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RESUMÃO PROVA TUTS 5.2.1 CONFERÊNCIAS GABI è REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE DA GLICOSE Pâncreas exócrino: digestão de macronutrientes • Amilase, lipase e tripsinogênio Pancreas endócrino: homeostase da glicose • Células alfa (25%): glucágon • Beta (60%): insulina e amilina • Delta (3-10%): somatostanina – inibe secreção de glucagon e insulina • PP (1%): polipeptideo pancreático • Células produtoras de grelina Fisiopatologia do DM1: destruição autoimune das células betas. Pra ter manifestação clinica e entrar em cetoacidose como foi o problema tem que ter acometimento de pelo menos 80-90% da massa de células betas. Quando nos alimentamos a glicose no sangue aumenta, o pâncreas secreta insulina, e a insulina age no musculo, no fígado e no tecido adiposo e vai armazenar esse excesso de glicose. Sendo então um hormônio anabolizante, ela pega e faz reserva, síntese. O glucagon é o contrario da insulina, então ele faz quebra, sendo assim um hormônio catabolizante. Quando em jejum o pâncreas secreta glucagon, ele aumenta a gliconeogenese (formação de glicose a partir de outros substratos que nao carboidrato) DIABETES TIPO 2 não é uma doença so do pâncreas é uma doença sistêmica. A insulina: • age no fígado- estimulando a glicose que da sobrando no sangue e fazer glicogênese, estoque de glicogênio • Age na gordura- pega a glicose e vai formar trigliceris e depositar no tecidoadiposo • Age no musculo- estimulando síntese proteica • Age no centro da regulação da fome e do apetite que é no hipotálamo: sinalizador do sistema nervoso central de que quando vc come a insulina aumenta e então eu tenho sinalização de SACIEDADE. O sistema nervoso central nao depende da insulina para a entrada de glicose nas suas células. Isso é um mecanismo de proteção. SINALIZACAO NORMAL: O receptor da sinalização da insulina é tirosinaquinase, ele é um tetrâmero, então a insulina se liga e ocorre a dimerização do receptor. Tem 2 subunidades alfa e 2 subunidades beta, quando ela se liga vai ocorrer as fosforilizacoes da subunidade beta em tirosina, desencadeando uma serie de reações intracelulares. Que vai ativar os substratos de receptor da insulina ISRS à estimula a MAPquinase e a Fosfodiltilinositolquinase, que tem função de crescimento celular, diferenciação e antiapoptotica à estimula proliferaco celular e entrada da glicose na célula para dentro do receptor (GLUTS) à síntese de glicogênio em vesículas . (NÃO VI COBRAR CASCATAS E RECEPTOR EM PROVA) SECREÇÃO DE INSULINA: ocorre de forma bifásica, logo apos a alimentação, até 15 min após, ocorre um pico de insulina (insulina já armazenada nos grânulos) e cerca de 1-2 horas depois tem outra secreção de insulina, que é a insulina pré-formada. o Obs: no DM2 a pessoa as vezes tem glicemia de jejum normal, mas dosa o TOTG ai vai pra 200- 300. Geralmente perde a segunda fase de secreção primeiro, tem a primeira normal e perde a segunda fase. Por isso é importante os outros exames de rastreio. è DIABETES MELLITUS: hiperglicemia • Secreção deficiente de insulina pelas células B pancreáticas • Resistência periférica a acao da insulina • A longo przo: disfunção e falência de vários órgãos por lesões especificas da microcirculação, alterações neuropáticas e aterosclerose ü Diabetes Tipo 1- 5 a 10% dos casos - Autoimune - Idiopático ü Diabetes Tipo 2- 90 a 95% dos casos- defeitos na secreção e ação da insulina ü Diabetes gestacional- diagnóstico durante a gestação (aumento dos hormônios contra insulínicos)- 7% das gestações ü Outros tipos específicos de diabetes- defeitos genéticos/ medicamentoso/ endocrinopatias/ doenças do pâncreas exócrino I. DIAGNÓSTICO • GLICOSE PLASMATICA o NORMAL: v Glicemia de jejum (min. 8h): 70-99 mg/dl o DIABETES: v Glicemia de jejum > 126 mg/dl v HbA1c >= 6,5% v TOTG 20 min >= 200 mg/dl v Glicemia plasmática ao acaso >= 200 mg/dl com sintomas v RESULTADOS DEVEM SER CONFIRMADOS COM NOVO TESTE è DM TIPO 2 Relacao do tipo 2 com a obesidade. Quando o paciente esta com peso normal as células beta estão normais Quando começa a ganhar peso o pâncreas dele nao vai dando conta da quantidade de açúcar que ele esta colocando no organismo. Então o pâncreas aumenta o numero de células beta, hiperplasia de células betas. Ai começa a ter uma hiperinsulinemia para tentar compensar. A insulina aumenta então ele consegue controlar a glicose. Então nessa fase em que esta com sobrepeso ou começando a obesidade ele nao esta em diabetes ainda. Se ele nao cuidar nessa fase, cerca de 2 a 5 anos depois mais de 50% já esta diabético, pq a situação acima vai evoluindo ate chegar a um ponto em que o pâncreas nao aguenta mais, ai entra em falência. Cursando com destruição das células beta, alterando a glicose. PORQUE ISSO ACONTECE? Porque o tecido adiposo, principalmente o visceral esse abdominal tem a produção de citocinas inflamatórias (principalmente a TNF-alfa e a IL-6), elas vao causar uma serie de modificações na sinalização celularque nao vao deixar a insulina agir naquele receptor. Quando temos um excesso de gordura/acido graxo livre, nao vai conseguir sinalizar, pq invés de fosforilar em tirosina vai fosforilar em serina ou triorina, então sinalização falha, nao havendo síntese de glicogênio e causando um acumulo de glicose. è FISIOPATOLOGIA DM2: DISFUNÇÕES FISIOPATOLÓGICAS QUE CONTRIBUEM PARA A HIPERGLICEMIA -‐ diminuição na captação de glicose no fígado e musculo -‐ aumento da produção de glucagon, com aumento da produção de glicose -‐ aumento do tecido adiposo à aumento da IL6 e proteínas inflamatórias à que causa junto com o ambiente uma disfunção da célula beta, diminuindo insulina e aumento do glucagon. • quando tem resistência insulina: falha na supressão do apetite à sente mais fome à come mais à ganha mais peso à aumenta AGL à aumenta resistência no hipotálamo à mais resistência a insulina • NO PACIENTE DIABETICO TIPO 2: paciente come a glicose aumenta muito, porque a insulina nao conseguiu acompanhar a glicose e o glucagon vai ficar alto por conta de o organismo compreender que se nao tem glicose dentro das células é um estado de jejum, logo terei que produzir glicose por outros meios è GLP-1 e suas múltiplas ações Moléculas produzidas no intestino, INCRETINAS. Que agem de forma com sinalização no hipotálamo. Também estimulando a saciedade, aumenta secreção de insulina e diminui de glucagon. Produzido quando o alimento chega no íleo distal. è TRATAMENTO • Dieta • Atividade física • Comorbidades • Risco cardiovascular • Abordagem psicosocial • Manejo farmacológico – Hipoglicemiantes orais – Insulinas v CLASSES DE MEDICAMENTOS • Biguanidas • Tiazolidinediona • Sulfoniuréias • Glinidas • Inibidor da alfaglicosidade • Inibidor de DPP-4 • Agonista do receptor de GLP-1 • Inibidor de SGLT-2 v A escolha do fármaco antidiabético depende de: 1. Estado geral do paciente e comorbidades (associados ou não ao DM2) 2. Valores de glicemia de jejum, glicemia pós-prandial e Hb glicada 3. Peso e Idade 4. Interações medicamentosas, reações adversas e Contra- indicações v Eficácia v Risco de hipoglicemia v Efeito sobre o peso corporal v Efeitos colaterais v Custo v MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS 1. ↑ a secreção de insulina (Hipoglicemiantes): • Sulfonilureia e Glinidas 2. Não ↑ a secreção de insulina (Anti-hiperglicemiantes): • Biguanida, Glitazona e Inibidor da α-glicosidase 3. ↑ a secreção de insulinaglicose-dependente e suprimem o glucagon: • Análogos do GLP-1 e Inibidores da DPP-4 4. Os que promovem glicosúria: • Inibidores da SGLT2 1. BIGUANIDAS – tem no SUS Metformina (Glifage*) 1000 – 2500 mg VO 2-3x/dia – começa com 500 g e vai aumentando • ↑ atividade tirosino-quinase do receptor de insulina → ↑ translocação do GLUT-4 e da glicogênio-sintetase, especialmente hepática • ↑ metabolismo não-oxidativo da glicose → ↑ do ácido lático • perda de peso • efeito lipídico: colesterol do DM tipo 2 é um Triglicerides alto com HDL baixo • EFEITOS ADVERSOS: trato gastrointestinal • CONTRA-INDICAÇÕES: risco de acidose láctica, anemia megaloblástica, insuficiência hepática cirrose com albumina baixa e distúrbios de coagulação (exames de função hepática: albumina, TAP) • OUTRAS INDICACOES: SOP, esteato-hepatite nao-alcoolica, pré-diabetes (atividade física = perda de peso) 2. TIAZOLIDINEDIONAS ou GLITAZONAS – melhora sensibilidade Pioglitazona (ACTOS*) 15-45 mg VO 1x/d • Ação genômica ( fator de transcrição nuclear PPAR-gama) • Efeito hepático: • Efeito muscular: glitazona principalmente no periférico • Efeito do tecido adiposo ( lipólise e acúmulo) e perfil lipídico • Efeito inicial lento • CONTRA-INDICAÇÃO: ICC, insuficiência hepatica •EFEITOS ADVERSOS: Aumento de peso** (retenção hídrica) , Edema, anemia dilucional e cefaleia Hepatotoxicidade, Fratura óssea, Interação medicamentosa 3. INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASES ACARBOSE (Glucobay) 150-300 mg VO 3x/dia às refeições Obs: nao é muito utilizado para diabetes • Inibição da α-glicosidase → clivagem poli em monossacarídeos • Lentificação da absorção intestinal de glicose (pós- prandial) • Inibição da α-amilase pancreática → hidrólise luminal do amido • Efeito no metabolismo lipídico • Efeitos adversos → TGI • Mais utilizado após cirurgia bariátrica- retarda absorção de glicose 4. SULFONIURÉIAS- tem no SUS Glibenclamida Glipizida • Bloqueio dos canais de K ATP-dependentes→ despolarização da célula → influxo de Ca²+ → degranulação e secreção da insulina • Risco de hipoglicemia • Exige célula beta minimamente funcional • EFEITOS ADVERSOS: • Ganho ponderal • Hipoglicemia e suas complicações • Atenção com idosos, nefropatas, hepatopatas, cardiopatas (pq age no remodelamento cardiac entao ela piora) e desnutridos • Interação medicamentosa 5. GLINIDAS Repaglinida (Prandin ®) 1-4mg VO 3x ao dia (às refeições) Nateglinida (Starlix ®) 120 mg VO 3x ao dia (às refeições) •Semelhante à Sulfonilureia, •Bloqueio dos canais de K ATP- dependentes (outros receptores)→ despolarização da célula → influxo de Ca²+ → degranulação e secreção da insulina •Baixo risco de hipoglicemia •Meia-vida curta (1h) → ideal para hiperglicemia pós-prandial •Permite o seu uso pré-prandial em cada refeição, diferente do esquema único das sulfonilureias. •EFEITOS ADVERSOS: Hipoglicemia (ainda que menor) e suas consequências Hepatotoxicidade, ganho de peso tambem 6. ANÁLOGOS DO GLP-1 Liraglutide ( Victoza ®) 1,2-1,8 mg SC 1x ao dia Exenatide ( Byetta ®) 5 µg SC 2x ao dia Lixisenatide (Lyxumia ®) 10 – 20 µg SC 1x ao dia Dulaglutide (Trulicity ®) 1,5 mg SC 1x por semana • MECANISMO DE AÇÃO: -Hepático: ↓ gliconeogênese hepática -Célula α-pancreática: ↓ secreção de glucagon -Intestino: corrige o déficit de incretina -Cérebro: reduz apetite •Mimetizam ação do GLP-1 – incretina liberada por células entéricas do íleo e cólon • Efeito glicose-mediado → não causa Hipoglicemia! Retarda esvaziamento gastrico • Considerável perda ponderal associada • EFEITOS ADVERSOS: - Náusea (até 50% - intolerância) - Diarreia - Vômito - Pancreatite aguda (raro) - calculo na vesícula • Custo e disponibilidade 7. INIBIDORES DE DPP4 Vildagliptina (Galvus ® ) 50 mg VO 2x ao dia Sitagliptina ( Januvia ®) 100 mg VO 1x ao dia Saxagliptina (Onglyza ®) 5 mg VO 1x ao dia Linagliptina ( Trayenta ®) 5 mg VO 1x ao dia • MECANISMO DE AÇÃO: -Hepático: ↓ gliconeogênese hepática -Célula α-pancreática: ↓ secreção de glucagon -Intestino: corrige o déficit de incretina (ao inibir a inativação) • Inibição seletiva da DPP-4, responsável pela inativação de GIP e GLP-1 • Efeito glicose-mediado → não causa Hipoglicemia! • Não promove perda ou ganho ponderal • EFEITOS ADVERSOS: Cefaleia Diarreia Tontura 8. INIBIDORES DE SGLT2 Dapagliflozina (Forxiga ®) 10mg 1x ao dia Canagliflozina (Invokana®) 100 – 300 mg 1x ao dia Empagliflozina (Jardiance ®) 10 – 25 mg 1x ao dia • Inibe a recaptação renal de glicose SGLT2-mediada • Promove glicosúria • Independe de insulina, logo sem hipoglicemia Passou terapia reavalia sempre em 3 meses. Reavalia as metas: • HbA1c: abaixo de 7 • Jejum < 110-130 • Pós-prandial < 160 v INSULINOTERAPIA Quando iniciar? • GJ acima de 250 mg/dL • Glicemia aleatória acima de 300 mg/dL • A1c acima de 10% • Cetonúria ou cetonemia • “Polis” e emagrecimento • Uso de hipoglicemiantes orais e HbA1c acima do alvo desejado • Gestação • Insuf. Renal e hepática • Descompensação por doença aguda (IAM, infecção) A QUE TEM NA REDE É A REGULAR E NPH Paciente tem que ter 2 tipos de insulina- uma basal (acao longa- intermediaria e longa duração) e outra pra fazer os picos de insulina nas refeições (bolus- lispro, asparte ou a regular) 1. INSULINA REGULAR • Velocidade de absorção ≠ padrão endógeno de secreção de insulina. • Necessidade de aplicar 30 min antes das refeições • Hiperinsulinemia pós-prandial com maior risco de hipoglicemia • Olha a glicemia pós-prandial 2. INSULINA NPH- basal • Neutral Protamin Hagedorn – 1936 • Utilizada na reposição da insulinemia basal • Boa eficácia e gratuita • Classificada como insulina intermediária • Pode ser aplicada de 1 a 3x ao dia • Associada aos hipoglicemiantes orais no DM2 • Controla a glicemia de jejum • Aplico 2 x – a noite e de manha. A da noite age na glicemia de jejum, então se a glicemia de jejum estiver alta tem que aumentar a NPH da noite. Se a glicemia antes da janta estiver alta eu aumento a NPH da manhã. • Ajusto as pré-prandiais e jejum 3. INSULINAS DE AÇÃO ULTRA-RÁPIDA • Absorção subcutânea mais rápida • Reproduz com mais precisão a secreção fisiológica de insulina e melhora controle glicêmico (maior controle glicemia pós-prandial e reduz oscilações glicêmicas) • Vantagem: administração imediatamente antes ou logo após ingestão de alimentos – Tto de crianças pequenas • No Brasil: Lispro, Aspart, Glulisina • olha glicemia pós-prandial 4. INSULINAS DE AÇÃO PROLONGADA • Solúvel em ph ácido – absorção lenta e ação prolongada em ph neutro • Horário de administração flexível • Menor risco de hipoglicemias • NPH 2x/dia = Glargina 80% da dose • Dose da insulina NPH x 0,8 • Análogo de liberação prolongada • Tem duração de aproximadamente 20 horas, podendo, em doses mais baixas, ter declínio do seu efeito após 10 a 12 horas. • A meta de titulação é a glicemia de jejum quando for aplicada pela manhã ou glicemia pré-jantar quando aplicada à noite. Se a meta não for atingida, deve-se avaliar a divisão da dose em 2 tomadas. • Menor efeito no ganho de peso. o INSULINAS BIFÁSICAS • NPH 70% Regular 30% • NPH 50% Regular 50% • Lispro 75/25 • Lispro 50/50 • Asparte 70/30 A reposição de insulina compreende: • Insulina basal: evitar lipólise e liberação de glicose no período interdigestivo; • Insulina prandial (bolus): secreção de insulina à ingestão de alimentos; • Bolus correção: doses complementares para correção de hiperglicemias. o MONITORIZAÇÃO Glicemia capilar • 4x/dia, antes das principaisrefeições • Café – Almoço – Jantar – Ceia • Sempre que suspeitar de sintomas de hipo ou hiperglicemia • Anotadas em cadernos ou baixadas pelo aparelho o ALGUNS ESQUEMAS: • NPH ao deitar é ajustada de acordo com glicemia de jejum e as demais doses pelos resultados pré-prandias subsequentes. • Insulina glargina ou detemir: ajustes partir da glicemia de jejum. • Insulinas de ação rápida ou ultrarrápida: ajustes a partir da glicemia 2h pós-prandial conforme o fator de sensibilidade e contagem de CHO. DM tipo 2: geralmente nao começa com insulinizacao plena (basal + bolus)- começa com uma dose ao dia e uma a noite. 0,2 U/kg a noite e mantem medicações orais, se nao controlar passa pra insulinizacao plena DM tipo 1: calcula dose total pro paciente e divide 50% em basal e 50% em bôlus, TUTS DIABETES DIABETES MELLITUS: distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção da insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. • A hiperglicemia persistente esta associada a complicações micro e macrovasculares, aumento da morbidade, redução da qualidade de vida e elevação das taxas de mortalidade. CLASSIFICAÇÃO • DM tipo 1: doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células B pancreáticas, ocasionando deficiência completa na produção de insulina. MAIS FREQUENTE NA INFANCIA E ADOLESCENCIA a) Tipo 1 A: autoanticorpos (anticorpo anti-‐ilhota ANTI-‐ICA 80%, anticorpo antidescarboxilase do acido glutâmico ANTI-‐GAD 70% E autoanticorpo anti-‐insulina ANTI-‐IA2 60%)– predisposição genética, fatores ambientais b) Tipo 1 B: idiopática • DM tipo 2: + comum. Etiologia multifatorial. MAIS FREQUENTE APÓS A QUARTA DECADA DE VIDA. QUADRO CLÍNICO DM tipo 1: magros, com início abrupto e sintomático (poliúria, polidipsia, tendência à ceto-‐ acidose) antes dos 30 anos. DM tipo 2: obesos, com início insidioso, assintomático ou oligossintomático, após os 45 anos. A epidemia de obesidade infantil tem aumentado a taxa de DM tipo 2 em crianças menores. DIAGNÓSTICO • Glicemia de jejum >= 126 mg/dl ou TOTG-‐75 (2h) >= 200 mg/dl ou HbA1C >= 6,5%, em pelo menos duas ocasiões. • Glicemia casual >= 200 mg/dl ou HbA1C >= 6,5°/o associada a sintomas típicos. Obs. 1: os testes repetidos em duas ocasiões não precisam ser os mesmos (ex.: pode ser glicemia de jejum + HbA 1C). Obs. 2: em caso de testes discordantes, ficamos com o maior e o repetimos. METAS Metas terapêuticas: HbA1C < 7%; PA < 140/80 mmHg, LDL < 100 mg/dl; Triglicerídio < 150 mg/dl; HDL > 40 (H) e > 50 (M). Glicemia: -‐ HbA1c: < 7 g/dl, sendo mais rigoroso em jovens (6-6,5) e menos rigoroso com idosos e portadores de comorbidades (7,5-8); - Glicemia de jejum: < 100 mg/dl -Glicemia pré-prandial: 70-130 mg/dl (ADA); < 11Omg/dl (SBD); - Glicemia pós-prandial < 180 mg/dl (ADA); < 140 mg/dl (SBD) Pacientes internados: Sem doença crítica: glicemia pré-prandial < 140 mg/dl ou glicemia aleatória abaixo de 180 mg/dl. Estado crítico: glicemia entre 140-180 mg/dl. TRATAMENTO DM1 - Dieta no DM tipo 1: normocalórica e hipolipídica (não precisa ser hipoglicídica!). Disciplina nos horários de refeições (3 refeições, intercaladas com pequenos lanches)- evitar jejum prolongado e consumo de álcool. - Exercícios físicos no DM tipo 1: podem provocar tanto hipoglicemia quanto hiperglicemia/cetose. Por isso, não se exercitar se glicemia pré-exercício< 90 ou se mais de 3h de jejum e consumir suplementos de carboidratos a cada 30 min durante exercício prolongado. Recomendados pelo menos 30 min/d de atividades aeróbicas. a) INSULINOTERAPIA Dose média: 0,5-1,0 U/kg/dia. Entre os principais esquemas de insulina temos: -‐ Tratamento convencional (duas aplicações): esquema tradicional, ainda utilizado nos ambulatórios, mas pouco eficaz. Consiste no uso de 2 doses de NPH +regular[* 2/3 da dose total pela manhã (NPH 2/3 +regular 1/3); 1/3 da dose total antes do jantar (NPH 1/2 + regular 1/2)]. -‐ Tratamento intensivo (múltiplas aplicações): - 2 aplicações de NPH (antes do café da manhã e ao deitar)+ 3 aplicações de insulina regular antes das refeições (café, almoço e jantar); - Podemos substituir a insulina regular pelas ultrarrápidas, que têm a vantagem de ser administradas imediatamente antes das refeições (não há risco de o paciente usar a insulina e não comer depois- menor risco de hipoglicemia); - Podemos substituir a NPH pela dose única de glargina que, por não fazer pico, também causa menos hipoglicemia. Bomba de infusão contínua: padrão-ouro. ATENÇÃO: 2 clássicos nas provas de residência são o efeito Somogyi e o fenômeno do alvorecer (ocorrem nos esquema de duas doses de NPH +regular): - Efeito Somogyi: hiperglicemia matinal, em rebote a uma hipoglicemia entre 3-4h da manhã. Como resolver? Atrasar a dose da NPH noturna (do jantar para antes de dormir, separando-a da insulina regular) e/ou diminuir a dose de NPH pré-jantar e/ou lanche antes de dormir. - Fenômeno do alvorecer: hiperglicemia matinal pelo pico de GH. Como resolver? Atrasar a dose da NPH noturna. - Como diferenciar os dois? Aferindo a glicemia das 3h da manhã (se baixa = efeito Somogyi). TRATAMENTO DM2 -‐ Controle glicêmico à primeiras medidas: dieta e exercícios físicos: • Dieta hipocalórica (1.200-1.400.kcal/d), visando redução de 5-10% no peso; • Exercício aeróbico regular: reduz PA e resistência insulínica, aumenta o HDL-c ajuda a manter o novo peso. •Após o diagnóstico, iniciar metformin + mudanças no estilo de vida. Caso o alvo terapêutico não seja atingido em 3 meses, o próximo passo seria uma estratégia baseada no paciente (patient-centered approach). O consenso atual da ADA afirma que apenas o metformin é consensual. Seguindo-se a ele, poderíamos utilizar: - Combinação com antiadiabéticos orais (2-3 drogas totais) - ou -Adicionar insulina basal (NPH bed time, glargina matinal) • Perguntas que costumam cair sobre hipoglicemiantes: -‐ Quais não causam aumento de peso?- Metformina, acarbose e incretinomiméticos. -‐ Qual a melhor droga em obesos?-Metformina. -‐ Quais reduzem a glicemia pós-prandial? -Acarbose e glinidas. -‐ Quais causam mais hipoglicemia? - Sulfonilureias (em segundo, as glinidas). -‐ Qual pode fazer acidose lática, contraindicada nas 'insuficiências': metformina. -‐ Qual droga aumenta peso e está contraindicada na ICC classe Ili-IV: glitazona -‐ Qual droga inibe DPP-IV (dipeptidilpeptidase IV): gliptina. - -‐ Quais as drogas análogas ao GLP-1(peptídeo1 semelhante ao glucagon): exenatidee liraglutide. INSULINOTERAPIA no DM2 • Quando indicar? - Pacientes refratários à dieta + exercício + terapia oral combinada; - Pacientes com glicemia > 250-300 na primeira consulta (pelo menos no início do tratamento); - Sintomas francos: emagrecimento, poliúria, polidipsia ou cetose (alguns desses, na verdade, são LADA) - Gestantes - Pacientes sob estresse clínico (IAM, infecção, AVE) ou cirúrgico. • Como fazer? - Em pacientes que já estejam em uso de antidiabéticos em doses adequadas: adicionar dose noturna de NPH ou matinal de glargina. Nos virgens de tratamento, magros, com glicemias mais altas (provável LADA): começar esquemas semelhantes aos do DM tipo 1. Nos pacientes cirúrgicos, suspender antidiabéticos no dia da cirurgia (ou antes no caso da clorpropamida). No dia da cirurgia, pela manhã, 1/3-1/2 da dose original de NPH (ou ripping durante cirurgias longas). COMPLICAÇÕES AGUDAS 1. CETOACIDOSE DIABÉTICA Presença de hormônios contrainsulínicos (cortisol, glucagon, epinefrina) na ausência total de insulina, levando a um estado de hipercatabolismo e à formação hepática dos corpos cetônicos (acetona, acetoacetato, beta-hidroxibutirato). - Complicação clássica do DM tipo 1, bem menos comum no DM tipo li (quando ocorre, dá-se nos já insulinopênicos). • FATORES PRECIPITANTES: Suspensão inadvertida da insulinoterapia e situações de estresse metabólico agudo (cirurgia, infecção, IAM). Às vezes, o DM tipo 1 abre o quadro com cetoacidose. ‘ • QUADRO CLINICO -‐ Dor abdominal, náuseas, vômitos. -‐ Respiração de Kussmaul. - -‐ Rebaixamento do nível de consciência (nem sempre presente). - -‐ Hálito cetônico (nem sempre presente). - -‐ Poliúria, polidipsia, emagrecimento e desidratação (nos dias antecedentes). - -‐ Sinais de hipovolemia (comum a oligúria no momento da chegada ao hospital). • LABORATÓRIO Hiponatremia com Hiperosmolaridade - Lembrar: Na+ corrigido = somar 1,6 na natremia para cada 100 mg/dl de aumento da glicose acima de 100 mg/dl. Ex.: Na+=130 /glicemia= 400 (300 mg/dl acima de 100) -7 Na+corrigido= 130 + 3x1 ,6 = 134,8. - Hipercalemia e hiperfosfatemia transitória - só que o poo/ desses eletrólitos é baixo ("paradoxo eletrolítico"). A acidose, hipoinsulinemia e hiperosmolaridade "deslocam" o K+ e o fosfato para o extracelular. Com a hidratação e a poliúria, a concentração pode cair bruscamente. - Outros: Hipomagnesemia, leucocitose neutrofílica, aumento de creatinina (mesmo sem insuficiência renal), elevação da amilase (salivar), hipertrigliceridemia. • DIAGNOSTICO - Glicemia > 250 mg/dl* - Cetose (Cetonemia/cetonúria +3 ou +4)** - Acidose metabólica (pH < 7,3; HCO3 < 18-15)*** • TRATAMENTO "Tripé" terapêutico da CAD: - 1a medida: Reposição volêmica - 2a medida: Insulinoterapia - 3a medida: Repor potássio e fosfato BLACKBOOK DE CLINICA MÉDICA PARA TODOS OS PACIENTES: historia e exame fisico; hemograma, NA+, K=, CL- e MG++; Ureia e creatinina; glicemia capilar e gasometria, ECG, raio-x de tórax PA e perfil, EAS e cetonuria. 1 passo: 1-1,5 L de SF 0,9% na 1 hora (opcao 15-20 ml/Kg de peso) à solicitar vaga em UTI 1- FLUIDOS – SF 0,9% • Se choque hipovolemico manter 1L/h de SF 0,9% até estabilizar • Se choque cardiogenico: avaliar a possibilidade de cateter de Swan-ganz • Se hipotensao leve à avaliar o Na+ corrigifo pela glicemia 2- POTÁSSIO • Se K < 3,3 mEq/L à nao fazer insulin e repor venoso ate controle >= 3,3 mEq/L • Se K >= 3,3 mEq/L seguir para administracao de insulin • Checar L de 2/2 horas ou 4/4 horas e manter reposicao basal de K em cada litro de cristaloide infundido (20-30 mEq : 200 ml de K) 3- INSULINA • 1 uso após checar K: insulina regular bolus de 0,15 U/kg EV • manutencao: 0,1 U/kg EV em BI • Monitorizar HGT de 1/1h, visando queda de 10 % por hora • Se nao alcancar alvo, bolus de 0,15 U/Kg EV 4- BICARBONATO • Repor somente se pH < 6,9 à aproximadamente 100 mEq (100 ml de NaHCO3 8,4% + 400 ml de agua destilada EV para correrem em 2 h) • Manter pH >=7 ASSIM QUE HGT < 250 mg/dL à mudar hidratacao para SG 5% + NaCl 0,45% (50% de cada) à fazer essa solucao 150-250 mL/h à reduzir dose da insulina para 0,05 U/Kg/h para manter glicemia entre 150-200 mg/dL CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: • Checar Na, K, ureia, creatinina e glicemia de 2/2 h a 4/4 h • Apos a resolucao da CAD, liberar dieta via oral, manter insulin EV e adicionar glicemia regular confrme glicemia • Somente desligar a BI de insulin apos 1-2 h da aplicacao da insulin regular • Iniciar o esquema com a insulin multiplas doses Observações: - Existe uma tendência hoje de não se fazer mais bo/us de insulina. Nesse caso a dose de insulina deve ser um pouco maior (O,14U/kg/h). Na ausência de uma bomba infusora, é permitida a administração subcutânea de análogos de insulina de ação mais rápida (lispro/aspart) a cada 1-2 horas. A administração IM também é aceitável. - Dosar glicemia capilar a cada hora (ajustar insulina para queda entre 50-75 mg/dl/h). Se baixar menos de 50 mg/dl/h, a infusão de insulina deve ser dobrada; se baixar mais de 75 mg/dl/h, a infusão precisa ser reduzida à metade, para evitar o edema cerebral. O potássio deverá ser dosado a cada 2 horas. - Os critérios para iniciar a insulina SC: glicemia< 200 + HC03 > 15 + pH>7,3. A cetonúria não serve como critério de melhora. Suspender a infusão em bomba 1-2 horas após a primeira dose de insulina regular C. Se houver boa aceitação, pode-se iniciar a dieta, acompanhada de um esquema de insulina NPH + regular se. - Atentar para o fato de que a ADA recomenda utilizar bicarbonato (100 mEq) apenas em pH < 6,9, enquanto outras referências indicam quando pH < 7,1-7,2 conforme colocamos no volume 1 de Clínica Médica do lntensivão. - Antes da reposição de potássio, deve ser verificada a função renal, devendo o paciente ter um débito urinário de 50 ml/h. • COMPLICACOES - Edema cerebral iatrogênico: queda excessivamente rápida da osmolaridade (devido a uma rápida queda da glicose). Mais comum em crianças < 5 anos; - Complicações eletrolíticas iatrogênicas: hipocalemia e hipofosfatemia aparecem se potássio e fósforo não forem repostos. - Hipoglicemia iatrogênica: por dose excessiva de insulina ou retardo no início do soro glicosado; -SDRA - Tendência a tromboses: pela desidratação, que aumenta a viscosidade sanguínea; - Mucormicose: Micose provocada pelo Rhizoporus sp. e Mucor sp. • Forma mais comum: rinocerebral (invasão do septo nasal e palato, atingindo seio cavernoso e cérebro). • Primeiro sinal: secreção enegrecida sai do nariz. • Tratamento: anfotericina B + desbridamento cirúrgico. 2. ESTADO HIPERGLICEMICO HIPEROSMOLAR NÃO CETÓTICO Presença de hormônios contrainsulínicos (cortisol, glucagon, epinefrina) na ausência parcial de insulina, que consegue prevenir a formação hepática dos corpos cetônicos, mas não a hiperglicemia e a hiperosmolaridade. • PACIENTE: Diabético tipo lI, idoso, sem acesso espontâneo à água (acamado, neurodebilitado), apresentando infecções, IAM e AVE. • DIAGNÓSTICO -‐ Glicemia > 600 mgldl - Osmolaridade efetiva > 320m Osmll -Ausência de acidose e cetose importante (ph ~ 7,3; HCO3> 18; cetonúria < 2+) QUADRO CLINICO Muita desidratação (mais que na CAD) + rebaixamento do nível de consciência. No mais, mesmos distúrbios eletrolíticas e ácido-básicos da cetoacidose (exceto a acidose e uma tendência maior à hipernatremia pela desidratação). TRATAMENTO O mesmo tripé da cetoacidose (hidrataçãogenerosa + insulinoterapia + reposição de potássio). Como a hiperosmolaridade marcante é a regra, o parâmetro de melhora é a queda na osmolaridade abaixo de 310 mOsm/L. • Edema cerebral iatrogênico também pode complicar o quadro nas correções súbitas da glicemia (>100 mg/dl/h). COMPLICAÇÕES CRÔNICAS 1. RETINOPATIA DIABÉTICA • EPIDEMIOLOGIA: o Causa + frequente de cegueira entre 16-64 anos. o Complicação microvascular mais comum do DM. Após 20 anos de doença, está presente em 100°/o dos DM tipo 1e 60-80% dos DM tipo II. • FATORES DE RISCO : Hiperglicemia, HAS, microalbuminúria, proteinúria, dislipidemia, anemia e gravidez. • RASTREAMENTO: Após 5 anos de diagnóstico no DM tipo 1(a partir dos 10 anos de idade) e desde o momento do diagnóstico no tipo li. • Melhor método: Exame oftalmológico (fotografia de retina com dilatação pupilar pode ser realizada, mas não o substitui). • Intervalo: anual (3/3 meses em gestantes). • CLASSIFICACAO E CONDUTA 2. NEFROPATIA DIABÉTICA • FATORES DE RISCO: Duração do DM, níveis elevados de HbA1C, HAS, tabagismo, fatores genéticos, dislipidemia, raça negra. • RASTREAMENTO Após 5 anos de diagnóstico no DM tipo 1e desde o momento do diagnóstico no tipo lI. o Melhor método: pesquisa de microalbuminúria em amostra de urina (30-300 mg de albumina na urina de 24h ou relação albumina/creatinina 30 - 300 mg/g em amostra aleatória ou 20 - 200 mcg/min). o Intervalo: anual. • CLASSIFICACAO Histopatologia: A lesão mais característica é a lesão de Kimmestiel-Wilson (glomeruloesclerose nodular). A mais comum é a glomerulosclerose difusa. Clínica: Fase inicial (microalbuminúria) e avançada (macroalbuminúria - DRC). *A nefropatia diabética é causa de DRC com rins aumentados. * Quando houver hipercalemia desproporcional à disfunção renal, pensar em ATR tipo IV (hipoAldo hiporreninêmico). • CLASSIFICACAO E CONDUTA Fase de microalbuminúria: melhor momento para impedir/reverter a lesão renal. Fase de macroalbuminúria: o objetivo é retardar a progressão da nefropatia. Principais medidas: controle da PA (melhores drogas: iECA/ARAI1), glicemia e dislipidemia (estatinas); restrição proteica; cessar tabagismo. 3. NEUROPATIA DIABÉTICA • FORMAS CLÍNICAS - Polineuropatia distal simétrica: sintomas sensitivos (a 1a modalidade perdida é a vibratória), depois motores, "em bota e luva; - Mononeuropatia: a mais comum é a síndrome do túnel do carpo. A mais clássica é a paralisia do UI par (diplopia, estrabismo divergente), sem midríase, de curso autolimitado. - Mononeurite múltipla (diagnóstico diferencial com vasculites). -Amiotrofia diabética: dor em uma das coxas à fraqueza proximal (dificuldade em levantar) à atrofia muscular proximal à acometimento da outra coxa à curso autolimitado (1-2 anos). - Disautonomia: taquicardia fixa, hipotensão postural, gastroparesia, diarreia/constipação, incontinência fecal, bexiga neurogênica hipotônica, disfunção erétil... • RASTREAMENTO DM 1 a partir de 5 anos de doença; DM 2 no momento do diagnóstico. Em seguida, anualmente. o Polineuropatia: - Avaliação da sensibilidade dolorosa (palito ou agulha), tátil (algodão ou monofilamento de Semmes- Weistein 5.07 - 10 g), térmica (quente/frio) e vibratória (diapasão de 128Hz ou bioestesiômetro); - pesquisa de reflexos tendinosos (aquileu, patelar e tricipital). o Neuropatia autonômica: - Medir FC de repouso (>1 OObpm sugere disautonomia) / medir PA em decúbito e ortostase (queda >= 20 mmHg na PAS sugere disautonomia). • TRATAMENTO - Dor neuropática: antidepressivo tricíclico (amitriptilina) +(se necessário) patch de lidocaína ou creme de capsaicina, analgésicos comuns, opioides fracos e mesmo anticonvulsivantes. - Disautonomia cardiovascular: meias compressivas, minera/ocorticoide (fludrocortisona). - Disautonomia gastrointestinal: metoclopramida, bromoprida, domperidona. 4. PÉ DIABETICO : A principal causa de amputação não traumática de membros inferiores. • FATORES CAUSAIS: Neuropatia diabética (principal) e doença arterial periférica (comum no DM). • EVOLUCAO NATURAL Neuropatia ou doença arterial à úlcera à infecção da úlcera (50°/o) à risco de gangrena. • COMO PREVENIR: Controle glicêmico + controle pressórico + cessar tabagismo. • RASTREAMENTO: Exames físicos periódicos + teste do monofilamento. • Palpar pulsos e procurar sinais de doença arterial periférica. Em pacientes sintomáticos ou acima de 50 anos, recomenda-se a realização do ITB (se< 0,9 está alterado). • TRATAMENTO: Orientar o paciente: CUIDADO COM OS PES!! • Curativos e compressas úmidas nas úlceras não infectadas. • Tratar infecções com antibióticos: cobrir gram-negativos, gram-positivos e anaeróbios. Algumas opções: amoxicilina-clavulanato ou clindamicina + fluoroquinolona (cipro). • Desbridar tecidos desvitalizados. • Indicar revascularização nos casos merecedores (20°/o necessitarão de amputação em algum momento). TUTS DISLIPIDEMIA 1. PRIMÁRIAS I. HIPERCOLESTEROLEMIA PRIMÁRIA a. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR -‐ doenca de herança autossômica dominante -‐ mutação no gene do receptor de LDL-‐ receptor BE -‐ aumento da concentração plasmática de LDL-‐c e de colesterol total -‐ XANTOMAS TENDINOSOS (tendão do calcâneo e extensores das mãos), dor articular, XANTELASMA, ARCO CORNEO PREMATURO. -‐ Diagnostico Clinico E Laboratorial -‐ Tratamento: pesquisar e tratar fatores de risco cardiovascular, dietas com baixo teor de gordura total e saturada e de colesterol, medicamentoso: -‐ ESTATINA + EZETIMIBE (atua na porcao proximal do intestino delgado, bloqueando a absorção de colesterol proveniente da alimentação e da bile. -‐ Alvo de LDL deve ser < 70 mg/dl b. DEFEITO FAMILIAR DA APOLIPOPROTEÍNA B (apo B-‐100) -‐ herança autossômica dominante -‐ mutação no gene da apo B-‐100 -‐ redução da afinidade de ligação da LDL ao seu retardando a remocao de LDL-‐c do plasma -‐ AUMENTO IMPORTANTE DE LDL-‐c DESDE A INFANCIA, XANTELASMA, HISTORIA PESSOAL OU FAMILIA DE DAC PREMATURA -‐ TRATAMENTO: dieta pobre em gordura e colesterol, esquema medicamentoso de estatinas + ezetimibe + colestiramina (sequestrante de ácidos biliares) c. HIPERLIPIDEMIA FAMILIAR COMBINADA -‐ herança autossômica dominante -‐ elevação plasmática de colesterol, triglicerídeos e mais suceptibilidade a DAC -‐ nao cursa com xantomas -‐ na maioria dos casos ocorre apos a puberdade -‐ manifestações de síndrome metabólica, resistência a insulina: redução das concentrações de HDL-‐c, hipertensão, hiperuricemia, obesidade visceral e intolerância a glicose -‐ tratamento: dieta + atividade física + farmacológico: estatinas ou fibratos(direcionando a anormalidade lipídica predominante), pode associar com outras drogas se necessário II. HIPERTRIGLICERIDEMIA PRIMÁRIA a. HIPERQUILOMICRONEMIA -‐ autossômico recessivo no gene da LPL -‐ diagnostico: demonstração da ausência de atividade da LPL no plasma após a administração de heparina -‐ hipertrigliceridemia grave > 1000 mg/dl com alto risco de pancreatite -‐ HDL-‐c baixo e LDL-‐c normal -‐ Infância ou adolescência -‐ Xantomas eruptivos, hiperlipemia retinal em fundo de olho, hepatoesplenomegalia, plasma lipemico (camada cremosa na sua superfície) -‐ TRATAMENTO: restrição dietética, dieta muito pobre em gorduras, preferir carnes greladas, leites desnatados e queijos pobre em gordura. -‐ Meta manter trigliceridemia abaixo de 1000 mg/dl b. HIPERTRIGLICERIDEMIA FAMILIAR -‐ herança autossômica dominante -‐ elevação de triglicerídeos (aumento do tamanho das partículas de VLDL remanescentes), HDL baixo e LDL normal -‐ risco de pancreatite -‐ TRATAMENTO: uso de fibratos -‐ Meta: TG < 1000 mg/dl III. HIPERLIPIDEMIA MISTAS PRIMARIAS 2. SECUNDÁRIAS 3. RISCO CARDIOVASCULAR META LIPÍDICA DE ACORDO COM O RISCO CARDIOVASCULAR NIVEL DE RISCO META PRIMARIA: LDL-‐C META SECUNDARIA: ALTO RISCO <70 Colesterol nao HDL < 100 INTERMEDIARIO < 100 < 130 BAIXO individualizada individualizada 4. TRATAMENTO Metas: - Triglicerídios: < 150 mg/dl. - HDL-c >= 50 em mulheres e diabéticos e HDL-c >= 40 em homens. - LDL-c: muito alto(< 70), alto(< 100 e, se possível, < 70), moderado(< 130), baixo(< 160). Estratégia: - Risco a/to/muito alto: tratamento medicamentoso imediatamente. - Risco moderado: tratamento não medicamentoso por 3 meses, iniciando fármaco se não houver resposta. Em caso de escore de Framingham < 1Oo/o, iniciar fármaco apenas se LDL permanecer 30 mg/dl acima do alvo. - Risco baixo: tratamento não medicamentoso por 6 meses, iniciando fármaco apenas se LDL permanecer 30 mg/dl acima do alvo terapêutico. v Não medicamentosa: para todos - cessar tabagismo; controlar consumo de álcool; perda de peso; exercício físico; alterações na dieta como a redução na ingestão de colesterol (< 200 mg/dia) e gordura saturada (<7% das calorias totais) e aumentar ingestão de fibras solúveis (1 Og/dia). v Medicamentosa: - Redução do LDL: Estatinas e/ou Ezetimibe e/ou Resinas de troca. - Redução de triglicerídio: Fibratos e/ou Ácido nicotínico e/ou Ácidos ômega-3. - Elevar HDL: Ácido nicotínico e/ou fibratos. Algumas observações importantes sobre cada classe: -‐ Estatinas (inibidoras da HMG-CoA redutase): devemos atentar aos efeitos adversos comuns, como aumento de transaminases, miopatia, dor abdominal, constipação intestinal e insônia. Mais potentes: Atorvastatina e Rosuvastatina. Menos potentes (e causam menos miopatia): Pravastatina e Fluvastatina. -‐ Fibratos: efeito marcante sobre os triglicerídios. Usadas apenas quando TG > 500 mg/dl. Contraindicados na insuficiência renal ou hepática. Risco aumentado de miopatia na associação genfibrozil + estatina. -‐ Resinas de troca: adjuvante às estatinas no tratamento da hipercolesterolemia grave, crianças e mulher em fase reprodutiva. Podem elevar triglicerídios (não usar se TG > 400 mg/dl). -‐ Ácido nicotínico: não usar em caso de hepatopatia, úlcera péptica, sangramento arterial e gota. Pode causar rubor facial. -‐ Ezetimibe: inibe absorção do colesterol. - Ácidos ômega-3: podem ser utilizados como adjuvantes na redução de triglicerídios. TUTS OBESIDADE OBESIDADE: excesso absoluto ou relativo de gordura corporal e não, necessariamente, excesso de peso. a. ETIOLOGIA • DOENÇAS PRÉ EXISTENTES -‐ SOP, SC, hipotireoidismo, hipogonadismo -‐ Síndrome hipotalâmica, DGH, hiperinsulinismo • Síndromes genéticas -‐ SPW, Alstrom, x frágil • Obesidade simples (+ comum) -‐ obesidade comum origem poligênica e multifatorial -‐ inadequação dietética e inatividade física -‐ depressão, transtornos alimentares, drogas b. FISIOPATOLOGIA-‐ INGESTAO CALORICA x GASTO ENERGETICO • Ingestao calórica -‐ alimentos hipercalóricos, tamanho das porcoes, dieta rica em gordura, fast-‐food, alimentação hedônica -‐ pouca saciedade, aumento da fome -‐ privação de sono -‐ fatores psicológicos • Diminuicao do gasto energético -‐ baixa taxa metabólica de repouso -‐ pouca massa magra -‐ sedentarismo -‐ perda ponderal -‐ redução da atividade involuntária c. FATORES NEURAIS E REGULACAO DA INGESTA ALIMENTAR d. MOLÉCULAS SINALIZADORAS PERIFÉRICAS e. MÉTODOS AVALIATIVOS I. IMC (kg/m2) obs: excesso de peso= sobrepeso II. CIRCUNFERENCIA ABDOMINAL-‐ suficiente para estabelecer risco v OMS: homem < 94 cm e mulher <80 cm v IFD: sul-‐americanos: homem 90 cm e mulher 80 cm III. RELACAO ABDOMEN-‐QUADRIL IV. PREGAS CUTANEAS v Mais utilizado na pratica clinica v Aferição de quantidade de gordura em alguns locais específicos: possível determinar a gordura corporal total v Picômetro ou adipômetro v Valores obtidos serao inseridos em formulas matematics para estimar o percentual de gordura corporal CATEGORIA % DE GORDURA CORPORAL HOMEM % DE GORDURA CORPORAL MULHER Normal 12-‐20% 20-‐30% Limitrofe 21-‐25% 31-‐33% Obesidade >25% >33% V. BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA v Baseia-‐se na passagem de correntes elétricas de baixa intensidade e diferentes frequências pelo corpo do individuo v Correntes elétricas de baixa frequência -‐ nao penetram nas células-‐estimativa de agua extracelular v Correntes elétricas de alta frequência – penetram nas células – estimativa de agua intracelular v Determinados valores de impedância, resistência, reactancia e angulo de fase v Dados sao inseridos em formulas especificas: permite uma estimativa da composiçãocorporal VANTAGENS: -‐ barato -‐ portátil -‐ fácil realização -‐ nao invasivo -‐ nao faz uso de radiação DESVANTAGENS: -‐ tipo de equipamento utilizado -‐ estado de hidratação, edema (aumento da massa muscular), desidratação (aumento de MG) -‐ perde acurácia nos extremos de IMC VI. DEXA: densitometria v Avalia composição corporal v Cada compartimento do corpo humano apresenta um coeficiente de atenuação diferente à passagem dos raios-‐x v Diferentes imagens de acordo com a densidade de cada tecido v Possibilita que se faça a estimativa de 3 componentes corporais: DMO, MLG (desconectada a massa óssea) e a MG VANTAGENS: -‐ aplicação rápida -‐ nao invasivo -‐ baica quantidade de radiação DESVANTAGENS: -‐ nao é barato -‐ variação entre softwares utilizados -‐ área limitada de analise: dificuldade -‐ boa reprodutibilidade -‐ amplamente validado para pacientes muito altos ou acima do peso. VII. ULTRASSONOGRAFIA, TOMOGRAFIA f. COMORBIDADES • Cardiovasculares: HAS, ICC, Cor pulmonale, TVP, varizes, TEP • Respiratórias: dispneia, SAOS • Gastrintestinais: hérnia de hiato, colelitiase, NASH, hemorroidas, hérnia abdominal, CA de dolon • Metabólicas: RI, DM2, dislipidemias, hiperuricemia • Tocoginecológicas: ginecomastia, macrossomia fetal, CA de mama, CA endométrio e colo uterino, amenorreia • Urológicas: CA de próstata, infertilidade • Dermatológicas: dermatite por sudorese, furunculose, micose, linfedema, celulite, acantose nigricans • Musculoesqueléticas: OA, lombalgia, imobilidade, gota g. SÍNDROME METABÓLICA • FATORES INTERLIGADOS QUE AUMENTAM DIRETAMENTE O RISCO DE DCV (2X) e DM2 (5X) o Diabetes mellitus tipo 2 o Dislipidemias o Hipertensão o Doença hepática gorduroda nao alcoolica o Disfunção sexual o Infertilidade o SOP • CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE SINDROME METABOLICA (IDF) CRITÉRIO OBRIGATÓRIO MAIS 2 DE 4 CRITERIOS Obesidade visceral (circunferência abdominal) H> 80 cm e M>94 cm TG >= 150 mg/dl ou tratamento HDL < 40 mg para H e < 50 mg para M Pas >= 130 ou Pad >= 85 mmHg ou tratamento Glicemia de jejum >= 100 mg/dl ou diagnostico prévio de diabetes h. AVALIAÇÃO CLÍNICA • Historia detalhada do ganho de peso o Peso ao nascer o Idade de inicio do aumento do peso o Fator desencadeante o Tratamento anterior o Resposta e efeitos colaterais ao tratamento anterior • Habitos: atividade física, tabagismo e etilismo • Comorbidades: DM, HAS, DAC, dislipidemia, SAOS, OA • Antecedentes familiares: casos de obesidade entre familiares, DCV e metabólicas • Exame físico o Distribuição da gordura visceral v ANDROIDE: central abdominal, visceral, + em homem, > risco de DCV e metabólicas v GINÓIDE: periférica, glúteo, femoral, subcutânea, + em mulheres, > risco IVP, ortopédica e estética • Tratamento o Dietético: Ø Objetivo: BE negativo Ø Plano alimentar: ü Individualizado ü Meta realística: perda sustentada 5-‐15% peso ü Restrição calórica: respeitar distribuição de macronutrientes ü Diário ü Tabela de contagem de calorias -‐ carboidratos: 55% das Kcal -‐ proteínas: 0,8 – 1,2 kh de p ideal/dia -‐ gorduras: 20 – 30 % -‐ fibras extras: baixa densidade calórica e alta saciedade -‐ complementos vitamínicos o Comportamental Ø Objetivo: auto-‐controle do estimulo alimentar Ø Apoio psicológico/psiquiátrico Ø Técnicas ü Nao fazer compras com estomago vazio ü Ir ao supermercado sempre com lista compras ü Descansar talheres entre garfadas ü Informar valor calórico dos alimentos e orientar substituições equivalentes o Exercício e atividade física Ø Individualizado com necessidade de avaliação medica previa Ø Atividade física: qualquer movimento corporal que resulte em gasto energético Ø Exercício: atividade física planejada e estruturada com intuito de melhorar ou manter condicionamento físico ü Aeróbico: diminui peso e massa adiposa ü De resistência = efeito menor sobre o peso porem: aumenta massa livre de gordura ü Importante a regularidade ü Aumento gradativo intensidade controlados por VO2 e FC -‐ FC max p/ mulheres: 226 – idade -‐ FC max p/ homens: 220 – idade ü Alta intensidade: aumento da perda de energia -‐ leve: 50-‐60% FC max -‐ moderada: 60 -‐70 % FC máxima -‐ media: 70-‐ 80% FC máxima -‐ forte: 80 – 90 % FC máxima -‐ muito forte: 90 -‐100% da FC máxima ü benefícios: -‐ dimiui massa gorda e aumenta massa magra -‐ diminui RI, melhora perfil lipídico e aumenta DMO -‐ aumenta GH, diminui PA, aumenta forca e flexibilidade -‐ promove condicionamento CV -‐ corrige vicio postural e diminui estresse o Farmacológico Ø IMC >= 30 Kg/m2 Ø IMC >= a 25 ou 27 kg/m2 na presença de comorbidades (dependendo do medicamento) Ø Além de: falha em perder peso com o tratamento nao medicamentoso farmacológico. A historia previa de falência com tentativa com dieta com restrição calórica é suficiente OBS: indivíduos com IMC normal e aumento da circunferência abdominal são considerados obesosviscerais e devem ser tratados na presença de comorbidades Ø Escolha da droga: individualizada ü Avaliar erros alimentares e atividade física ü Presença de sintomas depressivos ü Presença de comorbidades ü Possibilidade de efeitos colaterais ü Experiência prévia do paciente com o faármaco FÁRMACO MECANISMO DE AÇÃO EFEITO COLATERAL Sibutramina Central misto: Inibição de recaptacao de NA e serotonina na fenda sinaptica Estimulo SNC e CV + Orlistate Periférico gastrointestinal: iibidor de lipases GI Eliminacao de gordura nas fezes Liraglutide Efeito anorexígeno central, redução da velocidade de esvaziamento gástrico Náuseas, vômitos, pancreatite aguda I. SIBUTRAMINA Ø Plenty, reductil, meridia, sibutral, saciette, biomag,-‐-‐-‐-‐ comp. 10-‐15 mg Ø DOSE: 10 a 20 mg/dia Ø Desenvolvida em 1984 para depressão -‐> antiobesidade Ø Acao: inibição da recaptacao NE e serotonina Ø Efeito sacietógeno: está relacionado mais com o aumento da saciedade do que com a supressão da fome Ø Efeito termogenico? Dados contraditórios Ø Efeitos adicionais: ü Aumento da PAD 3-‐5 mmHg e aumento da FC 2-‐4 bpm ü Diminuição da CA, aumento sensibilidade e secreção de insulina ü Melhora GJ, A1C e perfil lipídico Ø EFEITOS ADVERSOS: ü Insônia ü Cefaleia ü Boca seca ü Constipação ü Sudorese excessiva ü Taquicardia ü Aumento da PA Ø ESTUDOS ü STORM: dimiuicao do peso e manteve a diminuição do peso ü SCOUT: desenhado para aaliar os efeitos do uso de sibutramina em longo prazo na incidência de eventos cardiovascular em indivíduos de muito alto risco II. ORLISTAT Ø Xenical-‐ cap. 120 mg Ø Análogo da lipstatitna (fungo) que inibe as lipases do TGI por ligação irreversível ao sitio ativo da lipase Ø Acao: inibe a abasorcao dos TGs no ID, sem atividade sistêmica Ø potente inibidor das lipases pancreáticas, enzimas que catalisam a quebra dos triglicérides em ácidos graxos livres e monoglicerídes. Ao se ligar de maneira irreversível ao sítio ativo da lipase, o orlistate faz com que cerca de um terço dos triglicerídeos ingeridos permaneça não digerido e, portanto, não absorvido. Ø 1/3 dos TG permanecem nao digeridos e sao excretados Ø dose: 120 mg antes das refeições Ø efeitos colaterais: fezes amolecidas e gordurosas à diarreia, flatos e incotinencia fecal. Estimula adesão com menor ingesta de gorduras? Redução níveis séricos, vitaminas lipossolúveis, reposição? Ø ESTUDO XENDOS: redução maior de peso a curto e a longo prazo foi maior com orlistat, prevenção de DM2 em obesos, especialmente se intolerante a glicose. Efeitos adicionais: melhora CT e LDL independente da perda de peso III. LIRAGLUTIDA Ø Agonista do peptídeo semelhante ao glucagon-‐1 (GLP-‐1) Ø Combinacao de efeitos: efeito TGI + efeito no cérebro (aumento da saciedade e diminuição do apetite) Ø Estimula diretamente os neurônios que sintetizam POMC/CART Ø Inibe indiretamente a neurotransmissao nos neurônios que expressa NPY/AgRP Ø Unica droga indicada somente quando se tem IMC ≥ 27 kg/m2 , na presença de comorbidades Ø Dose: ate 3 mg Ø Via: SC Ø Efeitos adversos: ü Náuseas ü Diarreia ü Constipação intestinal ü Vômitos ü Cefaleia ü Dispepsia ü Fadiga ü Tonturas ü Dor abdominal ü Elevação da lipase ü Pancreatite aguda IV. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTACAO DA SEROTONINA Ø Sem indicação primária na obesidade Ø Terapia coadjuvante: obesidade + depressão / bulimia / SAOS/ mulher com TPM Ø FLUOXETINA (Prozac, Verotina) – derivado oxitrifluorfenil e Ø SERTRALINA (Zoloft, Tolrest) – derivado Naftalínico ü Diminuição do peso e diminuição RI (FXT) ü Recuperação peso após 6 meses de tto a despeito do uso contínuo da droga (FXT) ü Dose: 20-‐60 mg/dia ü Obesos depressivos; ansiedade; apnéia do sono ü Efeitos adversos: sintomas GI, euforia, insônia, ansiedade, cefaleia, diminuição da libido, sudorese V. BUPROPIONA Ø Wellbutrin SR, Zetron, Zyban Ø Inibidor da recaptacao NE e dopamina Ø Indicacai primária: cessar tabagismo Ø Efeito na diminuição da ingesta de alimentos e diminuição de peso é secundário e dose dependente Ø Dose: ü 300 mg/d: perda 7,2% em 24 semanas ü 400 mg/d: perda 10,1% em 24 semanas – risco de convulsão ü sem perda adicional com doses maiores VI. TOPIRAMATO Ø Ações no SNC: aumento atividade GABA e diminuição do glutamato, bloqueia canais de Na, inibe anidrase carbônica Ø Uso clinico: epilepsia, distúrbios do humor, prevenção de enxaqueca e perda de peso Ø Agente antiobesidade: redução do apetite, compulsão e síndrome alimentar noturna Ø Efeitos colaterais: parestesia, lentificacao cognitiva, déficit de memoria e concentração (minimizados se aumento gradativo da dose) “uso off-‐label” que, quando esgotadas as possibilidades de usar as terapia aprovadas, NÃO consiste em infração ética ou má prática médica, conforme a própria ANVISA reconhece (desde que o paciente seja devidamenteinformado a esse respeito). o As drogas off-‐label mais usadas são: topiramato, associação de bupropiona com naltrexona, e o dimesilato de lisdexanfetamina § O topiramato é uma droga antiepiléptica que também pode ser empregada na profilaxia da enxaqueca. Vários estudos mostraram perda de peso significativa com seu uso, podendo ser feita uma associação com a sibutramina. Diversos efeitos colaterais são esperados (parestesias, deficit de memória e concentração), sendo a medicação teratogênica (logo, contraindicada na gestação). § A bupropiona é um antidepressivo (usado no tratamento do tabagismo) e o naltrexone é um antagonista de receptor opioide. Isoladamente, cada droga mostra pequeno efeito de perda ponderal, mas em associação ambas mostram efeito sinergístico, principalmente quando são utilizadas formulações de liberação lenta (bupropiona SR 90 mg + naltrexone SR 8 mg, titulando-‐se a dose até 2 comprimidos 2x ao dia). § A lisdexanfetamina é uma pró-‐droga, sendo convertida no organismo a dextroanfetamina. Foi liberada para o tratamento do transtorno de compulsão alimentar periódica na dose de 50-‐70 mg, reduzindo os episódios de libação alimentar e promovendo perda de peso. Só é vendida com receita “amarela” (receita “A”, a mesma exigida para todas as substâncias entorpecentes, como a morfina). o Cirúrgico è INDICAÇÃO: pacientes com IMC >= 35 kg/m2 e com comorbidades: DM2, apneia do sono, HAS, dislipidemia, DAC, ICC, AVC, FA, síndrome da hipoventilacao, asma grave nao controlada, osteoartroses, hérnias discais, refluxo gastroesofágico, IMC DENOMINAÇÃO GRAU DE OBESIDADE PRESENÇA DE COMORBIDADE 30-‐34,9 OBESIDADE LEVE I ++++ 35-‐39,9 OBESIDADE MODERADA II +++ >= 40 OBESIDADE MORBIDA III Quase sempre nao necessária Ø Contra-‐indicacoes: alcoolismo, ulcera péptica, abuso de drogas, doenças psiquiátricas, CA, DAC, HBV, HCV, HIV, IRC é relativo. Ø Idade nao é fator limitante: 10-‐55 + bom senso Ø Objetivos: perda de peso sustentada e, principalmente, melhora das comorbidades (diminui risco CV) Ø As cirurgias bariátricas mais utilizadas nos EUA e em nosso meio são a banda gástrica ajustável e a gastroenteroanastomose em Y de Roux (cirurgia de Capella). Ambas têm sido realizadas pela via laparoscópica! Ø As cirurgias bariátricas agem de duas formas para promover a redução de peso. A primeira é a restrição da acomodação gástrica, por redução do estômago (com isso, o paciente tem saciedade precoce com os alimentos sólidos) – componente “restritivo”; a segunda é a redução da absorção intestinal de nutrientes – componente “disabsortivo”. I. TÉCNICA ENDOSCÓPICA i. Balão intragástrico Ø Preenchido com 400-‐700 ml de SF 0,9% + azul de metileno Ø Perda de peso de 15-‐20 kg em 6 meses Ø Sua principal indicação pelo CFM é a perda ponderal antes da cirurgia bariátrica em pacientes superobesos (IMC > 50 II. TÉCNICA RESTRITIVAS ii. Gastrectomia vertical (Sleeve) Ø Retirada da grande curvatura e do fundo gástrico Ø Estomago remanescente passa a ter volume entre 150 a 200 ml Ø Primeira etapa da duodenal switch Ø Diminuição dos níveis de Grelina (estimulante do apetite) iii. Banda gástrica ajustável Ø Dispositivo que envolve o estomago proximal Ø Reservatório gástrico de 20-‐30 ml Ø Perda de peso em média de 30 % nos primeiros anos Ø Elevada recidiva da obesidade III. TÉCNICAS DISABSORTIVAS iv. Cirurgia de Scorpinaro Ø Gastrectomia horizontal Ø Exclusão de todo o jejuno e parte do íleo (2,5 m) Ø Alca intestinal comum de 50 cm Ø Perda excesso de peso: 80% Ø Efeitos adversos: diarreia, flatud fétidos. Desnutrição, deficiência de vitaminas lipossolúveis v. Derivação biliopancreática com duodenal switch Ø Gastrectomia vertical com preservação do piloro Ø Anastomose entre o íleo e a primeira porcao do duodeno Ø Alca intestinal comum é um pouco mais longa (75 a 100 cm) Ø Perda de peso: 75-‐80% Ø Efeitos adversos: diarreia, faltus fétidos, desnutrição, deficiência de vitaminas lipossolúveis IV. TÉCNICAS MISTAS vi. Derivacão gástrica em Y Roux (Fobi-‐capella) Ø Criação de uma pequena bolsa gástrica junto à pequena curvatura Ø Exclusão do fundo, antro gástrico, duodeno e primeira porcao do jejuno Ø Reposição de vitaminas o EXPECTATIVAS: Ø < 5% com recuperação do peso podem ser considerados insatisfatórios Ø >15% com manutenção – sucesso TUTS TIREOIDE Testes: Função: Dosagem de TSH, T3 e T4 (TSH é o mais sensível). 1. HIPERTIREOIDISMO - Tireotoxicose: quadro resultante do excesso de hormônios tireoidianos. - Hipertireoidismo: tireotoxicose decorrente de uma hiperprodução de hormônios tireoidianos. CLASSIFICAÇÃO Grande diagnóstico diferencial =TIREOTOX/COSE SEM e COM HIPERTIREOIDiSMO - Com hipertireoidismo: Graves (principal causa), BMT, adenoma tóxico; induzido por iodo,mola hidatiforme, adenoma hipofisário. - Sem hipertireoidismo: tireoidite, tireotoxicose factícia, tecido ectópico (estroma ovariano). I. DOENÇA DE GRAVES – principal causa de hipertireoidismo-‐ EPIDEMIOLOGIA: Mulheres (9:1) entre 20-50 anos. -‐ PATOGENESE: Genética (HLA-DR, CTLA-4 e PTPN22) + Fatores ambientais (tabagismo, dieta rica em iodo, estresse e infecções prévias) -7 autoimunidade (produção de anticorpos que ativam o receptor do TSH) -‐ AUTOANTICORPOS:3 tipos principais: (1) Antirreceptor do TSH (TRAb), que pode antagonizar (TRAb-bloq) ou estimular o TSH (TSI); (2) Antitireoperoxidase (anti-TPO) e (3) antitireoglobulina (anti-TG). - O TRAb é o principal (90°/o). - Não são específicos (aparecem tanto em Graves como em Hashimoto). Na verdade, são marcadores de autoimunidade. -‐ QUADRO CLINICO Clínica: insônia, cansaço extremo, agitação psicomotora, incapacidade de concentração, ner- vosismo, dificuldade em controlar emoções, agressividade, sudorese excessiva, intolerância ao calor e hiperdefecação (aumento do número de evacuações diárias) e perda ponderai apesar de hiperfagia. Um achado importante é a presença de oligo/amenorreia!! Exame físico: pele quente e úmida, tremor fino, queda de cabelos, atrofia e fraqueza muscular, retração palpebral (pela exacerbação simpática) e taquicardia , hipertensão arterial divergente. Obs.: a tireotoxicose também é causa de desmineralização óssea!!! -‐ ACHADOS TIPICOS EM GRAVES 1) Bócio difuso; (2) Oftalmopatia (40%); (3) Dermopatia infiltrativa (<5%)- mixedema pré-tibial (espessamento em placas, com aspecto de 'casca de laranja') e (4) Acropatia: baqueteamento digital. Todo paciente com diagnóstico de fibrilação atrial deve ter seus hormônios tireoidianos medidos, pois essa é uma complicação comum da tireotoxicose! -‐ DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Ø Hipertireoidismo primário (TSH baixo + T4 livre aumentado). Obs.: Na tireotoxicose por Graves e Bócio nodular tóxico: T3 livre> T4 livre. Ø Casos duvidosos: TRAb e anti-TPO. -‐ TRATAMENTO (1) Drogas antitireoidianas (tionamidas: propiltiouracil- PTU e metimazol- MMZ) Inibem TPO, bloqueando a síntese de novos hormônios. Outro efeito possível seria a imunossupressão. PTU ainda in.ibe conversão periférica em altas doses. Costumam ser o primeiro tratamento no Brasil (especialmente o MMZ)- exceto bócio volumoso, toxicidade medicamentosa ou não aderência. -‐ Acompanhamento com T4L (normalização do TSH ocorre lentamente- 3 meses). -‐ Tratamento é mantido por 1-2 anos. Cerca de 50o/odos pacientes remitem. -‐ Complicação mais temida: agranulocitose, com neutropenia grave (procurar atendimento médico sempre que houver febre ou dor de garganta). Hepatite (PTU), colestase (MMZ) e vasculite ANCA positivo também podem aparecer. (2) Radioablação com lodo radioativo Escolha nos EUA. Bom para pacientes idosos (risco cirúrgico elevado) ou que já foram submetidos à cirurgia. A melhora é lenta com destruição progressiva da glândula, sendo frequente o hipotireoidismo (principal complicação). - Gravidez e aleitamento materno são contraindicações absolutas!!! Na criança e adolescente é controverso, embora estudos mostrem um bom perfil de segurança. -‐ Cuidado na oftalmopatia: piora possível, principalmente nos tabagistas - protocolos com corticoide podem ser usados para prevenir esta complicação. -‐ Outro problema é a tireoidite por irradiação - idosos e cardiopatas devem fazer pelo menos 1 mês antes drogas antitireoidianas. 3) Cirurgia Tireoidectomia subtotal ou quase total. (Boa para pacientes novos, bócios volumosos, suspeita de malignidade, gestantes alérgicas a tionamidas e pacientes que não queiram fazer iodo radioativo). Preparo pré-operatório: drogas antitireoidianas (6 semanas antes) + iodeto de potássio- Lugol (7-10 dias antes). ü Qual seria o tratamento de escolha? Depende! De uma forma geral, costuma-se tentar primeiro a terapia antitireoidea com PTU ou MMZ. A terapia ablativa costuma estar indicada nos casos de: recidiva ou recaída após tratamento medicamentoso; bócio volumoso; toxicidade medicamentosa; não aderência ao tratamento. Para escolher a terapia ablativa (iodo ou cirurgia), Lembre-se: o iodo em excesso quando usado agudamente pode bloquear a produção dos hormônios tireoidianos, pelo famoso efeito de Wolf-Chaikoff. è Drogas coadjuvantes: (1) Betabloqueadores (controle das manifestações adrenérgicas); (2) Lítio (nos pa- cientes alérgicos a tionamidas). è Oftalmopatia: Curso independente do tratamento do hipertireoidismo, podendo ser agravada pelo iodo radioativo. - Tratamento: suporte nos casos leves (colírios e óculos escuros, cabeceira elevada); interromper tabagismo; corticoterapia nos casos graves (compressão do nervo óptico, quemose; ulceração de córnea). Radioterapia e cirurgia de descompressão orbitária -- è Gestantes: Terapia de escolha: drogas, com preferência pelo propiltiouracil (não teratogênico) no 1o trimestre e MMZ no restante da gravidez (risco de hepatite pelo PTU). CRISE TIREOTÓXICA Estado de exacerbação dos achados da tireotoxicose, com evidências de descompensação de um ou mais sistemas. Podemos encontrar confusão, delirium, agitação, psicose, estupor e até coma. Outros sinais clássicos são: febre alta, insuficiência car- díaca de alto débito, hipertensão com PA divergente, taquicardia acentuada, FA aguda, icterícia, sudorese intensa, diarreia, náusea e vômitos. - QUADRO CLÍNICO (1) Alteração no estado mental, variando desde agitação e psicose franca até estupor e coma; (2) Hipertermia; (3) Taquicardia e Insuficiência cardíaca de alto débito; (4) Disfunção hepática e gastrointestinal, com diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal e icterícia. - TRATAMENTO (1) PTU em altas doses (MMZ não bloqueia conversão periférica de T4 em T3); (2) lodo (administrado pelo menos 1 hora após o PTU para evitar o efeito Jod-Basedow); (3) Propranolol; (4) Dexametasona (para evitar insuficiência suprarrenal, além de possuir efeito bloqueador na conversão de T4 em T3). II. BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO Causado pelo desenvolvimento de múltiplos nódulos, de tamanhos variados, produtores de hormônios tireoidianos. -‐ EPIDEMIOLOGIA: Mulheres > 50 anos. -‐ QUADRO CLINICO: Tireotoxicose menos exuberante com mais sintomas compressivos, como tosse (traqueia), disfagia (esôfago) e rouquidão (nervo laríngeo recorrente). Sinal de Pemberton: sufusão facial e distensão de jugular quando eleva os braços ("bócio mergulhante"). -‐ EXAME DIAGNÓSTICO: Cintilografia tireoidiana: múltiplos nódulos hipercaptantes. -‐ TRATAMENTO: Terapia de escolha: cirurgia (tireoidectomia subtotal) ou radioiodo em caso de risco cirúrgico elevado. (Não ocorre remissão espontânea com drogas antitireoidianas). III. ADENOMA TÓXICO-‐ DOENÇA DE PLUMMER -‐ Nódulo tireoidiano autônomo hiperfuncionante. -‐ QUADRO CLÍNICO: Tireotoxicose e nódulo identificável à palpação. -‐ DIAGNÓSTICO: Cintilografia: nódulo hipercaptante. -‐ TRATAMENTO: lodo radioativo! Outras opções incluem cirurgia para jovens e nódulos muito grandes (lobectomia + ist- mectomia) e injeção percutânea de etanol guiada por USG. IV. HIPERTIREOIDISMO SECUNDÁRIO -‐ Hormônios liberados pela destruição da glândula ou por uma fonte extratireoidiana exógena ou endógena. -‐ DIAGNÓSTICO: T4 livre aumentado + TSH aumentado ou normal + TC ou RM de sela túrcica para detecção de adenoma de hipófise. -‐ TRATAMENTO: Hipofisectomia transfenoidal. V. TIREOTOXICOSE SEM HIPERTIREOIDISMO -‐ Hormônios liberados pela destruição da glândula ou por uma fonte extratireoidiana exógena ou endógena. -‐ ACHADO CARACTERÍSTICO: Captação reduzida de iodo radioativo. -‐ PRINCIPAIS CAUSAS: (1) Tireoidites;
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