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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS LETÍCIA VIEIRA EMILIANO CAMARGO PEDRO HENRIQUE SILVA MIRANDA BALANÇO DE MASSA E ENERGIA – PANDA SORVETES & PICOLÉS PALMAS/TO 2017 LETÍCIA VIEIRA EMILIANO CAMARGO PEDRO HENRIQUE SILVA MIRANDA BALANÇO DE MASSA E ENERGIA – PANDA SORVETES & PICOLÉS Balanço de massa e energia do pro- cessamento de sorvete, apresentado junto à Universidade Federal do Tocantins para obtenção de nota parcial da disciplina de Fundamentos da Engenharia de Alimentos do Curso de Engenharia de Alimentos, sob orientação do Prof. Dr. Abraham Damian Giraldo Zuniga. PALMAS/TO 2017 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 2. INDÚSTRIA EM ESTUDO .................................................................................. 5 2.1 Informações gerais ......................................................................................... 5 2.2 Localização da Unidade Industrial .................................................................. 5 3. FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO .......................................................... 6 4. MATÉRIAS PRIMAS .......................................................................................... 8 4.1. Água ................................................................................................................... 8 4.2. Leite em pó ........................................................................................................ 8 4.3. Gordura Vegetal ................................................................................................. 9 4.4. Açúcar cristal ...................................................................................................... 9 4.5. Emulsificantes .................................................................................................... 9 4.6. Estabilizantes ................................................................................................... 10 4.7. Glicose ............................................................................................................. 10 4.8. Saborizantes .................................................................................................... 10 5. EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 11 6. BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA .............................................................. 14 6.1 Balanço de Massa ............................................................................................ 14 6.2 Balanço de Energia .......................................................................................... 14 7. PRODUTO ....................................................................................................... 19 8. CONCLUSÃO .................................................................................................. 20 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 21 4 1. INTRODUÇÃO No Brasil, a data de chegada do sorvete é 1834, consequentemente, sua popularidade ocorreu nos anos seguintes. Nessa época, o sorvete era consumido assim que preparado, devido a ausência de meios de refrigeração para conservar o produto. Em 2016 o consumo de sorvete teve a marca de um milhão de litros, segundo a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes. A indústria de sorvetes exige renovação e oferta constante de novas opções aos consumidores. A popularidade destas sobremesas geladas deve-se ao fato de ser um produto pronto para consumo, amplamente disponível, de valor nutritivo desejável dependendo de sua formulação. Possuem formas, cores e sabores atrativos que agradam aos mais variados paladares. Além de combinar muito bem com o clima tropical do país, o mercado brasileiro oferece atualmente diversos ingredientes e produtos os quais podem ser usados para enriquecer e diversificar ainda mais o produto, exemplo típico são os frutos da região do cerrado (MALANDRIN, 2001 apud MORZELLE, 2012). Na fabricação do sorvete, existem vários processos que utilizam a variação da temperatura, provocando choques térmicos que propiciam o aparecimento de cristais de gelo, alterando a textura cremosa do produto para uma áspera (CORREIA, 2007). Alguns conhecimentos podem ser aplicados no processamento do sorvete, como: balanço de massa e balanço de energia. Um balanço de massa é uma aplicação do princípio da conservação da massa para a análise de sistemas físicos. Pela medição de material entrando e deixando um sistema, fluxos de massa podem ser identificados, os quais podem ser desconhecidos, ou difíceis de serem conhecidos sem esta técnica. A lei de conservação de massa é usada na análise do sistema, já que matéria não pode desaparecer ou ser criada espontaneamente. Portanto, balanços de massa são amplamente utilizados em engenharia. O balanço de energia por sua vez, é uma exposição sistemática dos fluxos e transformações de energia em um sistema. A base teórica para um balanço energético é a primeira lei da termodinâmica segundo a qual a energia não pode ser criada ou destruída, apenas modificada em forma. As fontes de energia ou ondas de energia são, portanto, as entradas e saídas do sistema em observação. Tendo como base estes conceitos, o presente trabalho tem como objetivo, realizar um balanço de massa e de energia do sorvete de massa, sabor abacaxi, produzido pela 5 Panda Sorvetes & Picolés, de modo a fixar os conhecimentos aprendidos em sala através da disciplina Fundamentos da Engenharia de Alimentos. 2. INDÚSTRIA EM ESTUDO 2.1 Informações gerais Uma indústria a mais de 12 anos no mercado, sediada na cidade de Palmas no estado do Tocantins, a Panda Sorvetes & Picolés, é especializada na fabricação de produtos gelados (sorvetes e picolés). Seu mercado vem ganhando espaço no estado, atualmente a produção de sorvete gira em torno de 800 a 1000 litros por dia. São produzidos diferentes sabores de sorvete picolés ao longo do dia. A empresa vende seus produtos em atacado, varejo e também atendendo festas e eventos. 2.2 Localização da Unidade Industrial A panda tem seus produtos distribuídos nos maiores hipermercados da cidade e concorre com grandes marcas. Atualmente a empresa fica localizada: Quadra 104 Sul, Rua SE 11, Lt 13 Cj 04 Centro - Palmas – TO. (FIGURA 1) FIGURA 1 - FONTE: Google Maps (2017). 6 3. FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO FIGURA 2 - Fluxograma de processo do sorvete de abacaxi. Recepção Matéria Prima Estocagem Pesagem Matéria Prima Mistura Homogeneização Resfriamento Incorporação do ar Preparo/Adição do caramelo Acondicionamento Evasamento/Embalagem Armazenamento 7 Recepção da matéria prima e estocagem: Os ingredientes açúcar cristal, leite em pó, aroma de abacaxi, limonela, liga neutra, glicose, aroma, estabilizante e as embalagens são estocados em temperatura ambiente, em local fresco e ventilado, sem a incidência de raios solares. Já a polpa de abacaxi e a gordura vegetal são estocados em local refrigerado. A água deve ser potável e seu reservatório deve ser mantido limpo. Pesagem da matéria prima: A pesagem é feita em uma balança com capacidade de 15 kg, onde pesa-se um a um os ingredientes para a formulaçãoda calda base. Mistura: A mistura é conhecida também como calda. Os ingredientes líquidos são colocados em um recipiente e a agitação manual e o aquecimento são iniciados. Durante a agitação, quando a temperatura de 50°C é atingida, os ingredientes em pó são adicionados. Esses são previamente misturados ao açúcar para facilitar a dissolução. Nessa fase, apenas o caramelo de abacaxi não é adicionado. Homogeneização: Usa-se o misturador térmico neste processo, onde a mistura obtida anteriormente, passa cerca de 15 minutos em agitação mecânica. Daqui, a mistura segue para sorveteira contínua. Resfriamento: A mistura vinda do misturador chega a máquina contínua, onde permanece nesta até que sua temperatura abaixe, ocorrendo o resfriamento da calda base. Caso a calda não seja resfriada rapidamente, ficará muito viscosa e o sorvete não se derreterá suavemente na boca. Incorporação do ar: O ar deve ser incorporado para evitar a formação de cristais de gelo. Esse processo bem feito faz com que o sorvete fique suave no corpo e na textura, tenha bom sabor e bom “overrun”. Preparação/Adição do caramelo: O caramelo de abacaxi consiste de polpa de abacaxi com adição de açúcar cristal, é preparado utilizando o fogão industrial, onde forma-se algo semelhante a uma geleia, porém, menos viscosa. O caramelo é adicionado manualmente, após a saída da calda base da máquina contínua. Acondicionamento: Após a adição do caramelo, o sorvete, então localizado dentro de um recipiente plástico, é deslocado ao freezer horizontal, onde permanecerá por até 2 horas. Envasamento/Embalagem: Retirado o sorvete do freezer, este é colocado na envasadora, onde sairá e será embalado em sua respectiva embalagem. 8 Armazenamento: Feita a embalagem, o sorvete é levado à câmara fria onde permanecerá no mínimo 24 horas em uma temperatura de -20 °C. O produto está pronto para o consumo. 4. MATÉRIAS PRIMAS O sorvete é um tipo de produto que agrada diversos tipos de público consumidor, sejam de diferentes faixas etárias ou classe social. Pela sua sensação de frescor, o sorvete combina bem com o clima quente do Brasil, onde existe uma variada disponibilidade de frutas e outros ingredientes que podem agregar novas receitas e atender diferentes paladares (ARBUCKLE, 1986 apud MAIA, 2008). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sorvete ou gelado comestível é “um produto alimentício obtido a partir de uma emulsão de gordura e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e substâncias, ou de uma mistura de água, açúcares e outros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento, em condições tais que garantam a conservação do produto no estado congelado ou parcialmente congelado, durante a armazenagem, o transporte e a entrega ao consumo” (Brasil, 2005). Baseado nos ingredientes utilizados pela Panda, tem-se como base para produção de sorvete de abacaxi: água, leite em pó, gordura vegetal, açúcar cristal, emulsificante, estabilizante, glicose e saborizantes. 4.1. Água A água além de ser uma matéria prima utilizada na fabricação do sorvete ela é utilizada em outras atividades diárias da empresa a água é fornecida pela companhia de água e saneamento de Palmas - TO (Saneatins). 4.2. Leite em pó Segundo Miguel (2010), o leite em pó no durante o congelamento facilita o processo de cristalização de forma mais homogênea do produto final. Além mais segurança do produto, pois o processamento de secagem do leite garante maior qualidade microbiológica do produto e menos preocupação na recepção e armazenamento do mesmo. 9 4.3. Gordura Vegetal A presença de gordura no sorvete contribui para o desenvolvimento de uma textura suave e melhora o corpo do produto. A gordura láctea é o ingrediente de maior importância no sorvete e pode variar de 0 a 24%, dependendo de fatores como padrões legais, qualidade e preço. Este ingrediente fornece energia, ácidos graxos essenciais, esteróis e interage com outros ingredientes desenvolvendo o sabor (transporta os sabores solúveis em gorduras, lubrifica a boca, confere cremosidade) e a estrutura (Souza, 2010). 4.4. Açúcar cristal Os açúcares além de produzir o sabor doce e fornecer o aporte energético, aumentam a viscosidade do sorvete, são responsáveis pela formação de uma textura suave. Lactose, açúcar naturalmente presente no leite, conferi sabor doce e contribui para a textura do sorvete. Porém, quando adicionada em excesso, pode cristalizar-se e produzir um sorvete com textura arenosa pois ela possui menor poder adoçante e menor solubilidade do que outros açúcares (Miguel, 2010). 4.5. Emulsificantes Segundo Souza (2010), os emulsificantes são substâncias químicas com uma parte da molécula hidrofóbica e outra hidrofílica, que possibilitam a formação de uma emulsão reduzindo a tensão superficial. No sorvete existem dois tipos de emulsão: emulsão gordura em água e emulsão ar em calda, parcialmente congelada. No sorvete, os emulsificantes são usados para promover a uniformidade durante o batimento, reduzir o tempo de batimento da calda, controlar a aglomeração e o reagrupamento da gordura durante a etapa de congelamento (estabiliza a emulsão de gordura) e facilitar a distribuição das bolhas de ar, produzindo um sorvete com corpo e textura cremosa típica. Os emulsificantes também reduzem os efeitos negativos causados pela flutuação da temperatura e aumentam a resistência ao derretimento. O uso excessivo de emulsificante pode resultar em derretimento muito lento e alterações nas características desejáveis de corpo e textura. Os agentes emulsificantes são adicionados para melhorar a capacidade de retenção de ar na mistura, aumento do volume ou “overnun”, auxiliar na emulsão da matéria gorda, melhorar a textura do sorvete e aumentar à resistência a fusão (AMIOT, 1991). 10 4.6. Estabilizantes Estabilizantes são substâncias que auxiliam a manter uma emulsão quando ela é formada. Na fabricação de sorvetes os estabilizantes são os agentes que, devido à capacidade de reter água podem prevenir a formação de grandes cristais de gelo durante o congelamento e estocagem, além de aumentar a viscosidade da mistura, permitindo melhor distribuição de ar no produto durante a batedura. A retenção de água pode se dar por interações químicas do tipo pontes de hidrogênio ou pele formação de uma estrutura espacial, a qual reduz a mobilidade da água livre. Os estabilizantes conferem ao sorvete corpo e textura suave, pelo fato de retardarem a formação de cristais de gelo durante as oscilações térmicas, além de conferir uniformidade e resistência à fusão (MOSQUIM, 1999). 4.7. Glicose A glicose, produto obtido pela hidrólise completa do amido, contribui para a obtenção de um produto mais firme, e por possuir menor poder de edulcorante que a sacarose, quando utilizada em conjunto com esta permite o emprego de maior quantidade total de açúcar. Além do efeito na qualidade do sorvete, os adoçantes são a fonte mais barata de sólidos totais da mistura (VIOTTO, 1997). 4.8. Saborizantes O sabor é considerado a característica mais importante do sorvete, sendo o resultado da mistura dos sabores de todos os ingredientes. O sabor é uma resposta do sentido que inclui o olfato (cheiro), gustação (gosto), e componentes de tato (sensação bucal). O sorvete, por ser um alimento lácteo congelado, tem vários componentes de sabor facilmente definidos: gosto doce, cremoso, suave, frio, refrescante, leve e capaz de liberar componentes aromáticos, quando de seu derretimento na boca (MOSQUIM, 1999). Uma ampla gama de sabores pode ser usada: baunilha,de chocolate, de castanha, de amêndoa ou de polpas de frutas: abacaxi, morango, côco e etc. Os sabores de frutas podem ser obtidos a partir de frutas frescas, em conserva, em concentrados e em geleia. Aos sabores de frutas, geralmente se adiciona ácido, para ressaltar o sabor da fruta. Os ácidos mais empregados são o cítrico e o tartárico, e são dosados em 0,35% de ácido, calculado; como ácido láctico. Devem ser adicionados antes de congelar a mistura, em solução (COELHO e ROCHA, 1995). 11 5. EQUIPAMENTOS Balança Equipamento Balança Toledo Prix 3 Fit Fornecedor Toleto Capacidade 15 kg Potência 0,24 a 097 w Ilustração Fogão Equipamento Fogão com Pé Fundiferro 2 Bocas Fornecedor Fundiferro Limitada EPP Capacidade 30 kg Potência Queimador rápido: 1,0 - 2,4 kW Ilustração Misturador térmico Equipamento Misturador térmico Fornecedor J&B Negrini Capacidade 100 litros Potência 4100 w 12 Ilustração Produtora Contínua de Sorvete Equipamento Produtora Contínua de Sorvete Fornecedor Cabral Indústria de máquinas para soverteria Capacidade 200 litros por hora Potência ------------ Ilustração Freezer Equipamento Freezer e Refrigerador, dupla ação 2 tampas Fornecedor Metal Frio Capacidade 546 litros Potência 331w Ilustração Envasadora de Potes Equipamento Envasadora de Potes Fornecedor Cabral Indústria de máquinas para soverteria Capacidade 3 tanques de 35 litros cada 13 Potência ------------ Ilustração Câmara fria Equipamento Câmara Fria para sorvetes Fornecedor Gfrio Capacidade --------- Potência ---------- Ilustração 14 6. BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA 6.1 Balanço de Massa FIGURA 2 – Balanço de Massa Global do Processamento do Sorvete de Abacaxi. Ar (50%) = 0,100 kg Insumos Calda base* 87,5 kg (*) – Insumos Calda Base: água 56 kg; leite em pó 10,350 kg; liga neutra 0,420 kg; gordura vegetal 3,450 kg; açúcar 12 kg; sal 0,050 kg; glicose 2,150 kg; aroma de abacaxi 3 kg; limonela 0,080 kg. No processamento do sorvete de massa sabor abacaxi, obteve-se como quantidade de produto final aproximadamente 108 kg de sorvete. Os cálculos foram realizados usando o princípio da conservação da massa (Entrada = Saída), as possíveis perdas pelo transporte de uma máquina a outra não foram consideradas. 6.2 Balanço de Energia Para calcular a quantidade de calor necessário para o resfriamento e aquecimento de cada etapa no processamento do sorvete de abacaxi foi usada as seguintes equações: 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) 𝑄 = 𝐶𝑝 . 𝑚 Calda Base de Abacaxi Saboriza- ção Final Sorvete de massa (Abacaxi) Produto = 108,28 kg Caramelo = 20,68 kg de abacaxi 15 Onde: Q: Calor (kJ); Cp: Capacidade Calorífica (kJ / Kg °C); m : Massa; T2: Temperatura Final; T1: Temperatura Inicial; QUADRO 9 - Ponto de congelamento (PC), Calor especifico (Cp) e Calor Latente (Cl). Referências (R): (1) RHA, 1986; (2) ASHAE, 1984. Alimentos PC (°C) Cp (kJ/Kg°C) acima do PC Cp (kJ/Kg°C) abaixo do PC Cl ( Kj / Kg) R Açúcar 0,836 0,836 167,2 1 Sorvete 10%de gordura -5 3,34 1,88 204,82 2 Abacaxi -1,2 3,67 1,88 263,34 1-2 Caramelo de abacaxi 3,5 1,358 215,27 Sorvete e caramelo 3,42 1,619 210,045 1° Balanço de Energia (Mistura da Calda de (25 – 70)°C): 𝑄 = 𝐶𝑝 . 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) 𝑄 = 87,5 𝑘𝑔 × 3,34 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (70 − 25)°𝐶 𝑄1 = 13151,25 𝑘𝐽 2° Balanço de Energia (Homogeneização de (70 – 25)°C): 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) 𝑄 = 87,5 𝑘𝑔 × 3,34 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (25 − 70)°𝐶 𝑄2 = −13151,25 𝑘𝐽 16 3° Balanço de Energia (Resfriamento de (25 – - 6) °C): 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) Como o ponto de congelamento do sorvete é -5°C a calda do sorvete primeiro vai resfriar de 25°C até -5°C e depois vai ter o segundo resfriamento de -5°C até -6°C. 𝑄𝑠1 = 87,5 𝑘𝑔 × 3,34 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−5 − 25)°𝐶 𝑄𝑠1 = −8767,7 𝑘𝐽 𝑄𝑙 = 87,5 𝑘𝑔 × 204,82 𝑘𝐽 𝑘𝑔 𝑄𝑙 = 17921,75 𝑘𝐽 𝑄𝑠2 = 87,5 𝑘𝑔 × 3,34 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−6 + 5)°𝐶 𝑄𝑠2 = −292,25 𝑘𝐽 𝑄𝑇 = 𝑄𝑠1 + 𝑄𝑙 + 𝑄𝑠2 𝑄3 = 8861,8 𝑘𝐽 4° Balanço de Energia (Polpa de Abacaxi de (-5 – 25)°C): Q = Cp. m(T2 − T1) Como o ponto de congelamento do abacaxi é -1,2°C primeiro vai ter um aquecimento de -5°C até -1,2°C e depois vai ter o segundo aquecimento de -1,2°C até 25°C. 𝑄𝑠1 = 15,34 𝑘𝑔 × 3,67 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−1,2 + 5)°𝐶 𝑄𝑠1 = 213,93𝑘𝐽 𝑄𝑠2 = 15,34 𝑘𝑔 × 3,34 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (25 + 1,2)°𝐶 𝑄𝑠2 = 1342,37 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 𝑄𝑙 = 15,34 × 263,32 𝑄𝑙 = 4039,64𝑘𝑔 𝑄𝑇 = 𝑄𝑠1 + 𝑄𝑙 + 𝑄𝑠2 17 𝑄4 = 5595,94𝑘𝐽 5° Balanço de Energia (Caramelo de Abacaxi de (25 – 80)°C): 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) Para obter o Cp do caramelo de abacaxi foi somado o cp do abacaxi com o cp do açúcar e obtido uma média. 𝐶𝑝 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙𝑜 = 𝐶𝑝 𝑑𝑜 𝑎𝑏𝑎𝑐𝑎𝑥𝑖 + 𝐶𝑝 𝑑𝑜 𝑎çú𝑐𝑎𝑟 2 𝐶𝑝 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙𝑜 = 3,5 𝑘𝐽/𝑘𝑔 𝑄 = 20,68 × 3,5 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (80 − 25)°𝐶 𝑄5 = 3980,9 𝑘𝐽 6° Balanço de Energia (Resfriamento do caramelo de (80 – 5) °C: 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) 𝑄 = 20,68 × 3,5 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−20 + 16)°𝐶 𝑄6 = −5428,5 𝑘𝐽 7° Balanço de Energia (Para encontrar temperatura final da mistura de sorvete mais o caramelo de abacaxi): Para encontrar a temperatura final da mistura do sorvete e o caramelo de abacaxi, foi usada a seguinte equação: 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑄 𝑠𝑎𝑖 Onde considerou-se uma temperatura de referência (Tr) igual a 5°C: 𝐶𝑝𝑠𝑜𝑟 × 𝑚𝑠𝑜𝑟 × (𝑇1 − 𝑇𝑟)+ = 𝐶𝑝𝑠𝑜𝑟 × 𝑚𝑠𝑜𝑟 × (𝑇2 − 𝑇𝑟) + 𝐶𝑝𝑐𝑎𝑟 × 𝑚𝑐𝑎𝑟 × (𝑇2 − 𝑇𝑟) Onde, a calda já saiu do da máquina continua de sorvete e está somada com o ar. 90,3 × 3,34 × (−6 − 5) = 90,3 × (𝑇2 − 5) + 20,68 × 3,5(𝑇2 − 5) −3317,32 = −1057 + 300,6𝑡2 + 72,38𝑡2 − 361,9 18 𝑇2 = −5,8 8° Balanço de energia (Acondicionamento de ( -5,8 – -16)°C): 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) Como o sorvete está sendo misturado com o caramelo de abacaxi, realizou-se o cálculo de uma média aritmética entre os respectivos calores específicos, obtendo-se um novo valor: 𝐶𝑝𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 3,42 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 90,3 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑟𝑣𝑒𝑡𝑒 + 20,68 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑏𝑎𝑐𝑎𝑥𝑖 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 110,81𝑘𝑔 𝑄 = 110,81𝑘𝑔 × 3,42 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−16 + 5,8)°𝐶 𝑄7 = −3865,5 𝑘𝐽 9° Balanço de energia (Armazenamento de ( -16 – -20)°C): 𝑄 = 𝐶𝑝. 𝑚(𝑇2 − 𝑇1) 𝑄 = 110,81𝑘𝑔 × 3,42 𝑘𝐽 𝑘𝑔°𝐶 × (−25 + 16)°𝐶 𝑄8 = −1515,88 𝑘𝐽 10° Balanço de energia total 𝑄𝑇 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 + 𝑄5 + 𝑄6 + 𝑄7 + 𝑄8 𝑄𝑇 = 7628,76 kJ 19 7. PRODUTO Sorvete de abacaxi Trata-se de um sorvete de leite obtido através da emulsão de leite, água, saborizantes,aditivos e polpa de abacaxi. O pH do sorvete fica em torno de 6,8. É um produto que deve ser mantido em ambiente congelado a pelo menos -18°C. Um produto com sabor de abacaxi, com aspecto, cor, sabor, odor, textura características do sorvete comestível. Embalagem A embalagem é feita de polipropileno com diferentes capacidades, tem para 2, 1 e 0,25 litros, onde cada embalagem contém 1 kg, 0,5 kg e 0,125 kg de sorvete, respectivamente. A figura abaixo apresenta os variados tipos de embalagem do produto. (FIGURA 3) FIGURA 3 – Sorvete de abacaxi em vários tamanhos (Panda Sorvetes & Picolés). 20 8. CONCLUSÃO O objetivo do trabalho foi alcançado e observou-se a importância de se combinar a teoria à prática. O acompanhamento do processo de fabricação de sorvete foi de suma importância para aquisição dos dados citados ao longo do trabalho. A disciplina de Fundamentos da Engenharia de Alimentos deve ser sempre acompanhada à aproximação do aluno aos ambientes industriais, para que este já se envolva e tenha uma visão ampla dos processos estudados em sala de aula. 21 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIS – Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes: Estatística (2017). AMIOT, Jean et al. Ciencia y tecnologia de la leche: principios y aplicaciones. Acribia, 1991. ARBUCKLE, W. S. Ice Cream. 4. ed. AVI Publishing Company, Inc., Westport, Connecticut, 1986. BRASIL (2005) Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n.º 266, 22 set. 2005. Regulamento Técnico para Gelados Comestíveis e Preparados para Gelados Comestíveis. Diário Oficial da União de 23 set. 2005, Seção 1. CORREIA, Roberta Targino Pinto; PEDRINI, Márcia Regina da Silva; MAGALHÃES, Margarida Maria dos Anjos. Sorvete: aspectos tecnológicos e estruturais. Hig. aliment, v. 21, n. 148, p. 19-23, 2007. DA SILVA, Wélida Magalhães; DA SILVA, Leila Raiane; DA SILVA, Alana Lima. A VISÃO BIOQUÍMICA DO SORVETE. Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida, p. 168. DE SOUZA, Jean Clovis Bertuol et al. Sorvete: composição, processamento e viabilidade da adição de probiótico. Alimentos e Nutrição (Brazilian Journal of Food and Nutrition), v. 21, n. 1, p. 155-166, 2010. JÚNIOR, José Calixto L.; DA SILVA JUNIOR, Herculano X.; JÚNIOR, Antônio Carlos de O. Martins. POSSIBILIDADE DE AUTOMAÇÃO PARA INDÚSTRIA DE SORVETE PREDOMINANTEMENTE MANUAL. MIGUEL, JOSÉ. PROJETO DE IMPLANTAÇAO DE INDÚSTRIA DE SORVETE. MORZELLE, Maressa Caldeira et al. Caracterização físico-química e sensorial de sorvetes à base de frutos do cerrado. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 67, n. 387, p. 70-78, 2012. MOSQUIM, Maria Cristina Alvarenga. Fabricando sorvetes com qualidade: Maria Cristina Alvarenga Mosquim. Fonte Comunicações e Editora, 1999. OLIVEIRA, Katherine Helena et al. Caracterização reológica de diferentes tipos de sorvete. 2005. 22 OLIVEIRA, Katherine Helena; SOUZA, J. A. R.; MONTEIRO, Alcilene Rodrigues. Caracterização reológica de sorvetes. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 28, n. 3, p. 592-598, 2008. SAVASSI-ROCHA, P. R. et al. Colecistectomia. Complicações da videocirurgia: da profilaxia ao tratamento. Rio de Janeiro: MEDSI, p. 183-241, 1995. VIOTTO, H. W. Efeitos dos ingredientes é fator mais importante para sorvetes. Engenharia de Alimentos, 16:18-21, 1997). 1. INTRODUÇÃO 2. INDÚSTRIA EM ESTUDO 2.1 Informações gerais 2.2 Localização da Unidade Industrial 3. FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO 4. MATÉRIAS PRIMAS 4.1. Água 4.2. Leite em pó 4.3. Gordura Vegetal 4.4. Açúcar cristal 4.5. Emulsificantes 4.6. Estabilizantes 4.7. Glicose 4.8. Saborizantes 5. EQUIPAMENTOS 6. BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA 6.1 Balanço de Massa 6.2 Balanço de Energia 7. PRODUTO 8. CONCLUSÃO 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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