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Direito Processual Civil

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PROCESSO CIVIL
PROFESSOR FREDIE DIDIER
www.frediedidier.com.br
LISTA BIBLIOGRÁFICA: Curso de Luiz Guilherme Marinoni – Editora RT (volume II é o livro mais importante, utilizado para concurso de Juiz Federal; o volume I tem uma informação muito importante compreende quase uma tese, compreendendo um obstáculo muito grande, é importante para o concurso de Procurador da República; ); Lições de Processo Civil de Alexandre Câmara – Editora Lúmen Juris (bela coleção, mais simples); Curso de Cássio Scarpinella Bueno – Editora Saraiva (primeiro Curso de Processo totalmente editado após a reforma processualista); Curso Fredie Dirdie – Volumes I a V; Volume II do Professor Humberto Teodoro (Execução e Cautelar) e Leituras complementares de processo civil (livro de textos sobre assuntos específicos e estranhos).
PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL (PROCESSO E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS)
Da segunda metade do Séc. XX surgiu um movimento teórico de redimensionamento do direito constitucional. Revalorização do sistema jurídico, denominado Neoconstitucionalismo, quer refundar o direito constitucional, com base em novas premissas. 
Características do neoconstitucionalismo:
a) Difusão e desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais, força normativa da constituição (constituição tem que ser eficaz, isto é, produzir seus efeitos, não pode ser um mero pedaço de papel. O Estado deve ser regulado pela constituição e não pela lei. O Estado legal passa a ser constitucional. A constituição não compreende uma mera carta de intenção. A normatividade da constituição está intimamente relacionada à teoria dos princípios, princípios como normas que devem ser aplicadas. As normas podem ser abertas e tem de ser concretizadas).
Art. 126 do CPC:
“Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)”
b) Princípio tem força de norma (Teoria dos Princípios de Alberto Ávila).
c) Expansão da Jurisdição Constitucional compreende uma outra característica do neoconstitucionalismo.
d) Controle de constitucionalidade das leis.
O neoconstitucionalismo acabou repercutindo em todos os ramos do direito.
Já se fala hoje em neoprocessualismo que compreende exatamente a fase teórica na qual o processo é estudado em conformidade com as premissas do neoconstitucionalismo. Redefinição das categorias processuais apartir dessas novas premissas. Um livro marco desse pensamento no Brasil compreende o volume I do autor Marinoni.
No livro de leituras complementares tem um texto de Eduardo Cambi que versa a respeito do neoprocessualismo.
Observação: na Universidade Federal do Rio Grande do Sul se desenvolve um movimento teórico que parte dessas mesmas premissas e recebe uma outra denominação: formalismo-valorativo. Compreende o neoprocessualismo com um plus, um dado a mais, o reforço da ética e boa-fé no processo. O valor ética e lealdade é muito importante para os defensores dessa teoria. No livro de leituras complementares está o texto base dessa teoria (Professor Carlos Alberto Álvaro de Oliveira).
Hoje é preciso saber qual a relação entre o processo e os direitos fundamentais. 
Parte-se da seguinte premissa: os direitos fundamentais podem ser entendidos em uma acepção objetiva ou subjetiva. A acepção objetiva direitos fundamentais compreendem normas que devem ser observadas. Já na dimensão subjetiva os direitos fundamentais compreendem direitos, isto é, são poderes atribuídos ao indivíduo. 
Qual é a relação entre processos e direitos fundamentais: em uma dimensão subjetiva (o processo tem de ser adequado à tutela dos direitos fundamentais. Ex: existência do Habeas Corpus) e objetiva (o processo tem que obedecer as normas constitucionais. Ex.: Lei que permita o Juiz decidir sem fundamentar viola uma norma fundamental constitucional) , compreendem aspectos distintos.
O processo tem que estar conforme os direitos fundamentais e tem que tutelar bem os direitos fundamentais.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
A constituição assegura a todos o devido processo legal, ninguém será privado de seus bens e de sua liberdade sem o devido processo legal.
Devido processo legal compreende: Due process of law. Trata-se do processo conforme o direito, atualmente constitucional.
Surgiu em 1215.
Texto compreende o suporte físico e a norma compreende o resultado da interpretação do texto.
O devido processo legal compreende um cláusula geral, isto é, espécie de norma composta por termos vagos ou indeterminados. Ainda é também indeterminado em relação a suas conseqüências. Tanto a hipótese quanto a conseqüência é indeterminada.
O antecedente normativo (fato) quanto o conseqüente normativo (conseqüências jurídicas) são indeterminadas. Ex: boa-fé; etc.
Processo compreende qualquer módulo de produção de norma jurídica, isto é, nenhuma norma pode ser produzida sem o devido processo.
Uma norma pode ser:
Geral: lei ou normas administrativas. Precedidas de processo legislativo ou administrativo devido. Qualquer processo tem que ser devido.
Individualizada: sentença (precedida de processo jurisdicional); atos administrativos (ex: notificação de trânsito); normas privadas (ex: multa a um condômino, expulsão de um associado, Art. 57 do CC). A autonomia privada autoriza a produção de normas privadas. Por isso é possível falar hoje em dia em devido processo privado.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o disposto no estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existência de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembléia geral especialmente convocada para esse fim.
        Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão, caberá sempre recurso à assembléia geral.
Os direitos fundamentais se aplicam às relações privadas. Exemplo: Art. 57 do CC. 
A aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas denomina-se eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Inicialmente os direitos fundamentais foram concebidos para regular as relações entre o Estado e o Cidadão, tendo apenas uma eficácia vertical. 
Entretanto, a partir do momento em que os direitos fundamentais passaram a regular a relação entre dois cidadãos estamos diante de uma eficácia horizontal porque regula a relação entre entes que integram a mesma posição jurídica.
O devido processo legal possui duas dimensões: 
a) dimensão formal ou processual ou procedimental do devido processo legal: compreende o conjunto das garantias processuais mínimas compõe o devido processo legal formal. Ex: contraditório, juiz natural, proibição de prova ilícita; motivação das decisões; duração razoável do processo.
O devido processo legal não pode garantir só a forma. Deve garantir o conteúdo das decisões do Estado. Embora formalmente devida a norma pode ser desproporcional, desarazoada. Desenvolveu-se então o devido processo Legal substancial ou substantivo.
b) dimensão substancial ou substantivo: as decisões precisam ser substancialmente devidas. As decisões devem ser proporcionais e razoáveis.
Princípio da proporcionalidade e razoabilidade tem origem européia retratando a versão americana do devido processo legal substancial ou substantivo.
No livro leituras complementares há um texto que versa apenas sobre o devido processo legal substancial.
 
Alguns outros princípios que decorrem do devido processo legal estão escrito na constituição, são extraídos do devido processo legal.
Há quatro desses princípios que devem ser analisados de forma criteriosa. A doutrina costuma dizer que o processo para ser devido deve gozar de quatro princípios:
efetivo;
com duração razoável (tempestivo);
adequado;leal.
O processo devido é o processo efetivo, tempestivo, adequado e leal. Cada um desses adjetivos compreende um princípio.
PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE:
Não tem previsão expressa na Constituição.
Significa que todos têm o direito fundamental à efetivação dos seus direitos.
Não basta apenas que os direitos sejam reconhecidos, é preciso que os direitos que sejam reconhecidos sejam efetivados.
Um processo para ser devido tem que efetivar os direitos, sob pena de não ser devido.
Existem inúmeras regras de proteção ao executado, como por exemplo as regras que proíbem a penhora sobre alguns bens. Visa assegurar a dignidade do executado, princípio erigido a condição de garantia fundamental.
O credor titular do direito também precisa da proteção de sua dignidade, carecendo de proteção.
Se há direito fundamental do lado do autor e do réu, que entram em choque, como qualquer conflito de direitos fundamentais deve ser o impasse resolvido por ponderação.
O direito protege o executado lhe assegurando um patrimônio mínimo para sua sobrevivência. Em contrapartida, o credor não pode ter sua dignidade afeta em razão do inadimplemento da dívida.
No caso de um trabalhador que percebem cem mil reais, a lei que proíbe a penhora do salário, sob um enfoque do princípio da efetividade é desproporcional, desarazoada. Não merecendo prosperar. Não há qualquer ofensa à dignidade humana. Deve haver uma interpretação ponderada.
Em casos de salários vultuosos pode haver penhorabilidade do salário por não haver violação ao princípio da dignidade.
O Tribunal do DF entende que se é possível dar em garantida trinta por cento do salário em garantia de dívida, é possível penhorar tal valor.
TEMPESTIVIDADE
Compreende um processo com duração razoável. A todos é garantido o direito fundamental a um processo com duração razoável.
Possui previsão expressa, inciso LXXVIII do Art. 5 da CF. Foram acrescentado pela emenda constitucional 45.
O direito fundamental a duração razoável do processo coexiste expressamente a partir da emenda 45. Entretanto, pode ser extraído do devido processo legal, de forma implícita.
O princípio da duração razoável do processo não significa necessariamente a rapidez. A duração deve ser razoável em razão da necessidade de se assegurar a segurança jurídica com promoção dos princípios fundamentais.
Demora mínima compreende garantia das partes.
Processo extremamente célere não assegura os direitos fundamentais. Compreende inquisição.
É preciso verificar caso a caso qual a duração pode ser considerada duração razoável. É preciso saber quais são os critérios para ser aferida a demora razoável.
Eis os critérios definidores da duração razoável, criado pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos:
complexidade da causa;
comportamento do juiz;
comportamento das partes;
infra-estrutura do órgão judiciário.
Caso o processo demore muito há responsabilidade do Estado em tal conduta. 
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO
Algo é adequado a alguma coisa.
O processo tem que ser adequado em três aspectos:
a) adequação objetiva: o processo tem que ser adequado ao seu objeto (direito tutelado pelo processo). Não se pode conceber que as normas que regulam o cheque e a prestação de alimentos sejam idênticas. Direitos distintos exigem tratamento distinto;
b) adequação subjetiva: o processo tem que ser adequado aos sujeitos processuais. As regras processuais têm que ser adequada aos sujeitos que vão participar do processo. Um incapaz merece um tratamento processual distinto em relação a um cidadão que não goza de tal debilidade. 
A adequação subjetiva compreende na realidade a igualdade no processo. Trata-se da adequação subjetiva das regras processuais.
c) A adequação precisa ser teleológica: o processo tem que estar adequado as suas finalidades. Ex: O juizado especial foi criado para causas simples, visto a sua teleologia de concepção.
O princípio da adequação não tem previsão constitucional. Entretanto, compreende corolário do devido processo legal.
Tal garantia sempre foi vista como uma garantia em desfavor do legislador que deve criar regras processuais adequadas. Trata-se de um princípio cujo destinatário compreende o legislador.
Atualmente, muitos autores defendem que o Juiz também compreende o destinatário deste princípio. Caberia ao juiz examinando um caso concreto proceder a uma adequação jurisdicional da regra processual às peculiaridades do caso concreto. Ex: o prazo de defesa no processo civil é de quinze dias. O legislador entendeu que tal prazo é adequado. Imagine, porém, que o autor tivesse juntado dez mil documentos. O réu terá quinze dias para se manifestar a respeito de todos esses documentos. Quinze dias para aquele caso compreende prazo inadequado, concedendo prazo prolatado.
Tal princípio tem recebido diversas denominações: princípio da adaptabilidade do procedimento; elasticidade do procedimento; flexibilidade do procedimento; princípio da adequação jurisdicional.
PRINCÍPIO DA BOA FÉ PROCESSUAL (LEAL)
Princípio que impõe comportamentos éticos, leais, em conformidade com a boa-fé.
Conceito de boa-fé: compreende norma ou fato. 
Boa-fé norma: compreende a norma que impõe o comportamento leal, ético, em conformidade com a boa-fé. Compreende o princípio da boa-fé, que compreende uma norma e cláusula geral, que impõe condutas leais, éticas, em conformidade com a boa-fé. Os civilistas costumam chamar de boa-fé objetiva, como norma, como cláusula geral de impõe condutas.
Boa-fé enquanto fato: compreende um estado de consciência que se contrapõe a má-fé. Ex: norma que regula ao possuidor de boa-fé, etc. Está se referindo a fatos, que compreende a boa-fé subjetiva, exigida como fato em algumas situações.
O STF já decidiu que a cláusula do devido processo legal fundamenta o princípio da boa-fé no processo.
O processo para ser devido tem que ser ético.
O princípio da boa-fé, ao ver de alguns, são extraídos da igualdade e dignidade humana.
O Código de Processo Civil prevê expressamente a boa-fé. Art. 14, II do CPC.
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
(...)
II - proceder com lealdade e boa-fé;
O princípio da boa-fé tem várias conseqüências:
a) veda o abuso do direito processual: o comportamento desvestido de utilidade compreende abuso do direito, sendo vedado;
b) veda o “venire contra factum proprium” (comportar-se contra os próprios fatos): veda o comportamento contrário aos próprios comportamentos anteriores. Tal atitude viola a expectativa criada no outro integrante da relação processual, sendo comportamento vedado. Ex: executado que oferece a geladeira à penhora, juiz aceita e o executado alega impenhorabilidade da geladeira; imagine que seja exarada uma decisão contrária ao autor que cumpre a decisão espontaneamente e após recorro;
c) veda a má-fé: comportamentos dolosos. Ex: o autor sabe onde o réu mora e afirma que não sabe onde o réu mora, almejando uma revelia. Pode violar a boa-fé um comportamento que não tenha má-fé nenhuma. A análise aqui é subjetiva.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Compreende produto, corolário, de dois princípios que geraram o princípio da cooperação:
Princípio da boa-fé;
Princípio do contraditório.
A boa-fé gera o direito de cooperar. O dever de cooperação decorre da boa-fé.
O princípio da cooperação exige das partes processuais um comportamento cooperativo, cada qual com seus interesses, mas todos cooperando para a solução do litígio.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
É resultado de dois princípios: princípio da boa-fé e do 
Uma das conseqüências da boa-fé compreende o dever de cooperação. Os Sujeitos do processo devem cooperar entre si para que a decisão seja a melhor decisão possível.
Não se pode praticar atos desleais e tampouco que comprometam a solução justa do litígio.
O princípio da cooperação para o magistradogera três deveres:
a) dever de consulta: o juiz não pode decidir com base em questão a respeito da qual as partes não puderam manifestar-se. A inobservância de tal dever acarreta em ação desleal em relação as partes e, sobretudo, sua decisão será eivada do elemento surpresa. Ex: o juiz percebe que a lei do caso é inconstitucional, entretanto, tal alegação não é trazida à baila no processo. Caso o juiz fundamente a sentença em tal pressuposto legal, sua decisão estará eivada de vício. Deve o magistrado neste caso, mesmo em se tratando de aspecto que o juiz pode conhecer ex officio, oportunizar o debate às partes. O juiz nunca pode conhecer sem ouvir antes as partes. A questão relevante para a decisão da causa sempre deve ser objeto de debate. 
Lei de Execução Fiscal, art. 40, parágrafo quarto: o juiz pode conhecer de ofício da prescrição em matéria tributária, entretanto, antes tem que ouvir a Fazenda Pública.
Exame de Ordem: O juiz não pode decidir com base em questão, mesmo em se tratando de atividade ex officio, sem antes oportunizar a manifestação das partes.
b) dever de esclarecimento: o juiz tem o dever de esclarecer as decisões para as partes. Ainda, o magistrado tem o dever de pedir esclarecimentos quando não entende a postulação das partes. 
c) dever de prevenção ou proteção: se o juiz constata algum defeito processual tem o dever de apontar o defeito e dizer como ele deve ser corrigido.
O STF possui farta jurisprudência que afirma que o magistrado não pode indeferir a petição inicial sem dar a oportunidade de a parte sanar o defeito.
Caso a parte não corrija o vício, aí sim, pode o magistrado indeferir a petição inicial.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
O contraditório tem dupla conotação: formal e substancial.
Contraditório em sentido formal: compreende um direito à participação no processo que possa acarretar em algum prejuízo. Trata-se simplesmente do direito de participar do processo. Entretanto, não basta a oportunidade de participar do processo é preciso que a participação ocorra com aptidão para poder interferir no conteúdo da decisão.
A participação deve ser tal, que permita que a atuação convença o magistrado da veracidade dos fatos, influenciando na decisão a ser exarado. 
Por isso que se diz que o direito de produzir provas em juízo é uma conseqüência do contraditório.
Dimensão substancial do contraditório: compreende o poder de influência. Contraditório compreende participação + poder de influência.
Não basta participar é preciso poder influenciar na decisão.
O dever de consulta é bem compreendido com esta dimensão substancial do contraditório.
O juiz pode punir a parte pela prática de litigância de má-fé. Entretanto, deve oportunizar a manifestação da parte acerca da conduta.
Influenciar compreende tentar convencer através de provas, argumentos, manifestações técnicas, etc.
Muitas vezes o juiz adota uma decisão sem ouvir o réu em situações liminares: Não há inconstitucionalidade. Razões técnicas: as decisões liminares são provisórias sendo o contraditório exercido de forma postergada. Ainda, as liminares se justificam pelo periculum in mora.
O relator de um recurso pode negar provimento sem ouvir a outra parte. Entretanto, dar provimento sem ouvir a outra parte é vedado em razão de ferir o contraditório.
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO
Trata-se da relação entre o processo e o Direito material. E tal relação denota que o processo compreende um instrumento de realização (concretização) do Direito material.
O processo serve para concretizar aquilo que o Direito material determina.
Não há em tais assertivas nenhuma idéia de que o processo é subordinado ao Direito material, porque se o processo serve como um instrumento do Direito material, este por sua vez serve ao processo dando-lhe um sentido.
A razão da existência do processo compreende o Direito material e vice-versa.
Questão de Concurso: Explique a teoria circular dos planos material e processual.
Compreende a teoria que explica as relações do direito material e processo circular e não hierárquica. Um serve ao outro. Há uma relação de complementaridade. 
O processo serve ao Direito material ao tempo que é servido por ele.
Exemplo: não pode construir churrasqueira na parede divisória. O direito processual é forma de assegurar a violação de tal direito.
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO
Preclusão: compreende a perda de um poder processual, pouco importando a sua causa. Sempre que se perde um direito processual se fala em preclusão. Toda perda compreende preclusão.
Serve tanto para a preclusão das partes quanto do magistrado.
A preclusão não é um fenômeno exclusivo das partes, há preclusão também para o juiz.
Preclusão pro iudicato: compreende a preclusão em desfavor do juiz. Tal expressão não pode ser utilizada. Tal expressão assume conotação diversa, não devendo ser utilizado em caso de preclusão em desfavor do juiz.
Utilizar expressão: preclusão para o juiz.
Estudamos várias espécies de perda do direito: decadência, prescrição, caducidade, etc.
A preclusão costuma ser classificada pelo fato gerador da preclusão:
a) preclusão temporal: ocorre quando se perde um poder processual pelo não exercício em determinado interregno.
É parecida com a decadência. Tem-se um prazo para exercer, não se exerceu, preclui.
Na Itália, prescrição temporal e decadência, tem o mesmo significado.
b) preclusão consumativa: a parte gozava de um poder processual e o exerceu. Uma vez utilizado o poder processual este se esvai.
Compreende a preclusão em razão do exercício de um poder processual.
c) preclusão lógica: compreende a perda de um poder processual em razão da prática de um ato anterior que com ele é i9ncompatível.
Exemplo: A parte ao praticar o ato 1, perde o direito de praticar um outro ato incompatível com este. 
A preclusão se dá pela incompatibilidade lógica.
Exemplo: saiu uma decisão em desfavor da parte, ela cumprindo a determinação exarada pelo magistrado, não poderá recorrer. Tal ação denota conduta incompatível com o direito de recorrer. As duas condutas são em si mesmo lícitas. Entretanto, o que torna a segunda conduta ilícita compreende a sua relação com a primeira conduta. Eis que a preclusão lógica tem relação com a proibição do “venire contra factum proprium”.
Não existe processo sem a incidência da preclusão, esta é absolutamente indispensável para o findar do processo.
O problema é que o legislador pode em alguns momentos mitigar a preclusão. O sistema não é rigidamente preclusivo.
Exemplo: a possibilidade de se impetrar embargos de declaração mitigam a preclusão.
No ECA qualquer sentença do juiz pode ser revista por ele próprio.
A preclusão é indispensável à duração razoável do processo e celeridade ao processo.
A preclusão prestigia a segurança e duração razoável do processo.
A preclusão também tutela a boa-fé, impedindo comportamentos temerários em relação às partes.
Comportamento contraditório compreende comportamento ilícito porque viola a boa-fé.
d) preclusão: existem ilícitos processuais que tem por conseqüência uma preclusão.
Exemplo: ilícito processual denominado atentado. Compreende um terrorismo processual. Dois vizinhos brigam pela linha divisória de dois imóveis. Um dos cidadãos destrói a marca divisória tentando ludibriar o juiz (Art. 879, CPP). O terrorista ficará sem o direito de falar nos autos até corrigir o atentado. O Art. 881 institui tal sanção.
Preclusão e questões de ordem pública: Questão de ordem pública compreende aquela que o juiz pode conhecer de ofício.
Há preclusão para o exame de questões de ordem publica? Não, não há preclusão enquanto o processo estiver pendente.
Caso o processo já tenha se encerado não se pode mais alegar questões de ordem pública. Se o processo se encerrou somente é possível alegar questões de ordem pública por ação rescisória.
A ausência de preclusão ocorre então no processo enquanto esteestiver pendente.
Isto vale mesmo para as instâncias extraordinárias (STJ e STF)? Sim.
Há preclusão para reexame das questões de ordem pública? É possível examinar novamente uma questão de ordem pública a qualquer tempo? É possível reexaminar uma questão de ordem pública a qualquer tempo? A maior parte da doutrina e farta jurisprudência entendem que não há preclusão para o reexame.
Apenas uma concepção minoritária defende a preclusão em caso de reexame. Tal posicionamento é defendido por Barbosa Moreira, Frederico Marques, Calmon de Passos e Chiovenda.
JURISDIÇÃO
Conceito: 
A Jurisdição compreende uma função atribuída a terceiro imparcial. Então, quem exerce jurisdição compreende um terceiro em relação ao problema. Mas não basta ser terceiro e preciso que seja alguém imparcial em relação ao problema, isto é, não deve haver interesse na resolução do problema.
Obs.: a jurisdição é um exemplo de heterocomposição, ou seja, é a solução do problema por um estranho a este. Não confundam imparcialidade com neutralidade. O juiz não é neutro, porque neutro compreende aquele que é despido de valor. Neutro não é gente, é detergente.
Já a imparcialidade está relacionada ao desinteresse na causa, não pendendo para a defesa do interesse de quaisquer das partes. O magistrado tem que ser eqüidistante, tratando as partes com igualdade.
Para Chiovenda a jurisdição se caracteriza por ser uma atividade substitutiva. A substitutividade compreende a marca da jurisdição. O que Chiovenda a substitutividade compreende, na realidade, a heterocomposição.
Concurso para Procurador da República: A substitutividade é característica da jurisdição para Chiovenda.
A função atribuída a terceiro imparcial não é característica essencial apenas da jurisdição. Exemplo: Tribunal de Contas – exerce função, sendo um terceiro, entretanto, não exerce jurisdição.
Por isso a concepção de Chiovenda está superada.
b) Mediante um processo: a jurisdição se exerce processualmente. O método de exercício da jurisdição é o processo.
c) tutelar: dar proteção jurídica. A tutela jurídica pode se dar de três maneiras: tutela de reconhecimento de direitos, efetivação de direitos e a proteção (segurança ou resguardo) de direitos. Trata-se de tutela de conhecimento (reconhece), execução (efetiva) e cautelar (resguarda).
d) situações jurídicas concretamente deduzidas: a jurisdição sempre atua em situações concretas. Não pode decidir abstratamente. A jurisdição atua sobre encomenda. Diferentemente do que ocorre com o legislador que cria normas abstratas. Isso se aplica inclusive na ADIN: na ADIN se leva ao Supremo Tribunal Federal uma situação em concreta.
Existiu um sujeito denominado Carnelutti que defendia que a marca da jurisdição compreende a existência de lide. Para o autor só há jurisdição se houver lide. Lide por sua vez compreende um conflito de interesses. Entretanto, a lide compreende apenas uma espécie de jurisdição. Existe jurisdição sem que haja lide, não havendo necessidade de a lide ser afirmada para que haja jurisdição.
Exemplo: Se um cidadão quiser mudar o seu nome e procurar o judiciário alegando que seu nome é ofensivo, leva ao juiz uma situação jurídica concretamente deduzida que não compreende uma lide. Então, existe situação jurídica deduzida que não acarreta em lide.
A lide compreende característica da jurisdição para Carnelutti.
e) de modo imperativo e criativo: a jurisdição compreende ato de império, isto é, trata-se de manifestação da soberania do Estado, sendo ato imperativo. Por conta disso há quem diga que a jurisdição é monopólio do Estado. Entretanto, o fato da jurisdição ser monopólio do Estado não significa que somente o Estado pode exercê-la, porque o Estado pode autorizar que outros sujeitos a exerçam. Exemplo: arbitragem no Brasil.
É possível haver o exercício de jurisdição através de pessoas que não integram a estrutura do próprio Estado. Na Espanha existem tribunais leigos que existem em razão dos costumes de determinadas cidades. Ex: Tribunal de Valencia – julga há mil anos causas relacionadas às água de Valência. Suas decisões acarretam em coisa julgada e, em razão de norma constitucional, estão eivadas de jurisdição.
Não só o Poder Judiciário exerce jurisdição. O Senado também exerce jurisdição ao julgar o Presidente da República, exercendo uma função atípica.
A jurisdição é também criativa, isto é, criadora, de forma que o juiz ao decidir inova atribuindo a solução ao caso concreto. O juiz aplica um preceito abstrato construindo a norma do caso concreto.
Norma compreende o que resulta da interpretação do texto.
Em toda decisão judicial, sem exceção, é possível verificar duas partes: a fundamentação e o dispositivo.
No dispositivo, o juiz determina e cria a norma jurídica individualizada, que compreende a norma jurídica que regulará o caso concreto. A norma naquela situação concretamente deduzida será determinada no dispositivo da jurisdição.
Na fundamentação, o juiz tem que revelar qual é a interpretação que fez do Direito. E ao dizer a interpretação que deu ao Direito, o juiz cria também “a norma jurídica geral do caso concreto”. Isto é, o juiz vai revelar qual é a norma geral que goza do fundamento utilizado para a solução do caso concreto.
Exemplos:
Um cidadão foi atropelado. Ingressa em juízo pedindo indenização. Condeno fulano a indenizar cicrano. Qual é a norma individual neste caso?
Norma individual: Fulano tem que indenizar cicrano.
Norma geral (fundamentação): aquele que atropelar o outro culposamente terá que indenizar os prejuízos materiais e morais causados. Tal preceito normativo se aplica a várias situações fáticas deduzidas em juízo. A norma geral que está na fundamental ignora as pessoas envolvidas e se amolda a casos análogos.
Há alguns anos Zeca Pagodinho fez propaganda para a Nova Skin. Três ou quatro meses depois o artista faz propaganda para a Brahma. A Nova Skin alegou que o artista quebrou a boa-fé pós contratual. O Código Civil regula que os contratantes devem se portar de forma a observar a boa-fé na fase pré-contratual, durante o contrato e na fase pós contratual. Zeca Pagodinho foi condenado a indenizar a Nova Skin.
Norma individual: José Carlos Pagodinho deve indenizar a Nova Skin.
Norma Geral: Aquele que fizer propaganda para uma empresa não pode pouco tempo depois fazer propaganda para o concorrente, tanto mais se destruir a imagem da primeira empresa ao proceder ao comercial.
No ano retrasado o STF decidiu que parlamentar que troca de partido durante o exercício do mandato perde este. Caso um partido entre com o mandato para determinado político perder o mandato temos:
Norma individual: o partido tem direito ao mandato exercido por fulano.
Norma Geral: parlamentar que troca de partido durante o mandato perde este.
A norma geral do caso concreto compreende a jurisprudência, isto é, norma geral reiteradamente aplicada. Jurisprudência não compreende a norma individual criado pelo magistrado, mas sim o preceito geral que reiteradamente tem servido de fundamento das decisões judiciais. É irrelevante na utilização da jurisprudência a identidade das partes que foram objeto do julgado utilizado.
A Súmula compreende resultado da aplicação reiterada de jurisprudências. Toda Súmula é geral, que está na fundamentação de várias decisões reiteradas.
A criatividade judicial é hoje indiscutível e se revela tanto na criação da norma que regula o caso concreto, como na criação de norma aplicável a outros casos semelhantes.
Trata-se do estudo do precedente judicial, assunto processual mais novo discutido no Brasil.
f) em decisão insuscetível de controle externo: nenhum Poder pode controlar uma decisão jurisdicional. A administração, a lei, etc. não podem afetar a decisão do magistrado. Só quem pode controlar a decisão jurisdicional através da própria jurisdição em sede de revisão da decisão prolatada. Somente a jurisdição goza de tal atributo. Decisão administrativa pode ser revistapelo Poder Judiciário, o mesmo ocorre com ato legislativo que pode ser revisto pelo Poder Judiciário.
g) apta a tornar-se indiscutível pela coisa julgada: A coisa julgada somente tem origem em decisão jurisdicional. Não há decisão que não seja jurisdicional que tenha aptidão para coisa julgada. A coisa julgada é um limite à própria jurisdição. A partir de então a decisão se torna definitiva. A definitividade é outro atributo da jurisdição. 
Não se pode afirma que toda decisão jurisdicional é definitiva, mas, em contrapartida, somente a decisão jurisdicional é definitiva. O Poder a quem coube a atribuição de julgar em definitivo um caso é o Poder Judiciário.
A jurisdição é função atribuída a terceiro imparcial para mediante um processo tutelar (reconhecendo, efetivando ou resguardo) situações jurídicas concretamente deduzidas de modo imperativo e criativo em decisão insuscetível de controle externo e apta a tornar-se indiscutível pela coisa julgada.
Se se pode recorrer de uma sentença há ofensa a preclusão consumativa: a preclusão consumativa só incide sobre o juiz que julgou a causa.
Equivalentes jurisdicionais: 
Conceito: compreende todo método de solução de conflito não jurisdicional compreende um equivalente jurisdicional.
Há quatro espécies de equivalente jurisdicional:
a) autotutela: é a solução egoísta do conflito. Porque através dela um dos litigantes impõe ao outro a solução do conflito. Em princípio, é vedada pelo ordenamento jurídico positivo: exercício arbitrário das próprias razões. Nos remete a um tempo bárbaro. Ainda há espécies de autotutela admitidas no direito: a guerra, a greve, a legítima defesa, o desforço incontinenti (em caso de um terceiro violentar a posse, naquele instante o proprietário pode utilizar dos meios necessários para se manter na posse), possibilidade da Administração Pública executar as próprias decisões, etc. 
b) autocomposição: é a solução altruísta do conflito. Compreende uma solução negociada do conflito. Os próprios litigantes chegam a um consenso resolvendo o conflito. É estimulada. Todo o Direito brasileiro estimula a autocomposição. Exemplos: é possível separar-se e divorciar-se, bem como proceder o inventário em cartório; qualquer acordo pode ser elevado para a homologação do juiz e se convolar em título executivo judicial (Art. 475-N, inciso V do CPC). A autocomposição pode ser extrajudicial ou judicial. Feita extrajudicialmente pode ser homologada pelo magistrado. A autocomposição se dá ou por transação (concessões recíprocas) ou por abdicação (uma parte abre mão para outra. Ex.: renúncia). Somente é possível resolver por autocomposição questões disponíveis. Em se tratando de direito indisponível, não poderá este ser objeto de autocomposição.
Uma sigla em inglês A.D.R. (Alternative Dispute Resolution): compreendem os mecanismos alternativos à solução de conflito. Exemplos: autocomposição; 
c) Mediação: um terceiro, estranho ao conflito, é chamado para ajudar os conflitantes a chegar à autocomposição. O mediador é um estimulante, um facilitador da autocomposição. O mediador não decide a lide, apenas auxilia as partes a chegarem a um consenso, catalisando a autocomposição. Na mediação não há heterocomposição. A mediação compreende autocomposição. Muitas vezes as partes não querem sustentar diferenças, mas não conseguem, sozinhas, chegar a um resultado útil à pretensão. Hoje a mediação ganhou um papel de destaque. Há diversas técnicas de mediação. 
O conciliador no Juizado Especial compreende um mediador. As comissões de conciliação prévia compreendem mecanismos de mediação.
d) julgamento por tribunal administrativo: existem diversos tribunais administrativos que julgam conflitos. Ex.: Tribunal de Contas, Tribunal Marítimo, Agencias Reguladoras, Conselho de Contribuintes, CADE.
Julgam os conflitos por heterocomposição. São parceiros imparciais, criativos.
Não são considerados órgãos jurisdicionais porque podem ser controlados pelo Judiciário e suas decisões não acarretam em coisa julgada.
ARBITRAGEM
Na arbitragem um terceiro escolhido pelos litigantes decide o conflito.
Ocorre a heterocomposição, isto é, um terceiro profere a decisão, interferindo ativamente no resultado útil do conflito.
O terceiro deve ser escolhido pelos litigantes.
No Brasil somente pessoas capazes podem optar pela arbitragem, sendo esta, sendo esta exercício de poder negocial.
Somente a aptidão para a prática de negócios jurídicos pode se valer de tal recurso que soluciona validamente a lide.
Hoje fala-se muito em arbitragem no plano administrativo, isto é, envolvendo entes da administração pública. Visa a solução de questões relacionadas às concessões públicas e parceria público-privadas. Tratam-se de negócios administrativos celebrados pela administração.
Quem pode exercer o munus de árbitro? Pessoas capazes, não havendo como requisito essencial o bacharelado em Direito. Normalmente é escolhido um colegiado de três integrantes.
Dois são indicados pelas partes e um terceiro indicado por uma entidade idônea.
É possível designar apenas um árbitro para a solução da controvérsia.
A arbitragem pode versar apenas sobre direitos disponíveis.
Pessoas capazes, envolvendo direitos disponíveis podem optar pela arbitragem.
O árbitro no exercício do munus compreende juiz de fato e de direito, podendo até mesmo praticar o crime de corrupção.
O que o juiz estatal pode fazer diante de uma decisão arbitral? Proferida uma decisão arbitral o que o juiz pode fazer? Sentença arbitral é título executivo judicial. O judiciário pode executar a sentença arbitral. O árbitro não tem competencia para executar as suas decisões. O juiz estatal não pode reformar ou mesmo rever a decisão arbitral, sendo esta insuscetível de revisão pelo juiz estatal.
O direito de provocar o Poder Judiciário não fica prejudicado, porque a própria parte abdicou deste direito, não sendo a arbitragem compulsória. Trata-se de opção da parte em se tratando de pessoas capazes envolvendo direitos disponíveis.
É claro que se a arbitragem tiver origem em u contrato de adesão, tal cláusula é abusiva, nula, não sendo admitida. É possível discutir a validade de tal cláusula no Poder Judiciário.
A decisão arbitral não pode ser reformada, revisada, melhorada.
Não existe mais a necessidade de homologação da decisão do árbitro. Tal sentença arbitral compreende título executivo judicial.
O juiz estatal pode anular a decisão arbitral em razão de vício insanável. Trata-se de invalidação da decisão, para que outra decisão seja proferida pelo próprio árbitro. Ex: o árbitro é corrupto, não houve contraditório, etc.
A anulação da sentença arbitral precisa ser requerida pela parte interessada. 
A ação competente compreende a ação anulatória da ação arbitral, sendo o prazo de noventa dias contados da intimação da decisão.
A partir daí a sentença arbitral tornar-se-á indiscutível, havendo decadência do direito de anulá-la. A partir dos noventa dias, a decisão arbitral adquire uma estabilidade que a torna indiscutível. Daí, se falar em coisa julgada na decisão arbitral. 
De acordo com o Direito brasileiro arbitragem compreende jurisdição e não incidente jurisdicional.
Há coisa julgada na jurisdição arbitral? Sim, havendo necessidade de impetrar ação rescisória para anular a sentença arbitral. Então, não há como negar natureza jurisdicional à arbitragem no Brasil.
Convém mencionar o pensamento de Marinoni. Para o autor a arbitragem não compreende jurisdição, considerando que o árbitro não pode executar suas decisões. Entretanto, não pode prosperar, porque se assim o considerarmos o Juiz Penal não goza de jurisdição, visto que esta recai sobre o Juiz da Execução Penal. Nem sempre o órgão que executa é o órgão que decide. O árbitro ainda é escolhido pelas partes, ferindo o princípio do juiz natural. Ora, o juiz natural compreende regras de competência, o que ocorre na arbitragem quando as partes escolhem o árbitro. Veja-seque se observou o método de escolha da autoridade encarregada da decisão utilizando-se a heterocomposição.
O processo na arbitragem compreende procedimento estabelecido pelas partes.
Quem opta pela arbitragem não desejam recorrer.
O direito à liberdade se manifesta pela arbitragem, onde as partes exercem a autonomia privada. Eis o fundamento constitucional da arbitragem: autonomia privada.
A arbitragem é constituída por um negócio jurídico denominado convenção de arbitragem. A convenção de arbitragem é um gênero de negócio que se divide em duas espécies:
 a) cláusula compromissória: consiste num negócio pelo qual as partes decidem que qualquer conflito futuro, relativo àquele negócio que acaba de ser celebrado, deverá ser resolvido por árbitro. Ex.: Há um contrato social e ao final é inserida tal cláusula obrigando as partes a solucionarem a controvérsia no Poder Judiciário. A cláusula compromissória não se relaciona a um conflito concreto, apenas determina que se um conflito sobrevier, deverá ser solucionado por árbitro. Trata-se de cláusula aberta que pode nunca ser aplicada.
b) compromisso arbitral: compreende um negócio através do qual as partes decidem que determinado conflito deverá ser resolvido por árbitro. Então, o compromisso arbitral sempre se refere a um conflito concreto. Pode ocorrer que o compromisso arbitral seja precedido de uma cláusula compromissória. Ex: havia um cláusula compromissória, o conflito surge. As partes sabem então que o litígio será resolvido por árbitro. A partir de então celebram o compromisso arbitral.
O compromisso arbitral serve par executar a cláusula compromissória. 
Entretanto, o compromisso arbitral pode ou não ser precedido de uma cláusula compromissória.
Caso a parte se arrependa do compromisso arbitral, pode recorrer ao distrato para solucionar o impasse.
Nada impede que a parte utilize a sua capacidade procedendo ao distrato do negócio.
A defesa do réu compreende alegar convenção de arbitragem. Entretanto, se o réu não alega nada, o juiz nada pode fazer. Tal conduta pode ser encarada como revogação da convenção de arbitragem. 
A convenção de arbitragem pode ser anulada? 
Como qualquer negócio jurídico a convenção de arbitragem pode se anulada.
O juiz pode de ofício conhecer da convenção de arbitragem e excluir de oficio a convenção. Não, deve haver manifestação do réu.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
Princípio da Investidura: a jurisdição deve ser exercida por quem tenha sido investido devidamente na jurisdição. Investidura essa que pode ter origem em concurso público, nomeação atribuída ao presidente da república, pela arbitragem, etc.
As mais variadas formas de investidura legitimam a jurisdição.
Princípio da inevitabilidade: a jurisdição compreende poder, sendo exercício do poder. Não há como se livrar dos efeitos da decisão.
Exemplo: diante de uma decisão absurda, não se deve recorrer. Nesta assertiva está se ignorando o princípio da inevitabilidade da jurisdição porque tal medida acarretará em sérios prejuízos para a parte condenada.
Princípio da indelegabilidade: o exercício da jurisdição não pode ser delegado, isto é, o juiz não pode transferir a outra pessoa o exercício da jurisdição. O juiz tem que assinar sempre pessoalmente os seus atos. A arbitragem não compreende exceção a tal princípio. O árbitro uma vez designado é um juiz de fato e de direito.
O exercício da jurisdição pode atribuído a vários poderes.
Classificação de poderes relacionados à jurisdição:
Poder de condução do processo;
Poder instrutório;
Poder de decidir;
Poder de executar suas decisões.
Rigorosamente indelegável compreende o Poder Decisório, os demais podem ser delegados. Exemplos: o Poder de Condução do Processo pode ser delegado a servidores, em razão de se tratar de atos de mero expediente, isto é, ordinatório (Art. 93, inciso XIV da CF e, ainda, parágrafo quarto do Art. 162 do CPC). O Poder Instrutório também pode ser delegado por um Tribunal a um juiz de primeira instância. Em relação ao Poder Executivo a própria Constituição permite que o STF delegue a juízes de primeira instância o Poder de executar suas decisões. Hoje qualquer Tribunal pode delegar a juiz de primeira instância o poder de executar as suas decisões.
Princípio da territorialidade: em conformidade com tal princípio o exercício da jurisdição sempre incide sobre determinado território. A jurisdição trata-se de manifestação da soberania. Ás vezes o território é amplo, como ocorre no caso do STF. A limitação territorial para o exercício da jurisdição tem um nome técnico: foro.
Foro compreende o território sobre o qual se exerce a jurisdição.
O foro na Justiça Estadual compreende a Comarca que compreende uma divisão territorial. Algumas comarcas no Brasil, quando são muito grandes se dividem em distrito. Distrito compreende uma subdivisão de uma Comarca. Normalmente a Comarca engloba o território de uma cidade e um distrito um conjunto de bairros.
Entretanto, em alguns estados a Comarca compreende um conjunto de cidades.
Na Justiça Federal a terminologia é outra: Seção Judiciária e Subseção Judiciária. A Seção Judiciária envolve a área de um estado e as Subseções envolvem área de cidades.
Regras a serem observadas:
a) um Oficial de Justiça pode atuar em uma comarca fronteiriça ou que faz divisa (comarca contígua) ou da mesma região metropolitana e lá fazer atos de comunicação? Sim, independentemente de carta precatória. Nesses casos há uma regra de extraterritorialidade. O Oficial sai de sua Comarca e procede uma intimação ou notificação.
Veja o Art. 230 do CPC:
Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas. (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993)
b) Em caso de Comarcas contíguas, havendo um imóvel que pertença às duas Comarcas, o Juiz exercerá a jurisdição sobre todo o imóvel, apesar de parte se encontrar sob outra jurisdição. Veja o Art. 107 do CPC:
Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade do imóvel.
c) Uma coisa é saber o território onde a decisão será proferida. Outra coisa é saber onde a decisão produzirá efeitos. Imagine-se um casal que se divorcie em Salvador. Em São Paulo este casal está divorciado ou é divorciado lá também? Claro que sim, tal decisão é válida em todo o território nacional. Os efeitos da decisão podem ser requeridos em qualquer ente federativo brasileiro. Aquele que puder proferir a decisão o fará com eficácia em todo o território nacional. Ainda, há aptidão para a produção de efeitos em todo o globo terrestre desde que haja a homologação da sentença.
Exemplo: ação de reciprocidade no caso de revista aos americanos em aeroportos brasileiros.
O art. 16 da Lei de Ação Civil Pública misturou tais conceitos, ao asseverar que a decisão em ação civil pública somente produzirá efeito nos limites territoriais do órgão prolator. Trata-se de uma excrescência jurídica. Não se pode confundir o território do órgão que prolatou a sentença com o território em que a sentença produzirá efeitos.
Exemplo: Juiz que prolatou sentença proibindo utilizar produto fumígero em aeronaves. 
O STJ aplica tal dispositivo normativo, visto que quer limitar, restringir o poder do magistrado.
d) princípio da inafastabilidade da jurisdição: Art. 5, XXXV da CF.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito
Sempre teremos a garantia de gozar do direito fundamental de acesso ao Poder Judiciário para a solução de controvérsias.
Na época da ditadura algumas lesões a direitos fundamentais não podiam ser levados à apreciação do Poder Judiciário.
A arbitragem não excepciona tal prerrogativa.O sujeito voluntariamente não levar à apreciação do Poder Judiciário a lesão ou ameaça a um direitodisponível.
Há uma discussão entre os autores de Direito Administrativo acerca do mérito de atos discricionários, afirmando que tal aspecto não poderia ser objeto de apreciação do Poder Judiciário. Tal discussão está completamente superada, sendo inúmeros os casos em que o juiz deve analisar o mérito, sobretudo, em razão do devido processo legal substancial. A jurisprudência acerca do tema é pacífica.
Deve incidir a razoabilidade e proporcionalidade acerca de tais decisões discricionárias.
Exemplo: mulher para ser aprovada em concurso de delegado deve fazer vinte barras. Tal decisão é desarrazoada.
Na Constituição de 1969 havia a seguinte previsão: a lei poderá condicionar a ida ao judiciário ao esgotamento das instancias administrativas. Muitas leis foram publicadas com tal ressalva. Entretanto, com o advento da Constituição de 1988 tal cláusula é retirada do ordenamento pátrio, não havendo tal obrigatoriedade legal. Todas essas leis foram recepcionadas pela Constituição Federal? Sim, foram recepcionadas sob uma nova interpretação em conformidade com a Constituição de 1988. Devem ter a seguinte interpretação: é preciso que aquele que pretenda acionar o Poder Judiciário sem esgotar os recursos administrativos, comprove a urgência da medida. Cabe ao demandante a comprovação de tal circunstância.
O Texto Constitucional novo traz uma única exceção: as questões relativas a matéria desportivas devem antes ser objeto de apreciação da justiça desportiva (Art. 217, CF).
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
Há uma expressa previsão da tutela preventiva quando o inciso XXXV do Art. 5 assegura proteção da ameaça de lesão a Direito. Trata-se da Constitucionalização da tutela preventiva.
e) princípio do juiz natural: Não está previsto em um único dispositivo da Constituição Federal, decorre do Art. 5, CF, incisos XXXVII e LIII.
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Compreende o direito fundamental a um juiz competente e imparcial. As regras legais estabelecerão a competência, devendo ser previamente definidas, de maneira geral, que vale para todos os jurisdicionados.
Com base nesse princípio se evita a escolha de um jiz específico para julgar a causa. 
O princípio do juiz natural veda o juiz “ex post facto” (juiz constituído após o fato).
É vedada a constituição de Tribunal de Exceção: órgão jurisdicional que não existia e foi criado especificamente para julgamento de uma causa. Viola o princípio do juiz natural. 
O juiz natural não basta ser competente, deve ser também imparcial.
Reclamação 417 do STF: Nenhum Juiz de Roraima, na época da criação do território, não podiam julgar sem as garantias institucionais dos magistrados. Daí, para o julgamento de ação civil pública em desfavor dos desembargadores daquele Poder Judiciário, não haveria juiz natural.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
a) Aspectos incontroversos da jurisdição voluntária: a jurisdição voluntária compreende a atividade de fiscalização da prática de alguns atos jurídicos. O juiz atua como um fiscal da prática de alguns atos jurídicos.
O juiz fiscaliza a prática desses atos jurídicos para integrá-los, isto é, torná-los aptos à produção de seus respectivos efeitos jurídicos.
A jurisdição voluntária compreende uma jurisdição integrativa.
Na jurisdição voluntária o magistrado tem todas as garantias da magistratura e além disso todos os direitos fundamentais incidem. Há contraditório em jurisdição voluntária, não há atuação do judiciário sem o exercício do contraditório. Todos os interessados na jurisdição voluntária devem ser citados para manifestar-se no prazo de dez dias.
Há, enfim, o devido processo legal na jurisdição voluntária.
Costuma-se dizer que na jurisdição voluntária os poderes do juiz são maiores, esta se estrutura de tal maneira que o Juiz nela goza de mais poderes. Vale o princípio inquisitivo na jurisdição voluntária, isto é, o juiz goza de mais poderes de condução do processo. Isso se revela na possibilidade que tem o juiz de na jurisdição voluntária instaurar o processo de ofício. Exemplo: procedimentos de jurisdição voluntária do ECA. Outra manifestação de inquisitoriedade: Art. 1109 do CPC.
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.
Na decisão o juiz pode optar pela decisão mais conveniente e oportuna o caso concreto, podendo decidir com base na equidade, afastando a legalidade estrita.
Tal procedimento é revolucionário, promulgado em 1973 apesar de o Código naquela época primar pela legalidade estrita. Tal assertiva pode ser percebida com a leitura do Art. 126 do CPC:
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei.
O sistema da jurisdição voluntária goza de maior abertura para condução do processo e conseqüente decisão.
A guarda compartilhada no Brasil sempre foi aceita pela jurisprudência porque acordo afeto à guarda estava afeto a jurisdição voluntária. 
Outro exemplo compreende a interdição, que necessariamente o interditando deve ser interrogado pelo magistrado. Caso o interrogado esteja em como aplicar-se-á o Art. 1109 do CPC, incidindo uma cláusula geral de adaptação.
Intervenção do Ministério Público: O Art. 1105 possui uma redação que confunde o operador do direito.
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o Ministério Público.
Em toda jurisdição voluntária o MP tem que ser ouvido Não necessariamente, o MP somente é ouvido em jurisdição voluntária se a causa envolver interesse público a justificar tal medida. Exemplo: alienação de coisa comum – duas pessoas pleiteiam em juízo a venda de um bem de propriedade comum. O MP possui interesse nessa causa? Não, trata-se de assunto afeto ao interesse particular dos jurisdicionados.
A interpretação correta do Art. 1.105 é que o MP não intervém obrigatoriamente em casos de jurisdição voluntária, é necessário o comprovado interesse social.
A jurisdição voluntária é necessária, isto é, não se trata de opção do jurisdicionado, mas de obrigatoriedade da tutela para o alcance dos efeitos desejados. Há exceções a essa regra, dos quais destacamos: separação consensual sem menor incapaz que pode ser feita em juízo e em cartório. Há uma opção para o interessado.
Então, nem todo caso de jurisdição voluntária é necessária, embora seja uma regra.
b) Aspectos controversos da jurisdição voluntária:
 Natureza jurídica da jurisdição voluntária: há duas correntes.
	CORRENTE 01 – ADMINISTRATIVA
	CORRENTE 02 – JURISDIÇÃO
	Trata-se de atividade administrativa exercida pelo magistrado. Para essa correntea jurisdição voluntária compreende administração pública de interesses privados.
É a corrente majoritária na doutrina brasileira, por influência da doutrina paulista.
Como não há lide, não há jurisdição.
Não sendo jurisdição não há ação, não podendo se afirmar que coexista ação de jurisdição voluntária.
O vocábulo correto é requerimento de jurisdição voluntária.
Não há processo e sim procedimento.
Não há partes e sim interessados.
Não há coisa julgada, trata-se de fenômeno da atividade jurisdicional.
Não há lide;
Não há ação;
Não há processo;
Não há partes;
Não há coisa julgada.
Jurisdição voluntária não é nem jurisdição porque e administração, nem é voluntária porque é necessária.
	Não é preciso que haja lide para que incida a jurisdição.
Nada indica que só há jurisdição se houve lide.
Que história é essa que só há jurisdição com lide?
Que história é essa que em jurisdição voluntária não há lide? Tanto pode haver lide que os interessados são citados da ação para se manifestarem, podendo esta resultar em uma contraposição.
O que acarreta em jurisdição voluntária compreende a possibilidade de não haver lide. Isto sim é argumento válido em se tratando de procedimento de jurisdição voluntária.
Então há ação, processo (visto que se exerce o contraditório), há partes e, enfim, coisa julgada.
Há lide;
Há ação;
Há processo;
Há partes;
Há coisa julgada.
OBS. 01: A doutrina administrativista é muito antiga, não se falava em processo administrativo. Tal garantia foi inserida no ordenamento jurídico com o advento da CF/88. A CF/88 assegurou a processualidade administrativa. Por conta disso é inadmissível se adotar a concepção administrativista. Trata-se de resquício histórico que não encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio na atualidade.
OBS. 02: A coisa julgada na jurisdição voluntária tem fundamento nos dois casos no mesmo dispositivo legal do CPC:
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes.
Há ou não garantia da coisa julgada? Aquilo que existia e foi decidido compreende coisa julgada. Em surgindo um novo fato uma nova decisão deve ser imposta. A coisa julgada torna indiscutível o que foi julgado, o que não foi julgado que não se torna indiscutível. Todo fato superveniente pode acarretar em revisão da decisão anteriormente proferida, impondo a necessidade de nova decisão.
Exemplo: Na sentença de alimentos há coisa julgada. Se não se alterarem as circunstâncias fáticas, não será alterado o valor. Caso contrário, o juiz poderá reavaliar o pedido e arbitrar novo valor.
COMPETÊNCIA
Conceito: quantidade de poder jurisdicional atribuída a um órgão integrante do poder judiciário.
a) Princípio do 
Admite-se a chamada competência implícita, típica e não explícita.
O STF pode delegar a juízes a competência para executar as suas decisões.
Para o STJ não há regra expressa. Entende-se que o STJ tem competência implítica para delega aos tribunais inferiores a execução de suas decisões. No Regimento Interno do STJ há menção expressa de tal competência.
Admite-se competência implícita no Brasil
b) Princípio da Indisponibilidade da Competência: as regras de competência são indisponíveis para o órgão jurisdicional. O órgão jurisdicional não pode dispor das regras de competência.
O órgão não pode julgar causa atribuída a outro órgão jurisdicional, sob pena de eivar de nulidade a decisão.
Tal princípio está relacionado ao sistema de freios e contrapesos.
Só a alei pode permitir a alteração das leis de competência.
Tal princípio está intimamente relacionado ao princípio do juiz natural.
c) Kompetenzkompetenz: de acordo com tal princípio todo órgão jurisdicional possui competência para examinar a sua própria competência. Todo juiz pode se dizer competente ou não.
Por mais incompetente que o magistrado seja sempre terá a competência de se dizer incompetente.
Princípio da Competência mínima ou princípio da competência atômica.
Distribuição da competência: A competência é determinada por lei. Neste sentido, a Constituição Federal estabelece a primeira divisão de competência no país. A Constituição criou cinco grandes Justiças, isto é, cinco organizações judiciárias: Justiça Federal; Justiça Estadual; Justiça do Trabalho; Justiça Eleitoral e a Justiça Militar.
A competência da Justiça Estadual é residual, isto é, o que não compete a nenhum outro órgão jurisdicional, será objeto de apreciação da Justiça Estadual.
A Justiça Federal e Justiça Estadual são justiças comuns, servindo a uma generalidade de situações.
Já as outras três Justiças são especializadas, se atendo a determinados assuntos.
Os Tribunais Desportivos compreendem equivalentes jurisdicionais.
As justiças especializadas são mantidas pela União, mas não são denominadas justiças federais.
Justiça Federal compreende uma Justiça Comum mantida pela União.
A opção do nosso Constituinte em criar um bloco de jurisdição, criou um aspecto teórico relevante: decisão proferida por juiz em causa que não compete à sua justiça é uma decisão proferida por um juízo incompetente ou é uma decisão inexistente.
O Juiz fora de sua jurisdição é um juiz incompetente ou uma sentença proferida por um não juiz? Para Ada Pelegrini Grinover juiz somente é juiz em sua justiça, o que significa dizer que se julgar causa fora de sua justiça teremos uma não decisão, uma sentença inexistente do ponto de vista jurídico (concepção minoritária). Para a concepção majoritária, a decisão existe, mas é nula, isto é, é uma decisão proferida por juiz incompetente. Até porque o juiz sempre terá competência para se dizer incompetente.
Feita a distribuição pela Constituição, haverá distribuição pelas Constituições dos Estados, as Leis Federais e Leis Estaduais.
Ainda, o Regimento Interno do Tribunal também distribui competência de maneira peculiar, não criando competencia, mas sim pega a competencia atribuída ao Tribunal e distribui essa competencia internamente.
Há uma peculiaridade em relação ao Regimento Interno do Supremo, porque o STF entende que seu regimento interno tem força normativa de lei, em razão de na Constituição de 1969 ter havido autorização para o Supremo editar o Regimento Interno com força de lei.
A Constituição de 1988 não retratou mais o tema. 
Rigorosamente, podemos dizer que em razão da Constituição de 1988 ser silente, tal Regimento Interno do STF, foi reconhecido instituto normativo com força de lei.
Quais juízos podem em tese julgar a causa que o cidadão pode propor? É possível identificar através da lei quais juízos estarão encarregados de julgar a causa.
Determinação ou fixação ou concretização da competencia: significa saber qual o juízo irá julgar uma causa concreta.
Está regulado no ARt. 87 do CPC:
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.
A ação considera-se proposta na data da distribuição ou se for desnecessária a distribuição (comarcas de vara única), a data da propositura da ação compreenderá a data do despacho inicial exarado pelo MM Juiz de Direito.
Pouco importa o que acontecerá após a distribuição ou o despacho da causa, sendo irrelevantes tais modificações para determinar o juízo competente. Trata-se da regra da perpetuação da jurisdição (Segunda parte do Art. 87 - São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente). Trata-sede regra de estabilidade do processo. Essa regra tem um pressuposto, o Art. 87 apenas se aplica caso o juízo seja competente, até mesmo porque o juízo pode declarar a sua incompetência.
A parte final do artigo 87 cria duas situações em que se quebra a perpetuação da jurisdição, isto é, a causa terá que ser remetida a outro juízo: a) quando o órgão jurisdicional for suprimido (exemplo: as causas que tramitavam no Tribunal de Alçada, como a extinção daquele órgão jurisdicional tiveram que ser distribuídas) e b) houver fato superveniente que altere a competencia em razão da matéria ou da hierarquia, a causa deverá ser redistribuída. Onde se lê em razão da matéria ou hierarquia, deve ser lido competencia absoluta. Neste sentido, a doutrina entende que a referência inserta no Art. 87 é exemplificativa. Só haverá quebra da perpetuação se a causa ainda não tiver sido julgada, porque se a causa já foi julgada e após se altera a competencia absoluta, tal aspecto fático é absolutamente irrelevante para o que ocorreu.
A emenda 45 criou novas regras para a justiça do trabalho, dentre as quais competencia para julgamento de ações indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho. Causas já julgadas, inclusive o recurso, tramitavam na justiça responsável pelo julgamento. Somente se quebra a perpetuação da jurisdição se tal procedimento for útil.
Classificação da competencia: 
a) Originária e derivada: 
- Competencia Originária compreende a competencia para conhecer e julgar a causa pela primeira vez. Em regra pertence aos juízes de primeira instancia, mas há casos de competencia originária de tribunal, devendo a causa ser proposta diretamente no Tribunal, como proposição originária. Exemplo: Ação rescisória de sentença, com mandado de segurança contra ato oficial; etc.
- Competencia Derivada: compreende a competencia para conhecer da causa em grau de recurso. Normalmente, a competencia derivada está afeta ao Tribunal, visto que tal órgão julga em grau de recurso, mas há caso em que juízes de primeira instancia tem competencia derivada. Exemplo: execuções fiscais de pequeno valor o recurso contra sentença será julgado pelo próprio juiz que prolatou a sentença singular. Tal recurso é denominado “Embargos infringentes de alçada”, previsto no Art. 34 da Lei de Execução Fiscal (Lei 6830 / 80).
A Turma Recursal não compreende um órgão de competencia derivada de juízes, em razão de ser um órgão recursal criado para julgar recursos, tendo competencia derivada.
b) Absoluta e Relativa:
- Competencia Absoluta: regra que se caracteriza por ser uma norma que visa proteger o interesse público e, por conta disso, a incompetência absoluta, pode ser conhecida de ofício pelo juízo, qualquer das partes pode alegar incompetência absoluta, por qualquer forma e enquanto durar o processo, não se operando os efeitos da preclusão, desde que o processo esteja pendente. Terminado o processo cabe ação rescisória no prazo de dois anos.
- Competencia Relativa: compreende regra criada para atender o interesse particular e por conta disso a incompetência relativa não pode ser reconhecida ex ofício. Súmula 33 do STJ. Só o réu pode alegar incompetência relativa no primeiro momento que lhe couber falar nos autos, sob pena de preclusão e o juiz tornar-se incompetente e por uma forma previamente determinada, específica de alegação da incompetência relativa. Trata-se da exceção de incompetência relativa que compreende uma petição escrita, avulsa, distinta da contestação, que gera um incidente processual, ou seja, o réu não pode alegar incompetência relativa na contestação. A incompetência relativa se arqui por exceção, mas a jurisprudência do STJ passou a admitir alegação de incompetência relativa no bojo da contestação desde que isso não cause prejuízo ao autor.
Concurso: A incompetência relativa pode ser alegada na contestação se não causar prejuízo ao autor. Assertiva verdadeira de acordo com a jurisprudência do STJ, apesar da lei determinar o contrário.
Qualquer que seja a incompetência, absoluta ou relativa, não haverá extinção do processo. Os autos serão remetidos ao juízo competente.
Em duas hipóteses há extinção: nos juizados especiais, local que a incompetência gera a extinção do processo (opção legislativa) e nos casos de incompetência internacional que acarreta em extinção do processo. Exemplo: ação processada no Brasil que deveria ter sido impetrada na Austrália.
Até bem pouco tempo atrás o regimento interno do Supremo determinava a extinção do processo, entretanto, tal norma foi modificada.
No caso de incompetência absoluta além da remessa ao juízo competente, os atos decisórios são nulos.
Atos decisórios praticados por juiz relativamente incompetente não se anulam.
As regras de incompetência absoluta não podem ser alteradas por conexão ou continência, nem podem ser alteradas pela vontade das partes.
Já as regras de competencia relativa tanto podem ser alteradas por conexão ou continência como podem ser alteradas voluntariamente.
Modificações de competencia relativa:
tácita: As modificações de competencia relativa pode ser tácita, ocorre quando o réu não alega a competencia relativa, aceita a escolha do autor.
Expressa: foro de eleição ou contratual compreende um caso de modificação expressa da competencia relativa. As partes de um negócio jurídico podem, pela sua autonomia, escolher o lugar (foro - território) onde as causas relativas aquele negócio tem de tramitar. Na impede também que haja mais de um foro de eleição. Por exemplo: imaginem partes que residem em foros diversos, prevalecendo a autonomia privada. O foro de eleição deve ser sempre escrito abrangendo as causas relativas a execução, resolução ou interpretação do contrato.
No contrato de consumo de adesão pode haver o foro de eleição, sendo possível considerar tal cláusula abusiva, desde que dificulte, onere substancialmente a proteção dos direitos pelo consumidor.
Entretanto, é importante notar que nem toda cláusula de adesão afeta ao foro de eleição, seja abusiva.
Cláusulas abusivas em contrato de consumo são nulas e pode tal nulidade ser decretada de ofício pelo magistrado. Exemplo: na década de 1980 no Brasil, o contrato de adesão firmados entre consumidores e fornecedores, estabelecia como foro de eleição a cidade da matriz do fornecedor. O juiz da comarca local do fornecedor, remetia dos autos ao juízo do foro do consumidor. Tratava-se de reconhecimento de competencia relativa, sendo tal conduta, em princípio, irregular. Entretanto, o STJ decidiu que tal conduta era correta, deixando de aplicar a própria Súmula 33, pugnando pela remessa dos autos ao foro do consumidor, em razão da necessidade de proteção da parte hipossuficiente.
O legislador introduziu tal alteração no CPC.
Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. (Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)
Incorporou-se o que tratava a jurisprudência, com a diferença que esta versava sobre contrato de consumo e a alteração legislativa assegura a proteção em gênero: contratos de adesão. 
Ainda, o Art. 114 do CPC aduz:
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. (Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006)
A inovação reside no fato de a lei possibilitar ao juiz conhecer de oficio mas não a qualquer tempo. Porque se o réu foi citado e nada falou, ocorrerá a preclusão. Tal situação é hibrida, trata-se de incompetência relativa que pode ser reconhecida pelo magistrado, mas antes da manifestação do réu.
O Art. 112 trata-se de consolidação da jurisprudência, enquanto o Art. 114 compreende uma novidade.
Critérios de distribuição da competencia:
Existe uma sistematização clássica emtorno do assunto. Compreendem três os critérios de classificação:
Critério Objetivo: a competencia tem que ser distribuída a partir da análise da demanda, isto é, toma-se por base a demanda para distribuir a competencia. A demanda compreende a controvérsia encaminhada ao Poder Judiciário, possuindo três elementos: as partes, o pedido e a causa de pedir. Competencia em razão da pessoa (partes), competencia em razão do valor (pedido) e competencia em razão da matéria (causa de pedir). Quando o legislador leva em consideração as partes da demanda para determinar a competencia fala-se em competencia em razão da pessoa (é a presença de determinada pessoa é que estabelece o foro competente. Exemplo: Varas da Fazendo Pública – a presença do ente público faz com que a causa seja processada em determinada vara específica; Justiça Federal – causas que envolvam a União; etc.). A competencia em razão da pessoa é absoluta. Nem toda Comarca possui Vara privativa da Fazenda Pública, de forma que nas Comarcas pequenas, tais demandas são encaminhadas à Vara Única. O Estado tem alegado que tem que ser processado em Vara da Fazenda Pública. Entretanto, tal argumento não deve prosperar porque tais varas estão em jurisdição estranha ao foro competente.
Súmula 206 – STJ: “A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competencia territorial resultante das leis de processo”.
Competencia pelo valor da causa: o mais famoso exemplo compreende os Juizados Especiais. Os juizados estaduais possuem teto de 40 salários mínimos, sendo a demanda processada naquele juízo de forma facultativa. Já os Juizados Especiais Federais, o teto é 60 salários mínimos, sendo a ação obrigatoriamente processada naquele juízo. Nos juizados especiais estaduais a condenação não pode ser superior ao teto (40 salários mínimos), sendo o excedente renunciado. Entretanto, caso a parte deseje, pode pugnar ao magistrado do juizado especial valor acima do teto, porque o acordo pode atingir qualquer cifra monetária. Tal fator, pode acarretar em homologação de sentença por qualquer valor, não havendo teto em razão de acordo, apenas para a condenação. Há causas de juizados especiais que não gozam de teto: as causas do procedimento sumário. Vide Art. 275, II do CPC:
Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo; (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
II - nas causas, qualquer que seja o valor (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
g) nos demais casos previstos em lei. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
Competencia em razão da matéria: compreende a competencia relacionada à natureza da relação jurídica discutida. Daí surgem as varas da família, trabalho, cível, penal, etc. 
Pode o legislador fazer uma combinação entre estes critérios? Sim, é possível. 
A competencia em razão da matéria é absoluta.
Critério Funcional: durante um processo há muitas funções que devem ser exercidas, desde receber a petição inicial, colher prova, citar o réu, executar a sentença, julgar o recurso, etc. Quando o legislador pega essas diversas funções que se exercem no processo e as distribui entre vários órgãos, temos aí uma competencia funcional. Trata-se da competencia para o exercício de funções em determinado processo. É absoluta e costuma ser visualizada em duas dimensões: b.1) dimensão vertical: compreende a distribuição das funções em primeira e segunda instancia, isto é, em perspectiva vertical. Exemplo: competencia originária e derivada, que se tratam de competências funcionais em sentido vertical. B.2) dimensão horizontal: as vezes a distribuição das funções ocorre na mesma instancia, sendo distribuídas a mais de um órgão. Exemplo: o Tribunal vai julgar uma apelação, quem a julga compreende uma câmara do Tribunal. Agora se alguém alegar inconstitucionalidade da lei, quem examina a alegação compreende o órgão especial do Tribunal. No Tribunal do júri tal aspecto é facilmente visualizado. A denúncia é recebida pelo juízo que pronuncia, o júri condenou, tal decisão volta para o juiz para que este dose a pena. Trata-se de exemplo clássico de distribuição horizontal.
Critério Territorial: é preciso saber em que foro (território) a causa será processada. Compreende em regra uma competencia relativa, se submetendo a todo regramento da competencia relativa. Porém, existem casos de competencia territorial absoluta: 
Art. 2 da Lei de Ação Civil Pública (Lei 7347 / 85): As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer (ou deva ocorrer o dano) o dano, cujo juízo terá competencia funcional para processar e julgar a causa. Devemos entender que a competencia é absoluta, entretanto, há divergência quanto à natureza da competencia, entendendo ser esta funcional, simplesmente em razão de ser esta absoluta. Tal artigo ainda apresenta outra incorreção, pode a ação ser impetrada antes mesmo da ocorrência do dano.
Art. 209 do ECA: As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Art. 80 do Estatuto do Idoso: As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores. Em caso de ação coletiva, o sistema permanece o mesmo. Entretanto, na ação individual, mesmo em se tratando de competencia absoluta, é complicado afirmar que tal critério não possa ser modificado. Então, tal regra em casos individuais o domicílio do ido compreende competencia relativa, sendo assegurado ao idoso o direito de demandar em seu domicílio, não sendo obrigado a fazê-lo. Se a pessoa é livre e capaz, em razão da liberdade privada, pode decidir o que é melhor para a sua vida. O mesmo ocorre com o alimentando, com o consumidor, etc.
Apenas a competencia territorial absoluta compreende apenas as ações coletivas.
Muitos autores entendem quando as Comarcas possuem distritos a competencia é absoluta. A competencia distrital compreende uma competencia territorial absoluta. 
Regras gerais de competencia territorial:
A ação tem que ser proposta no foro de domicílio do réu: aplicável a todas as ações pessoais (que veicula um direito pessoal); o mesmo ocorre em relação às ações reais mobiliários (versa sobre direito real sobre móvel). 
Despejo: ação pessoal.
Existem diversas ações reais sobre bens móveis.
A ação real tem que ser proposta no foro da situação da coisa quando se tratar de ação real imobiliária. A lei assegura que ao autor pode optar por dois outros foros: foro de eleição, se houver, ou o foro do domicílio do réu. Em sete situações o autor não pode optar, tendo que ser o foro da situação da coisa, tratando-se

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