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Resumo de Epidemiologia I (Parte 4)

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Resumo de Epidemiologia I – Parte 4 
 
 Aula 9: Indicadores de Saúde e Demografia 
 
 Teoria da Transição Demográfica: passagem de um contexto 
populacional onde prevalecem altos coeficientes de mortalidade e natalidade para 
um contexto onde esses coeficientes assumem valores muito reduzidos (século 
XX). Essa teoria relaciona as transformações demográficas (coeficientes de 
natalidade e mortalidade) com o processo de industrialização. Pode ser dividido 
em fase pré-industrial (crescimento populacional lento), fase de 
industrialização (crescimento populacional intenso, sendo chamado também de 
crescimento transicional) e fase da consolidação da sociedade industrial 
(tendência populacional estável ou regressiva). Além disso, essa teoria também 
admite outra classificação mais detalhada em diferentes fases, como mostra o 
quadro abaixo: 
 
O Brasil se encontra, atualmente, na fase 3 da transição demográfica, 
enquanto os países desenvolvidos se encontram na fase 4. 
 Indicadores de transição demográfica no Brasil 
 
1) Natalidade e mortalidade: determinam o crescimento vegetativo de uma 
população. 
2) Crescimento vegetativo: diferença entre os coeficientes de natalidade e 
mortalidade num determinado período. Expressa a força com quem a 
população vem aumentando ou diminuindo ao longo do tempo. 
3) Coeficiente de natalidade: relação entre o número de nascimentos com 
referência à população total. Representa a frequência com que ocorrem os 
nascimentos em uma determinada população: 
Fases da Transição Demográfica 
Fase 1 Sociedades pré-industriais; coeficientes de natalidade e 
mortalidade muito altos; crescimento populacional lento 
Fase 2 Processo de industrialização; diminuição do coeficiente de 
mortalidade; coeficiente de natalidade continua elevado; 
explosão populacional 
Fase 3 Coeficiente de natalidade inicia processo de redução; 
coeficiente de mortalidade continua reduzindo; 
envelhecimento populacional 
Fase 4 Sociedades pós-industriais; coeficientes de natalidade e 
mortalidade reduzidos; crescimento populacional lento 
em equilíbrio; aumento da expectativa de vida; 
envelhecimento populacional 
 
 
 
 
 
4) Fecundidade: relaciona o número de nascidos vivos, ocorridos em um 
determinado período, com o número de mulheres em idade fértil (que vai 
dos 15 aos 49 anos). É o principal componente responsável pelas 
transformações demográficas no Brasil durante o século XX e sua queda não 
pode ser dissociada das transformações sociais como os papeis sociais da 
mulher e a composição da família. 
 
 
 
 
 
 
É importante lembrar que as fontes de dados para a obtenção de todas as 
informações listadas até aqui são os registros civis, a Declaração de Nascidos Vivos 
e a Certidão de Nascimento, obtidos através do IBGE e SINASC (Sistema de 
Informação em Nascidos Vivos). Além disso, recenseamentos e inquéritos também 
são úteis a esse fim. 
5) Taxas de crescimento: o comportamento da fecundidade, natalidade e 
mortalidade acarretou uma tendência de redução no ritmo de crescimento 
populacional durante a segunda metade do século XX (1960-1970). Como 
consequência, houve um acúmulo progressivo de maiores contingentes 
populacionais nas faixas etárias mais avançadas, com redução proporcional 
de jovens e crianças e aumento proporcional de adultos e idosos. Isso 
acarreta modificações visíveis na pirâmide etária brasileira. 
6) Esperança de vida ao nascer: número médio de anos de vida esperados 
para um recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade existente na 
população residente, em determinado espaço geográfico, no ano 
considerado. 
 
 Transição Epidemiológica: significa, na prática, a mudança de um 
determinado padrão de indicadores de morbimortalidade para outro padrão 
desses indicadores. Ela ocorre concomitantemente à transição demográfica, 
ou seja, uma atua como causa para e consequência da outra. Por isso elas estão 
intimamente relacionadas entre si e às condições sociais da região considerada. Em 
um mesmo país, então, podem ocorrer momentos distintos dessas transições 
conforme as condições socioeconômicas variáveis, criando um padrão heterogêneo 
de transição demográfica e epidemiológica em um mesmo país ou entre vários 
países. Os fatores que influem na transição epidemiológica são alterações 
associadas à estrutura etária da população ocorridas ao longo do processo 
de transição demográfica e alterações de longa duração nos padrões de 
morbidade/mortalidade (substituição de doenças infecciosas e parasitárias 
e das deficiências nutricionais por doenças crônico-degenerativas e causas 
externas). 
Assim como a transição demográfica, a transição epidemiológica pode ser divida 
em fases, neste caso, as Eras de Omram, detalhadas no quadro abaixo: 
 
O Brasil se encontra, atualmente, na Era 3 de Omram. 
Alguns fatores que permitiram a elevação das condições de vida no século XX 
podem ser elencados, como: saneamento urbano, melhoria nas condições de 
nutrição, elevação do grau de escolaridade, desenvolvimento de novas tecnologias 
em saúde e ampliação da cobertura dos serviços (a oferta dos serviços é um 
indicador importante para mensurar as condições de vida da população). 
No caso do Brasil, ainda podemos citar algumas observações importantes. Nosso 
país começou seu processo de transição demográfica e epidemiológica na década 
de 1940, atingindo um ápice de crescimento vegetativo durante a década de 1960. 
Isso mostra que, nessa época, o Brasil transitava entre as fases 2 e 3 da transição 
demográfica, reduzindo gradativamente seu coeficiente de mortalidade e, apenas 
posteriormente, seu coeficiente de natalidade (o que resulta em crescimento 
vegetativo elevado incialmente). Ainda é preciso ressaltar que a transformação dos 
perfis epidemiológicos apresenta um caráter diferenciado que não se adequa 
necessariamente ao modelo de substituição de doenças. Observa-se uma 
superposição dos contextos epidemiológicos (em que coexistem doenças 
crônicas e doenças transmissíveis) e há, também, uma reintrodução de processos 
infecciosos (cólera e dengue) e uma persistência de doenças (malária, 
Eras de Omram da Transição Epidemiológica 
1. Era da 
Pestilência e da 
Fome (até o final 
da Idade Média) 
 Mortalidade elevada e flutuante; predominância da 
desnutrição e das doenças infecciosas e parasitárias 
(endêmicas, epidêmicas e, às vezes, pandêmicas); alta 
fecundidade; natalidade moderada ou elevada; baixa 
expectativa de vida 
2. Era de Declínio 
das Pandemias 
(da Renascença 
até início da 
Revolução 
Industrial) 
 Redução das epidemias, apesar de ainda haver 
predominância de doenças infecciosas nas causas de 
morte; melhoria no padrão de vida (aumento da 
expectativa de vida devido à queda dos coeficientes de 
mortalidade) 
3. Era das 
Doenças 
Degenerativas e 
provocadas pelo 
homem (da Rev. 
Industrial até a 
Idade 
Contemporânea) 
 Redução ou estabilização da mortalidade em níveis 
baixos; diminuição relativa das doenças infecciosas e 
aumento das doenças crônico-degenerativas e causas 
externas; melhoria nas condições sociais da população; 
diminuição da fecundidade, envelhecimento da população 
e aumento da expectativa de vida 
tuberculose, hanseníase e leishmaniose). Assim, ocorre um processo de transição 
prolongada, e as situações epidemiológicas em um mesmo país, ao longo de 
diferentes regiões, são diferentes entre si (o que é chamado de polarização 
epidemiológica/geográfica), devido à altaheterogeneidade e desigualdade em 
nossa nação.

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