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PENAL TEORIA DA COCULPABILIDADE E TEORIA DA COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS

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@DeltaCaveira10 
TEORIA DA COCULPABILIDADE 
Imputa ao Estado e a sociedade parcela da responsabilidade social pelos atos criminosos dos agentes em 
razão das desigualdades sociais. Não há exclusão da culpabilidade, mas essas circunstâncias externas 
devem ser consideradas na dosimetria da pena. 
Para os seus adeptos, a carga de valores sociais negativos deve ser considerada, em prol do réu, uma 
atenuante inominada, na forma prevista no art. 66 do Código Penal: 
“a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, 
embora não prevista expressamente em lei.” 
 
É aceita pela Jurisprudência? 
Não! 
 
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. CONDENAÇÃO. APELAÇÃO JULGADA.PRETENSÕES DE 
ABSOLVIÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO. VIA INADEQUADA. EXAMEAPROFUNDADO DAS PROVAS. 
TEORIA DA CO-CULPABILIDADE DO ESTADO. NÃOCONFIGURAÇÃO. ORDEM DENEGADA. (...) 2. O 
Superior Tribunal de Justiça não tem admitido a aplicação da teoria da co-culpabilidade do Estado 
como justificativa para a prática de delitos. Ademais, conforme ressaltou a Corte estadual, sequer restou 
demonstrado ter sido o paciente prejudicado por suas condições sociais. 3. Habeas corpus denegado. 
(STJ - HC: 187132 MG 2010/0185087-8, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de 
Julgamento: 05/02/2013, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/02/2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO? 
(MPE-PB – 2010 – MPE/PB – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo 
do Direito Penal para apontar e evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída à sociedade 
quando da prática de determinadas infrações penais pelos seus supostos cidadãos. 
 
Gabarito: Correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@DeltaCaveira10 
TEORIA DA COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS 
Como consequência da teoria da coculpabilidade surgiu a teoria da coculpabilidade às avessas, 
desenvolvida em duas perspectivas fundamentais: 
a) A primeira diz respeito à identificação crítica da 
seletividade do sistema penal e à incriminação da 
própria vulnerabilidade. Em outras palavras, o Direito 
Penal direciona seu arsenal punitivo contra os 
indivíduos mais frágeis, normalmente excluídos da 
vida em sociedade e das atividades do Estado. Por 
esta razão, estas pessoas se tornam as 
protagonistas da aplicação da lei penal: a maioria dos 
acusados em ações penais são homens e mulheres 
que não tiveram acesso ao lazer, à cultura, à 
educação; eles também compõem com intensa 
densidade o ambiente dos estabelecimentos penais. 
É a tipificação de condutas que só podem ser 
praticadas por pessoas marginalizadas. Ex.: Arts. 59 
(vadiagem) e 60 (mendicância, revogado pela lei 
11.983/2009), da Lei de Contravenções Penais. 
 
b) A segunda é divergente na doutrina moderna: 
 
Para uma primeira corrente, defendida por Rogério 
Sanches, se traduz no abrandamento à sançáo de 
delitos praticados por pessoa com alto poder 
econômico e social, como no caso dos crimes de 
colarinho branco (crimes contra a ordem econômica 
e tributária). Ex.: extinção da punibilidade pelo 
pagamento da dívida nos crimes contra a ordem 
tributária. 
 
Para uma segunda corrente, defendida por Cleber 
Masson, envolve a reprovação penal mais severa no 
tocante aos crimes praticados por pessoas dotadas 
de elevado poder econômico, e que abusam desta 
vantagem para a execução de delitos (tributários, 
econômicos, financeiros, contra a Administração 
Pública etc.), em regra prevalecendo-se das 
facilidades proporcionadas pelo livre trânsito nas 
redes de controle político e econômico. 
 
 
 
 
 
 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM CONCURSO? 
(MPE-GO – 2013 – MPE/GO – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A outra face da teoria da coculpabilidade pode 
ser identificada como a coculpabilidade às avessas, por meio da qual defende-se a possibilidade de 
reprovação penal mais severa no tocante aos crimes patricados por pessoas dotadas de elevado poder 
econômico, e que buscam desta vantagem para a execução de delitos. 
 
Gabarito: Correta. 
 
Nota-se que a banca adotou a segunda Perspectiva, na corrente defendida por Cleber Masson.

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