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PSICOMOTRICIDADE Educação Psicomotora

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FCE - FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
FCE – Faculdade Campos Elíseos 
Núcleo de Pós Graduação em Educação 
Rua Vitorino Carmilo, 644 – Bairro de Campos Elíseos 
São Paulo / SP - CEP. 01153-000 
Telefones: 11-3661-5400 
 
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DEFINIÇÃO 
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo 
em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de 
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É 
sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. 
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento 
organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante 
de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Sociedade Brasileira de 
Psicomotricidade) 
 
“A Psicomotricidade baseia-se em uma concepção unificada da pessoa, que inclui as 
interações cognitivas, sensório motoras e psíquicas na compreensão das capacidades de ser 
e de expressar-se, a partir do movimento, em um contexto psicossocial. Ela se constitui por 
um conjunto de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacionais que 
permitem, utilizando o corpo como mediador, abordar o ato motor humano com o intento de 
favorecer a integração deste sujeito consigo e com o mundo dos objetos e outros sujeitos.” 
 
“Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e suas relações com o 
corpo, a Psicomotricidade é uma ciência encruzilhada... que utiliza as aquisições de 
numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia, linguística...) Em 
sua prática empenha-se em deslocar a problemática cartesiana e reformular as relações entre 
alma e corpo: O homem é seu corpo e NÃO - O homem e seu corpo”. A psicomotricidade pode 
também ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as 
influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade. 
Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada 
as funções cognitivas, sócio emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo 
a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial. A psicomotricidade possui as linhas de 
atuação educativa, reeducativa, terapêutica, relacional, aquática e ramain. 
 
 
 
 
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Quanto à incidência Corporal: 
 
dispraxia, desarmonia tônico-emocional, instabilidade postural, perturbações do esquema 
corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal, 
problemas psicossomáticos. Relacional: dificuldades de comunicação e de 
contato, inibição, hiperatividade, agressividade, limite, afetividade etc. 
 
Quanto à incidência 
 
Relacional:- 
Dificuldades de comunicação e de contato; inibição; hiperatividade; limite; afetividade; etc. 
 
Cognitiva: 
no plano do processamento informacional: défices de atenção, de memória, de organização 
perceptiva, simbólica e conceptual. 
 
Educativa: 
na propedêutica das aprendizagens escolares e no afinamento das praxias coordenativas. 
 
Aquática: 
 na propedêutica das dificuldades físico-afetivas, onde o espaço aquático proporciona uma 
contenção natural do corpo que sente, fala e se comunica. 
A psicomotricidade relacional foi criada na França por André e Anne Lapierre, trata-se de uma 
ferramenta que investe não em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de 
crescimento e de aperfeiçoamento em que o sujeito potencializa a capacidade de desenvolver 
globalmente sua personalidade. 
 
No Brasil está prática é amplamente divulgada por Leopoldo Vieira, Isabel Bellaguarda, 
Ibrahim Danyalgil Junior entre outros profissionais. 
 
 
 
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PSICOMOTRICIDADE NO BRASIL 
 
Na década de 1970 a Psicomotricidade, que já tinha sido introduzida no Brasil através dos 
profissionais que traziam informações da Europa, desde o final da década de 1960, eclode 
definitivamente. As práticas se voltavam para a 'Reeducação' e 'Educação' Psicomotora. Em 
1976, com a estada de Françoise Désobeau, introduziu-se uma nova ótica, denominada 
'Terapia Psicomotora'que propunha a substituição das técnicas instrumentais por atividades 
livres, valorizando o jogo e o brincar. Em 1980 é fundada a Sociedade Brasileira de 
Psicomotricidade, com apoio de Françoise Désobeau, presidente da Sociedade Internacional 
de Terapia Psicomotora, nesta época. Com os variados encontros e congressos, a SBP 
proporcionou a disseminação da Psicomotricidade e o surgimento de um curso de graduação 
e vários de pós-graduação. A partir daí surgem linhas originais, desenvolvidas por 
profissionais brasileiros: GACT (Beatriz Saboya); Terapia Psicomotora (Regina Morizot); 
Psicomotricidade Sistêmica (Rosa Prista); Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers (Solange 
Thiers);Psicomotricidade Relacional (Leopoldo Vieira); Psicomotricidade Relacional Somática 
(Daniel Benchimol e Marina Sá); Transpsicomotricidade Educacional e Clínica (Martha 
Lovisaro & Eduardo Costa); Psicomotricidade Aquática (Jocian Bueno); Psicomotricidade 
Agathon (Ethelvina França e Vânia Belli) que se tornaram formações. 
Em abril de 2012, na XXXVI AGOE da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP), foi 
instituído o Dia do Psicomotricista no Brasil, 19 de abril, data da fundação da SBP. 
 
 
Introdução 
 
 “Psicomotricidade é a ciência do Homem em movimento, das relações consigo e com o 
mundo, com o corpo, através do corpo e de sua corporeidade” – Freinet.O estudo da 
psicomotricidade permite compreender a forma como a criança toma consciência do seu corpo 
e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, é um dos aspectos que o trabalho 
psicomotor assumirá durante o período escolar será, precisamente, o de fazer com que a 
 
 
 
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criança passe da etapa perspectiva à fase da representação mental de um espaço orientado 
tanto no espaço como no tempo. Ao estudarmos o comportamento de uma criança, 
percebemos como é o seu desenvolvimento. 
 
A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a 
motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. Por isso 
dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e 
uniforme da criança. A estrutura da Educação Psicomotora é a base fundamental para oprocesso intelectivo e de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o 
específico; quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do 
problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor. 
 
O ato antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta psicológica organizadora. 
Através da fala, a criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento pessoal. Quando, 
então, ocorrem falhas no desenvolvimento motor poderá também ocorrer falhas na aquisição 
da linguagem verbal e escrita. A criança, cujo desenvolvimento psicomotor é mal constituído, 
poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras 
(ex: b/d), na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato (matemática), na análise 
gramatical, dentre outras. 
 
A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como: 
Dominância manual já estabelecida; conhecimento numérico para saber quantas sílabas 
formam uma palavra; movimentação dos olhos da esquerda para a direita que são os 
adequados para escrita; discriminação de sons (percepção auditiva); adequação da escrita às 
dimensões do papel, bem como proporção das letras e etc; pronúncia adequada das letras, 
sílabas e palavras; noção de linearidade da disposição sucessiva das letras e palavras; 
capacidade de decompor palavras em sílabas e letras; possibilidade de reunir letras e sílabas 
para formar palavras e etc. 
 
Entendemos hoje que a psicomotricidade, oportunizando as crianças condições de 
 
 
 
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desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando o movimento 
para atingir aquisições mais elaboradas, como as intelectuais, ajudaria a sanar estas 
dificuldades. 
 
Neuropsiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos têm insistido sobre a importância capital do 
desenvolvimento psicomotor durante os três primeiros anos de vida, entendendo que é nesse 
período o momento mais importante de aquisições extremamente significativas a nível físico. 
Aquisições que marcam conquistas igualmente importantes no universo emocional e 
intelectual. O comportamento e a conduta são termos adequados para todas as suas reações, 
sejam elas reflexas, voluntárias e espontâneas, ou aprendidas. Assim como o corpo cresce, o 
comportamento evolui. No processo de desenvolvimento a criança evolui tanto física, quanto 
intelectual e emocionalmente. As primeiras evidências de um desenvolvimento normalmente 
são as manifestações motoras. À medida que ocorre a maturação do sistema nervoso, o 
comportamento se diferencia e também se modifica. Inicialmente a criança apresenta uma 
coordenação global ampla, que são realizadas por grandes feixes de músculos. À medida que 
os feixes de músculos mais específicos são usados, a criança desenvolve sua coordenação 
fina. Para que ocorra um desenvolvimento motor adequado, é necessário um amadurecimento 
neural, ósseo, muscular, além de crescimento físico, juntamente com o aprendizado. O 
desenvolvimento motor percentual se completa ao redor de 07 anos, ocorrendo, 
posteriormente, um refinamento da integração perceptiva-motora com o desenvolvimento do 
processo intelectual propriamente dito. 
 
 O que é Psicomotricidade? 
 
É o controle mental sobre a expressão motora. Objetiva obter uma organização que pode 
atender, de forma consciente e constante, às necessidades do desenvolvimento do corpo. 
Esse tipo de Educação é justificado quando qualquer defeito localiza o indivíduo à margem 
das normas mentais, fisiológicas, neurológicas ou afetivas. É a percepção de um estímulo, a 
interpretação da elaboração de uma resposta adequada. É uma harmonia de movimentos, um 
bom controle motor ,uma boa adaptação temporal, espacial, boa coordenação viso-motora, 
 
 
 
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boa atenção e um esquema corporal bem estruturado. Psicomotricidade é a ciência da 
educação que educa o movimento ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções da 
inteligência. Movimento é o deslocamento de qualquer objeto, mas a ação corporal em si, a 
mesma unidade bio psicomotora em ação. A psicomotricidade está associada à afetividade e à 
personalidade, porque o indivíduo utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente, e uma 
pessoa com problemas motores passa a ter problemas de expressão. A reeducação 
psicomotora lida com a pessoa como um todo, porém, com um enfoque maior na motricidade. 
A reeducação psicomotora deverá ser efetuada por um psicólogo com especialização em 
psicomotricidade (psicomotrista), pois não será apenas uma mera aplicação de exercícios, 
mas será desenvolvida uma adaptação de toda a personalidade da criança. 
 
Como se estrutura? 
 
•No desenvolvimento do seu “eu” corporal; 
•Na sua localização e orientação no espaço; 
•Na sua orientação temporal. 
 
Como se fundamenta? 
 
Em Atividades: 
Motoras - São as atividades globais de todo o corpo. 
Sensório-motoras - É a percepção de diversas lições através da manipulação dos objetos. 
 Percepto-motoras – É uma análise profunda das funções intelectuais, motoras, tais como a 
análise perceptiva, a precessão de representação mental, determinação de pontos de 
referência. Destaca-se: percepção visual. 
 
 
 
Objetivos da Psicomotricidade 
 
 
 
 
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 As atividades psicomotoras visam propiciar a ativação dos seguintes processos: 
- Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar as partes do próprio corpo e exercer um 
controle sobre elas; 
− Vivenciar, através da percepção do próprio corpo em relação aos objetos, a organização 
espacial e temporal; 
− Vivenciar situações que levem a aquisição dos pré-requisitos necessários para 
aprendizagem da leitura escrita 
 
Para entender tais objetivos, é necessário considerar que durante a primeira infância, 
motricidade e psiquismo estão estreitamente ligados, da mesma forma como sabemos que o 
desenvolvimento motor, o afetivo e o intelectual encontram-se inseparáveis no homem. A 
educação psicomotora, antes utilizada somente como recurso re educativo, atualmente é parte 
integrada de toda a atuação passiva do aluno, frente à atitude expositiva e controladora do 
professor. A psicomotricidade tem como ponto de partida o desenvolvimento psicobiológico da 
criança, na medida em que acompanha as leis do amadurecimento do sistema nervoso 
através da mielinização. A psicomotricidade não deve ser considerada como uma matéria 
entre outras. Isto é, não deve dispor apenas de um momento ou um ambiente específico na 
programação escolar. Qualquer que seja a atividade ou tema utilizado, a psicomotricidade vai 
estar presente. O pensamento se constrói a partir da atividade motora que permite à criança a 
exploração do ambiente externo, proporcionando-lhe experiências concretas indispensáveis ao 
seu desenvolvimento intelectual. A liberdade deve explorar e conhecer o espaço físico e o 
mundo é muitoimportante para o seu desenvolvimento afetivo. Como fazer para oferecer 
condições que permitiam esse desenvolvimento? Antes de tudo a criança precisa ter um 
conhecimento adequado de seu corpo, porque é o corpo o intermediário obrigatório entre a 
criança e o mundo. Esse conhecimento abrange três aspectos que são: a imagem do corpo, o 
conceito do corpo e a elaboração do esquema corporal. 
 
Elementos Básicos da Psicomotricidade 
 
 
 
 
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Educação Psicomotora 
 
 
Ao considerarmos a escola como um espaço de aprendizagem, entendemos que o jogo 
utilizado como metodologia no ambiente escolar poderá, contribuir consideravelmente, no 
processo de aprendizagem da leitura e escrita, além de influenciar nas relações sociais. Pode-
se dizer que a motricidade humana está ligada a toda significação de nossa existência, com 
isso existindo uma relação com o que somos, acreditamos, pensamos e sentimos. O corpo 
então é um corpo de expressões e movimentos e é através da Educação Psicomotora que a 
criança descobre suas possibilidades cinestésicas, expressando-se com seu corpo e em seu 
corpo, com os movimentos iguais aos que fazem com a escrita e a leitura. 
 
De acordo com Piaget (1977), a ação psicomotora é considerada como precursora do 
pensamento representativo e do desenvolvimento cognitivo, e afirma que a interação da 
criança em ações motoras, visuais, táteis e auditivas sobre os objetivos do seu meio é 
essencial para o desenvolvimento integral. A atividade sensório-motora é importante para o 
desenvolvimento de conceitos espaciais e na habilidade de utilizar termos linguísticos. 
Contudo o jogo tem papel fundamental para o desenvolvimento fisio-motor, devendo ser 
aproveitado num trabalho integrado com outras áreas do desenvolvimento. Assim pode-se 
dizer que o desenvolvimento motor não acontece pela padronização das ações, mas sim: pela 
complexidade, diversidade, variabilidade, Constância e consistência dos jogos a serem 
trabalhados. 
 
Os argumentos usados para justificar a educação psicomotora na educação colocam em 
evidencia seu papel na prevenção das dificuldades escolares. Mas antes de tudo deve ser 
uma experiência ativa de confrontamento com o meio. Portanto os exercícios corporais e as 
atividades despertadoras visam especialmente assegurar o desenvolvimento harmonioso dos 
componentes corporais, afetivo e intelectual, objetivando a conquista de uma relativa 
autonomia. A conscientização e domínio do corpo, a apropriação do esquema corporal, a 
coordenação psicomotora, as noções de tempo-espaço são objetivos importantes que 
 
 
 
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precisam ser trabalhados antes do aprendizado da escrita e leitura. Após a fixação das bases 
motoras e o domínio dos gestos da escrita é que devemos ensinar a criança a dominar o lápis. 
Compreende-se então, que a atividade de escrita implica num movimento com direção 
definida, além disso, a criança deve também ser capaz de identificar e compreender o 
significado simbólico da palavra antes mesmo da escrita. Entretanto o trabalho psicomotor, tal 
como conhecemos, resulta numa melhora da aptidão para aprendizagem, respeitando as 
fases de desenvolvimento de cada criança, sendo que neste tipo de aprendizagem não 
apenas a meta a ser atingida e fixada, mas o esquema de ação, são importantes, dentro do 
processo ensino aprendizagem do movimento humano. Assim à medida que a criança cresce 
e se desenvolve surgem novos interesses, novos aprendizados proporcionando uma relação 
entre maturação, crescimento, desenvolvimento e aprendizagem escolar. 
 
 A imagem do corpo é a própria experiência que a pessoa tem de seu corpo e se revela 
frequentemente através do desenho, da modelagem e que demonstra o nível de elaboração 
do esquema corporal; O conceito do corpo desenvolve-se posteriormente à imagem do corpo, 
sendo mais o conhecimento intelectual dele e de cada função de seus órgãos. O esquema 
corporal, segundo Pierre Vayer, é definido como organização das sensações relativas aos 
dados do mundo exterior, notando-se aí dois sentidos na atividade motora cinética, dirigida 
para o mundo exterior. A construção do Esquema Corporal elabora-se progressivamente com 
o desenvolvimento e o amadurecimento do Sistema Nervoso e é, ao mesmo tempo, paralela a 
evolução sensório-motora. A educação do Esquema Corporal é, então, o ponto chave de toda 
prática educativa. Dos02 aos 05 anos, toda educação é uma E.P.M. baseada na estrutura 
do Esquema Corporal. Dos 05 aos 07 anos a psicomotricidade passa a ser a base sobre a 
qual se constroem as primeiras relações lógicas e a decorrente aprendizagem escolar. 
 
Toda aprendizagem deve ser feita através de experiências concretas e vivenciadas com o 
corpo inteiro. Voltando ao primeiro objetivo, temos que trabalhar os seguintes aspectos: 
•Percepção e controle do corpo; 
•Equilíbrio; 
 
 
 
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•Lateralidade; 
•Independência dos membros em relação ao tronco e entre si; 
•Controle muscular; 
•Controle de respiração. 
 
a) Percepção e controle do corpo 
 
 A criança adquire primeiro a sensação, depois o uso, e finalmente, o controle de seu corpo. 
Ponto de partida o conhecimento do corpo, partes do corpo, através de estímulos sensoriais –
superfície, temperatura, unidade, peso etc. – referenciará as partes do corpo e suas 
sensibilidades. Numa segunda etapa fará uso e controlará as partes independentemente uma 
das outras. Como? – Brincando com água, tinta, areia, barro, blocos, sucata; usando 
determinadas partes do corpo em jogos ou em movimentos propostos; dramatizando. 
 
b) O equilíbrio 
 
É condição indispensável para qualquer ação diferenciada. As ações serão tanto coordenadas 
quanto mais a criança conseguir em posição ereta, sem precisar esforçar-se ou ficar tensa. A 
sensibilidade da planta do pé é muito importante para desenvolver qualquer equilíbrio, por isso 
é essencial que as crianças se movimentem e brinquem, tanto na areia como na sala de aula, 
de pé no chão. O contato do corpo com o chão deve estender-se a todo o corpo, rolando, 
deitando, sentando, rastejando, ajoelhando. Em movimentos de repouso a criança deverá, 
sempre que possível, relaxar seu corpo em direto contato com o chão que oferece sensação 
de segurança. Como? – Andar sobre linhas de várias maneiras, sobre beiradas de canteiros, 
bancos de diferentes alturas, trilhos de madeira, tijolos. Imitar animais e posições estáticas. 
Lançar e recebera bola. 
 
 
 
c) Lateralidade 
 
 
 
 
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O homem, por natureza, tem um lado do corpo dominante. Quer dizer que usa melhores olhos, 
ouvidos,pé e mão de um determinado lado. Normalmente, a lateralidade se define entre os 05 
e os 07 anos. As crianças que, a partir dessa idade apresentam uma lateralidade não definida 
ou cruzada, facilmente encontrarão dificuldades na aprendizagem escolar. Como? – Atividade 
que exijam o uso de todo corpo com objetos grandes (pneus, bolas ,caixas, blocos) e 
pequenos, desenvolvendo a coordenação funcional da mão e dos dedos (contas, sementes, 
pinos, clips, tampinhas, pregadores, cartas). Atividades em que ordena a mão a ser usada 
(com bolas, saquinhos de areia/feijão). 
 
d) Independência dos membros em relação ao tronco e entre si. 
 
Para a criança é mais fácil fazer movimentos simétricos e simultâneos, pois só numa 
segunda etapa é que ela virá a movimentar os membros separadamente um do outro. 
Como? – Macaco mandou – de início pedindo movimentos simétricos, aumentando a 
dificuldade, na medida em que as crianças puderem realizar naturalmente, movimentos 
assimétricos e não simultâneos. 
 
e) Controle muscular 
 
É muito difícil para uma criança interromper um movimento, mas esse controle da inibição é 
indispensável para que ela venha a adquirir, mais tarde, não só uma caligrafia, mas também a 
concentração necessária para a aprendizagem escolar .Como? – Inibição dos movimentos 
globais que envolvem todo o corpo como o andar, ocorrer – “Batatinha Frita”. Recreação com 
o uso de música. Trabalhar os movimentos segmentários – jogos cantados “O meu chapéu 
tem 03 pontas”, “ A galinha e o seu Kara Kara”, jogo de estátua. 
 
 
 
 
 
f) Controle da respiração 
 
 
 
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O controle respiratório contribui na formação de hábitos de se concentrar, relaxar, se acalmar. 
Como? – Bolhas de sabão, bolas de encher, pintura com canudo de soprar, corridas de soprar. 
Dramatização de aspirar e soprar. Relaxamento sentido o próprio corpo ou do companheiro. 
 
II - EDUCAÇÃO PSICOMOTORA 
 
2.1 - Desenvolvimento Psicomotor 
 
 A psicomotricidade caracteriza-se por uma intervenção educativa que se centra no movimento 
e auxilia a atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais. O desenvolvimento 
psicomotor da criança, e as dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligados. Há uma 
série de questões sobre as causas da dificuldade na aprendizagem de alguns alunos, sendo 
que muitas vezes, essas decorrem de dificuldades seriam decorrentes de problemas 
relacionados com o trabalho do professor em sala de aula? Como melhorar a qualidade do 
trabalho docente? Como eles são preparados pra isso? Le Boulch, “enfatiza a necessidade da 
educação psicomotora baseada no movimento, pois acredita ser preventiva, assegurando que 
muitos dos problemas de alunos, detectados posteriormente e tratados pela reeducação, não 
ocorreriam se a escola prestasse mais atenção à educação psicomotora, juntamente com a 
leitura, a escrita e a aritmética”. O autor considera a psicomotricidade um importante elemento 
educativo, como um instrumento indispensável para aguçar a percepção, desenvolver formas 
de estimular a atenção e estimular processos mentais. A educação psicomotora deve ser uma 
formação de base indispensável para toda criança, pois oferece uma melhor capacitação ao 
aluno para uma maior assimilação das aprendizagens escolares. Um bom desenvolvimento 
psicomotor proporciona ao aluno algumas capacidades básicas para um bom desempenho 
escolar. 
 
 
 Funcionamento do Desenvolvimento Psicomotor 
 
 
 
 
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Para que possamos compreender melhor a importância da psicomotricidade no desempenho 
escolar das crianças, é preciso entender como esse processo acontece. 
 
•Sistema Nervoso: 
Oliveira afirma que o movimento e a integração do homem às condições do meio ambiente, 
dependem do sistema nervoso. Esse sistema coordena e controla todas as atividades do 
organismo, integra sensações e ideias, interpreta os estímulos vindos da superfície do corpo, e 
de todas as funções é selecionar e procurar informações, canalizando-as para as regiões 
motoras correspondentes do cérebro, para que depois sejam emitidas respostas adequadas, 
de acordo com cada indivíduo. As células que compõe o sistema nervoso, são os neurônios, 
que possuem a função de condutibilidade e excitabilidade. A maturação nervosa é um dos 
fatores relevantes no desenvolvimento mental, sendo importante considerar fatores como 
interação do indivíduo com o meio. 
 
A psicomotricidade pode auxiliar o aluno a acalmar um desenvolvimento integral, que o 
preparará para uma aprendizagem mais satisfatória. Algumas habilidades são muito 
importante no desenvolvimento psicomotor da criança. Essas habilidades permitem, por 
exemplo, que uma pessoa manipule objetos da cultura em que vive. Para que essa pessoa se 
movimente no espaço com desenvoltura, equilíbrio e coordenação, é preciso ter o domínio do 
gesto e do instrumento. A coordenação e o equilíbrio são elementos de base para qualquer 
movimento. 
 
Desenvolvimento Psicomotor e a Interação Escolar 
 
Os argumentos geralmente invocados para justificar a educação psicomotora na escola 
primária colocam em evidência a superação de dificuldades escolares. Na tentativa de uma 
verdadeira preparação para a vida é que entra o papel da escola, e os métodos pedagógicos 
renovados tendem a ajudar as crianças a se desenvolverem da melhor maneira possível. O 
desenvolvimento psicomotor auxilia a criança para a vida, desde a fase escolar até a fase 
profissional. Como por exemplo, para as crianças com difusões da memória, o cavalgar auxilia 
 
 
 
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porque exige planejar e criar estratégias, que são progressivamente, memorizadas. Isto não é 
fácil e ser executado e é necessário vincular pela repetição, memória, e pela cuidadosa 
explanação para completar tarefas cotidianas. Crianças com dificuldades viso-espaciais 
podem aprender com adornos e objetos dispostos no picadeiro, sobre outras relações e entre 
eles e o espaço. Cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento de cognições de ordem 
superior, que se referem a sofisticadas habilidades: formação de conceitos, solução de 
problemas, pensamento crítico e criatividade. Enquanto anda a cavalo, a criança necessita 
desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas. Ajuda a manter um comportamento 
social adequado, enquanto em atividade de grupos na equitação. É com programa 
educacionais, de ensino e de aprendizagem centrados na criança e integrados com os 
princípios e fundamentos da psicomotricidade, podem ser tratadas crianças com dificuldades 
de aprendizagem por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, devendo estar sempre em 
parceria e coordenação com a família e com os outros professores da escola em que acriança 
estiver estudando. 
 
PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 A finalidade da educação psicomotora não é a aquisição de habilidades gestuais.Entretanto, 
o trabalho psicomotor, resulta numa melhor aptidão para a aprendizagem, dentro do respeito 
ao desenvolvimento da criança. Sendo que, a Educação Física deve ser considerada uma 
disciplina educativa como outra qualquer, que se preocupa e procura ao mesmo tempo o 
desabrochar das aptidões da criança e a aquisição das capacidades extraídas do 
comportamento humano, utilizando uma pedagogia dedes envolvimento associada a uma 
pedagogia de formação, onde uma se preocupa com aquilo que a criança traz em si, e a outra 
em lhe proporcionar mais controle e conhecimento sobre si próprio e sobre o mundo. É 
necessário que se faça à utilização da Educação Física como instrumento para a prática do 
movimento. Desenvolvendo com a criança atividades como: jogos de expressão livre, 
exercícios rítmicos, exercícios perceptivos, 
coordenação global, sessões de jogos etc., chegando assim, ao controle do próprio corpo, 
com movimentos controlados, coordenados, que influenciam no desenvolvimento satisfatório 
 
 
 
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da leitura, e de todas as atividades escolares que são necessárias para a formação da criança. 
 
O professor deve dedicar uma atenção especial ao desenvolvimento psicomotor da criançada 
Educação Infantil, em suscitar todas as formas de expressão, em favorecer, no decorrer 
dos jogos, as experiências relacionadas à relação das crianças entre si para atraí-las 
progressivamente à cooperação. Assegurando o desenvolvimento harmonioso dos 
componentes corporais, afetivos, intelectuais da personalidade da criança. O trabalho com 
Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental é importante, pois possibilita aos 
alunos terem, desde cedo a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e participar de 
atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidade de lazer, 
expressão de sentimentos, afetos e emoções. É preciso que o aluno se aproprie do processo 
de construção de conhecimentos relativos ao corpo e ao movimento e construa uma 
possibilidade autônoma de utilização de seu potencial gestual. O trabalho com as habilidades 
motoras e capacidade física devem estar contextualizado em situações significantes com o 
recurso para o professor poder olhar, analisar e criar intervenções que auxiliem de modo 
integral. Sabe-se que o desinteresse pela matéria escolar pode ser de origem efetiva e 
corresponder assim a problemas de organização da personalidade. Por outro lado o 
desinteresse pode estar ligado aos problemas de organização da imagem do corpo, daí a 
necessidade de um trabalho de psicomotricidade. A Educação Física é indispensável tanto no 
processo de alfabetização estruturando acriança como um ser total, quanto na 
complementação da educação geral, onde as atividades psicomotoras, recreativas e esportivo-
educacionais têm papel relevante na formação integral do educando. A educação psicomotora 
ou psicomotricidade vem oferecer ao desenvolvimento de nossas crianças uma bagagem 
infinita de situações de atividades naturais, possibilitando um melhor ajustamento aos 
ambientes e às situações novas; aperfeiçoando os mecanismos da leitura, escrita, cálculos, 
abstrações etc., bem como favorecendo o desenvolvimento da sua auto estima, autoconfiança 
e capacidade de sua socialização, evitando o surgimento de vários distúrbios de 
aprendizagem e contribuindo de maneira significativa na diminuição dos índices de repetência 
nas escolas. 
 
 
 
 
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 – Criar condições para a criança: 
 
A Psicomotricidade é uma ciência que possui uma importância cada vez maior no 
desenvolvimento global do indivíduo em todas suas fases, principalmente por estar articulada 
com outros campos científicos como a Neurologia, a Psicologia e Pedagogia. Isso acontece 
porque a Psicomotricidade, se preocupando com a relação entre o homem e o seu corpo, 
considera não só aspectos psicomotores, mas os aspectos cognitivos e sócio afetivos que 
constituem o sujeito. Em 1982 a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, atual 
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, propôs uma definição bastante abrangente do que 
vem a ser Psicomotricidade: 
 
“Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu 
corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo” Portanto, 
Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento. Mas não podemos esquecer 
que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos que o sujeito tem para expressar 
conhecimentos, ideias, sentimentos e emoções. É ele que une o indivíduo com o mundo que 
lhe dá as marcas necessárias para que se constitua como sujeito. 
 
Evolução Histórica 
 
O termo “psicomotricidade” aparece, pela primeira vez, no discurso médico, mais 
especificamente, no campo da Neurologia, quando, no século XIX houve uma preocupação 
em identificar e nomear as áreas específicas do córtex cerebral segundo as funções 
desempenhadas por cada uma delas. E foi no século XX que ela passou a desenvolver-se 
como uma prática independente e, aos poucos, transformar-se em ciência. Até conseguir ter o 
espaço que ocupa hoje, a Psicomotricidade começou a ser praticada no momento em que o 
corpo deixou de ser visto apenas como um pedaço de carne, para ser algo indissociável do 
sujeito. No século XVII, René Descartes ainda propunha esta dicotomia entre corpo e alma, 
mas já fazia colocações de que o corpo é tão unido à pessoa que ambos chegam a “misturar-
se”. No século XIX constatou-se que existem disfunções graves evidenciadas no corpo sem 
 
 
 
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que o cérebro tenha nenhuma lesão. 
 
 Segundo Levin, é esta “necessidade médica de encontrar uma área que explique os 
fenômenos clínicos que nomeia pela primeira vez a palavra psicomotricidade, no ano 1870”. 
Em 1909, Dupré define a síndrome da debilidade motora, através das relações entre corpo e 
inteligência, dando partida para o estudo dos transtornos psicomotores, patologias não 
relacionadas a nenhum indício neurológico estudadas pela Psicomotricidade. 
 
Henry Wallon, em 1925 começou a relacionar a motricidade com a emoção, explicando que 
chamou de “diálogo tônico-emocional”. E com essa teoria, temos o fim do dualismo cartesiano 
que separa o corpo do desenvolvimento intelectual e emocional do indivíduo. 
A prática mais especificamente psicomotora começou em 1935, com Eduard Guilmain, que 
elaborou protocolos de exames para medir e diagnosticar transtornos psicomotores. 
Em 1948 Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e delimitou com clareza os 
transtornos psicomotores no seu Manual de Psiquiatria Infantil. Este é um dos autores que até 
hoje continua sendo bastante citado nos trabalhos relacionados ao desenvolvimento infantil. 
Outros pesquisadores importantes da área: Jean Lê Boulch, André Lapierre, Bernard 
Auconturier, Aleksander Luria, P. Vayer, Jean Bèrges, Jean-Claude Coste, Vitor Fonseca.Área Instrumental e Estrutural do cérebro 
 
A partir das pesquisas realizadas pelo francês Broca em 1861, relacionando lesões em áreas 
restritas do lobo frontal (área de Broca) com a perda da linguagem falada, verificou-se que há 
localizações específicas no córtex cerebral que são especializações funcionais de 
determinadas ações. 
 
 
 
 
Campos de Atuação 
 
 
 
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Atualmente, na Psicomotricidade, existem três campos de atuação: reeducação, terapia e 
educação. A reeducação é o atendimento individual ou em pequenos grupos de crianças, 
adolescentes ou adultos que apresentam sintomas de ordem psicomotora. Estes sintomas 
podem vir acompanhados de distúrbios mentais, orgânicos, psiquiátricos, neurológicos, 
relacionais e afetivos. A terapia psicomotora é também realizada com crianças, adolescentes 
ou adultos, individualmente ou em pequenos grupos que apresentem grandes perturbações 
de ordem patológica. 
 
A educação psicomotora é dirigida à atuação dentro do âmbito escolar, principalmente nos 
segmentos da Educação Infantil e no Ensino Fundamental I. Teve início na França, com o 
professor de Educação Física Lê Boulch, na segunda metade da década de 60, já visando o 
desenvolvimento global do indivíduo por meio dos movimentos e, mais especificamente, evitar 
distúrbios de aprendizagem. Assim, a Psicomotricidade atua proporcionando ambientes que 
estimulem as vivências corporais, ou seja, buscando desafiar os alunos, atingindo suas zonas 
de desenvolvimentos, como defende Vygotsky. 
 
Conceitos 
 
Elementos Psicomotores 
 
São várias as classificações e as terminologias utilizadas para denominar as funções 
psicomotoras. De qualquer forma, os conceitos são basicamente os mesmos; o que muda é a 
forma de classificar e agrupar estes conceitos. Assim, as terminologias mais utilizadas no 
Brasil e seus respectivos conceitos são os seguintes: 
1. Esquema corporal – é o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas 
partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços, objetos e pessoas que o 
circundam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este saber 
acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, acontecem modificações e ajustes no 
esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do pescoço e 
 
 
 
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sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo. 
 
2. Imagem corporal – é a representação mental inconsciente que fazemos do nosso 
próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser desejado 
e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular e pelas 
inscrições materna e paterna. Um exemplo de como se dá sua construção é o estágio 
do espelho que começa aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no 
espelho, sabendo que o que vê é sua imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes 
do esquema, portanto, sem imagem, não há esquema corporal. 
 
 
3. Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e dinâmico, 
coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado ou 
em movimento. Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down 
possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que 
faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do 
equilíbrio, da postura e da coordenação. 
 
4. Coordenação global ou motricidade ampla – é a ação simultânea de diferentes 
grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e relativamente 
complexos. Exemplo: para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que 
membros superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que haja 
deslocamento. 
 
5. Motricidade fina – é a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando 
pequenos grupos musculares das extremidades. Exemplo: escrever, costurar, digitar. 
 
 
 6. Organização espaço-temporal – é a capacidade de orientar-se adequadamente no 
espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima, embaixo, 
 
 
 
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dentro, fora, ao lado de, antes, depois. Alguns autores estudam a organização espacial e a 
organização temporal separadamente. Exemplo: a brincadeira “Batatinha frita 1, 2, 3”. 
 
 7. Ritmo – é a ordenação constante e periódica de um ato motor. Para ter ritmo é 
preciso ter organização espacial. Exemplo: pular corda. 
 
 8. Lateralidade – é a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para isso, 
os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo. Por exemplo: a criança destra, 
mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta com a mão esquerda. É 
diferente da dominância lateral que é a maior habilidade desenvolvida num dos lados do 
corpo devido à dominância cerebral, ou seja, pessoas com dominância cerebral esquerda, tem 
maior probabilidade de desenvolverem mais habilidades do lado direito do corpo e, por isso, 
são destros. Com os canhotos, acontece o inverso, já que sua dominância cerebral é do lado 
direito. 
 
 9. Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação 
do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares, parado ou em 
movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar sobre uma prancha e de equilíbrio 
estático é manter-se sentado corretamente. 
 
Transtornos psicomotores 
 
Distúrbios Psicomotores 
 
As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente 
motoras. Qualquer distúrbio psicomotor tem ligação com problemas que envolvem o indivíduo 
em sua totalidade. 
Distúrbios psicomotores e afetivos estão, intimamente, associados, razão porque o diagnóstico 
não é fácil de ser feito. Os sintomas mais comuns desse distúrbio estão associados à área do 
ritmo, da atenção, do comportamento, esquema corporal, orientação espacial e temporal, 
 
 
 
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lateralidade e maturação. 
A importância de um desenvolvimento harmonioso encontra-se dependente de inúmeros 
fatores, os quais, muitas vezes, não controlamos. 
 
Devemos então, proporcionar, às nossas crianças, contextos favoráveis à vivência de 
situações enriquecedoras e facilitadoras da aprendizagem. No entanto, e por vezes, mesmo 
perante um contexto favorável, surgem dificuldades que condicionam o desenvolvimento da 
criança. O desenvolvimento motor completa-se por volta dos 7 anos, ocorrendo posteriormente 
um aperfeiçoamento da integração perceptivo-motora,com o desenvolvimento do processo 
intelectual propriamente dito. Encontrando-se a Psicomotricidade, associada à afetividade e ao 
desenvolvimento da personalidade, ficando este fato a dever ao indivíduo, utilizar, desde muito 
cedo, o seu corpo para demonstrar o que sente, uma pessoa com problemas motores, 
evidenciará problemas de expressão. Os Distúrbios Psicomotores são déficits que se 
relacionam com dificuldades na execução de movimentos e com dificuldades perceptuais. Por 
exemplo; crianças que apresentam distúrbios no seu esquema corporal, mostram dificuldades 
na percepção de partes do seu corpo, proporção entre elas, conhecimento da lateralidade. A 
não satisfação dessas necessidades irá colocar a criança em posição de desigualdade perante 
o seu grupo ou de crianças da mesma idade, podendo-se encontrar situações de ansiedade, 
tensão, insegurança e, consequentemente, problemas emocionais que interferirão nas suas 
atividades escolares e na sua adaptação sócio afetiva. São distúrbios manifestados no corpo 
sem nenhuma relação com alterações neurológicas ou orgânicas aparentes. Nestes 
transtornos o esquema e a imagem corporal bem, como o tônus muscular aparecem 
comprometidos, de modo a impedindo que a criança tenha domínio de seu próprio corpo. 
Assim, ela apresentará dificuldades em todos os elementos psicomotores. Os principais 
transtornos são: 
 
 
 
Instabilidade psicomotora – neste transtorno a criança não consegue começar e terminar a 
brincadeira e é assim com todas as suas produções corporais. Há uma dificuldade em inibir 
 
 
 
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seus movimentos, provocando ações explosivas e agressivas. São crianças agitadas, 
ansiosas e inquietas, pois possuem uma grande necessidade em movimentar-se. Encaixam-se 
nos diagnósticos de hiperatividade, precisando, em alguns casos com perturbações severas 
no sono e na atenção, de medicamentos como anfetaminas e psicotônicos. As crianças com 
este transtorno podem ter uma grande tensão muscular e paratonias severas caracterizando 
uma instabilidade tensional, ou serem hipotônicas elásticas e bastante flexíveis, o que 
chamamos de estado de deiscência. Em ambos os casos, a causa do transtorno é a falta de 
limite, a ausência de corte simbólico. 
 
Inibição psicomotora – neste transtorno a criança não usa seu corpo para relacionar-se com o 
mundo ou com os outros. É o oposto da instabilidade, pois também há uma falta de limite, mas 
esta falta barra o agir da criança. Ela mostra-se então sempre cansada, demonstrando pouca 
expressão facial e corporal. Seu aspecto é de extrema fragilidade e debilidade e é nele que se 
reconhece e é reconhecida. São crianças “quietinhas demais”. Segundo Levin, “a criança 
inibida, diferentemente da instável, possui outra estratégia para não se separar do Outro, ser 
o ‘objeto bom’ de seus pais, os quais usam expressar-se do seguinte modo: ‘É como se não 
estivesse’, ‘Nem dá para ouvir’, ‘Não briga com ninguém’, ‘Passa inadivertidamente”. 
 
 Debilidade - é caracterizada pela presença de paratonias e sincinesias. A paratonia é a 
persistência de uma rigidez muscular caracterizada por uma inadequada incontinência das 
reações tônicas. Pode aparecer nos quatro membros ou apenas em dois. Há uma instabilidade 
na posição estática ou quando a criança caminha ou corre devido à rigidez. A sincinesia é 
caracterizada pela ação de músculos que não atuam em determinado movimento. Um 
exemplo desta situação é a criança fechar também a mão esquerda quando pega um objeto 
com a mão direita. Isto a impede de realizar atos coordenados e com ritmo devido a sua 
descontinuidade nos gestos e imprecisão dos movimentos. Podem aparecer ainda outros 
sintomas como tremores na língua, lábios, pálpebras e dedos quando estes são solicitados 
para a execução de um determinado movimento. A afetividade e a intelectualidade também 
podem estar comprometidas. A criança geralmente demonstra uma certa apatia e tem 
sonolência maior que as outras crianças. Mantém por muitos anos a enurese noturna, e, às 
 
 
 
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vezes, a diurna, podendo apresentar também a encoprese. A linguagem é atrasada e a 
atenção, prejudicada. 
 
Dispraxia – dificuldade de associar movimentos para realizar uma tarefa. Há um transtorno 
espacial (dificuldade de lateralizar, de nomear objetos, espelhamento de letras, assimetria nos 
movimentos – todos estes aparecendo persistentemente). Há também um fracasso nos jogos. 
Há um desvio no desenvolvimento cognitivo no que diz respeito à distinção de aspectos 
figurativos, o que impede que a criança atinja a fase de operações concretas. Há uma 
perturbação do esquema corporal. Quando a dispraxia é no olhar, além das perturbações 
perceptivas, há dificuldades posturais e de equilíbrio. 
 
Crianças que apresentam distúrbios psicomotores: não têm um bom equilíbrio; não 
conseguem executar exercícios de destreza motora (ex: saltar à corda, andar de bicicleta, etc); 
apresentam muitas dificuldades em vestirem-se sozinhas, ou atar o seu calçado; tropeçam e 
caem com facilidade; não conseguem se orientar no espaço; a um nível mais específico as 
crianças que apresentam distúrbios visuo motores revelam: dificuldades em escrever em cima 
das linhas; a letra é irregular, o grafismo (traço) é muito forte; não conseguem recortar (ou 
colar) com precisão; têm dificuldades em pintar dentro de limites, misturando, muitas vezes, as 
cores; podem evidenciar uma pega deficiente. Tem dificuldades em realizar jogos de encaixe; 
perante o surgimento deste tipo de dificuldades a criança deverá ser alvo de uma avaliação, 
de forma a ser traçado um perfil psicomotor e posteriormente, sujeita a um programa de 
reeducação psicomotora. Esta lida com a pessoa como um todo, dando especial ênfase à 
componente motor, isto porque é através do movimento que a criança se desenvolve. Nestes 
casos a reeducação psicomotora deverá ser efetuada por um técnico, com especialização em 
psicomotricidade (psicomotricista), pois não será apenas uma mera aplicação de exercícios, 
mas sim um processo terapêutico, desenvolvido com base nas dificuldades e características 
da criança. 
 
 
Articulação entre Psicomotricidade e Aprendizagem 
 
 
 
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Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento infantil é o corpo e seus 
movimentos que, inicialmente, não apresentam significados ainda inscritos. Aos poucos, este 
corpo em movimento transforma-se em expressão de desejo e, posteriormente, em linguagem. 
A partir daí, a criança é capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações que se 
transformam em faz-de-conta. Assim, a criança consegue separar o objeto de seu significado, 
falar daquilo que está ausente e representar corporalmente. Este processo nada mais é do 
que a vivência dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos 
significativos. E isso é que garantirá a aprendizagemde conceitos formais aliados à 
aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir textos, contar uma história, dar um recado, 
fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações matemáticas para contar quantas pessoas 
vieram, quantas faltaram, etc. 
 
Além disso, para chegar a uma coordenação motora fina, necessária à construção da escrita, 
a criança precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências 
motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal. Portanto, a psicopedagogia e a 
psicomotricidade estão intimamente ligadas. 
 
Antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que 
estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados. Uma criança que não 
consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, 
concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em 
pensamento. Silvia Molina no seu artigo “A pequena criança da psicopedagogia inicial” usa 
uma metáfora que faz uma ancoragem entre estas duas áreas: o primeiro dicionário é escrito 
no corpo. De acordo com a teoria piagetiana da equilibração que diz que a criança, ao se 
confrontar com conflitos, para resolvê-los, cria estratégias a partir de esquemas que já dispõe. 
Se assim o é, ao se defrontar com os obstáculos da aprendizagem formal, a criança terá que 
recorrer ás experiências anteriores que são esmagadoramente psicomotoras. Se no lugar 
destas experiências houver um buraco, não haverá aprendizagem. 
 
 
 
 
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Os conceitos básicos da aprendizagem (dentro/fora, em cima/embaixo, escuro/claro, 
mole/duro, cheio/vazio, grande/pequeno, direita/esquerda, entre outros) são experimentados 
primeiramente no corpo do sujeito para que depois possam ser representados, “inscritos pelas 
palavras para serem escritos por palavras”. Assim, fica constatada a importância do professor 
estar oferecendo vivências motoras adequadas às crianças para que seu corpo vivido haja 
positivamente no processo de aprendizagem de conceitos formais e informais. 
 
A importância do brincar 
 
Mas como fazer com que a criança tenha esta experiência motora num espaço escolar? Será 
que a brincadeira dá conta de assumir um papel tão importante no processo de constituição do 
sujeito? 
Em primeiro lugar, o brincar é um ato social que permite uma comunicação através de gestos, 
mesmo que não haja comunicação verbal. É no brincar que a criança tem a oportunidade de 
expressar o que está sentindo ou necessitando; é através das brincadeiras, do faz de conta, 
que a criança constrói o seu mundo imaginário situado em experiências vividas. A criança 
utiliza-se do brincar para construir sua aprendizagem, porque é na brincadeira que ela explora 
situações usando a imaginação e libera seu eu criativo, realizando seus desejos mais íntimos. 
FONSECA argumenta que no jogo a criança tem a oportunidade de estruturar o seu esquema 
corporal, a sua relação com o espaço e o tempo, a ampliar a utilização do perceptivo motor e 
ainda estampar sua afetividade, proporcionando o desencadear de suas emoções. 
É brincando que a criança aprende a trabalhar suas frustrações na medida em que perde ou 
ganha. Esse fator torna-se inerente ao crescimento e fortalece emocionalmente o indivíduo e 
as relações com o outro. Neste caso ganham importância vital, pois a criança necessita 
compartilhar momentos coletivos para satisfazer a vontade de jogar e aprender a conviver no 
grupo (KISHIMOTO, 1996). 
 
É através do jogo que o indivíduo se apossa do seu contexto social e do seu meio e começa a 
explorar as suas capacidades funcionais. Todas as reações de origem interoceptiva, 
proprioceptiva ou exteroceptiva, que constituem as premissas psicofisiológicas de toda a vida 
 
 
 
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afetiva, são provocadas e desencadeadas pelo movimento. O jogo é também fator de 
desenvolvimento orgânico e funcional porque é através do movimento desencadeado no jogo 
que acontece a mielinização dos nervos e as conexões que interligam estas comunicações 
multiplicam-se, favorecendo o enriquecimento das estruturas cerebrais. (KISHIMOTO, 1996) 
FONSECA (1996) afirma que “O jogo é um fator de libertação e de formação, que não pode 
faltar à criança em desenvolvimento, dado que além da satisfação catártica que permite, 
implica também uma subestimação dos instintos e tendências pouco sociáveis”. É na 
brincadeira que é possível trabalhar a representação simbólica da construção de forma branda 
e aceitável na colocação de limites e combinações que darão subsídios à socialização e à 
criação das regras coletivas. 
 
O Jogo e a Aprendizagem, deste modo andam juntos. Durante muito tempo se confundiu 
ensinar com transmitir, onde o aluno era considerado um agente passivo e o professor um 
transmissor do conhecimento, e o que é pior, o aprender ocorria pela repetição, sendo que o 
aluno que não sabia era responsável por essa deficiência e era “castigado”. 
 
Atualmente essa ideia não é mais cabível, pois sabe-se que não existe aprendizagem, se esta 
não acontecer através de uma construção de saberes, sendo o professor um facilitador do 
processo em busca do conhecimento. Partindo do pressuposto que o interesse dos alunos 
passou a ser a força que comanda o seu aprendizado, sendo que o professor passa a ser 
um gerador de situações estimulantes e eficazes, dentro deste contexto o jogo ganha seu 
espaço e passa a ser ferramenta para aprendizagem, ajudando o aluno a continuar suas 
descobertas e enriquecer sua personalidade. Assim, à medida que a criança cresce e se 
desenvolve, surgem novos interesses, novas situações de troca, novos aprendizados e 
consequentemente os jogos vão se modificando, proporcionando uma estreita relação entre os 
processos de maturação, crescimento e desenvolvimento (afetivo, cognitivo e social) bem 
como o aparecimento de novos interesses e objetivos. Para que este desenvolvimento ocorra 
tem que haver uma organização desses jogos por meio da estrutura da própria inteligência da 
criança. Desta forma quando a criança joga, opera com significado o movimento e suas ações, 
tomando assim conhecimento das suas escolhas e decisões, por isso o jogo apresenta-se 
 
 
 
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como elemento básico no processo educacional, proporcionado mudanças em relação a 
aquele que aprende. 
 
O jogo como recurso pedagógico proporciona à criança uma aprendizado mais prazeroso, 
possibilitando oferecer um conjunto de novas propostas dentro das aulas de Educação 
Psicomotora ou Física. Dentro deste contexto o jogo deixa de ser somente lúdico e se torna 
também educacional, não perdendo é claro suas características já mencionadas, pois a 
aprendizagem através do movimento envolve relações entre o corpo e a mente. A ideia de 
aplicar o jogo a educação partiu do principio que, toda criança tem a necessidade de uma 
educação integral,assegurada pelo desenvolvimento de habilidades, movimentos e atitudes 
através da Educação Psicomotora. Por isso pode-se dizer que a criança quando joga se 
expressa, assimila e constrói sua realidade. A participação em jogos contribui para formação 
de atitudes como respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, 
responsabilidade, sendo que jogando a criança aprende o valor do grupo e seu próprio valor. 
 
O jogo nas mãos do educador será usado como uma importante força educativa e não 
somente o jogo pelo jogo, pois este proporcionará a criança reproduzir suas vivencias, 
transformando o real de acordo com seus desejos e interesses, assim expressando e 
construindo a sua realidade. 
 
A Brincadeira o Movimento e o Jogo Como Forma e Desenvolvimento da Aprendizagem 
Brincar é o melhor caminho para uma educação integral. Segundo o Plano Nacional de 
Educação Infantil (2010, p. 53): Quando uma criança brinca, ela entra em contato com suas 
fantasias, desejos e sentimentos, conhece a força e os limites do próprio corpo e estabelece 
relações de confiança com o outro. No momento em que está descobrindo o mundo, ao 
brincar testa suas habilidades e competências, aprende regras de convivência com outras 
crianças e com os adultos, desenvolve diversas linguagens e formas de expressão e amplia 
sua visão sobre o ambiente que a cerca. 
 
Este pensamento é de vital importância para o entendimento de que a criança só se realiza 
 
 
 
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plenamente no mundo através do brincar, seja este livre ou sistematizado. A brincadeira 
permite que esta criança que assim o faz, crie mecanismos de aprendizagem, em 
consequência disso, vê-se o seu desenvolvimento global vir à tona. Quando se fala em 
desenvolvimento global, refere-se aos aspectos cognitivos, afetivo, sociais, físico-motores e 
linguísticos, que se unem para criar um processo de aprendizagem pleno. A ação motora é um 
fator de grande importância no desenvolvimento infantil. Sabe-se que a construção do sujeito 
se da o sujeito se constrói mediante a sua interação com o meio, e o movimento é uma das 
formas que a criança encontra para interagir com esse meio. Essa construção com o meio é 
uma forma de apropriação da cultura, seja para dominar os diferentes instrumentos da cultura, 
seja para participar das atividades lúdicas (jogos, brincadeiras, danças, esportes). 
 
O movimento também contribui para o domínio das habilidades motoras que a criança 
desenvolve ao longo da infância (andar, correr, pular, saltar, etc). Piaget (1992) em sua teoria 
sobre o desenvolvimento infantil já afirmava sobre uma inteligência motora, que é prática, 
sendo os movimentos reflexos, e a partir do contato com o ambiente a criança cria um 
movimento intencional. Todas essas ações fazem com que a criança desenvolva habilidades 
para a aprendizagem, uma vez que está favorecida pelos estímulos adequados. Esses 
estímulos, oferecidos pelo ambiente e pelo professor, fazem com que a criança adquira 
gradativamente uma maior autonomia nos seus esquemas motores, adquirindo novas 
habilidades. A criança inicia seus movimentos partindo do mais simples ao mais complexo. O 
jogo também é um grande aliado do desenvolvimento cognitivo. Além de ser diversão, o jogo 
permite que a criança esteja em contato com a realidade, confronte ideias e busque soluções. 
Piaget , afirma que: Os jogos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana. 
 
Em primeiro lugar, representam uma atividade interindividual necessariamente regulada por 
certas normas que, embora geralmente herdadas das gerações anteriores, podem ser 
modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores. (...) Em segundo lugar, embora 
tais normas não tenham em si caráter moral, o respeito a elas devido, é ele sim, moral (...) 
Finalmente, tal respeito provém de mútuos acordos entre jogadores e não da mera aceitação 
de normas impostas por autoridades estranhas a comunidade de jogadores. Para Piaget 
 
 
 
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(1992), muito mais do que estimular o cognitivo, o jogo também permite a consciência da 
regra, ou seja, existe a aceitação do outro, da perda e dos deveres que essa criança 
acompanhará até a vida adulta. Quando uma criança joga um jogo tradicional (por exemplo, a 
amarelinha), ela está mantendo uma cultura infantil que ultrapassa gerações, além de, é claro, 
aprender outras habilidades como sequência numérica, destreza, atenção, etc. 
 
 Os jogos também permitem que a criança aprenda com bastante facilidade os conceitos de 
alguns conteúdos trabalhados. Mas o professor tem de levar em consideração se o mesmo é 
pedagógico, se estimula o desenvolvimento intelectual e afetivo, se ele está adequado à faixa 
etária e se ele possui desafios que levem o aluno a refletir sobre o que está sendo jogado e 
como aquele jogo pode interferir de forma positiva na sua aprendizagem. 
 
Percebe-se em Piaget, que a criança em idade pré-escolar necessita de uma educação 
voltada para o corpo, ou seja, ela não pode apenas ser um mero expectador da aprendizagem, 
e não pode aprender somente através de atos mecânicos. Uma educação voltada para o 
movimento corporal, relacionada com a brincadeira e os jogos, todos com uma 
intencionalidade, permite que a criança adquira gradativamente habilidades que a levem a 
uma educação que não separa corpo e mente, mas que vê de um modo global. 
 
 A Educação Infantil é uma etapa extremamente importante para o desenvolvimento da 
criança, como já foi citado anteriormente no trabalho, acredita-se que é possível a escola 
construir uma maneira significativa de aproveitar essa etapa da vida com mais prazer, 
ludicidade e movimento. A escolarização precoce, antes da importância de se perceber o 
corpo e a mente como algo indissociáveis, gera fatores de atraso no desenvolvimento da 
criança dos tempos atuais. Essa criança atual, fruto das tecnologias, que muitas vezes passa 
horas em frente ao computador ou em frente a uma televisão, precisa de um "despertar" para 
o movimento, para as atividades livres, para o brincar como forma de aprendizagem. E cabe 
também à escola, juntamente com toda sociedade, a responsabilidade para que esse 
movimento realmente seja concretizado nas escolas e na vida em geral. Não se trata apenas 
de "escolarizar" o que é dado nessa primeira etapa da vida, mas aproveitar esse rico universo 
 
 
 
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para explorar as potencialidades e habilidades da criança, tendo consciência plena de que isso 
lhe dará suporte para outras etapas do ensino. 
 
Com isso, não se está querendo dizer que a escola de Educação Infantil apenas "brinca", mas 
que a mesma possa aproveitar todos esses temas (o brincar, o movimento e os jogos) como 
uma ponte para um processo de ensino mais complexo em etapas posteriores, alcançando 
com este aluno um desenvolvimento pleno em todos os sentidos, em suma, transformá-lo num 
adulto que teve oportunidadede expressar-se enquanto criança, tendo uma infância feliz e 
consequentemente, se torne um adulto feliz e pleno. Se a criança possuir um bom controle 
motor, poderá explorar o mundo exterior, fazer experiências concretas que ampliam o seu 
repertório de atividades e solução de problemas, adquirindo assim, várias noções básicas para 
o próprio desenvolvimento intelectual, o que permitirá também tomar conhecimento do mundo 
que a rodeia e ter domínio da relação corpo meio. 
 
Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é um instrumento e 
uma peça importante e fundamental do edifício pedagógico, que permite à criança resolver 
mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado, para a 
sua existência futura no mundo adulto, essa atividade não ficará mais relegada ao segundo 
plano, sobretudo porque o professor constatará que esse material educativo não verbal, 
constituído pelo movimento é, pôr vezes, um meio insubstituível para afirmar certas 
percepções, desenvolver certas formas de atenção, por em jogo certos aspectos da 
inteligência. 
 
Enfim, o brincar é maneira pela qual a criança busca subsídios lúdicos para desenvolver-se. E 
o mais importante de tudo isso é que, por meio do brincar, o professor assume um papel 
fundamental neste processo, pois é ele que arma, de maneira planejada e não casual, as 
cenas mais pertinentes para que esse desenvolvimento ocorra. É ele que fará com que o 
sujeito não se fragmente, pois ele se oferece como elo de todos os aspectos que constituem 
um indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio afetivos. 
 
 
 
 
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Referências Bibliográficas 
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FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996. 
 
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La TAILLE, Yves de (et al). Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 
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LEBOUCH, Jean. Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1987. 
 
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LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora: o corpo na linguagem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. 
 
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria da Educação Infantil. Plano nacional de educação 
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OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento – um processo sócio-histórico. 
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WINNICOTT, D.W. A criança e seu mundo. Editora LTC, 6ª edição, 1982 
YANEZ, Zulema Garcia. Psicomotricidade e seus conceitos fundamentais. Esquema e imagem 
corporal. Conferência proferida na III Jornada de Psicomotricidade, Porto Alegre (1994)

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