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Capacidade Legislativa Plena

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5.6 - Capacidade Legislativa Plena
Conceito de Tributo
O CTN já conceitua:
Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Prestação Pecuniária: O tributo tem de ser pago necessariamente em dinheiro, não é permitido o pagamento de tributos em produtos, material (in natura) ou em trabalho (in labore).
Compulsória: Compulsória não significa a obrigatoriedade em pagar o tributo, mas sim o fato do tributo existir sem o elemento vontade do contribuinte.
Que não constitua Sanção ou ato ilícito: Vale destacar que tributo não é multa, não pode ser considerada sanção, entretanto frise-se que a hipótese de incidência do tributo que não pode ser ilícita, mas o fato gerador do tributo ás vezes incide sobre circunstancias ilícitas. Ex: ganha dinheiro com o tráfico e paga imposto de renda Quiçá o único exemplo aceito por nossa constituição de imposto co caráter de sanção é o IPTU progressivo para áreas desocupadas.
Instituída em Lei: É o principio da legalidade. Nenhum tributo é instituído se não em virtude de lei conforme assevera o artigo 150, inciso I da Constituição Federal.
Atividade Administrativa Plenamente vinculada: ele não será flexível na cobrança do tributo, ele seguirá o comando e o tributo é devido a partir do fato tributário. O não cumprimento da obrigação tributária gera o dever da fazenda cobrar o tributo podendo cobrar multa e juros inerentes. Frise-se que trata-se de atividade plenamente vinculada, portanto não preenchia por juízo pessoal e subjetivo, não podendo a lei abrir brechas para que o administrador cobre com seus critérios adotados.
As funções do tributo
A função principal dos tributos sempre foi arrecadar recursos financeiros para o Estado. Entretanto, verifica-se que ele pode ser usado também com outras funções, vejamos:
1. Função fiscal: A função essencial do tributo é garantir recursos financeiros para o funcionamento do Estado. Ex: ICMS e IPTU
2. Função Extrafiscal: É a função de intervenção de mercado, na economia privada, nas relações socais, produzindo efeitos em geral na economia.
3. Função Parafiscal: quando o seu objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em principio não integram a funções próprias do Estado, mas que se desenvolve através de entidades especifica.
Competência Tributária
O Sistema Tributário e Relações
A Competência tributária é a possibilidade dada pela Constituição Federal(exclusivamente) de a União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios criarem tributos por meio de lei, aumentá-los, minorá-los, isentar e perdoar contribuintes (remitir créditos, analisar multas), ou mesmo deixar de tributar.
A Constituição não cria tributos e sim seus os entes federais tributantes, portanto esses entes criam normas que podem ou não estar adequadas ao sistema.
Competência Tributária: União, Estados e Municípios
A respeito da competência discorre Hugo de Brito Machado: “A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na constituição.” Isto quer dizer que se a Constituição Federal atribuiu competência aos Estados para instituir um imposto está dando competência para legislar sobre o assunto.
Nesta senda, as normas criadas visam estar em perfeita harmonia, não estando em perfeita harmonia o contribuinte que se sentir lesado poderá utilizar do judiciário. Portanto, inafastável o controle do judiciário, uma vez que existente um lide entre o contribuinte que se vê lesado, por norma criada pelos entes tributantes que em sua acepção discorda da harmonia. É com base no CTN que podem os entes legislarem sobre os tributos de sua competência:
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Entretanto, ressalte-se é somente com o poder legislativo conferido pela Constituição Federal aos entes que cada um dos entes tributantes podem criar seus próprios tributos.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Características da Competência Tributária
1. Indelegável:Não é permitido delegar certas competências para instituir tributos, vale ressaltar que indelegabilidade não significa que outro estado não pode cobrar imposto. Destaque-se que se o Município não quiser instituir imposto, não poderá o Estado instituí-lo. Entretanto saliente-se que é possível que o ente atribua as funções de fiscalizar e arrecadar tributos.
2. Irrenunciável: Não se pode destituir ou instituir e não pode deixar de cobrar.
3. Incaducabilidade:a competência legislativa é incaducável, não prescrevem e não decaem.
4. Inalterável:A competência tributária não pode ser alterada por norma infraconstitucional. Também se entende que não pode distorcer os significados da Constituição Federal.
Capacidade tributária ativa
É a capacidade para arrecadar , fiscalizar e executar, diferente da competência legislativa, ou seja, pode o um ente federativo, mesmo sem competência para instituir o tributo, arrecadar, fiscalizare executar tal imposto. É esse um exemplo de previsão na Constituição Federal:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
Quando se passa a outro ente a possibilidade de fiscalizar e arrecadar nada impede que haja a capacidade tributária.
Classificação de Competências
Essa competência tributária poderá ser conferida de um maneira privativa, comum, residual e extraordinária.
A competência privativa é a conferida a apenas um ente, pode haver uma competência para taxas e contribuição de melhoria.
Competência Privativa: É a competência atribuída apenas à um ente, no caso é a competência para instituir impostos, já que a Constituição Federal faz referencia a cada um dos impostos de competência exclusiva.
Competência Comum: São no caso as taxas e contribuições de melhoria, que podem ser instituídas e cobradas por qualquer ente, desde que atenda aos requisitos da lei.
Competência Extraordinária: É a competência em caso de guerra externa, a União poderá criar um novo imposto, não previsto na Constituição Federal, instituindo-o e cobrando por lei ordinária nos termos do artigo 154, inciso II.
Competência Residual: A listagem de impostos feita pela Constituição Federal art. 195 Paragrafo 4º, é taxativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, entretanto não é taxativa para a União.

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