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Informativo 862-STF (08/05/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
Informativo 862-STF (RESUMIDO) 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
DIREITO À EDUCAÇÃO 
Universidades públicas podem cobrar mensalidade em cursos de especialização 
 
Importante!!! 
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades 
públicas de mensalidade em cursos de especialização. 
STF. Plená rio. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 26/4/2017 (repercussá o gerál) (Info 862). 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere 
automaticamente ao Poder Público a responsabilidade pelo seu pagamento 
 
Importante!!! 
O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere 
automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em 
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. 
Obs: a tese acima foi a fixada pelo STF. No entanto, penso que é importante um esclarecimento 
revelado durante os debates: é possível sim, excepcionalmente, que a Administração Pública 
responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa contratada e que não foram pagas, 
desde que o ex-empregado reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que houve 
efetiva falha do Poder Público na fiscalização do contrato. 
STF. Plená rio. RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosá Weber, red. p/ o ác. Min. Luiz Fux, julgádo em 
26/4/2017 (repercussá o gerál) (Info 862). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 862-STF (08/05/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
SERVIDORES PÚBLICOS 
Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto 
 
Importante!!! 
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a 
incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos 
vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos 
ganhos do agente público. 
Ex: se determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio 
integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria 
considerado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite 
previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. 
STF. Plená rio. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Márco Aure lio, julgádos em 26 e 27/4/2017 
(repercussá o gerál) (Info 862). 
 
 
BENS PÚBLICOS 
Continuam pertencendo à União os terrenos de marinha 
situados em ilha costeira que seja sede de Município 
 
Importante!!! 
A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição 
Federal, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de 
Municípios. 
STF. Plená rio. RE 636199/ES, Rel. Min. Rosá Weber, julgádo em 27/4/2017 (repercussá o gerál) (Info 862). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
COMPETÊNCIA 
Não compete ao STF julgar execução individual de sentença coletiva mesmo que 
tenha julgado a lide que originou o cumprimento de sentença 
 
Importante!!! 
Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças 
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição 
cabe aos órgãos judiciários competentes de primeira instância. 
STF. 2ª Turmá. PET 6076 QO /DF, rel. Min. Diás Toffoli, julgádo em 25/4/2017 (Info 862). 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 862-STF (08/05/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
PRISÃO PREVENTIVA 
Descumprimento de colaboração premiada não justifica, por si só, prisão preventiva 
 
Importante!!! 
Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter descumprido 
acordo de colaboração premiada. 
Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de 
colaboração premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do 
acordo, seja restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. 
Por essa razão, o descumprimento do que foi acordado não justifica a decretação de nova 
custódia cautelar. 
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não 
podendo o decreto prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo. 
STF. 1ª Turmá. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 25/4/2017 (Info 862). 
 
HABEAS CORPUS 
Não cabimento de habeas corpus contra decisão monocrática de Ministro do STJ 
 
Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que 
não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário 
que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais 
ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). 
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se 
mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à 
jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus. 
STF. 1ª Turmá. HC 139612/MG, Rel. Min. Alexándre de Moráes, julgádo em 25/4/2017 (Info 862).

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