É o metal mais antigo utilizado pelo homem (5.000 a.C) Chama-se Saturnismo (Deus Saturno – gregos) Utilizado antigamente na produção de vinhos – infertilidade e alterações no comportamento Usado antes na gasolina Fabricação de tintas, esmaltes, fabricação de vidros, vulcanização da borracha Hoje: baterias automotivas, soldas, ligas metálicas, pesos de pesca, projéteis, pilhas, bijuterias PB = latim plumbium Décadas de 60 e 80 Chumbo em comedouros, bebedouros, tubulações de água, etc.. Mais comum nos animais a forma aguda de intoxicação Ingestão acidental de produtos com chumbo Ingestão de águas ou pastagens contaminadas Perto de fábricas de baterias ou tintas INTOXICAÇÃO POR CHUMBO É um metal não essencial que se acumula de forma lenta na maioria dos casos Há reversibilidade das alterações bioquímicas e funcionais induzidas No homem é mais comum a intoxicação crônica Nos animais é mais comum a intoxicação aguda Ruminantes com deficiências nutricionais alotriofagia INTOXICAÇÃO POR CHUMBO TOXICOCINÉTICA DO CHUMBO ABSORÇÃO Pela via respiratória é imediata Pela via oral, mais comum na veterinária depende do sal de chumbo ingerido Animais jovens absorvem mais chumbo que os adultos Deficiências de cálcio aumentam a absorção de chumbo por falta de competição Absorção cutânea - Projéteis bélicos podem ser dissolvidos no músculo e serem absorvidos Absorção intestinal de 1 a 2% TOXICOCINÉTICA DO CHUMBO Após absorvido se deposita nos tecidos principalmente nos eritrócitos ligados a hemoglobina (90% do Pb) O segundo depósito de Pb é o osso do qual pode ser mobilizado para o organismo Fonte de reagudização da intoxicação para o indivíduo – osteoporose, deficiência de cálcio, etc.. Podem atravessar a barreira hematoencefálica Principalmente em animais jovens TOXICOCINÉTICA DO CHUMBO Atravessam a placenta causando teratogênese Vias de excreção: fezes e urina e leite Meia vida: 36 dias no sangue 40 dias nos tecidos moles 20 a 27 anos nos ossos Vias de excreção: fezes, urina e leite * TOXICODINÂMICA DO CHUMBO O chumbo Pb2+ se liga de forma estável a grupamentos tiólicos de várias enzimas dependentes de zinco e cálcio Inativação de enzimas importantes para o organismo Ácido gama aminolevulinico desidrogenase – síntese de heme – sua inibição aumenta a coproporfiria urinária e protoporfiria eritrocitária – anemia normocítica e normocrômica Inibição de enzimas que maturam as hemácias - reticulocitose TOXICODINÂMICA DO CHUMBO No SNC o Pb interfere na transmissão nervosa dependente de acetilcolina, noradrenalina, dopamina, ácido-gama-aminobutírico (GABA) e glutamato Interfere na bomba de NaK - ATPase e na bomba Na/Ca EPIDEMIOLOGIA Alimentos de origem animal (leite, carne com osso) Maior absorção em animais jovens 52% dos bovinos afetados tem menos de 6 meses Maior curiosidade e susceptibilidade Bovinos são mais acometidos Ovinos e eqüinos só quando a exposição é na água ou alimento Pastagens contaminadas com baterias, graxas de motores de máquinas agrícolas INTOXICAÇÃO POR CHUMBO EPIDEMIOLOGIA Detoxicação do chumbo Casos isolados Surtos: Morbidade de 10 a 20% e letalidade de até 100% Exemplos de surtos: Baterias trituradas na ração de 88 matou 55 novilhas Proximidade com indústria de processamento de chumbo de 36 equinos matou 20 Contaminação de pastagem por poluentes de indústria de reciclagem de baterias – de 141 vacas matou 35 Locais de treinamento militar, silagens contaminadas INTOXICAÇÃO POR CHUMBO Aguda (dose única): 400 a 600 mg/kg de PV – bezerros Aguda (dose única): 800 mg/kg de PV – bovinos adultos Aguda: 950 mg/kg de PV nos eqüinos Crônica: 2,5 a 5 mg/kg de PV por 7 a 20 dias – bezerros Crônica: 6 a 7 mg/kg de PV por 15 a 30 dias – bovinos adultos Crônica: 1 a 5 mg/kg de PV - eqüinos DOSES LETAIS: INTOXICAÇÃO POR CHUMBO Ingestão oral – absorção intestinal (1 a 2%) – ligação irreversível em proteínas da membrana de eritrócitos, albumina ou livre – disseminação aos tecidos [feto, encéfalo, fígado e rins, leite, ossos (“esgoto”)] Vias de excreção: bile, urina e fezes (90%) Inibição do metabolismo celular - Inibe a formação de enzimas essências, reduz a [ ] de microelementos essências, desmielinização segmentar nervosa periférica PATOGENIA INTOXICAÇÃO POR CHUMBO PATOGENIA Inibe a síntese da heme – reduz a meia-vida do eritrócito – anemia normocítica normocrômica Ferroquelatase, coproporfirinogênio descarboxilase, 5- aminolevolinato sintetase, coproporfirinogenio oxidase. Encefalopatia Degeneração do SNC pela deposição do chumbo nas células endoteliais – lesão vascular, edema e redução da perfusão do cérebro. Gastroenterite Degeneração dos nervos periféricos (desmielinização segmentar periférica) INTOXICAÇÃO POR CHUMBO VIAS DE ABSORÇÃO Pele – chumbo orgânico (tetrametila e tetraetila) *Inalação (pulmões) – humanos 5 a 15% do chumbo é inalado – 5% é absorvido (adultos) 41,5% é inalado e 38% é absorvido (crianças) *Oral 2 a 16% de absorção junto com a refeição e 60 a 80% em jejum 45 a 50% de absorção (crianças e mulheres grávidas) Absorção é dependente do estado do chumbo e do ph INTOXICAÇÃO POR CHUMBO SINAIS CLÍNICOS Intoxicação aguda e subaguda Sinais nervosos – encefalopatia Sinais digestivos • Intoxicação crônica • Rara na medicina veterinária • Inibição no crescimento • Alterações no comportamento: agressividade INTOXICAÇÃO POR CHUMBO SINAIS CLÍNICOS - BOVINOS - AGUDA 12 a 24 hs após a ingestão, * cegueira parcial ou total, fasciculação dos músculos da face, pescoço e orelhas cambaleio, tremores musculares, ranger dos dentes, nistagmo, convulsões tônico-clônicas, opistótono, agressividade ou depressão, pressão da cabeça contra objetos, andar em círculos atonia ruminal e constipação que evolui para diarréia enegrecida e fétida, espumejamento da boca morte durante as convulsões ou por acidentes devido à cegueira Reflexo palpebral ausente ou diminuído. Sobrevive 24 hs INTOXICAÇÃO POR CHUMBO SINAIS CLÍNICOS - BOVINOS - SUBAGUDA 3 a 4 dias após a ingestão Anorexia, depressão, cegueira, incoordenação e cambaleio, andar em círculos, ranger dos dentes, gastroenterite (diarréia fétida), morte acidental Reflexo palpebral ausente ou diminuído. Sobrevive por 4 a 5 dias INTOXICAÇÃO POR CHUMBO SINAIS CLÍNICOS Ovinos depressão, anorexia, incoordenação motora, gastroenterite, aborto e infertilidade transitória, excitação ou convulsões Cães Sinais gastrointestinais: anorexia, dor abdominal, vômitos e diarréia, megaesôfago. Sinais neurológicos: histeria, agressão nervosismo, latidos compulsivos, tremores, convulsões, cegueira e demência, nistagmo, opistótono INTOXICAÇÃO POR CHUMBO SINAIS CLÍNICOS Equinos leve incoordenação, perda de peso e depressão, paralisia faríngea e laríngea (disfagia), defeitos proprioceptivos. Flacidez do esfíncter retal, paralisia do lábio inferior. Devido a paralisia do nervo laríngeo = Pneumonia por aspiração. Estágio final: convulsões, cólica e diarréia, anorexia, emaciação, paralisia faríngea e esofágica completa e morte. Aves anemia, problemas intestinais e neurológicos INTOXICAÇÃO POR CHUMBO INTOXICAÇÃO CRÔNICA Rara nos animais Inibição no desenvolvimento dos animais Alterações no comportamento Isolamento ou agressividade Anemia INTOXICAÇÃO POR CHUMBO PATOLOGIA CLÍNICA Níveis de chumbo no sangue, fezes, urina e leite Sangue – 0,05 a 0,25 ppm (normal) Anemia normocítica e normocrômica, pontilhados basofílicos Avaliação de biomarcadores da exposição ao chumbo Concentração de ácido aminolevulínico na urina (após quelação) Protoporfiria circulante Coproporfiria nas hemácias INTOXICAÇÃO POR CHUMBO PATOLOGIA - MACROSCÓPICA Aguda: sem alterações macroscópicas Subaguda: enterites, abomasites ou gastrites, lesões no córtex occipital (amolecimento, cavitação e amarelamento), coloração amarronzada da boca, e mucosa gastrointestinal Lesões ulcerativas na mucosa intestinal de monogástricos SNC – edema, achatamento dos giros cerebrais, congestão, petéquias e amarelamento da região cortical do encéfalo INTOXICAÇÃO POR CHUMBO PATOLOGIA - MICROSCÓPICA Necrose do córtex cerebral (parte superior das circunvoluções cerebrais) Corpúsculos de inclusão nas células epiteliais dos túbulos renais (característica mas nem sempre presente) Degeneração de fígado e rins (nefrose com necrose do epitélio tubular) Necrose neuronal Degeneração das células de purkinje Desmielinização dos nervos periféricos INTOXICAÇÃO POR CHUMBO DIAGNÓSTICO - PRESUNTIVO história de exposição, sinais clínicos, patologia, radiografias (linhas de chumbo na metáfise dos ossos longos), patologia clínica Sinais nervosos incluindo cegueira Níveis de chumbo nos alimentos Amostras refrigeradas e formalizadas Sangue com anticoagulante para hemograma INTOXICAÇÃO POR CHUMBO DIAGNÓSTICO - CERTEZA Biópsia hepática, determinação dos níveis de chumbo no fígado (>10-20 ppm) e no rim (>25 ppm) Níveis de chumbo na urina superiores a 0,2 mg/litro Aumento do ácido aminolevulínico na urina (ALA) Aumento dos níveis de protoporfiria eritrocitária Casos crônicos – radiografias com linhas de chumbo nas metáfises dos ossos longos INTOXICAÇÃO POR CHUMBO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Ruminantes: raiva, poliencefalomalácia (reflexo palpebral se mantém), cetose, tetania hipomagnesêmica, meningoencefalite por HVB-5, perda crônica de peso, ataxia enzoótica, poliartrites, intoxicação por sal Equinos: raiva, afecções pulmonares, encefalomielites virais ou por protozoário. Cães: raiva, cinomose e doenças digestivas INTOXICAÇÃO POR CHUMBO TRATAMENTO Evitar exposição adicional ao Chumbo Tratamento de quelação: Equinos e bovinos: edetato dissódico de cálcio na dose de 75 mg/kg via I.V. de 24x24 hs por 3 a 5 dias. Ou: 110 mg/kg de peso I.V. de 12x12 hs por 2 dias, interrompendo 2 dias e repetir o tratamento. INTOXICAÇÃO POR CHUMBO INTOXICAÇÃO POR CHUMBO Caninos: Eméticos (sulfato de cobre ou zinco a 1%, NaCl hipersaturado via oral, Xilazina 1,1 mg/kg, I.M. ou I.V.), lavagem gástrica, carvão ativado, enemas. Quelante: Edta de Ca na dose de 25 mg/kg via I.V., por 2 a 5 dias, estabelecer diurese Ruminotomia ou cirurgia do estômago Cloridrato de tiamina na dose de 25 a 75 mg/kg de PC via S.C. de 12x12hs associado ao Edetato de Ca 100 mg/kg PV INTOXICAÇÃO POR CHUMBO TRATAMENTO Terapia de suporte hídrico e nutricional Barbitúricos e diazepínicos para controle das convulsões Manitol e dexametasona pra controle do edema cerebral INTOXICAÇÃO POR CHUMBO CONTROLE E PROFILAXIA Nutrição adequada – redução do apetite depravado Lixo isolado e cercado Locais de máquinas e consertos de veículos separado da criação do rebanho Utilização de tintas sem chumbo Limpeza do pátio onde vivem os cães Não utilizar pastagens próximas a indústrias Cuidar a contaminação de silagens INTOXICAÇÃO POR CHUMBO INTOXICAÇÃO POR COBRE EPIDEMIOLOGIA Ocorrência costuma ser mais alta do que se pensa; sais de cobre são muito utilizados em agricultura e pecuária. Elemento essencial mas que em excesso causará intoxicação Ovinos, cães, suínos e bovinos Desenvolvimento zootécnico de ovinos Maior ingestão de concentrados ricos em cobre Problema de animais criados intensivamente Ou que ingiram sais para bovinos Intoxicação por cobre Prevalência de 1,5 a 50% e Letalidade de 13 a 95% Essencial em mais de 26 metaloenzimas maioria de oxiredução Circula sempre ligado a metaloproteínas (ceruloplasmina e metalotioneína) Intoxicação por cobre EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA Primária Secundária hepatógena Secundária fitógena Formas de intoxicação Subclínica ou acumulativa Aguda Intoxicação por cobre FONTES DE INTOXICAÇÃO Rações de suínos e aves com mais de 250 ppm de cobre Contaminação das pastagens com cabos elétricos, emanações de indústrias, adubação com fezes de suínos ou aves Injeções parenterais de cobre na prevenção de carência Ração ou sal mineral com excesso de cobre Ou baixos teores de molibdênio 10:1 Ingestão de água de pedilúvios com sulfato de cobre por ovinos Grãos tratados com agentes cúpricos antifúngicos; Intoxicação por cobre EPIDEMIOLOGIA Grande variação entre as espécies e raças. Ruminantes são mais sensíveis. Ovinos de carne são mais sensíveis As raças de lã utilizam parte do cobre nos folículos pilosos. Exigências diárias de 5 ppm. Tolerância: bovinos (100ppm); eqüino (800 ppm); suínos (250 ppm); ovinos (20 ppm). Dependência de outros elementos para a intoxicação (baixos níveis de molibdênio na pastagem - exemplos) Intoxicação por cobre DOSES TÓXICAS dose tóxica única para ovelhas é da ordem de 20 a 100 mg/kg p.v. para bovinos de 200 a 800 mg/kg p.v.; algumas raças de ovinos e bovinos em crescimento são mais resistentes à intoxicação crônica pelo cobre; Intoxicação por cobre FUNÇÕES DO COBRE (MICROELEMENTO) Estrutural: participa da constituição dos órgãos Físico-química: é necessário para realização de tarefas biológicas Catalizadora de reações químicas: enzimas, co-fatores, co-enzimas, hormônios Produção, qualidade e pigmentação dos pêlos Eritropoiese: associado a ceruloplasmina que aumenta a absorção, transporte e utilização do ferro. Intoxicação por cobre FUNÇÕES DO COBRE (MICROELEMENTO) Metaloenzimas: ceramide galactosil transferase – síntese de mielina em fetos Lizil oxidase: formação do colágeno para mineralização óssea Superóxido dismutase: imunocompetência Citocromo oxidase: síntese de hemoglobina Intoxicação por cobre PATOGENIA Cobre absorvido no intestino delgado A metalotioneína dos enterócitos prendem o cobre nestas células, então quanto menos metalotioneína, maior a absorção de cobre Dietas ricas em zinco aumentam a metalotioneína inibindo a absorção de cobre Nos ruminantes o molibdênio, o enxofre e o ferro formam compostos com o Cobre impedindo sua absorção Então dietas ricas em cobre e pobres em enxofre, molibdênio e ferro causarão intoxicação Intoxicação por cobre Alcança o fígado ligado a albumina onde é estocado Cobre sai do fígado pela ceruloplasmina Excreção biliar associado a metalotioneína (ovinos tem apenas 5% do cobre hepático ligado a metalotioneína) Limite de estocagem de 1000 ppm de Cobre no fígado – súbita liberação de cobre livre no plasma Necrose hepática – hemólise intensa - lesão renal (nefrose hemoglobinúrica) Fatores desencadeantes: estresse (mudança de dieta, transporte, lactação) Intoxicação por cobre Intoxicação por cobre PATOGENIA NA INTOXICAÇÃO AGUDA Altas quantidades na dieta vão causar erosões e úlceras intestinais com gastroenterite e hemorragias graves ingestão de grandes quantidades causam irritação e necrose por coagulação da mucosa gastrointestinal e choque profundo; Na absorção elevada causará lesões hepáticas e em menor escala anemia hemolítica e nefrose Se o animal sobrevive, ocorre uma intensa hemólise intravascular. Intoxicação por cobre PATOGENIA DA INTOXICAÇÃO SUBCLÍNICA OU CRÔNICA 3 fases Pré-hemolítica = cobre se acumula no fígado e rins por um mês ate dois anos satura o armazenamento do fígado causam necrose dos hepatócitos aumentando a GGT, AST e SDH com liberação do cobre livre Fase hemolítica = o cobre livre penetra com facilidade nas hemácias causando hemólise aumentando a hemoglobinemia e bilerrubinemia causando icterícia e anemia e hemoglobinúria Lesão dos glomérulos e túbulos renais Fase pós-hemolítica: nos animais que sobrevivem recuperação lenta Intoxicação por cobre PATOGENIA Cães da raça Bedlington terrier tem uma doença hereditária que predispõe a retenção hepática de cobre Pode ser assintomático até 1500 ppm de cobre no fígado Morte súbita por hemólise Hepatite crônica Intoxicação por cobre SINAIS CLÍNICOS EM CASOS AGUDOS Anorexia, sede, depressão, andar cambaleante Isolamento do rebanho Inicialmente muita sede e diarréia com coloração verde metálica e muco intensa gastroenterite: apresenta náusea vômito, salivação excessiva, diarréia intensa e dor abdominal; Vômito e sede são mais comuns em intoxicação de cães e suínos Intoxicação por cobre SINAIS CLÍNICOS EM CASOS AGUDOS Decúbito esternal e posição de autoauscultação Taquicardia, desidratação, convulsões Debilidade geral e morte em um a três dias Não ocorrendo o animal apresenta disenteria e icterícia. Intoxicação por cobre SINAIS CLÍNICOS NA TOXICOSE CRÔNICA Pré-hemolítica sem sinais só necrose hepática Anorexia antes e durante a crise hemolítica Hemoglobinúria (urina tipo vinho do porto), Icterícia, anemia Coloração das mucosas Diarréia Morte em 6 a 8 dias do início dos sinais Intoxicação por cobre SINAIS CLÍNICOS NA TOXICOSE CRÔNICA Laboratorial: altos níveis de Cu, AST, GGT, uréia, creatinina, bilirrubina Enzimas hepáticas elevadas 4 semanas antes da crise hemolítica As primeiras mortes devida a insuficiência hepática e posteriormente por insuficiência renal Intoxicação por cobre SINAIS CLÍNICOS EM CÃES Dois estágios progressivos Primeiro: Assintomático Segundo Quadro hepático agudo: anorexia, depressão dor e morte – nos animais jovens – duração de 2 a 3 dias Quadro hepático crônico: perda de peso, hiporexia, depressão, dor abdominal, polidpsia e poliúria, icterícia, ascite e encefalopatia – duração de meses Intoxicação por cobre PATOLOGIA CLÍNICA Depende da fase da doença Níveis de 1440 ppm no fígado e 50 ppm nos rins No sangue só no 2º dia de hemoglobinúria Elevação de AST e GGT (bovinos) 14 a 28 dias antes da crise Hematócrito em torno de 6-10% Elevação da bilirrubina indireta Elevação da uréia e creatinina = insuficiência renal Cães: elevação da FA e ALT Intoxicação por cobre PATOLOGIA - MACROSCÓPICA Icterícia generalizada, líquido seroso nas cavidades, fígado friável de coloração amarelo- alaranjado, rins de coloração marrom escuro edemaciados e de consistência reduzida, urina cor de vinho tinto Intoxicação por cobre PATOLOGIA - MICROSCÓPICA Hepatócitos aumentados de tamanho, com vacúolos de diversos tamanhos no citoplasma Cobre é identificado por coloração especial Espaço porta: proliferação de ductos biliares, tecido conjuntivo e células inflamatórias Rins: nefrose hemoglobinúrica, fibroplasia intersticial Intoxicação por cobre DIAGNÓSTICO Clínico Epidemiologia, sinais clínicos, alterações patológicas e histopatológicas Certeza: Dosagem de Cobre no rim (80ppm), fígado (500ppm) Animal Vivo: Patologia clínica e biopsia hepática Diferencial leptospirose., hemoglobinúria bacilar, intoxicação por plantas, babesiose, anaplasmose, pasteurelose Intoxicação por cobre CONTROLE E TRATAMENTO Prognóstico depende do início do tratamento Tratamento sintomático Tetramolibdato de amônio (TTM) na dose de 2,7 a 3,4mg/kg IV (1 dose ao dia por 4 dias) Penicilamina na dose de 15 a 25 mg/kg/q 12-24 hs/VO (excreção renal de cobre) pior que o TTM Vitamina E 15UI/kg de PV para combater os radicais livres Intoxicação por cobre Administração diária de 100mg de molibdato de amônio e 1 g de sulfato de sódio na fase pré-clínica por 10 dias Administração endovenosa de edetato de cálcio na dose de 70 mg/kg/PV por dois dias Administração de solução oral de 150 mg de molibidato de amônia + 80 g de caolim e 2 g de pectina por 4 dias Transfusão de sangue Prognóstico: se tratamento ocorrer até segundo dia de hemoglobinúria é de regular a bom, mas a partir daí é regular a mau Intoxicação por cobre Intoxicação por cobre TRATAMENTO DE CÃES Idem ao de ovinos Penicilamina ou TTM a cada 2 meses Redução da gordura na dieta Proteína de boa qualidade e carboidratos de fácil digestão Intoxicação por cobre PREVENÇÃO Ração de ovinos não deve conter mais que 10 ppm de cobre ou aumentar a concentração de molibdênio Sal específico para ovinos com altos níveis de molibdênio Nunca oferecer Cama de frango ou esterco ou rações de suínos para ovinos Controlar o acesso de ovinos a pedilúvios com solução a base de cobre Intoxicação por cobre INTOXICAÇÃO POR SAL ETIOLOGIA Sinonímia: Hipernatremia, privação hídrica Água com alta concentração de sal (poços artesianos), águas de chuva de cocho de sal Sucedâneos do leite Solução eletrolíticas orais ou parenterais (fluidoterapia excessiva) Soro lácteo Privação hídrica acidental ou por seca Lavagem para suínos Intoxicação por sal ETIOLOGIA uso incorreto; sabor desagradável da água de beber ou água muito fria, reduz consumo; falta ou limitação de consumo de água; consumo de soro, salmoura ou resíduos de cozinha 3- 4% ou mais de NaCl e pouca água de beber; aumento da temperatura ambiente - concentra o sal do alimento (soro); Doses tóxicas: 2,2g/kg/PV (bovinos, eqüinos e suínos); 6g/kg/PV (ovinos); 3,7g/kg/PV para cães Intoxicação por sal EPIDEMIOLOGIA Águas de poços artesianos Cochos de sal com água Fatores ligados ao animal: Susceptibilidade: equinos, vacas em lactação, vacas de leite seca,vacas de corte e ovinos Quanto mais jovens mais susceptíveis Intoxicação por sal EPIDEMIOLOGIA Fatores ambientais Toxicidade aumenta no verão Excesso de sal na água é pior que o excesso de sal na ração Acesso ilimitado ao sal ou a água Ingestão de sal sem ingestão de água ocorre quando a suplementação ocorre esporadicamente - alta ingestão de NaCl; a maior freqüência nos suínos; Intoxicação por sal PATOGENIA Intoxicação aguda: gastroenterite pela irritação da mucosa gastrointestinal desidratação pela pressão osmótica no tubo digestivo Intoxicação por sal PATOGENIA Intoxicação crônica Sal em excesso ingerido vai se acumulando nos tecidos (cérebro) por vários dias se o animal tem redução na ingestão de água. Quando a água é disponível, ocorrerá edema cerebral agudo devido a homeostase do organismo Intoxicação por sal PATOGENIA Excesso de Na no sangue, difunde-se passivamente para o líquido cefalo-raquidiano – aumento intraneural de sódio, potássio e cloreto – desidratação celular, hemorragia e edema cerebral Ao diminuir a concentração do NaCl no sangue pela eliminação pelos rins ou consumo de água, ocorrerá a passagem de água para o cérebro ocorrendo edema cerebral. Intoxicação por sal SINAIS CLÍNICOS Sinais neurológicos e de desidratação Bezerros Depressão, diarréia, ataques convulsivos Adultos Poliúria, cegueira, sinais neurológicos Intoxicação por sal SINAIS CLÍNICOS Intoxicação aguda: Vômitos, diarréia com muco, dor abdominal, anorexia, poliúria, sede intensa. Sinais neurológicos: opistótono, nistagmo, tremores musculares, pressão da cabeça contra objetos, cegueira, surdez, andar em círculos, convulsões, coma e morte etc.. Intoxicação crônica ou aguda – sinais agudos quadro neurológico Intoxicação por sal SINAIS CLÍNICOS EM BOVINOS Predominam os distúrbios digestivos e neurológicos. Curso agudo: sede, vômitos, diarréia com muco, dos abdominal, anorexia, poliúria, cegueira, flexão do jarrete, convulsões seguidas de paralisia parcial. Os sintomas iniciam-se após o consumo de sal e o curso é de 24 h. Curso Crônico: Anorexia, perda de peso, desidratação, hipotermia, debilidade, diarréia ocasional, arrastar de extremidades dos membros posteriores, convulsões tetânicas por esforço. Os sintomas iniciam-se 16 a 24 h após ingestão do sal e o curso é de 48 horas. Intoxicação por sal SINAIS CLÍNICOS EM SUÍNOS Predominam os distúrbios nervosos mais que os digestivos. Curso agudo: sede, prurido, constipação, tremores musculares, movimento de carreira, debilidade, prostração, coma e morte. Intoxicação por sal SINAIS CLÍNICOS EM SUÍNOS Curso crônico: Sede, prurido e constipação; salivação, diarréia, dificuldade respiratória, cianose das mucosas Após 5 dias alguns ficam cegos, surdos, com andar incerto ou em círculos, girar sobre um dos membros posteriores, opstótono e ataques eptileptiformes. Aparecimento dos sinais ocorre entre 36 h a 6 dias, curso pode ser de até 7 dias. Intoxicação por sal Macro: Casos Agudos: Acentuada congestão das mucosas gastrointestinais. Fezes líquidas e escurecidas, edema das cavidades (músculos e cérebro) Casos crônicos: edema dos músculos esqueléticos e hidropericardite Polioencefalomalácia – degeneração da substância cinzenta Patologia Intoxicação por sal Histológico: edema cerebral e meningite Suínos : meningoencefalite eosinofílica ocorre até 48 h do início do curso. Úlceras gástricas naqueles que manifestam crises epiléptiformes. Material a enviar: 50 gramas de fígado, músculo esquelético ou cérebro para dosagem de NaCl (resfriado) histologia: formalina Patologia Intoxicação por sal DIAGNÓSTICO Clínico Epidemiologia, sinais clínicos, alterações patológicas e histopatológicas Certeza: Dosagem de NaCl no soro, no FCE, no fígado ou músculos por análise do plasma ou líquido cérebro espinhal, normais são 135-155 Meq/l e 131-142 Meq/l respectivamente, teores acima de 160 Meq/l é suficiente para diagnóstico de intoxicaçao por NaCl. Análise da ração e da água No suíno é de grande importância o exame histologico das meninges - meningoencefalite eosinofílica. Intoxicação por sal DIAGNÓSTICO Diferencial Doenças que cursem com diarréia ou sinais neurológicos (polioencefalomalácia, leucoencefalomalácia, intoxicações por uréia e chumbo) Prognóstico: se os animais afetados ingerirem pequenas quantidades de água em intervalos frequentes podem recuperar-se em 4 a 5 dias. Em geral a mortalidade é de 50%. Intoxicação por sal TRATAMENTO Morte de 50% dos animais intoxicados Retirada da água ou alimento contaminado Água fresca em pequenas quantidades e a intervalos regulares Redução lenta e gradual da osmolaridade do soro e FCE (oral ou parenteral) – fluidoterapia com isotônicos Lenta de sol. 0,45% de NACL se houver edema cerebral aplicar diuréticos e soluções hipertônicas (glicose 50% EV 100 ml/dia em ruminantes) ou AIES Intoxicação por sal CONTROLE Água de beber deve ter no máximo 0,5% de NaCl Sal e água sempre disponíveis aos animais Correta diluição dos sucedâneos do leite Correta mineralização dos animais Intoxicação por sal
Compartilhar