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Modificações no Organismo Materno Durante a Gravidez

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Universidade Federal do 
Maranhão 
Centro de Ciências Biológicas e 
da Saúde - CCBS 
Curso de Medicina 
Acadêmico: Diogo Fontes Santos 
OBSTETRÍCIA 
MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO 
Durante a gravidez ocorrem várias 
modificações no organismo materno a fim de 
garantir condições ideais para o 
desenvolvimento do concepto e decorrentes 
disso. Essas alterações, via de regra, não 
determinam risco de morte à gestante. 
1) Postura e Deambulação 
O centro da gravidade se adianta em razão 
do aumento abdominal anterior e do peso 
das mamas congestas, levando à gestante a 
adotar uma postura inclinada para trás, 
como quem carregasse um peso com as 
mãos na frente, levando à um lordose na 
coluna vertebral. A gestante tende a afastar 
mais os pés, levando a uma marcha 
característica semelhante ao modo de andar 
dos gansos: marcha anserina. 
2) Metabolismo 
O metabolismo glicídico materno é alterado 
no sentido de garantir suprimento constante 
de glicose ao concepto mesmo em períodos 
de jejum. Há então uma “polpação” na 
utilização de glicose materna, dando 
preferência ao consumo de lipídios. Observa-
se diminuição do consumo periféricos 
ocasionado por “resistência insulínica” (40-
50%) influenciada pelos hormônios hPL, 
estrogênios, progesterona e cortisol. 
O metabolismo lipídico esta alterado com 
maior catabolismo de gorduras, com maior 
concentração de ácidos graxos no sangue 
materno, provavelmente decorrente da ação 
do hPL. Isso se dá no sentindo de preservar a 
utilização de glicose para o feto e para o SNC 
materno. 
O metabolismo protéico. Com relação às 
proteínas, observa-se um aumento das 
proteínas totais, mas uma diminuição da sua 
concentração, devido ao aumento da 
volemia. 
O metabolismo hidroelétorlítico está 
alterado. Na gestação há retenção hídrica no 
organismo materno no valor aproximado de 
7,5L necessário para garantir a homeostase 
do organismo materno e fetal. Isso se dá por 
conta do sistema renina-angiotensina-
aldoterona. Há liberação de renina pelas 
células justaglomerulares renais, que libera 
angiotensina I, que é transformada em 
angiotensina II, que libera aldosterona, que 
atua aumentando a reabsorção de sódio e 
conseqüentemente de cloreto, causando 
retenção hídrica. Esse fato também é 
denominado “hiperaldosteronismo 
secundário da gravidez”. 
3) Sistema Cardiovascular 
Haverá aumento da freqüência cardíaca em 
torno de 20% e aumento do volume 
sanguíneo em torno de 45-50%. O volume 
globular aumenta (25%), porem o volume 
plasmático aumenta também e 
desproporcionalmente (30-50%) levando ao 
estado de “anemia fisiológica da gravidez”. 
Os níveis de hemoglobina diminuem de 12-
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16g/dL para um mínimo de 10g/dL. Em 
decorrência do aumento da FC e do volume 
plasmático haverá, portanto, aumento do 
debito cardíaco em torno de 30-50%. 
Quando a gravidez avança e o útero torna-se 
progressivamente maior este pode 
comprimir a veia cava inferior, determinando 
diminuição do retorno venoso, que se 
manifesta com bradicardia e hipotensão, 
esta situação é denominada de “síndrome da 
hipotensão supina”, facilmente revertida 
apenas com a mudança de decúbito 
materno. No parto e pós-parto há uma 
elevação adicional do debito cardíaco 
decorrente do aumento da FC e das 
contrações uterinas que aumentam a 
volemia adicionalmente. Há um discreto 
decréscimo da PA durante a gestação e com 
relação ao sistema venoso uma tendência à 
estase venosa decorrente da compressão da 
VCI. 
4) Sistema Sanguíneo 
Há aumento das necessidades de ferro e 
ácido fólico. O volume de hemácias e 
leucócitos está aumentado, porem, suas 
concentrações séricas estão diminuídas. O 
numero de plaquetas esta ligeiramente 
diminuído. O sistema de coagulação sofre 
uma alta durante a gestação; há aumento do 
fibrinogênio (50% ou 300-600mg/dL); 
aumento dos fatores VII, X, VII, XII e fator 
von Willebrand e protrombina. Além de 
diminuição das atividades dos 
anticoagulantes fisiológicos, especialmente a 
proteína S e resistência à proteína C ativada 
(APC). 
5) Sistema Urinário 
Haverá aumento do fluxo plasmático renal e 
da taxa de filtração glomerular (30-50%). A 
depuração de cretinina aumenta para cerca 
de 130-160mL/min, enquanto o valor não-
gravidico é 90-120mL/min, indicando 
aumento da TFG. Diante do aumento da TFG 
a concentração de uréia e creatinina 
diminuem no sangue; ocorrerá glicosúria e 
proteinúria (até 300mg/24h) fisiológica; o 
volume urinário não aumenta. A freqüência 
urinária aumenta devido aos efeitos 
mecânicos do crescimento uterino 
comprimindo a bexiga. 
6) Sistema Respiratório 
Haverá modificações anatômicas no tórax 
com aumento do diâmetro AP e transversal 
de cerca de 2cm, aumento do ângulo 
subcostal (70° para 100°), alem de elevação 
do diafragma sem comprometer sua 
funcionalidade. O volume-minuto aumenta 
cerca de 30-40% devido ao aumento do 
volume corrente, conquanto a FR não se 
altere. O espaço morto não se altera, a 
capacidade funcional residual diminui. 
Haverá aumento do trabalho respiratório, 
aumento do consumo de oxigênio em cerca 
de 15-20% e pode ocorrer episodio de 
dispnéia. O centro respiratório passa a não 
ser influenciado pela pO2, provavelmente 
por ação da progesterona estimulando-o. 
7) Equilíbrio Ácido-Básico 
Haverá hipocapnia, elevação discreta dos 
ácidos metabólicos e pH, configurando a 
“alcalose respiratória compensada”. 
8) Sistema Digestivo 
Com relação aos sistema digestorio, esta 
aumentada a incidência de náuseas e 
vômitos. Relata-se também o surgimento de 
gengivite, desaparecimento de ulceras 
pépticas devido à diminuição de secreção de 
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suco gástrico, porem, ralata-se o 
aparecimento de pirose devido ao 
relaxamento dos esfíncteres e da pressão 
aumentada devido ao volume uterino. 
9) Pele e Fâneros 
Observa-se o aparecimento de estrias 
abdominais e nas mamas. Aumento da 
pigmentação da linha alba, da vulva, das 
aréolas mamarias e da face. Com relação aos 
pelos pode haver hipertricose fisiológica. 
DIAGNOSTICO DA GRAVIDEZ 
O diagnostico da gravidez pode ser clínico, 
hormonal ou ultra-sonográfico. 
 No diagnóstico clinico existem os sinais de 
presunção, de probabilidade e de certeza. 
1) Sinais de Presunção 
 
· Amenorréia surge por volta da 4º 
semana; 
· Náuseas e vômitos, que surge por 
volta da 5º semana; 
· Congestão mamaria, surge por volta 
da 5º semana. Observa-se maior 
pigmentação da mamas e o 
surgimento dos “tubérculos de 
Montgomery” na 8º semana; 
colostro e aumento da circulação 
venosa (rede de Haller) na 16º 
semana; auréola secundária em 20º 
semana; 
· Polaciúria com volume urinário 
diminuído devido à pressão sobre a 
bexiga por volta da 6º semana; 
 
2) Sinais de Probabilidade 
 
· Amenorréia em 6 semanas; 
· Aumento do volume uterino. O útero 
gravídico em 6 semanas tem a forma 
equivalente de uma tangerina, em 10 
de uma laranja e em 12 o tamanho 
da cabeça do feto a termo. 
· Alteração da consistência uterina 
que aparece por volta de 8 semanas. 
O “sinal de Hegar” indica a 
consistência cística ou elástico-
pastosa do útero, principalmente o 
istmo. 
· Alteração da forma uterina em 8 
semanas. O “sinal de Piskacek” é o 
abaulamento do útero na região de 
implantação do ovo. O “sinal de 
Nobile-Budin” ocorre quando os 
dedos do examinador situados no 
fundo de saco são comprimidos 
junto a parede vaginal pelo colo 
uterino. O “sinal de Osiander” é a 
percepção dos batimentos da artéria 
uterina no fundo de saco. O “sinal 
de Jacquemier/Chadwick” é a 
coloração violácea do vestíbulo e 
meatourinário. O “sinal de Kluge” é 
a coloração violácea da mucosa 
vaginal. 
· Aumento do volume abdominal na 
16º semana. 
3) Sinais de Certeza 
· “Sinal de Puzos” ou rechaço fetal que 
ocorre na 14º semana. 
· Percepção dos movimentos ativos e 
dos segmentos fetais que ocorre em 
18 semanas. 
· Auscultação dos batimentos 
cardíacos fetais (bcf) que ocorre por 
volta de 20-21 semanas. 
 O diagnóstico hormonal é muito utilizado na 
prática, pois garante precocidade e exatidão. 
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Baseado na produção do hCG. Existem 
quatro tipos de testes utilizados no 
diagnóstico hormonal: biológico (desuso), 
imunológicos, rádio-imunológico (RIA) e 
enzimaimunoensaio (ELISA). 
1) Testes imunológicos: se baseia na reação 
do hCG (proteína) com anticorpos. Existe a 
“prova de inibição da aglutinação do látex” 
que tem pouca sensibilidade e os resultados 
podem gerar discussão; e a “prova da 
inibição da hemaglutinação” que fornece o 
resultado em 2h, é mais sensível e resultados 
mais confiáveis. 
2) Testes rádio-imunológicos: baseia-se na 
competição de hCG-beta com o próprio 
hormônio marcado com rádio-iodo em face 
dos anticorpos. Fornece o resultado em 4h. 
3) ELISA: semelhante ao RIA, porem utiliza 
uma enzima capaz de reagir com hCG-beta 
gerando produtos coloridos que são 
dosados. 
O diagnostico ultrassonografico: 
· Aparecimento do saco gestacional 
(SG) em 4 semanas. 
· Aparecimento da vesícula vitelinica 
em 5-6 semanas. 
· Identificação do eco embrionário e 
bcf em 6-7 semanas. 
· Em 11-13 semanas não se visualiza o 
SG. 
· Em 11-12 semanas observa-se a 
cabeça do feto. 
 
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