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ob jet ivo s 13 1 2 3 Meta da aula Apresentar a teoria de carteiras de Harry Markowitz. Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: descrever a teoria média-variância de Markowitz e conceituar carteira otimizada; calcular o retorno esperado de carteiras; distinguir os tipos de riscos inerentes à teoria de carteira e descrever o processo de determinação de risco de carteira. Pré-requisitos Para se ter um bom aproveitamento desta aula, é importante você relembrar os conceitos de “coe- ficiente de correlação” e de “covariância”, apre- sentados na Aula 5 desta disciplina. É importante também você estar em dia com o conceito de “coeficiente beta”, trabalhado na Aula 8 da disci- plina Fundamentos de Finanças. Risco e retorno de carteira Selma Velozo Fontes A U L A Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J8 Chegamos à Aula 13 e nela iremos tratar do estudo da teoria de c a r t e i r a s de Harry Markowitz. Vamos conhecer o processo de formação e seleção de carteiras otimizadas a partir da diversificação de risco; rever alguns dos instru- mentos estatísticos, vistos na Aula 5 desta disciplina; entender o processo de determinação do retorno esperado de uma carteira, o cálculo do risco de uma carteira pela variância e o desvio-padrão dos retornos e do risco sistemático de uma carteira. Enfim, dimensionar o risco e o retorno de carteiras eficientes. Quer conhecer um pouco mais? Então, venha e pegue carona nesta aula! INTRODUÇÃO ca rt e i r a Assumindo o enfo- que proposto pela aula, carteira repre- senta um conjunto de ativos (aplica- ções), pertencente a um investidor. Figura 13.1: Conjunto de ativos. Fontes: http://www.sxc.hu/photo/1290131; http://www.sxc.hu/photo/1235157; http://www.sxc. hu/photo/1237498; http://www.sxc.hu/photo/729164 C h ri s H o ld er Sv ile n M ile v Le o n ar d in i Th o m as P ic ar d TEORIA DE CARTEIRA A teoria de carteira ou moderna teoria de carteiras dedica-se à formação de uma carteira otimizada de investimentos. Uma carteira otimizada ou ótima é aquela que combina o máximo retorno ao menor grau de risco possível. Ou seja, representa uma combinação de ativos que possa proporcionar ao investidor a relação mais vantajosa entre risco e retorno. C E D E R J 9 A U LA 1 3A teoria de carteira ou teoria média-variância, segundo Azevedo (2007), foi desenvolvida por Harry Markowitz e apresentada com o título, em língua inglesa, de Portfolio Selection, em 1952, no Journal of Finance. O artigo deu início ao estudo na área de otimização de carteiras de investimentos. Assaf Neto (2006) coloca que essa teoria tem como principal objetivo aumentar o grau de satisfação do investidor pela relação risco e retorno. A seleção de carteiras procura identificar a melhor combinação possível de ativos, obedecendo às preferências do investidor com relação ao risco e retorno esperados. Dentre as inúmeras carteiras que podem ser formadas com os ativos disponíveis, é selecionada aquela que maximiza seu grau de satisfação (ASSAF NETO, 2006, p. 217). A teoria explica como o investidor deve usar o princípio da diver- sificação para otimizar os resultados de suas aplicações e precificar ativos arriscados. A principal ideia relacionada à formação de carteiras é que o risco de um único investimento é diferente do mesmo, quando mantido em carteira. O processo de diversificação de ativos na composição da carteira possibilita a redução e até mesmo a eliminação do risco diver- sificável dessa carteira. Esta ideia será clarificada no decorrer da aula. Como mencionado, uma carteira é considerada ótima quando apresenta um grau de risco minimizado para um dado nível de retorno esperado ou quando o retorno que se espera é maximizado para um determinado grau de risco que se esteja disposto a incorrer. Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J1 0 Conhecendo um pouco mais sobre Markowitz... Harry Markowitz nasceu em Chicago, no ano de 1927. O tema de sua dissertação tornou-se o principal trabalho de sua vida, abordava a aplicação da matemática para a análise do mercado de ações. Seu trabalho pioneiro veio a ser conhecido como a Teoria Moderna de Portfolio e foi essencial para o desenvolvimento do Capital Asset Pricing Model (CAPM – Modelo de Precificação de Ativos de Capital). As formulações utilizadas para cálculo do risco de um portfolio são provenientes do modelo desenvol- vido por Markowitz, a quem foi atribuído o Prêmio Nobel de Economia de 1990. Markowitz é professor de finanças da Universidade da Califórnia em San Diego e senta-se em vários conselhos consultivos (informa- ções relativas ao ano de 2010). Fonte: http://blsciblogs.baruch.cuny.edu/bcam/2010/10/19/ did-you-know-famous-baruchians-2/ ? Falando em Markowitz... Para conhecer um pouco mais sobre o precursor da Moderna Teoria de Carteiras e sobre a própria teoria, acesse os seguintes sites: • http://blsciblogs.baruch.cuny.edu/bcam/2010/10/19/did-you-know- famous-baruchians-2/ • http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_moderna_do_portf%C3%B3lio Dê uma chegadinha por lá e faça uma boa leitura! Agora que você terminou a leitura desta seção, explique em que consiste a teoria média-variância de Markowitz e o que é uma carteira otimizada. Atividade 1 1 C E D E R J 1 1 A U LA 1 3 CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DE UMA CARTEIRA Na Aula 12, você aprendeu a calcular o retorno para ativo indi- vidual, agora você irá aprender a calcular o retorno esperado de uma carteira de ativos. Veja a diferença! O retorno esperado de uma carteira de investimentos representa o retorno médio dessa carteira. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos retornos dos ativos que a compõem: Kc = (p1 x k1) + (p2 x k2) + ... + (pn x kn) n j j j=1 Kc p k= ×∑ Onde, Kc = retorno esperado da carteira pj = proporção do ativo j na composição da carteira kj = retorno do ativo j n = total de ativos que compõem a carteira Kc O total da soma de todas as proporções deverá ser igual a 1, ou seja, 100% dos ativos da carteira devem ser incluídos no cálculo. ∑ n j j=1 p = 1 Exemplificando: Considere uma carteira de investimentos formada por dois ati- vos – A e B – tendo 80% de sua composição monetária formada pelo ativo A e o restante pelo ativo B. Suponha que o retorno estimado para o ativo A seja de 40% sobre a parcela do capital aplicado e do ativo B Resposta Comentada A teoria trata do princípio de que o retorno esperado e a volatilidade dos retornos dos investimentos são parâmetros relevantes na formação de uma carteira otimizada. Sugere que o investidor deve montar carteiras com diferen- tes ativos de risco, pois a diversificação eficiente diminui o risco da carteira. A carteira otimizada é entendida como a combinação ótima de ativos, pois busca incorrer ao menor grau de risco possível, para um dado retorno esperado ou o maior retorno esperado possível, para um dado grau de risco que o investidor esteja disposto a incorrer. Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J1 2 de 30%. Calcule o retorno esperado da carteira AB, a partir da fórmula apresentada: KAB = (pA x kA) + (pB x kB) = (0,8 x 40%) + (0,2 x 30%) = 32% + 6% = 38% O retorno esperado da carteira de investimentos AB é de 38%. Agora, com o conceito de retorno esperado de uma carteira em mente e já sabendo calculá-lo, que tal determinar o retorno esperado da carteira WY? Os ativos apresentarão os seguintes retornos ao longo dos próximos três anos: Período (n) W Y 1 8% 14% 2 10%12% 3 12% 10% Suponha que o investidor aloque 40% de seus recursos no ativo W e o restante seja alocado no ativo Y. Atividade 2 2 C E D E R J 1 3 A U LA 1 3 Resposta Comentada Para determinar o retorno esperado da carteira, composta pelos ativos WY, você deverá seguir os seguintes passos: Passo 1: Calcular o retorno médio esperado dos ativos W e Y, por meio da média arit- mética. Kw = (8 + 10 + 12) / 3 Kw = 10% Ky = (14 + 12 + 10) / 3 Ky = 12% Passo 2: Calcular o retorno esperado da carteira. KwY = (0,40 x 10%) + (0,60 x 12%) KwY = 4% + 7,2% KwY = 11,2% RISCO DE UMA CARTEIRA DE ATIVOS Conforme mencionado, um dos objetivos da teoria de carteira é usar o princípio de diversificação para tornar uma carteira de investi- mentos otimizada. A diversificação de ativos deve ser pensada de modo que se possa combinar ativos cujo resultado (retorno da carteira) possa ser potencializado ao menor grau de risco possível. A orientação formulada que se assume nessas decisões financeiras é selecionar alternativas que levem à melhor diversificação e, con- sequentemente, redução do risco dos investimentos e produzam, ao mesmo tempo, um retorno admitido como aceitável no âmbito dos investidores de mercado (ASSAF NETO, 2006, p. 213). Como apresentado na Aula 12, o risco representa um conceito que envolve: • fatores de risco conjunturais globais de ordem política, econômica e social; • fatores de risco específicos, relacionados ao emissor do ativo. Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J1 4 O risco, relativo a fatores conjunturais, é chamado de risco sis- temático ou não diversificável, uma vez que não é possível eliminá-lo completamente por meio da diversificação de ativos, considerando que fatores conjunturais atingem todos os ativos de mercado. O outro tipo de risco é o não sistemático ou diversificável. Esse risco surge a partir de fatores específicos relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação e é possível de ser reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de uma carteira de ativos, tecnicamente montada. Mas... Talvez você esteja se questionando: como fazer para eliminar ou reduzir o grau de risco utilizando o princípio de diversificação? Bom, a possibilidade passa a existir quando trabalhamos com análise de correlação! Conforme abordado na Aula 5, a análise de correlação visa estimar numericamente o grau de relacionamento que possa ser identificado entre duas ou mais variáveis. No caso, as variáveis são representadas pelos possíveis retornos associados aos cenários. O coeficiente de correlação (ρ) representa a medida do grau de relação e direção entre duas variáveis; esse coeficiente assume valores entre -1 e +1. Quando duas variáveis movem-se em um mesmo sentido e em proporções iguais, a correlação é tida como positiva perfeita. Nesse caso, o coeficiente de correlação é igual a +1. Quando duas variáveis movimentam-se em uma mesma direção e em proporções diferentes, a correlação é tida como positiva. Nesse caso, o coe- ficiente de correlação é maior que 0 e menor que 1. Quando duas variáveis movem-se em direções opostas e em proporções iguais, a correlação é tida como negativa perfeita. Nesse caso, o coeficiente de correla- ção é igual a -1. Quando duas variáveis movem-se em sentidos opostos e em proporções diferentes, a correlação é tida como negativa. Nesse caso, o coeficiente de correlação é maior que -1 e menor que 0. Quando não existe relação entre as variáveis, a correlação é tida como nula. Nesse caso, o coeficiente de correlação é 0. ? C E D E R J 1 5 A U LA 1 3Quando há a possibilidade de combinar ativos correlacionados de forma negativa perfeita, o risco diversificável é eliminado, o que significa dizer que os ativos produzem retornos inversamente proporcionais, ou seja, quando o retorno de um dos ativos aumenta, o retorno de outro diminui na mesma proporção. Isso elimina os reflexos negativos produ- zidos, existindo assim a compensação entre eles e, consequentemente, garantindo a possibilidade de ganho. Figura 13.2: Ativos com correlação negativa perfeita. Fonte: Assaf Neto (2006, p. 213). Quando é mantida uma correlação positiva perfeita entre os ati- vos que compõem a carteira, não há eliminação do risco diversificável. Nesse tipo de combinação, os retornos produzidos pelos ativos são pro- porcionais uns aos outros, ou seja, quando o retorno de um dos ativos aumenta, o retorno de outro aumenta na mesma proporção. Logo, não se verifica uma compensação do risco assumido pelos ativos. O efeito de uma carteira, com correlacão positiva perfeita, é a possibilidade de gerar altos lucros ou grandes prejuízos. Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J1 6 Figura 13.3: Ativos com correlação positiva perfeita. Fonte: Assaf Neto (2006, p. 213). Cabe ressaltar que, na prática, não é tão simples identificar a exis- tência de investimentos com perfeitas correlações negativas ou positivas. Assim, a diminuição ou eliminação do risco diversificável normalmente se dá pela combinação de ativos que tendam a se correlacionar negativa- mente ou que mantenham baixa correlação. Até as carteiras entendidas como bem diversificadas mantêm o risco sistemático – aquele que não é eliminado pela diversificação de ativos. Figura 13.4: O aumento de ativos em uma carteira tende a diminuir o risco diver- sificável. Fonte: Assaf Neto (2006, p. 213). C E D E R J 1 7 A U LA 1 3CÁLCULO DO RISCO DE UMA CARTEIRA (VARIÂNCIA E DESVIO-PADRÃO DOS RETORNOS) O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio-padrão, requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um ativo individual. No cálculo, além de levar em conta a média ponderada dos desvios-padrão dos ativos que compõem a carteira, deve-se considerar a covariância existente entre esses ativos e, a partir dela, determinar o coeficiente de correlação da carteira. A determinação do risco pela ponderação dos desvios-padrão de cada ativo não é correta, pois não leva em consideração como os retornos se relacionam (co-variam) entre si. Dessa forma, é possível concluir que, para o cálculo do risco de um portfólio, é necessário levar-se em consideração não somente a participação e o risco de cada ativo individualmente, mas também como os ativos se correlacionam (ASSAF NETO, 2006). σc = [(p21 x σ 2 1) + (p 2 2 x σ 2 2) + 2 x p1 x p2 x COV1,2 ] 1/2 Onde, σc = desvio-padrão da carteira p1 e p2 = proporção do ativo 1 e do ativo 2 na composição da carteira σ21 e σ 2 2 = variância dos retornos dos ativos 1 e 2 COV1,2 = covariância entre os ativos 1 e 2 Exemplificando: Considere dois ativos – A e B – e suponha os dados apresentados no quadro que segue: Cenário Probabilidade Retorno Ativo A Retorno Ativo B Recessão 25% 5% 30% Moderado 50% 25% 25% Crescimento 25% 40% 10% Retorno esperado de cada ativo 23,75% 22,5% Risco dos ativos calculados isoladamente: σA = [(5% - 23,75%) 2 x 0,25 + (25% - 23,75%)2 x 0,50 + (40% - 23,75%)2 x 0,25] 1/2 σA = [87,89% + 0,78% + 66,02%] 1/2 σA = [154,69] 1/2 σA = 12,44% Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J1 8 σB = [(30% - 22,5%) 2 x 0,25 + (25% - 22,5%)2 x 0,50 + (10% - 22,5%)2 x 0,25] 1/2 σB = [14,06% + 3,13% + 39,06% ] 1/2 σB = [56,25%] 1/2 σB = 7,5% Agora, devemos calcular a covariância entre os retornos dos ativos A e B, conforme a aplicação da fórmula que você aprendeu na Aula 5: COVAB = Pr x (k – keA) x (k – keB) Onde, COVAB = covariânciaentre as variáveis A e B Pr = probabilidade relativa ao cenário Ke = retorno esperado K = retorno do ativo Sendo assim: Cenário Probabilida- de Pr Retorno Ativo A Retorno Ativo B Pr x (kA – keA) x (kB – keB) = COV AB Recessão 25% 5% 30% -0,003516 Moderado 50% 25% 25% 0,000156 Crescimento 25% 40% 10% -0,005078 Retorno esperado de cada ativo 23,75% 22,5% ∑ -0,008438 Desvio-padrão de cada ativo 12,44% 7,5% Uma vez calculada a covariância, devemos determinar o coeficiente de correlação. Ele é normalmente empregado no estudo da elaboração de carteira eficiente, cujo objetivo é diminuir ou até mesmo eliminar o risco diversificável. Como também apresentado na Aula 5, a covariância entre ativos (no exemplo, variáveis A e B) pode ser determinada pelo produto da correlação e desvio-padrão das variáveis, ou seja: COVAB= ρA,B x σA x σB Onde, COVAB = covariância entre os ativos A e B ρAB = coeficiente de correlação da carteira AB ρA = desvio-padrão do ativo A σB = desvio-padrão do ativo B C E D E R J 1 9 A U LA 1 3A partir do ajuste dessa fórmula, podemos encontrar a expressão que determina o coeficiente de correlação necessário para a avaliação do risco diversificável da carteira: ρAB = COVA,B / σA x σB Aplicando no exemplo: ρAB = COVA,B / σA x σB ρAB = -0,008438 / 0,1244 x 0,075 ρAB = -0,904394 A correlação entre os dois ativos é de -0,904394. Lembrando que sempre que o coeficiente de correlação for menor que 1 e não apresentar valor nulo (igual a zero), há diversificação do risco. Combinação 1 σC = [(0 2 x 0,12442) + (12 x 0,0752) + 2 x 0 x 1 x (-0,008438)]1/2 σC = [0,005625] 1/2 σC = 0,075 x 100 = 7,5% Combinação 2 σC = [(0,25 2 x 0,12442) + (0,752 x 0,0752) + 2 x 0,25 x 0,75 x (-0,008438)]1/2 σC = [0, 00096702] 1/2 σC = 0,03109699 x 100 = 3,11% Combinação 3 σC = [(0,5 2 x 0,12442) + (0,52 x 0,0752) + 2 x 0,5 x 0,5 x (-0,008438)] 1/2 σC = [0, 00105609] 1/2 σC = 0,03249754 x 100 = 3,25% Combinação 4 σC = [(0,75 2 x 0,12442) + (0,252 x 0,0752) + 2 x 0,75 x 0,25 x (-0,008438)]1/2 σC = [0,0058922 ] 1/2 σC = 0,07676068 x 100 = 7,68% Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J2 0 Combinação 5 σC = [(1 2 x 0,12442) + (02 x 0,0752) + 2 x 1 x 0 x (-0,008438)]1/2 σC = [0,01547536 ] 1/2 σC = 0,1244 x 100 = 12,44% Proporções para formação de carteiras Retorno esperado da carteira AB *Desvio-padrão da carteira AB Ativo A Ativo B 0 100% σc = [(p 2 1 x σ 2 1) + (p 2 2 x σ 2 2) + 2 x p1 x p2 x COV1,2] 1/2 0x23,75% + 1x22,5% = 22,5% 7,5% 25% 75% 0,25x23,75%+0,75x22,5% = 22,81% 3,11% 50% 50% 0,5x23,75% + 0,5x22,5% = 23,13% 3,25% 75% 25% 0,75x23,75%+0,25x22,5% = 23,44% 7,68% 100% 0 1x23,75% + 0x22,5% = 23,75% 12,44% Os resultados apresentados sugerem ao investidor possíveis com- binações de uma carteira composta pelos ativos A e B, considerando a relação risco e retorno esperado. Os ativos A e B apresentam uma correlação negativa (tendendo a -1). Quanto menor a correlação entre os retornos dos ativos (igual a -1 ou tendendo a -1), maior será a redução do risco pela diversificação. Conforme já informado, uma carteira é ótima ou entendida como eficiente para Markowitz, quando a combinação de ativos promove o maior retorno esperado para um menor nível possível de risco ou mini- miza o grau de risco para um dado retorno esperado. Um conjunto de todas as carteiras eficientes, possíveis de serem construídas a partir dos ativos disponíveis, forma a fronteira eficiente. Essa fronteira permite ao investidor uma melhor percepção entre as variáveis risco e retorno, e assim selecionar sua carteira. CÁLCULO DO RISCO NÃO DIVERSIFICÁVEL DE UMA CARTEIRA (RISCO SISTEMÁTICO – β) O risco sistemático é representado pelo coeficiente β. Esse coe- ficiente indica a sensibilidade de um ativo com relação ao retorno da c a rt e i r a d e m e r c a d o . O coeficiente beta de um ativo pode ser obtido, a partir dos seus retornos históricos observados. Utilizando os dados históricos, você calculará a covariância e a variância e dividirá a primeira pela segunda, ca rt e i r a d e m e r c a d o Carteira de refe- rência de mercado. Teoricamente, repre- senta a carteira de todos os ativos de uma economia ou da economia global. Na prática, o Índice da Bovespa – um índice amplo da Bolsa de Valores – pode representar o mercado. C E D E R J 2 1 A U LA 1 3ou seja: β = COVkA,km / σm 2 Onde, β = coeficiente beta COVkA,km = covariância do retorno do ativo A (kA) e a carteira de mer- cado (km) σm2 = variância do retorno sobre a carteira de mercado. O coeficiente beta de uma carteira representa a média ponderada dos betas dos ativos que a compõem. βC = (p1 x β1) + (p2 x β2) + ... + (pn x βn) βC = n i i i=1 p ×β∑ Onde, βC = beta da carteira pi = proporção do ativo i na composição da carteira βi = retorno do ativo i n = total de ativos que compõem a carteira βC O total da soma de todas as proporções deverá ser igual a 1, ou seja, 100% dos ativos da carteira devem ser incluídos no cálculo. Exemplificando: Suponha uma carteira de investimentos formada por dois ati- vos – L e M – tendo 60% de sua composição monetária formada pelo ativo L e 40% formados pelo ativo M. Suponha que o ativo L tenha um coeficiente beta igual a 1,5 e o ativo M igual 0,8. Determine o beta da carteira LM a partir da fórmula apresentada: βLM = (pLx βL) + (pM x βM) = (0,6 x 1,5) + (0,4 x 0,9) = 0,9 + 0,32 = 1,22 O beta da carteira de investimentos LM é igual a 1,22. Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J2 2 Investir? Como fazer? Para conhecer um pouco mais sobre como criar uma carteira de fun- dos de investimentos ou ações, consulte a aba Mercados no Portal Exame, em http://portalexame.abril.com.br. Visite também o Portal Brasileiro de Tecnologia em Risco, em www. risktech.com.br. Lá você encontrará informações e recursos relacio- nados a risco de mercado. Faça uma boa leitura! Agora que você terminou a leitura desta seção, calcule a covariância entre os retor- nos dos ativos V e Z, apresentados no quadro abaixo, e o coeficiente de correlação correspondente aos ativos. Depois elabore um quadro sugerindo cinco composições para a formação de carteira VZ. Determine o retorno esperado e o desvio-padrão de cada composição sugerida. Bom trabalho! Cenário Probabilidade Retorno Ativo V Retorno Ativo Z Recessão 30% -5% 10% Moderado 45% 25% 25% Crescimento 25% 40% 35% Retorno esperado de cada ativo 19,75% 23% Atividade 3 3 C E D E R J 2 3 A U LA 1 3 Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J2 4 Resposta Comentada 1º passo: Determinar o risco de cada ativo individualmente. σv = [(-5% - 19,75%)2 x 0,30 + (25% - 19,75%)2 x 0,45 + (40% - 19,75%)2 x 0,25]1/2 σv = [183,77%' + 12,40% + 102,52%]1/2 σv = [298,69%]1/2 σv = 17,28% σz = [(10% - 23%)2 x 0,30 + (25% - 23%)2 x 0,45 + (35% - 23%)2 x 0,25]1/2 σz = [50,70% + 1,80% + 36%]1/2 σz = [88,50%]1/2 σz = 9,41% 2º passo: Determinar a covariância entre os retornos dos ativos V e Z. Cenário Probabili- dade Pr Retorno Ativo V Retorno Ativo Z Pr x (k – kev ) x (k – kez ) = COV VZ Recessão 30% -5% 10% 0,0096525 Moderado 45% 25% 25% 0,0004725 Crescimento 25% 40% 35% 0,0060750 Retorno esperado de cada ativo 19,75% 23% ∑ 0,0162000 Desvio-padrão de cada ativo 17,28% 9,41% 3º passo: Determinar a correlação entre os dois ativos. ρV,Z = 0,01620V,Z / 0,1728V x 0,0941Z ρV,Z = 0,99628055 4º passo: Elaborarquadro, sugerindo cinco composições para a formação de carteira VZ. Cálculo do retorno esperado e do desvio-padrão de cada composição. Combinação 1 σC = [(0 2 x 0,17282) + (12 x 0,09412) + 2 x 0 x 1 x 0,01620 ]1/2 σC = [0,00885481 ] 1/2 σC = 0,0941 x 100 = 9,41% Combinação 2 σC = [(0,25 2 x 0,17282) + (0,752 x 0,09412) + 2 x 0,25 x 0,75 x 0,01620 ]1/2 C E D E R J 2 5 A U LA 1 3 σC = [0,01292207 ] 1/2 σC = 0,1137 x 100 = 11,37% Combinação 3 σC = [(0,5 2 x 0,17282) + (0,52 x 0,09412) + 2 x 0,5 x 0,5 x 0,01620 ]1/2 σC = [0,01777866 ] 1/2 σC = 0,1333 x 100 = 13,33% Combinação 4 σC = [(0,75 2 x 0,17282) + (0,252 x 0,09412) + 2 x 0,75 x 0,25 x 0,01620 ]1/2 σC = [0,02342459 ] 1/2 σC = 0,1530 x 100 = 15,30% Combinação 5 σC = [(1 2 x 0,17282) + (02 x 0,09412) + 2 x 1 x 0 x 0,01620]1/2 σC = [0,02985984 ] 1/2 σC = 0,1728 x 100 = 17,28% Proporções para forma- ção de carteiras Retorno esperado da carteira VZ *Desvio- padrão da car- teira VZAtivo V Ativo Z 0 100% 0x19,75% + 1x23% = 23% 9,41% 25% 75% 0,25x19,75% + 0,75x23% = 22,19% 11,37% 50% 50% 0,5x19,75% + 0,5x23% = 21,38% 13,33% 75% 25% 0,75x19,75% + 0,25x23% = 20,56% 15,30% 100% 0 1x19,75% + 0x23% = 19,75% 17,28% *σC = [(p 21 x σ21) + (p22 x σ22) + 2 x p1 x p2 x COV1,2 ] 1/2 Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J2 6 Das afirmações que vêm a seguir, umas são falsas (F); outras, verdadeiras (V). Examine-as com atenção e, segundo seu entendimento, assinale V ou F, justificando sua resposta. ( ) Uma carteira otimizada é considerada uma carteira eficiente, pois é aquela que combina o máximo retorno ao menor grau de risco possível. ( ) O retorno esperado de uma carteira de investimentos representa o retorno médio dessa carteira. ( ) O risco relativo a fatores conjunturais é chamado de risco não sistemático ou diversificável. O risco relativo a fatores específicos, relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação, é o sistemático ou diversificável. ( ) O risco sistemático pode ser reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de uma carteira de ativos tecnicamente montada. ( ) A diminuição ou eliminação do risco diversificável normalmente se dá pela combinação de ativos que tendam a se correlacionar positivamente ou que mantenham baixa correlação. ( ) O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio-padrão, requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um ativo individual. ( ) O risco sistemático é representado pelo coeficiente β. Resposta Comentada (V) Sim, resposta verdadeira! A carteira otimizada é entendida como a combinação ótima de ativos, pois busca incorrer ao menor grau de risco possível, para um dado retorno esperado ou o maior retorno esperado possível, para um dado grau de risco que o investidor esteja disposto a incorrer. (V) Resposta verdadeira! O retorno esperado de uma carteira representa o retorno médio dessa carteira, e o seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos retornos dos ativos que compõe a carteira. (F) Resposta falsa! O risco representa um conceito que envolve fatores de risco con- junturais globais de ordem política, econômica e social, como também fatores de risco específicos, relacionados ao emissor do ativo. O risco, relativo a fatores conjun- turais, é chamado de risco sistemático ou não diversificável. O risco relativo a fatores específicos relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação, é o não sistemático ou diversificável. (F) Resposta falsa! O risco diversificável ou não sistemático é possível de ser reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de uma carteira de ativos tecnicamente montada. 31 2 Atividade Final C E D E R J 2 7 A U LA 1 3 (F) Resposta falsa! A diminuição ou eliminação do risco diversificável normalmente se dá pela combinação de ativos que tendam a se correlacionar negativamente ou que mantenham baixa correlação. (V) Sim, resposta verdadeira! O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio- -padrão, requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um ativo individual. No cálculo deve-se considerar a covariância existente entre os ativos que compõem essa mesma carteira. (V) Sim, resposta verdadeira! O coeficiente β indica a sensibilidade de um ativo com relação ao retorno da carteira de mercado. O β de uma carteira é a média ponderada dos betas dos ativos que a compõem. A teoria de carteira, desenvolvida por Harry Markowitz, dedica-se à formação de uma carteira otimizada de investimentos. Uma carteira otimizada é considerada uma carteira eficiente, pois é aquela que combina o máximo retorno ao menor grau de risco possível. Representa uma combinação de ativos que possa proporcionar ao investidor a relação mais vantajosa entre risco e retorno esperado. A teoria explica como o investidor deve usar o princípio da diversificação para otimizar os resultados de suas aplicações e precificar ativos arriscados. A principal ideia relacionada à formação de carteiras é que o risco de um único investimento é diferente de seu risco quando mantido em carteira. O retorno esperado de uma carteira de investimentos representa o retorno médio dessa carteira. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos retornos dos ativos que a compõem. O total da soma de todas as proporções deverá ser igual a 1, ou seja, 100% dos ativos da carteira devem ser incluídos no cálculo. O risco representa um conceito que envolve fatores de risco conjunturais globais de ordem política, econômica e social, como também fatores de risco específicos, relacionados ao emissor do ativo. O risco, relativo a fatores conjunturais, é chamado de risco sistemático ou não diversificável. O outro tipo de risco é o não sistemático ou diversificável. Esse risco surge a partir de fatores específicos relacionados ao emissor do ativo, inclusive ao setor de atuação, e é possível de ser reduzido ou até mesmo eliminado através da formação de uma carteira de ativos, tecnicamente montada. R E S U M O Sistema Financeiro | Risco e retorno de carteira C E D E R J2 8 A diminuição ou eliminação do risco diversificável normalmente se dá pela combinação de ativos que tendam a se correlacionar negativamente ou que mantenham baixa correlação. Carteiras entendidas como bem diversificadas mantêm o risco sistemático – aquele que não é eliminado pela diversificação de ativos. O cálculo do risco de uma carteira, pensando em desvio-padrão, requer um tratamento diferente ao dado na determinação do risco de um ativo individual. No cálculo, além de levar em conta a média ponderada dos desvios-padrão dos ativos que compõe a carteira, deve-se considerar a covariância existente entre os ativos que compõe essa mesma carteira. O risco sistemático é representado pelo coeficiente β. Esse coeficiente indica a sensibilidade de um ativo com relação ao retorno da carteira de mercado. O coeficiente beta de uma carteira representa a média ponderada dos betas dos ativos que a compõem. INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA Na próxima aula, iremos estudar o modelo de formação de preço de ativos. Até lá!
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