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Apostila+economia+antes+das+mudanças (1)

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Economia
Aula 1 
Alguns Conceitos de Economia:
ECO NOMIA:
A) OIKOS (casa - palavra de origem grega): mesmo radical de ECO (ambiente) LOGIA (ciência) 
NOMIA (leis);
B) Ciência da escassez: Utilização mais eficiente de recursos escassos;
C) Maneira como se vive, garante-se a sobrevivência e a reprodução, tanto dos indivíduos quanto dos meios de produção em determinada sociedade. 
D) Analise de Custos/Benefícios de qualquer atividade humana.
Principalmente as definições b e d valorizam o “homus economicus” uma visão reducionista do homem em linha com a visão da mecânica Newtoniana predominante desde o mercantilismo.
Atualmente, longe de negá-las surgem novas visões mais sistêmicas buscando reintegrar homem-natureza, o que, aliás, já aparecia em textos dos fisiocratas do século XVIII. Outras visões como a Economia do Ócio e o Ócio Criativo que Domenico de Masi buscou na Grécia antiga e transportou para atualidade em campos como o turismo em geral e o ecológico principalmente, para a moda, informática entre outros campos onde a inovação e o conservacionismo podem ser importantes. 
 NOÇÕES DE ECONOMIA
1.1 -	OS BENS ECONÔMICOS E A RIQUEZA
	"Tudo aquilo que serve para satisfazer uma necessidade tem o nome genérico de bem". (A.Pinto e C.Fredes, L.C.Marinho)
ALGUMAS CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
BENS LIVRES: São aqueles que, devido sua abundância, não se tornam um problema para serem adquiridos. Ex.: o ar, a luz do sol, a água (em alguns casos, cada vez mais raros), são bens sem proprietários, logo sem preço.
BENS ECONÔMICOS: Os demais bens são escassos, relativamente às necessidades às quais correspondem (alimentos, utensílios, móveis) e obtê-los pressupõe um dispêndio de trabalho, logo têm preço (valor de troca).
BENS TANGÍVEIS (MATERIAIS): Existência física material (bem propriamente dito).
BENS INTANGÍVEIS: Os serviços em geral (atendimento médico, aulas, hospedagem).
Aula 2
BENS PÚBLICOS: São os não rivais (o custo do próximo consumidor, ou custo marginal é zero, por exemplo, o custo de manter um farol ou a iluminação pública em funcionamento e, não exclusivos, (a utilização dele não implica em não disponibilidade para outrem), por exemplo: segurança nacional, educação universal, um canal de TV estatal . 
UTILIDADE: Capacidade que torna um bem desejável
ESCASSEZ: É a falta de uma mercadoria em relação à sua procura. A escassez pode ser absoluta (falta ou inexistência de um bem em um sistema econômico) ou relativa (falta temporária, sazonal ou por monopólio de algum ente econômico).
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS SEGUNDO SUA UTILIZAÇÃO
BENS DE UTILIZAÇÃO FINAL:
	a) BENS DE CONSUMO DURÁVEIS: Atendem necessidades humanas durante um período indeterminado. Ex.: geladeiras, automóveis, móveis etc.
	b) BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS: Se extinguem ao mesmo tempo em que satisfazem necessidades imediatas. Ex.: alimentos ou serviços em geral.
	c) BENS DE CAPITAL (BENS DE PRODUÇÃO OU DE INVESTIMENTO): Não entendem diretamente às necessidades humanas, destinam-se à multiplicar a eficiência do trabalho, aumentando a capacidade de produção. São as máquinas, os equipamentos e as instalações que destinam-se a repor e ou aumentar capacidade de produção. São bens finais como tratores, turbinas, fábricas etc.
BENS INTERMEDIÁRIOS: São aqueles que devem sofrer transformações antes de converter-se num bem de consumo ou de capital. São bens que servem de insumos para a produção de outros. Embora o bem intermediário possa ser produto final em uma unidade produtora, para o sistema econômico ainda não chegou à seu estágio final.
	Ex.: a borracha extraída da amazônia que se transformará em pneu, o trigo que fará o pão, o ferro-gusa em liga, o cimento das escolas, hospitais e habitações.
	Obs.: aqui apenas nos referimos aos bens econômicos, isto é, aqueles que participam do sistema econômico aparecendo no fluxo real. Os bens livres estão fora deste fluxo econômico, pois o ar, a luz solar entre outros não são comercializáveis.
RIQUEZA: Mercadorias (e direitos e serviços) capazes de satisfazer necessidades. A riqueza pessoal compreende roupas, móveis, residências, automóvel, poupanças sob todas as suas formas etc. A riqueza nacional é o total das riquezas pessoas (depois de canceladas as dívidas entre indivíduos) mais a riqueza coletiva, como meios de transporte do Estado, serviços de combustível, minas, hospitais, escolas, e assim por diante. A riqueza pessoal pode ser considerada como compreendendo direitos de haver serviços de riqueza coletiva. No total da riqueza de uma comunidade se incluem direitos à riqueza das comunidades individuais depois de cancelados os direitos de haver e os débitos entre elas existentes. 
	No seu mais amplo sentido econômico, é tudo o que pode satisfazer a uma necessidade ou a um desejo; mais estritamente, é desassociável em riquezas do domínio comum (ar, água, luz etc.) e as que podem ser objeto de propriedade, têm um valor, são susceptíveis de ser produzidas, distribuídas e consumidas, e que são, geralmente, denominadas bens econômicos ou, simplesmente, bens.
	O conceito de riqueza, ao contrário do conceito de bem, é um estoque. A riqueza é uma acumulação, seja em ouro e prata (mercantilismo) em bens e serviços duráveis, em terras, propriedades ou na sua forma mais moderna: capital, neste caso estamos falando em riqueza nacional.
	Os bens e serviços, assim como o dinheiro como meio de troca, são fluxos (como a produção e a renda). Já a riqueza significa reserva de valor, acúmulo, é um estoque.
	Assim, a riqueza pessoal, engloba bens acumuláveis e o capital social como os hospitais capazes de gerar serviços.
FORMAS DE RIQUEZA
TERRAS EXPLORADAS OU ESTOCADAS: No feudalismo era a grande forma de riqueza e poder (o senhor feudal e o clero eram tão poderosos quanto o tamanho de seus domínios).
OURO E PRATA: Principal forma de acumulação das nações entre os séculos XVI ao XVIII. A balança comercial favorável (exportações > importações), gerava saldos em metais preciosos.
RIQUEZAS NATURAIS: Jazidas, poços petrolíferos, terras agricultáveis, subsolo.
O CAPITAL: Esta é a principal riqueza à partir das manufaturas inglesas do final do século XVIII. O capital significa a cumulação de riqueza (estoque) através de fluxos sucessivos de produção em grande escala com lucros (excedente ao capital investido). Como ele ocorre a reprodução do capital, com a reposição e principalmente inovações em novas máquinas e equipamentos mais eficientes.
	Por isso riqueza cada vez mais se confunde com inovação tecnológica que aumenta a eficiência, baixa os custos, aumentando o excedente.
	
	Finalmente, a riqueza pode estar inativa (terras para especulação, jazidas inexploradas, riquezas do subsolo) ou estar no fluxo da produção gerando mais e mais riquezas, poços explorados pela Petrobrás, fábricas em funcionamento etc. Riqueza é um patrimônio público ou privado, que pode estar em processo de produção (gerar mais riqueza) ou resguardado (para especulação ou precaução para gerações futuras).
	É difícil definir exatamente o valor de uma riqueza natural. Pois depende do seu aproveitamento, da tecnologia existente ou da que pode vir a existir e das necessidades e da escassez do que esta pode satisfazer.
O valor de uma reserva de Petróleo por exemplo depende do custo de seu aproveitamento em relação às tecnologias alternativas e/ou fontes como o aproveitamento do álcool
Aula 3
1.2 -	CONSUMO, PRODUÇÃO, POUPANÇA E INVESTIMENTO
CONSUMO: As pessoas, de acordo com suas necessidades e preferências vão ao mercado buscar os bens e serviços. Este consumo é pessoal ou, de acordo com cada unidade familiar. A soma dessas demandas pessoais formam a demanda agregada (ou o consumo agregado para cada bem ou serviço).
	O consumo é um fluxo de demanda (procura) que se materializa na compra efetiva dos bens e serviços disponíveis no mercado de acordo coma capacidade aquisitiva da renda agregada.
PRODUÇÃO: Éo resultado da atividade econômica. É a oferta total de bens e serviços gerados em determinado período. É resultante da mobilização dos fatores produtivos (capital, recursos naturais e mão-de-obra) em determinadas proporções dado o estado da arte ou tecnologia existente.
PRODUTO POTENCIAL: O máximo possível de produzir utilizando plenamente a capacidade dos fatores dado o atual estágio tecnológico, em determinado momento.
PRODUTO EFETIVO: Aquilo que foi gerado em determinado período em bens e serviços (normalmente abaixo da capacidade total). As economias normalmente apresentam capacidade ociosa.
POUPANÇA: É a parte da renda que excede do consumo. É um excedente gerado com o fito da acumulação (riqueza). Y = C + S ou Y = C + I. 
	"Um excedente do produto do trabalho além e acima dos custos de manutenção do trabalho. A formação e aumento, por meio desse excedente, de uma produção social e fundo de reserva foram e são a base de todo progresso social, política e intelectual. Na história, até nossos dias, tal fundo tem sido posse de uma classe privilegiada, à qual também têm cabido, juntamente com essa posse, a supremacia política e a liderança intelectual". (Engels, F. Anti-Dühring p. 221), In Dobb, Maurice, A Evolução de Capital, pg. 13.
	A poupança pode ser realizado ou apropriada privada ou publicamente, pode ser entesourada (inativa) ou recolocada na produção, neste caso, vira investimento.
	Na economia clássica, é entendida como o que se deixa de consumir hoje para consumir no futuro.
INVESTIMENTO (OU INVERSÃO): É a poupança que é recolocada no fluxo de produção, isto é, é a poupança utilizada para reprodução do capital. O investimento agregado é o somatório de todos os investimentos públicos e privados em determinado período. Significa toda a parcela do produto nacional destinado a reposição e compra de novos equipamentos, máquinas, instalações, rodovias etc.
	Para John Maynard Keynes, é a chave para entender a economia, é a variável de controle dos capitalistas. De acordo com suas perspectivas de ganho ele investirá mais ou menos. Se os capitalistas esperam um ganho suficiente para seus investimento, isto é, se a "eficiência marginal do capital" for superior à taxa de juros vigente ele investe, entesoura. 
INVESTIMENTO BRUTO: Todo montante destinado a reposição da depreciação e mais o investimento novo.
INVESTIMENTO LÍQUIDO: Todo o investimento menos a depreciação (valor gasto com reposição).
	Assim: FBKF - DEP = FLKF
	Formação bruta do capital fixo menos depreciação é igual a formação líquida do capital fixo.
	Atualmente projeta-se em 16,91 do PIB para FBKF contra 15% da média da década de noventa, embora muito inferior aos 25% da década de setenta, ou dos anos JK. 
PARADOXO DA FRUGALIDADE: Se um indivíduo poupa (não gasta pode enriquecer, entretanto se todos fizerem isso, ocorre uma demanda insuficiente. As compras despencam e com isso ocorre o desemprego, o desinvestimento e a economia como um todo entra em depressão.
RECESSÃO ECONÔMICA: Queda do nível de atividade econômica, causando desemprego dos fatores, baixa do salário real, quebra de empresas, queda no nível de investimentos (o que pode levar à depressão, caso não haja a intervenção do estado).
DEPRESSÃO ECONÔMICA: É uma recessão violenta, com todos os efeitos da recessão porém com enorme profundidade. Na depressão econômica de 1929, verificou-se todos estes efeitos com deflação (queda nos preços), atualmente passamos por várias recessões econômicas e até depressões com inflação.
ESTAGUINFLAÇÃO: Inflação combinada com recessão econômica.
BIBLIOGRAFIA
	
	CASTRO, A. e LESSA, C. Introdução a Economia Ed. Forense Universitária.
	PINTO A., FREDES, C. e MARINHO L.C. Curso de Economia, Entrelivros Culturais.
	DILLARD, Dudley. A Teoria Econômica de John Maynard Keynes, Ed. Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais.
 
AULA 4
1.3 -	O SISTEMA ECONÔMICO
(UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO - SIMPLIFICADA)
DEFINIÇÃO: É um conjunto de elementos mais suas relações e interdependências que formam a vida econômica de uma nação. O sistema econômico é pois, um todo que se estrutura com o objetivo de produzir bens e serviços a fim de atender as crescentes necessidades humanas.
	O sistema econômico apresenta os seguintes elementos fundamentais (também chamado de fatores de produção).
1.	O homem (mão-de-obra) - Este é o principal elemento, pois com seu trabalho (T) dá vida aos demais. O "Fator" trabalho pode ser classificado em trabalho qualificado (TRQ) e trabalho não qualificado (TNQ).
	A população de um sistema econômico pode participar apenas como consumidor e além disso, como "AGENTE" da produção.
	Assim devemos conhecer dois conceitos:
	
a) POPULAÇÃO "ECONOMICAMENTE ATIVA": Parcela da população que se encontra efetivamente voltada para o mercado de trabalho; é obtida subtraindo-se do contingente em idade de trabalhar os que se dedicam a atividades domésticas (não remuneradas), os estudantes, inválidos etc. São as pessoas disponíveis a atividade econômica, por sua idade, condições.
	b) POPULAÇÃO OCUPADA: São aqueles que exercem atividade profissional remunerada, ou sem remuneração direta, em se tratando de auxiliares de pessoas da família. Este conceito exclui obviamente os desempregados, que compunham o conceito anterior. Assim população ocupada é aquela parcela efetivamente absorvida pelo sistema.
	Surge então a seguinte relação:
	
2.	O estoque de capital (K) - O trabalho humano se utiliza de meios (instrumentos) e toda uma série de elementos que foram acumulados por trabalhos anteriores. 
	Assim, as fábricas, estradas, máquinas, equipamentos, ferramentas etc., é um produto anterior que serve como impulsionador da produção presente e futura. O capital pode ser definido como algo "morto" que lhe dá vida o trabalho. O capital acumulado em um sistema econômico tem a função de multiplicar e acelerar o trabalho humano.
3.	Os recursos naturais (RN) - Com o intuito de produzir bens, os homens se valem das riquezas e forças da natureza. Estes recursos tornam-se efetivos quando são incorporados às atividades econômicas. E esta incorporação é viabilizada pela tecnologia (elemento onipresente em todos os demais em maior ou menor grau). Assim podemos, citar os potenciais hidráulicos, petrolíferos, as florestas, as jazidas e a Terra como os recursos naturais dos maiores importantes.
RESUMIDAMENTE:
	O trabalho, principal elemento, ao entrar em contato com os recursos da natureza e o capital acumulado, tendo como suporte uma dada tecnologia, viabilizará a produção.
	A "função macroeconômica de produção":
	
	Entretanto, com a mobilização daqueles agentes, também chamados "fatores produtivos" ou recursos, obtêm-se um produto que necessita ser melhor definido. É o fluxo real (de bens e serviços), que forma agregadamente produtos setoriais ou produto final da economia. Porém, o cálculo do produto final ou de utilização final para o sistema econômico, soma os produtos setorais tomando-se cuidado com as contagens múltiplas, pois o que é produto final de uma unidade produtiva (empresa fábrica) pode ser utilizado com bem intermediário (insumo) por outra.
	Uma das características mais marcantes do grau de desenvolvimento de um sistema econômico é a distância que separa o início da produção do destino final (bens de consumo e bens de produção). Desta maneira ocorrem inúmeros fluxos intermediários (compras ou vendas) entre as diferentes unidades produtoras (empresas) e consequência disso é multiplicidade de tipos dos bens e serviços e ainda a dificuldade da contabilização da atividade econômica. As unidades produtoras mobilizam ou articulam individualmente trabalho, capital e recursos naturais, caracterizando o fenómeno chamado divisão social do trabalho.
	Por outro lado a economia se divide em setores primário, secundário e terciário.
	O Setor Primário engloba as atividades agropastoris e extrativas com proximidade das fontes naturais.O Setor Secundário engloba as atividades industriais com diferentes graus de elaboração (tanto uma manufatura simples quando a indústria de aviões).
	O Setor Terciário é complexo, englobando transportes, telecomunicações, educação, diversões, justiça, e toda uma gama de serviços públicos e privados.
O SISTEMA ECONÔMICO - (VERSÃO SIMPLIFICADA)
BIBLIOGRAFIA
	
	FIGUEIREDO, F. de Oliveira. Introdução à Contabilidade Nacional, Ed. Forense Universitária 
	CASTRO, A. e LESSA C. Introdução à Economia Forense Universitária.
 
Aula 5; 6 E 7 – NOÇÕES DE MICROECONOMIA
1.4 -	A CURVA DE OFERTA E DEMANDA: FORMAÇÃO DE PREÇO 	E ELASTICIDADE. ESTRUTURA DE MERCADO: 	CONCORRÊNCIA PERFEITA, MONOPÓLIO E OLIGOPÓLIO
RACIONALIDADE ECONÔMICA: O consumidor escolhe a melhor combinação, dentre todas as combinações, segundo suas preferências, é limitado pelo orçamento.
	O produtor escolhe entre diferentes combinações produtivas, segundo recursos disponíveis, (T,K,RN) e técnica existente.
O EQUILÍBRIO ESTÁTICO OU ESTÁTICA COMPARADA: Equilíbrio entre a oferta e a demanda (procura). A demanda e a oferta em um dito mercado competitivo, seguem em princípio geral (para bens superiores ou normais), embora com algumas poucas exceções (os bens de Giffen).
LEI DA DEMANDA: Princípio geral: "A quantidade de um bem que as pessoas irão adquirir depende do preço. Quanto mais alto o preço cobrado por um bem ou serviço, menor será a quantidade que o público (unidades familiares) estará disposta a comprar; e que, permanecendo tudo o mais inalterado, quanto mais baixo o seu preço no mercado, maior será o número de unidades a serem procuradas". Logo a demanda varia em direção oposta aos preços. 
	LEI DA OFERTA: Quanto mais alto for o preço de um bem no mercado, mais quantidades tendem a ser produzidas, pois será um estímulo aos produtores. E, ao contrário, sendo o preço mais baixo, menor número de unidades será ofertada. Assim, a oferta varia na mesma direção dos preços.
	O equilíbrio entre a oferta e a demanda, varia destas relações de direção oposta, encontrando-se um ponto de equilíbrio onde, o preço de equilíbrio é tal que encontra um valor que estimula a produzir e a comprar, dada uma renda agregada (não havendo nem escassez de produto, nem excesso).
	EXEMPLO:
	ESCALA DE DEMANDA DOS CONSUMIDORES POR OVOS
	
	
PREÇO POR DÚZIA (P)
	
MILHARES DE DÚZIAS POR MÊS (Q)
	A
	CR$1.000
	9
	B
	CR$ 800
	10
	C
	CR$ 600
	12
	D
	CR$ 400
	15
	E
	CR$ 200
	20
A CURVA DE DEMANDA
	ESCALA DE OFERTA DE OVOS POR PARTE DOS GRANJEIROS (PRODUTORES)
	
	
	
	
PREÇOS POSSÍVEIS
	
QUANTIDADE DE OVOS
MILHARES DE DÚZIAS DE OVOS
	A
	1.000
	18
	B
	 800
	16
	C
	 600
	12
	D
	 400
	7
	E
	 200
	0
	As duas escalas ou curvas isoladamente não respondem até que ponto o produtor está disposto a aumentar as quantidades em função do aumento do preço, vem até que ponto os consumidores estão dispostos a comprar se baixam os preços. Só na interação dar duas curvas é que se determina o preço de equilíbrio num mercado competitivo.
	Para tal mercado se realizar (concorrência perfeita), são necessárias algumas hipóteses.
	1. Cada consumidor deve ter pleno conhecimento do mercado.
	2. ATOMIZAÇÃO DO MERCADO:
		a) o número de ofertantes do produto deve ser tão grande e a parcela de cada um tão pequena, que num isoladamente estipula o preço de oferta.
		b) o número de consumidores de determinado produto deve ser tão amplo que nenhum isoladamente determina o preço.
		Conclusão: O preço é dado no mercado competitivo. Dado em função do equilíbrio entre a curva de oferta global e demanda global do produto.
	3. Existe livre movimentação do capital, isto é, não há barreiras à entrada de novos produtores, no caso do preço atrair os mesmos.
		OBS.: Até o momento, estamos trabalhando com a idéia de concorrência perfeita, entretanto existem outros tipos de mercado: oligopólicos, monopsônicos, monopólicos, oligopsônicos e concorrência imperfeita.
DE ACORDO COM CLASSIFICAÇÕES ESPECIFICAS
	Voltando ao exemplo, temos.
	ESCALA DE OFERTA DE OVOS EM CONCORRÊNCIA PERFEITA 
	
	
PREÇOS POSSÍVEIS
(CR$ POR DÚZIA
	
QUANT.
DEMANDA
	
QUANT.
OFERTADA
	
PRESSÃO S/O
PREÇO
	A
	1.000
	9
	18
	DESCENSIONAL 
	B
	 800
	10
	16
	DESCENSIONAL 
	C
	 600
	12
	12
	NEUTRA
	D
	 400
	15
	7
	ASCENSIONAL 
	E
	 200
	20
	0
	ASCENSIONAL 
DESLOCAMENTO DAS CURVAS DE OFERTA DE DEMANDA
	DESLOCAMENTO DA OFERTA
	DESLOCAMENTO DA DEMANDA
	Quando a curva da oferta ou da procura (demanda) se desloca, o preço de equilíbrio se altera.
	a) se a oferta se deslocar para a esquerda (diminuir) por qualquer motivo, a interseção em que se dá o preço de equilíbrio subirá pela curva de demanda, acusando P mais alto e Q menor.
	b) Se a procura aumentar (deslocamento da curva de demanda para a direita), o equilíbrio subirá pela curva de oferta.
	Exercício: Proponha os deslocamentos inversos a a e b.
CURVAS DE INDIFERENÇA: Entretanto, devemos observar que o problema da determinação dos preços envolve mercados diferenciados e interdependentes, não apenas o "equilíbrio parcial" até aqui desenvolvido, isto é, um mercado competitivo (de ovos).
	OBS.: Cada curva de indiferença (I, II, III) representa um dado orçamento ou renda. Assim renda I < renda II < renda III.
	Utilidade: Capacidade que um bem possui de satisfazer as necessidades humanas.
	Utilidade Total: Somatório das utilidades (medidas pelo grau de satisfação) dos diversos produtos para um determinado consumidor.
	Utilidade Marginal: Satisfação adicional. A cada nova unidade a satisfação do primeiro copo de água quando se está com sede é bem superior ao segundo e ao terceiro copo.
	
	Assim, se um produto já foi fartamente consumido, diminuindo sua utilidade marginal, o consumidor buscará outros produtos para sua satisfação (estes outros com utilidade marginal superior ao primeiro). 
	
	
	A inclinação relativamente íngreme indica que a quantidade adquirida varia acentuadamente com a renda.
 
Aula 8 Elasticidades
1. Elasticidade-preço da demanda:
	
	Definição: É a resposta relativa da quantidade demandada às variações no preço de uma mercadoria: em outras palavras, a elasticidade-preço é a variação proporcional da quantidade demandada dividida pela variação proporcional do preço.
	OBS.: O sinal é negativo, pois se P Q e se P Q.
	Este cálculo dá a fórmula para a chamada elasticidade-preço da demanda no "ponto". Isto significa que o coeficiente calculado é válido somente para pequenos movimentos. Vejamos por que:
	Ex. 1:
	Preço
	Quantidade Demandada
	
28,01 u.m. 
	
2.999 
	
28,00 u.m. 
	
3.000 
	Questão: Usar-se-ia e ou e ?
	Usando e :
	Usando e :
	Preço
	Quantidade Demandada
	
0,60 u.m. 
	
400.000 
	
0,50 u.m. 
	
600.000 
	
	
	Neste caso nº 2, os dois cálculos não chegam a resultados similares. Portanto, a elasticidade deve ser medida no arco da curva de demanda, ao invés de o ser num ponto específico da curva. Para tal usa-se, normalmente, a média dos dois preços e a média das suas quantidades. Assim, a fórmula é:
	Para o caso anterior, o resultado obtido é:
	=1: elasticidade unitária
	<1: demanda pelo produto é elástica
	>1: demanda pelo produto é inelástica
	2. A Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda
	Definição: Mede a reação da quantidade demanda de uma mercadoria provocada pela variação no preço de uma outra mercadoria. Em outras palavras, é a variação proporcional na quantidade demandada do bem X dividida pela variação proporcional no preço do bem Y. 
	O efeito de variação no preço poder se decomposto em dois efeitos:
	a) Definição: O efeito-substituição e a variação na quantidadedemandada resultante de uma variação no preço relativo, depois de o consumidor ter sido compensado pela variação em sua renda real. Em outras palavras, o efeito-substituição é a variação na quantidade demandada resultante de uma variação no preço, quando a variação restringe a um movimento ao longo da curva de indiferença inicial, permanecendo, portanto, a renda real constante.
	b) Definição: O efeito-renda devido a uma variação no preço de uma mercadoria e a variação na quantidade demandada resultante exclusivamente de uma variação na renda real, em que todos os outros preços e a renda monetária nominal permanecem constantes.
	PRINCIPAIS ESTRUTURAS DE MERCADO - UMA SÍNTESE DA CLASSIFICAÇÃO DE STACKELBERG
	Oferta/
Procura
	Um só
vendedor
	Pequeno número
de vendedores
	Grande número de vendedores
	Um só comprador
	Monopólio 
bilateral
	Quase
monopsônio
	Monopsônio
	Pequeno número
de compradores
	Quase
monopólio
	Oligopólio
bilaterial
	Oligopsônio
	Grande número 
de compradores
	Monopólio
	Oligopólio
	Concorrência
perfeita
	3. A Elasticidade-Renda da Demanda:
	É a reação da quantidade demandada diante a uma variação relativa na renda. Em outras palavras, é a variação proporcional da quantidade demandada, divida pela variação proporcional na renda. 
	Dado que q = f (p-M)
	M - renda monetária
	p - preço
	
ELASTICIDADE E A RECEITA TOTAL:
	Dado que o "preço vezes a quantidade" nos dá a receita total, é fácil ver que se a demanda é elástica um declínio no preço aumentará a receita total, porque a quantidade demandada aumentará mais, proporcionalmente, que a queda no preço; e uma alta no preço reduzirá a receita total, pois a quantidade demandada cai mais que proporcionalmente do que o aumento no preço.
	Resumindo, então as relações entre receita total e elasticidade-preço da demanda, temos:
	PREÇO
	DEMANDA
ELÁSTICA
	ELASTICIDADE
UNITÁRIA
	DEMANDA
INESLÁTICA
	SOBE
	RT CAI
	NÃO VARIA
	RT CRESCE
	CAI
	RT CRESCE
	NÃO VARIA
	RT CAI
 
Aulas 9, 10, 11 e 12 – teoria da Produção e dos Custos de Curto Prazo
A CURVA DE OFERTA E DEMANDA: FORMAÇÃO DE PREÇO 	E ELASTICIDADE. ESTRUTURA DE MERCADO: 	CONCORRÊNCIA PERFEITA, MONOPÓLIO E OLIGOPÓLIO
A CONCORRÊNCIA PERFEITA E O EQUILÍBRIO (HIPÓTESES): Atomização do mercado, livre movimentação de K e T, pleno emprego dos fatores.
TEORIA DA PRODUÇÃO: Dado o atual estágio tecnológico, o produtor irá combinar de forma economicamente eficiente seus recursos (insumos fixos e insumos variáveis).
	Insumo fixo: Aquele que à curto prazo não sofrerá variação. Ex.: máquinas, instalação, administração (mão-de-obra qualificada), terra.
	Insumo variável: Aquele que pode prontamente alterar sua quantidade utilizada. Ex.: mão-de-obra, horas de trabalho, matérias primas já processadas etc. 
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO: Classificação das possibilidades de produção, montante máximo de produção que pode ser atingido à partir de qualquer combinação de insumos.
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DE CURTO PRAZO:
Qoferta = f(X/Y), onde X é a quantidade de insumo variável e y é a quantidade de insumo fixo.
Lê-se: Quantidade Produzida ou ofertada é função de uma certa quantidade de insumos variáveis, dada uma certa quantidade de insumos fixos.
A PRODUÇÃO DE TRIGO EM ALQUEIRES EM ÁREAS 
COM 10 ACRES DE TERRA
	ÁREA Nº
	Nº DE TRABA-
LHADORES
	PRODUÇÃO
TOTAL
	PRODUTO
MÉDIO
	PRODUTO 
MARGINAL
	
1
	
1
	
10
	
10
	
-
	2
	2
	24
	12
	14
	3
	3
	39
	13
	15
	4
	4
	52
	13
	13
	5
	5
	61
	12,2
	9
	6
	6
	64
	10,66
	3
	7
	7
	65
	9,28
	1
	8
	8
	64
	8
	-1
PRODUTO MÉDIO: É o produto total dividido pelo total de insumo variável utilizado - PT/QIV.
PRODUTO MARGINAL: Produto com X unidades de insumo variável menos produto com X-1 quantidades de insumo variável. . É o acréscimo do produto total atribuível ao aumento de uma unidade do insumo variável.
	RECEITA TOTAL = Preço Quantidade
	RECEITA MARGINAL = RECEITA ADICIONAL A CADA NOVA UNIDADE PRODUZIDA. 
TEORIA DO CUSTO
CUSTO SOCIAL (ALTERNATIVO): O custo alternativo ou de oportunidade da produção de uma mercadoria X é o montante da mercadoria Y que deve ser sacrificado, a fim de que os recursos sejam alocados para produzir X em vez de Y.
CUSTO PRIVADO: É a soma dos custos fixos e dos custos variáveis.
CUSTOS FIXOS: Aqueles relacionados aos insumos fixos. É a soma do custo fixo explícito (contábeis) e dos implícitos (tempo e dinheiro e o rendimento alternativo no mercado dos mesmos).
CUSTOS VARIÁVEIS: Aumentam ou diminuem a curto prazo conforme a quantidade produzida.
	QT. PROD.
	CF
	CV
	CT
	
1
	
100
	
10
	
110
	2
	100
	15
	115
	3
	100
	18
	118
	4
	100
	24
	124
	5
	100
	32
	132
	6
	100
	44
	144
	7
	100
	63
	163
	8
	100
	88
	188
	9
	100
	117
	217
	10
	100
	150
	250
	11
	100
	198
	298
	12
	100
	256
	356
AS CURVAS DE CUSTOS MÉDIO E MARGINAL
 
	
 CFme = CF Quant
	CVm = CV Quant
	CM = CFme + CVme ou CT prod.
	CMg = acréscimo de custo total atribuível ao acréscimo de uma unidade na produção: CT x qp – CT x-1 qp ou CT”. 
	Em decorrência perfeita produz-se até o ponto em que o custo marginal atinge o valor do preço ou receita marginal = (Lucro Marginal = 0) atingido o lucro máximo. A partir de então o lucro marginal seria negativa já que o Cmg e o preço é um dado (definido pelo mercado). Então Cmg Rmg constante = P logo Lucro Total .
MONOPÓLIO: Diz-se que uma empresa está em condições de monopólio quando é a única empresa que produz certa mercadoria (caso raro).
	Na prática, o ato de monopólio subentende um vendedor de uma mercadoria ou de um serviço que não possui substitutos próximos. Assim, há muito poucos monopolistas absolutos, mas há muita atividade monopolizadora ou de competição imperfeita.
	
MONOPÓLIO NATURAL: Diz-se de determinada atividade que devido aos altos custos do investimento tendem a ser realizados por uma única empresa, normalmente estatal (Petrobrás), hoje apenas para o caso do refino, (com a exceção de uma refinaria privada de pequeno porte no Rio Grande do Sul, anterior à lei que regulamentou o monopólio estatal) .
RECEITA MARGINAL: É a receita que a empresa obtém da venda de uma unidade adicional de produto.
	Se o preço é constante (dado), se a empresa vende sempre pelo mesmo preço, qualquer que seja a quantidade de mercadoria posta no mercado a receita marginal é igual ao preço. (conc. perfeita).
	Entretanto, a oferta de uma empresa monopolista, longe de ser uma parte desprezível da oferta global, é do contrário a única oferta da mercadoria em questão, e portanto coincide com a oferta global.
	Se o monopolista deseja aumentar a quantidade vendida, deve contentar-se com um preço menor e, ao contrário, diminuindo a quantidade vendida, pode obter em preço maior. Neste caso a receita marginal é menor que o preço.
	
RECEITA MÉDIA: Tratando-se de um monopolista esta curva coincide evidentemente com a curva de demanda do mercado para a mercadoria considerar.
	A curva Rmg indica ao contrário como varia a receita marginal ao variar a quantidade. A curva da receita marginal se desenvolve abaixo da curva do preço ou receita média.
	Como o monopolista deve se comportar para obter ganho máximo (RT - CT): Custo Marginal = Receita Marginal.
	O custo marginal vai crescendo até o ponto que que se encontra com a receita marginal, a partir daí não compensa produzir mais.
	O problema do monopolista não pode ser definido, como às vezes erroneamente se diz, como o problema de fixar a quantidade e o preço que dão o lucro máximo, já que é claro que, uma vez fixada a quantidade, fica determinado também o preço, e vice-versa, porquanto a quantidade e o preço não são independentes entre si, mas univocamente ligados pela curva da receita média.
A CONCORRÊNCIAMONOPOLÍSTICA: Uma forma de mercado muito frequente é, ao contrário, a da concorrência imperfeita ou monopolística. Um grupo de empresas se diz em concorrência monopolística quando produz mercadorias diversas mas que podem ser mais ou menos facilmente substituídas uma pela outra.
	A única advertência que se deve fazer é que a curva da receita média ou preço, enquanto é descendente como a do monopolista, é porém menos inclinada do que esta última, isto é, está mais próxima da posição horizontal do que a correspondente curva do monopolista. Se o preço diminui, o aumento das vendas da empresa em concorrência monopolística é maior do que o que poderia ser o de um monopólio. Isto se deve ao fato que a empresa considerada, reduzindo o preço, não somente, como acontece no monopólio, conquista novos compradores para a mercadoria produzida (isto é, compradores que antes não adquiriam mercadorias produzidas pelas empresas do grupo), mas além disso arrebata compradores das outras empresas do grupo. O lucro obtido pela empresa em concorrência monopolística é da mesma natureza que o obtido pelo monopólio. Mas, enquanto no caso do monopólio a questão da situação de equilíbrio esgotava-se neste ponto, no caso da concorrência monopolística a análise não estaria completa se não se acrescentasse a do equilíbrio do grupo, em cujo âmbito, de fato, acontecem fenômenos que têm influência sobre a própria posição de equilíbrio da empresa individual. 
	
	O oligopólio, na qual poucas empresas produzem uma mesma mercadoria, ou mercadorias substituíveis entre si (estes dois casos são às vezes indicados com os nomes de oligopólio perfeito e oligopólio imperfeito). As empresas oligopolistas fazem concorrência reciprocamente, precisamente porque as mercadorias que produzem são idênticas ou substituíveis.
	Neste caso geralmente as empresas menores aceitam o preço estabelecido pela empresa maior (chamada às vezes empresa líder), a qual por sua vez, ao determinar a própria política, considera o fato de que nem todo o mercado está à sua disposição.
Deve-se também considerar que a possibilidade de que o mercado oligopolista se transforme em monopolista não depende somente do eventual êxito de uma guerra de preços conduzida por uma das empresas, mas também do fato de que as empresas oligopolistas façam acordos entre si, isto é, constituam uma combinação ou coalizão, em que as várias empresas, ainda que mantendo sua própria individualidade, estabelecem contudo que seguirão uma política comum no que diz respeito a alguns aspectos relevantes da direção dos negócios (nível de preços, distribuição entre as empresas das zonas de venda etc.)
AULA 13, 14e 15 - Contas Nacionais
A RENDA NACIONAL E O PRODUTO INTERNO:
	SEUS FATORES
DEFINIÇÃO: A contabilidade nacional (ou contabilidade social) é um campo de estudo da economia que procura desenvolver métodos de avaliação para classificar e medir os principais agregados macroeconômicos.
CONCEITOS BÁSICOS NA ÓTICA DO PRODUTO
VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO: É a soma de todos os bens e serviços produzidos por uma determinada economia em um dado período de tempo (geralmente de um ano), expressos em unidades monetárias. O VBP é um indicador pouco utilizado para representar o desenvolvimento econômico porque contabiliza indiscriminadamente tanto os bens e serviços intermediários como os de utilização final. Desta forma, o produto apurado é superestimado, isto é, contabiliza acima do valor real: isto porque conta mais de uma vez (problema da múltipla contagem), um bem que serve como insumo para a produção de outro.
	Exemplo: A borracha em toneladas no setor extrativo é medido e depois aparecerá na indústria de pneumáticos e por fim no preço do automóvel.
	A fim de eliminarmos a múltipla contagem e podermos apurar a produção real de uma economia, necessitamos eliminar as transações intermediárias, isto é, aquelas (compras/vendas) que são feitas antes do bem ou serviço chegar a seu destino final - consumo ou investimento.
VBP - INSUMOS = PRODUTO FINAL 
Valor Agregado ou Valor Adicionado: É o resultado do esforço produtivo em cada etapa da produção gerando novo valor. Corresponde às rendas geradas em cada etapa do processo, ou seja, será o valor do somatório dos salários, lucros, juros, e aluguéis.
Assim, o conceito de Renda Nacional ou Produto Nacional pode ser obtido por este método de cálculo do valor agregado.
De outra forma, ao somarmos os Valores Agregados de cada Setor da Economia, isto é, Primário, Secundário e Terciário encontraremos o Produto Nacional. 
 
PRODUTO NACIONAL: Define-se como produto nacional de uma economia a medida, em unidades monetárias, do fluxo total de bens e serviços finais produzidos pelo sistema econômico em determinado período. 
	Assim temos:
	
	 = quantidade de bens e serviços
	 = preços correspondentes
	São considerados bens e serviços de utilização final aqueles que se destinam ou ao consumo ou a investimento, sem necessitar de transformação.
	
Bens e serviços finais ou Bens de Utilização Final:
	
	
BCD - bens de consumo duráveis 
(geladeiras, TV, automóveis etc...
	
 
	
	
BCND - bens de consumo não duráveis 
(alimentos, vestuários, remédios)
BK - bens de capital (investimento) (tratores,
pontos, máquinas e equipamentos etc.)
Bens Intermediários: São aqueles que ainda sofrerão transformação, como por exemplo o cimento, a madeira o ferro-gusa que ainda vai ser tranformado na metalurgia,
PRODUTO INTERNO: Define-se como a medida em unidades monetárias do fluxo total de bens e serviços finais produzidos dentro do território de um país em determinado período de tempo. É semelhante a definição de produto nacional, apenas diferindo-se por considerar toda a produção interna mesmo que uma parte desta seja incorporada por não residentes sob a forma de renda enviada ao exterior e da mesma forma devemos extrair deste conceito a produção de empresas ou indivíduos nacionais que estejam no exterior e que recebam rendas de lucros, juros, aluguéis etc., no exterior. 
	Portanto:
PNB = PIB + (renda líquida do exterior)
	onde:
RLE = RR - RE
	I. RLE > 0 significa renda recebida > renda enviada
	II. RLE < 0 significa renda recebida < renda enviada
	Caso I: PNB = PIB + [número positivo]	PNB > PIB
	Caso II: PNB = PIB + [número negativo]	PIB > PNB
	Logo, o que diferencia o produto nacional do produto interno em termos quantitativos é um diferencial de renda enviada e/ou recebida pela utilização de fatores produtivos de propriedade de não residentes no país com a sua correspondente renda enviada e a propriedade de residentes no país com recursos no exterior e sua correspondente renda recebida.
	Exemplo:
	O Brasil recebia rendas do exterior por possuir empresas como a Mendes Junior operando no Oriente Médio (lucros, participações).
	O Brasil envia rendas ao exterior sob a forma de juros (pelos capitais externos aplicados em empresas brasileiras), envia também recursos por utilização de patentes (utilização de marcas). Ex.: Royalities.	
	Ao produto nacional precisamos incorporar estas rendas recebidas do exterior e deduzir as rendas enviadas, ao exterior. Ex.: Lucros remetidos: aproximadamente 45% PIB no Brasil.
	Até aqui falamos em produto interno e nacional, sem considerarmos um importante conceito que é o da depreciação.
	A depreciação dos ativos fixos,é o desgaste físico e/ou obsolescência de máquinas e equipamentos, e de todo o capital acumulado.
	Na contabilidade nacional, a depreciação é um valor calculado por aproximação que nos revela a parcela do capital social perdido pela economia em determinado período.
	Assim temos:
	I. PNB - Depreciação = PNL (Produto Nacional Líquido)
	II. PIB - Depreciação = PIL (Produto Interno Líquido)
PNL (PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO): Logo, o produto nacional líquido é somatório dos bens e serviços finais produzidos por uma determinada economia, medido em unidades monetárias,deduzidos da parcela do capital que deprecia-se num determinado período de tempo. 
PIL (PRODUTO INTERNO LÍQUIDO): O produto interno é somatório dos bens e serviços finais produzidos em determinado período, num determinado território, medidos em unidades monetárias deduzidos da parcela de capital que depreciou-se no mesmo período.
	Até aqui não entramos no mérito da economia ser com ou sem governo, porém obviamente que se quisermos retratar a realidade, todo sistema de contas nacionais estabelece-se em países que tem um governo que, pouco ou muito, interferem na economia.
	Desta forma o Governo (enquanto tal), cria impostos e dá subsídios, interferindo na formação dos preços.
	Surge então o problema de medirmos o produto ao custo de fatores (sem considerarmos os impostos) ou a preço de mercado (sem considerarmos os subsídios).
	Assim:
 
PRODUTO (INTERNO OU NACIONAL): Ao custo de fatores é o produto medido apenas pelo custo dos fatores produtivos (recursos naturais ou matérias-primas, trabalho; capital). Assim, produto ao custo de fatores por definição é igual a renda dos fatores que geraram este produto.
	Por isso:
	
	1. Produto Nacional Líquidocf = Renda nacional (líquida) 
		(' rem. aos fatores produtos) = lucros, juros, salários e aluguéis deduzidas as 	perdas do capital (depreciação).
	2. 
PRODUTO A PREÇO DE MERCADO (INTERNO OU NACIONAL): É o produto calculado a preços efetivamente pagos no mercado, levando-se em conta os impostos indiretos embutidos e considerando que eventualmente este produto não contabilizou subsídios porventura existentes.
	Assim:
	1. impostos indiretos - subsídios (transf. de renda de não fatores)
 	
	2. 
	O governo é considerado na contabilidade nacional um mero transferidor de rendas de um setor para outro. Se o governo atuar em suas estatais ou empresas mistas pagando fatores ele passa a atuar como empresa e não como governo.
A ÓTICA DE RENDA
RENDA NACIONAL (OU RENDA AGREGADA): É o somatório das remunerações pagas a todos os fatores de produção envolvidos na produção de bens e serviços para uma dada economia. Assim como os fatores (RN, T e K) tem "proprietários", os indivíduos são remunerados de acordo com sua participação num determinado sistema de propriedade (e seu "esforço").
	Assim, RN é o somatório das rendas individuais e a renda agregada que em valores é igual, por definição a (Produto Nacional Líquido ao Custos dos Fatores).
	
Remunerações básicas aos
 fatores
	{
	
salários, lucros, juros, aluguéis
 
ao trabalho ao capital e rec. naturais 
RENDA PESSOAL: A nossa renda pessoal não é exatamente a renda que auferimos pelo nosso trabalho ou por nossa propriedade. Para chegarmos ao conceito de renda pessoal, devemos deduzir aquela parcela que de alguma forma não nos chega em mãos devido a interferência governamental, ou mesmo que fica retida nas empresas (pessoa jurídica).
	Assim:
	RP = RN - cont. à prev. social - impostos diretos pagos pelas empresas - lucro retido das empresas - outras receitas correntes do governo + transferências (pensões, pecúlios, indenizações).
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL: 
	RDP = RP - impostos direitos pagos pelos indivíduos
	
	Este conceito (RPD) é fundamental, pois ele é que avalia realmente qual a renda (poder aquisitivo) das unidades familiares disponível para consumo e/ou poupança. 
ESTRUTURA ATUAL DO SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS NO BRASIL (SCNB) - 5 contas
	CONTA 1 - CONTA DE PRODUÇÃO
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
1.1. Produto Interno Líquido ao custo dos fatores (2.6)
 a) Produto do setor primário
 b) Produto do setor secundário
 c) Produto do setor terciário
1.2. Impostos indiretos (3.5)
1.3. Menos subsídios (3.2)
1.4. Depreciação do capital fixo (4.4)
1.5. Importação de mercadorias e serviços (5.3) 
	
1.6. Consumo pessoal (2.1)
1.7. Consumo do governo (3.1)
1.8. Formação bruta de capital fixo (4.1)
 a) Governo
 b) Setor privado
1.9. Variação de estoques (4.2)
1.10. Exportação de mercaodrias e serviços (5.1) 
	Total da oferta de bens e serviços
	Total da procura de bens e serviços 
	A estrutura atual do SCNB. Definição e destinação da renda apropriada pelas unidades familiares.
	CONTA 2 - CONTA DE APROPRIAÇÃO
	
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
2.1. Consumo pessoal (1.6)
2.2. Impostos diretos (3.6)
2.3. Renda líquida enviada para o exterior (5.4)
2.4. Outras receitas correntes do Governo (3.7)
2.5. Poupança líquida do setor privado (4.3)
	
2.6. Renda interna (1.1)
 a) Setor urbano
 b) Setor agrícola 
2.7. Transferências (3.3)
	Total da despesa
	Total da receita
	A estrutura atual do SCNB. Definição e destinação da receita corrente do governo.
	CONTA 3 - CONTA CORRENTE DO GOVERNO
	
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
3.1. Consumo do Governo (1.7)
3.2. Subsídios (1.3)
3.3. Transferências (2.7)
3.4. Poupança do Governo (4.5)
	
3.5. Impostos indiretos (1.2)
3.6. Impostos diretos (2.2)
3.7. Outras receitas correntes (2.4)
	Total da despesa
	Total da receita
	A estrutura atual do SCNB. Consolidação da formação bruta de capital e de seu financiamento.
	CONTA 4 - CONTA CONSOLIDADE DE CAPITAL
	
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
4.1. Formação bruta de capital fixo (1.8)
4.2. Variação de estoques (1.9)
	
4.3. Poupança líquida do setor privado (2.5)
4.4. Depreciação do capital fixo (1.4)
4.5. Poupança do governo (3.4)
4.6. Saldo do balanço de pagamento em conta corrente (5.2)
	Total da formação de capital
	Total dos recursos para a formação de capital
	A estrutura atual do SCNB. Consolidação das transações correntes com o resto do mundo.
	CONTA 5 - CONTA DAS TRANSAÇÕES COM O EXTERIOR
	
	DÉBITO
	CRÉDITO
	
5.1. Exportação de mercadorias e serviços (1.10)
5.2. Saldo de balanço de pagamentos em conta corrente (4.6)
	
5.3. Importação de mercadorias e serviços (1.5)
5.4. Renda líquida enviada para o exterior (2.3)
BIBLIOGRAFIA
	
	FIGUEIREDO, F. de Oliveira. Introdução à Contabilidade Nacional, Ed. Forense Universitária 
AULAS 16 e 17 e 18 - Sistema Monetário e Financeiro 
A MOEDA
SISTEMA MONETÁRIO
ECONOMAIS AMONETÁRIAS: Economia simples, com pequena DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO, grupos nômades, prescindiam de moeda. Ali onde os trabalhos são pouco complexos, realizados por todos, com pouca diversidade de produtos (logo poucas trocas), não se desenvolve a chamada economia monetária.
	Entendemos por Economia Monetária, uma dada sociedade que se organiza com base em valores de troca para intermediar as suas transações econômicas. Uma Economia Monetária é resultante de um processo de diversificação de tarefas e funções no mundo do trabalho (DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO) com uma certa especialização e conseqüentemente diversificação na produção.
	A origem dos sistemas monetárias não pode ser definido num determinado local ou data, trata-se de uma evolução "natural"de sistemas rudimentares de troca que é variável historicamente.
	Genericamente podemos dizer que, a agricultura (fixando os grupos humanos), o pastoreio de animais e outras atividades um pouco mais complexas, fizeram com que alguns grupos dependessem da produção de outros e assim a crescente necessidade de trocas trouxe em seu bojo a necessidade de criação de moeda (meio de troca universalmente aceita).
	Entretanto, definir moeda não é simples, haja vista as diversas formas que já assumiu e que ainda hoje assume e se modifica.
	Desta forma, podemos classificar a moeda de acordo com sua evolução:
As Funções Básicas da Moeda
1) Moeda-Mercadoria - primeira forma monetária, possui valor de uso (utilidade de bem) e valor de troca (em função da aceitação social).
Podemos citar vários exemplos de Moeda-Mercadoria ou Mercadoria-Moeda em diferentes estágios da evolução histórica das economias:Na Antiguidade: 
	- Egito (cobre), na Babilônia e Assíria (cobre, prata e cevada)
	- Lídia (peças metálicas cunhadas). Embora existam dúvidas históricas, os lídios (séc. XVIII a.C. teriam sido os primeiros povos a cunhar moedas, atestando seu peso e título).
	- China (instrumentos agrícolas).
	Na Idade Média:
	- Ilhas britânicas (moedas de couro, gado, ouro e prata)
	- Alemanha (gado, cereais e mel)
	- China (arroz)
	Na Idade Moderna:
	- EUA - época colonial - (fumo, cereais, carne seca, madeira e gado)
	- Canadá (pele e cereais)
	Dos exemplos anteriores podemos perceber que a moeda surgiu da necessidade de facilitar as trocas e para que ela fosse aceita deveria ter determinadas características cumprindo determinadas funções.
	A moeda deve ter aceitação universal, isto é, deve ser algo de interesse (relativa escassez e utilidade) para determinado sistema econômico.
	A moeda surgiu então como mercadoria em sua primeira forma.
2) O Metalismo (o ouro e a prata) - Os metais foram as mercadorias que melhor se ajustaram as características que a moeda precisava ter: HOMOGENEIDADE, DIVISIBILIDADE, TRANSFERIBILIDADE, INDESTRUTIBIDADE e TRANSPORTABILIDADE.	Apenas a transferibilidade e a transportabildiade ainda continuavam problemáticos. Surgem então, com as casas de custódia a moeda-papel.
3) Moeda-Papel - Foram os certificados de depósito que as casas de custódia emitiram e que tinham lastro igual a 100%. Os comerciantes para se sentirem mais seguros e não precisarem carregar por longas distâncias o ouro e a prata, passaram a depositar seus valores nestas casas que floresciam, particularmente após o Renascimento. Vantagens: segurança e comodidade.
4) Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) - Com lastro inferior a 100%, não totalmente conversível.
	A passagem da moeda-papel (representativa com 100% de conversibilidade) para o papel-moeda (moeda fiduciária) é geralmente citada como das mais importantes e revolucionárias etapas da evolução histórica da moeda.
5) Moeda bancária (escritural ou invisível) - É a maior parcela da meoda hoje, nas economias modernas. Trata-se da moeda criada pelos bancos através dos sucessivos empréstimos que estes fazem a partir dos depósitos iniciais, multiplicando-os.
CONCEITOS DE BASE MONETÁRIA E MEIOS DE PAGAMENTO
BASE MONETÁRIA: Papel-Moeda e moedas metálicas tanto em poder do público como mantidas em caixa pelos bancos comerciais, mais os depósitos compulsórios dos bancos comerciais junto às autoridades monetárias quando se encontram em contato direito com o público.
CONCEITOS DE MOEDA E MEIOS DE PAGAMENTO DO BANCO CENTRAL
Reformulação dos Meios de Pagamento - Notas Metodológicas
Apresentação
As séries históricas encontram-se publicadas na página do Banco Central do Brasil (http:\\www.bcb.gov.br) em: Publicações e Pesquisas Econômicas\Notas para a Imprensa\Séries Históricas\Meios de Pagamento
Ampliados.
I - Introdução
Os meios de pagamento ampliados são indicadores antecedentes de pressões de demanda
sobre o setor real melhores que os meios de pagamento restritos.
II - Alterações conceituais
Os novos conceitos de meios de pagamento ampliados representam mudança de critério de ordenamento de seus componentes, que deixaram de seguir o grau de liquidez, passando a definir os agregados por seus sistemas emissores. Nesse sentido, o M1 é gerado pelas instituições emissoras de haveres estritamente monetários, o M2 corresponde ao M1 e às
demais emissões de alta liquidez realizadas primariamente no mercado interno por instituições depositárias - as que realizam multiplicação de crédito. O M3, por sua vez, é composto pelo M2 e captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa e das carteiras de títulos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O M4 engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez.
Para tanto, assume-se que, entre os haveres integrantes do agregado monetário, as diferenças de velocidade potencial de conversão em disponibilidade imediata associadas a perdas de valor nesses procedimentos não sejam significativas no atual estágio de desenvolvimento do sistema financeiro. Caso contrário, o ordenamento teria que contemplar tais diferenças, uma vez que, por hipótese, quanto maior aquela velocidade, maior exposição do componente à demanda por liquidez.
Desse modo, o critério adotado permite discriminar a exposição do sistema financeiro à demanda por liquidez ao incluir no M3 somente exigibilidades das instituições depositárias e fundos de renda fixa junto ao público. Nesse sentido, os títulos públicos, apesar de não possuírem liquidez potencial mais reduzida que os títulos privados e depósitos de poupança, foram alocados no conceito mais abrangente a fim de destacar, no M3, a exposição do sistema financeiro, exclusive o Banco Central, tratado apenas como provedor de meio circulante. Cabe observar que, embora não usual na maioria dos países, a inclusão da dívida mobiliária pública em agregados monetários baseia-se nas especificidades da economia brasileira, com o setor público mantendo participação expressiva no dispêndio total por longo período, cujo financiamento dependia significativamente da captação de poupanças privadas por meio da emissão de títulos. Tais circunstâncias exigiram elevada liquidez desses instrumentos, propiciando sua adoção generalizada como quase-moeda até os dias atuais. Observe-se que, dentre os títulos federais, apenas os registrados no Selic são considerados nos meios de pagamento. Apesar da alta liquidez dos instrumentos de captação do Tesouro Nacional, entendeu-se que o reconhecimento de tais emissões como quase-moeda nos conceitos de meios de pagamento deva ser o mais restrito possível, dado que esse Órgão não integra o Sistema Financeiro Nacional (SFN). O Banco Central, por sua vez, tem suas operações com títulos já concentradas no Selic. Os fundos de renda fixa Foram incluídos no M3, embora possuam personalidade jurídica própria e não multipliquem crédito, dado que em geral funcionam em colaboração com instituições depositárias, exercendo atividades típicas de tais instituições, como transformar a liquidez de uma carteira de ativos e captar recursos, emitindo quotas como alternativa de aplicação financeira aos clientes. O desempenho e a exposição dos fundos de renda fixa afetam a instituição administradora, uma vez que a maior parte dos clientes não faz a distinção estabelecida formalmente. As operações compromissadas do restante da economia junto ao sistema emissor – correspondentes ao financiamento líquido de títulos tomado por tal sistema – funcionam como moeda para transações, sendo incluídas no conceito M3.
III - Conceitos anteriores
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista
M2 =M1 + depósitos especiais remunerados + quotas de fundos de renda fixa de curto prazo
+ títulos públicos de alta liquidez
M3 = M2 + depósitos de poupança
M4 = M3 + títulos emitidos por instituições financeiras
IV - Conceitos atuais
Meios de Pagamento Restritos:
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista
Meios de Pagamento Ampliados:
M2 =M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por
instituições depositárias.
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic
Poupança financeira:
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez
V - Sistemas emissores
M1: Consolidado monetário →passivo monetário restrito do Banco Central e bancos
criadores de moeda escritural;
M2: Consolidado bancário menos fundos de renda fixa →passivo monetário restrito do Banco Central e passivo monetário ampliado emitidos primariamente pelas instituições
depositárias;
M3: Consolidado bancário →passivo monetário restrito do Banco Central e passivo
monetário ampliado das instituições depositárias e fundos de renda fixa;
M4: Consolidado bancário mais governos →passivo monetário ampliado do Banco Central,
instituições depositárias, fundos de renda fixa e tesouros nacional, estaduais emunicipais.
Instituições depositárias: bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias. As instituições financeiras não depositárias, como sociedades de arrendamento mercantil, corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, nessas definições de agregados monetários são consideradas empresas do setor
produtivo.
Consolidado monetário: Banco Central, bancos múltiplos com carteira comercial, bancos comerciais e caixas econômicas. Por restrições operacionais, as cooperativas de crédito ainda não foram incluídas nesse consolidado.
Consolidado bancário: consolidado monetário, outras instituições depositárias e fundos de renda fixa.
VI - Alterações operacionais
Dados contábeis:
Os meios de pagamento ampliados eram apurados anteriormente com informações extracontábeis,
tanto os dados diários enviados pelas instituições quanto os mapas de detentores de títulos públicos conforme registros no Selic, para os federais, e Selic e Central de Custódia e
de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), para os estaduais e municipais.
Fundos de renda fixa:
O elevado grau de substitutibilidade entre os fundos de renda fixa e as demais aplicações financeiras remuneradas evidencia a necessidade de agregá-los em algum conceito de moeda.
Nesse sentido, a inclusão dos fundos de investimento por seu patrimônio, discriminando-os das demais aplicações, permite melhor observação dos movimentos de realocação de portfólio do setor não depositário. Consideraram-se fundos de renda fixa os Supervisionados pelo Banco Central, que, nessa condição, estão obrigados a encaminhar demonstrativos contábeis baseados no Cosif. Atualmente, correspondem aos fundos de investimento financeiro (FIF), dos quais se excluem os recursos de propriedade do governo central no levantamento dos agregados monetários. Os fundos de renda variável e os fundos de pensão não são considerados emissores de liquidez e multiplicadores de crédito, sendo Classificados, portanto, entre os agentes não depositários.
VII - Gráficos:
Principais períodos de descolamento:
1992/93: saldo atual abaixo do saldo anterior, principalmente em função de substituição do valor nominal pelo valor presente dos títulos privados.
1996/98: saldo atual acima do saldo anterior, principalmente devido à substituição do Patrimônio Líquido (PL) pelo Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) como medida das quotas Dos fundos de renda fixa.
	A moeda (estrito senso) na economia: Moeda Fiduciária em poder do público mais os depósitos a vista nos bancos comerciais .
	Quase Moeda: e .
	
PARTICIPAÇÃO % NOS HAVERES FINANCEIROS DEZEMBRO/(1992)
			Títulos Privados (32,37%)	 Dep. de Poupança (17,09%)
	
Haveres não
Monetários (92,15%)
	
	Div. Púb.fora 
Bacen (17,18%)
FAF (9,59%)
Div. Estadual
Munic. (9,08%)
		DER (6.04%)
	
Papel Moeda (2,93%) + Depósitos à vista
	 
	
Haveres Monetários (7,85%)
FUNÇÕES DA MOEDA
MEIO DE TROCA (ou intermediária das trocas): Surgiu para facilitar as trocas, acabando com a necessidade de dupla coincidência, necessária a troca direta (escambo). O aumento do comércio com a maior Divisão Social do Trabalho e diversificação dos produtos, trouxe a necessidade de um instrumento intermediário.
UNIDADE DE CONTA (ou medida de valor): Esta função decorre da primeira, pois com muitos produtos, criou-se um padrão, ou equivalente geral que sendo relativamente estável, cria um sistema de preços. A partir da unidade de conta torna-se possível um sistema de contas nacionais e facilita-se o cálculo econômico.
RESERVA DE VALOR: Moeda para cumular riquezas, liquidez por excelência, ou seja, transforma-se a qualquer momento em disponibilidade. Explica a atitude dos indivíduos com relação à gastos ou investimentos.
OUTRAS FUNÇÕES: Poder liberatório, padrão de pagamentos e instrumentos de poder.
SISTEMA FINANCEIRO E MOEDA E BANCOS
FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL:
	1) Emissor de Papel Moeda
	2) Banqueiro do Tesouro Nacional
	3) Banqueiro dos Bancos Comerciais
	4) Depositário das Reservas Internacionais do País.
Balancete das Autoridades Monetárias (1)
	Ativo
	Passivo
	Reservas Internacionais
	
	Empréstimos
	Passivo não Monetário das A.M.
	A base Monetária representa as obrigações das A.M. com liquidez imediata, englobando: Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) + Depósitos à vista nas Autoridades Monetárias (DVAM) + Encaixes Totais dos Bancos Comerciais (ET).
	
Balancete dos Bancos Comerciais (2)
	Ativo
	Passivo
	Empréstimos
	Depósitos a Vista nos Bancos Comerciais
(DVBC)
	Encaixes (ET)
	Passivo não Monetário do Sist. Banc. Com.
	Ativo
	Passivo
	
Reservas Internacionais
Empréstimos
	
	
	Passivo não Monetário do Sist. Bancário
Aumento e Diminuição da Base Monetária: De (1)
	B = Operações Ativos das A.M. Passivo não Monetário das A.M.
	 Passivo não Monetário das A.M.
	B = OA - APNM (1.1) - Venda ou compra dos títulos pelas A.M.
Aumento e Diminuição (Criação e Destruição) de Meios de Pagamento: De (2)
	M = Operações ativos do Sistema Bancário Comercial - Passivo não Monetário do 	Sistema Bancário Comercial 
	O sistema financeiro monetário (bancos comerciais + Autoridades Monetárias) é o responsável pela criação de liquidez (meios de pagamento) na economia. Desta forma, o meio mais adequado de se estudar quando há criação (aumento de liquidez) ou destruição (queda de liquedez) dos meios de pagamento na economia consiste em subdividí-la em dois setores:
	Setor Bancário (SB): Bancos Comerciais + Autoridades Monetárias
	Setor Bancário (SNB): Tudo a menos do setor bancário
	Assim, haverá criação de meios de pagamento, sempre que o setor bancário adquirir algum haver não monetário (isto é, sem liquidez), do setor não bancário, pagando com algum haver monetário (isto é, de liquidez imediata).
	ex.1) Compra de um escritório por um determinado banco
	Obs.: 
	M =	Meios de Pagamento = Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) +
		Depósito à vista nos Bancos Comerciais (DVBC) +
		Depósitos à vista nas Autoridades Monetárias (DVAM)
	Haverá destruição de meios de pagamento sempre que o setor bancário vender algum haver não monetário ao setor não bancário, recebendo como pagamento algum haver monetário. 
	ex.2) Venda ao público de LTNs retiradas em carteira de algum banco:
O Sistema Financeiro Nacional
	
	  
 
	Orgãos normativos
	Entidades supervisoras
	Operadores
	Conselho Monetário Nacional - CMN
	Banco Central do Brasil - Bacen
	Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista
	Demais instituições financeiras
Bancos de Câmbio
	Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros
	
	Comissão de Valores Mobiliários - CVM
	Bolsas de mercadorias e futuros
	Bolsas de valores
	
	Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
	Superintendência de Seguros Privados - Susep
	IRB-Brasil Resseguros
	Sociedades seguradoras
	Sociedades de capitalização
	Entidades abertas de previdência complementar
	
	
	
	
	
	
	
	Conselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC
	Secretaria de Previdência Complementar - SPC
	Entidades fechadas de previdência complementar
(fundos de pensão)
	
Aula 18, 19 e 20 – SISTEMAS CAMBIAIS E REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO.
 
Taxa de Câmbio: Valor da moeda local em termos de uma moeda estrangeira. Exemplo: US$1,00 vale hoje: 2,32 Reais (Fev. de 2009), ou em outros termos, R$ 1,00 vale aproximadamente US$ 0,41 Dólares. E, R$ 1,00 vale aproximadamente, 0,33 euros, ou 1,00 euros valem 3,00 reais.
O valor da taxa de câmbio é influenciado por diversos fatores, como, o valor das exportações e das importações, o fluxo de capitaisentrantes e que saem para bolsas, investimentos diretos; fluxo de pagamentos ou recebimentos de dívidas, amortizações, dividendos; viagens internacionais dos residentes, afluxo dos turistas, etc.
Todos estes fatores de oferta e demanda de moedas estrangeiras, formam o preço básico das moedas estrangeiras.
Mas como qualquer preço, também o câmbio, e talvez até mais, são influenciados por fatores institucionais e regras e ou controles governamentais.
O Brasil, como outros países, passou por vários “arranjos cambiais”: Câmbio múltiplo (valores diferentes para determinados produtos importados ou para turismo...), Câmbio Fixo ( grande parte do Plano Real, Câmbio com Bandas cambiais ( ajustes do final da era FHC)...
Seguindo a referência de André de Melo Modenesi, podemos citar os seguintes sistemas cambiais partindo da flutuação “mais limpa”, isto é, livre de interferências diferentes da oferta e demanda de mercado pela moeda, até a mais rígida, isto é mais fixada:
I) Flutuação pura (ou limpa); II) Flutuação suja; III) Banda Cambial rastejante; IV) Banda cambial deslizante; V) Banda cambial (target zone); VI) Minidesvalorizações;VII)Câmbio Fixo ajustável; VIII) Câmbio Fixo; IX) conselho de Moeda (Currency Board); e X) Dolarização plena.
Em janeiro de 1999, o Brasil abandonou o regime de “cambio fixo” que na verdade já não era absolutamente pleno, mas sim, o regime de bandas cambiais.
A partir da “quebra” de tal regime, iniciou-se o regime de cambio flutuante e instalaram-se novos mecanismos para controlar a inflação como o regime de metas inflacionárias, aumento nos superávits primários e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Texto do Sr. Henrique Meireles sobre a mudança no regime cambial a partir de 1999. 
 
10 anos de câmbio flutuante no Brasil 
Senhoras e senhores, 
1. É uma honra participar hoje desta cerimônia que comemora o 10o aniversário do regime de câmbio flutuante no Brasil. Ontem, dia 18 de janeiro, completaram-se exatamente dez anos desde que o Banco Central do Brasil anunciou por meio de comunicado ao mercado que não mais sustentaria a taxa de câmbio dentro de limites pré-estabelecidos, rompendo assim com décadas de controle da taxa de câmbio. Para celebrar esta data histórica, é interessante relembrar algumas características do regime e sua evolução ao longo do tempo. 
2. Inicialmente, gostaria de comentar sobre o contexto externo. Desde sua introdução em 1999, o regime de câmbio flutuante enfrentou vários desenvolvimentos adversos, a começar pelo colapso do preço das ações de empresas de alta tecnologia em 2000, a crise argentina em 2001, os ataques terroristas de 11 de setembro, a crise de confiança de 2002 e, mais recentemente, a crise financeira global. Por outro lado, o ambiente mundial foi em geral favorável entre 2003 e 2007. Portanto, parece correto afirmar que no primeiro decêndio de flutuação cambial o real experimentou 
um ambiente externo variado, nem persistentemente negativo nem tampouco consistentemente favorável. 
3. Tomando a evolução da taxa de câmbio no período, o real registrou um valor médio de $2,34 por dólar, flutuando entre os limites de $1,32 na estréia do regime e $3,96 no dia 22 de outubro de 2002. Curiosamente, hoje a taxa de câmbio nominal encontra-se muito próxima de sua média histórica pós-flutuação. Como não podia deixar de ser, a taxa de câmbio real efetiva também oscilou substancialmente, reagindo a mudanças nos fundamentos da economia, como, por exemplo, nos termos de troca e nos fluxos de capitais de médio e longo prazo. Arbitrando um índice 100 para seu valor médio na década, a taxa de câmbio real efetiva (medida em termos de real) variou entre 58 em outubro de 2002 e o pico de 125 em agosto de 2008, quando efetivamente encontrava-se mais apreciada que seu padrão histórico de médio prazo. 
4. Em relação ao balanço de pagamentos, a conta corrente registrou um saldo médio negativo equivalente a 1,0% do PIB no período de flutuação, comparativamente a um déficit médio de 2,1% do PIB desde 1970. O investimento estrangeiro direto também apresentou melhora no período, registrando uma entrada liquida média de 3,0% do PIB, 
comparada a apenas 1,5% do PIB desde 1970 - embora em parte, este movimento possa ser atribuído à própria tendência de globalização da economia. Graças à melhora do balanço de pagamentos, o Banco Central foi capaz de acumular um montante expressivo de reservas internacionais, que atingem hoje cerca de US$205 bilhões. O processo de acumulação de reservas não afetou a livre flutuação da moeda, na medida em que a autoridade monetária procurou sempre adquirir divisas por meio de leilões transparentes, à taxa de câmbio de mercado. 
5. Mas poucas coisas mostram maior contraste nesta década como o fato de que, quando o regime de câmbio flutuante foi formalmente implantado com o regime de metas de inflação e de superávit primário, nosso rating soberano era B+ (de acordo com a S&P) e o Brasil mantinha um programa de financiamento com o FMI. Decorridos 10 anos, o rating soberano subiu para BBB-, o país é grau de investimento e o Banco Central tem um acordo de troca de moedas com o Federal Reserve norte-americano, sem implicar qualquer condicionamento à nossa política econômica. 
6. Como se sabe, a flutuação cambial é pré-condição para o regime de metas de inflação. Depois de um princípio 
desafiador - que resultou no descumprimento das metas entre 2001 e 2003 -, o Banco Central foi bem sucedido em manter a inflação nos limites pré-estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (4,5% mais ou menos 2 pontos percentuais desde 2005) por 5 anos consecutivos, isto é, desde 2004. De fato, no ano passado, quando as pressões inflacionárias globais foram substanciais (pelo menos até o 3o trimestre), o Banco Central do Brasil foi uma das poucas autoridades monetárias, entre aquelas que seguem formalmente o regime na condução da política monetária, a cumprir sua meta de inflação, a despeito da atividade econômica ter se mantido vigorosa até o 3o trimestre do ano. 
7. Portanto, seja sob a perspectiva do balanço de pagamentos, seja sob uma perspectiva macroeconômica mais ampla, o câmbio flutuante no Brasil é um sucesso inquestionável. 
8. Isso não quer dizer que o câmbio flutuante não enfrente criticas, por exemplo, porque não flutua suficientemente ou porque flutua demais, porque está sempre artificialmente depreciado ou sempre exageradamente apreciado, porque é visto como favorecendo um setor da economia ou uma região em detrimento das demais ao mesmo tempo. Os efeitos, portanto, do câmbio flutuante geram essas críticas 
que são recorrentes e não cansam. No entanto, é importante notar que elas são simétricas. Existem reclamações de um lado e de outro. 
9. O fato concreto é que o Brasil tem tido um sucesso inquestionável com o regime de câmbio. O que os oponentes da flutuação muitas vezes esquecem é que a taxa de câmbio real efetiva flutua independentemente do regime cambial. Ou, dito de outra forma, o preço relativo dos bens comercializáveis internacionalmente vis-à-vis os não-comercializáveis varia independente do sistema cambial. Com efeito, os preços relativos que são relevantes para as decisões de produção e consumo de exportadores, importadores, famílias e firmas se ajustam permanentemente, seja a taxa de câmbio nominal administrada por um grupo de funcionários públicos, seja determinada pelo mercado. Mas quando a taxa de câmbio flutua livremente, o ajuste de preços relativos tende a ser mais rápido e o impacto de choques externos sobre a renda e o emprego tende a ser menor do que quando o câmbio é fixo. 
10. Portanto é importante mencionar que a própria sustentação do regime de câmbio fixo é um desafio, na medida em que significa ou a impossibilidade de condução 
de uma política monetária independente ou restrição à livre mobilidade de capitais. As autoridades econômicas não podem desconsiderar o seguinte principio: a administração da taxa de câmbio requer ou controle de capitais ou a perda daindependência da política monetária. Ou seja, adotar uma meta para a taxa de câmbio nominal (explícita ou oculta, para o nível ou trajetória) impõe escolhas macroeconômicas que menos e menos países parecem dispostos a aceitar. 
11. É no mínimo otimista achar que o Estado seria particularmente competente para fixar adequadamente a taxa de câmbio. Pelo menos no caso brasileiro, a evidência aponta justamente na outra direção. Sob o regime de câmbio fixo o Brasil experimentou crises recorrentes de balanço de pagamentos nas décadas de 50 e 60, sofreu a crise da dívida externa no inicio dos anos 80 - a qual contribuiu para a dramática deterioração da performance macroeconômica nos anos seguintes, e enfrentou desaceleração econômica e crise nos anos 90, até o colapso final do regime em janeiro de 1999. 
12. Deixar que a taxa de câmbio flutue e seja fixada pelas correntes de comércio, pelas correntes de fluxos cambiais e outros fatores - em resumo, seja fixada livremente pelo mercado - não significa ficar inativo quando o mercado se 
torna disfuncional. De fato, o Banco Central tem usado suas reservas internacionais na atual crise financeira, para assegurar que exportadores e importadores mantenham acesso a linhas de crédito, para ajudar as empresas a rolar suas dividas externas e para injetar liquidez no mercado spot e no mercado futuro. No período recente o nosso foco tem sido em melhorar a forma como o mercado funciona, não em substituí-lo. Esta abordagem é e continuará sendo o pilar da atuação do Banco Central no mercado cambial. 
13. Em conclusão, uma taxa de câmbio flutuante não é uma panacéia, nem um remédio para todos os problemas econômicos do país como estamos vendo. Mas é certamente o regime mais adequado para uma economia grande e relativamente fechada como a brasileira. Se o Brasil não tivesse flutuado o real em 1999, teria certamente seguido o mesmo caminho nos anos seguintes, e possivelmente em condições muito piores. Por isso é importante celebrar este 10o aniversario da flutuação do real no Brasil. 
14. Passando, para finalizar, a uma visão mais geral, não há dúvida de que o mundo hoje vive um momento extremamente desafiante com a crise do sistema financeiro de alguns países centrais. Mas, é importante também mencionar que diversas organizações independentes, entre 
as quais a OCDE, têm considerado o Brasil um dos melhores países posicionados para enfrentar essa crise entre as 29 nações que aquele organismo acompanha. Isso não quer dizer que não estamos sentindo ou não sofreremos os efeitos da crise. Sim, mas o importante é que os fundamentos da economia brasileira possibilitam enfrentá-la em melhores condições do que muitos e, certamente, em melhores condições do que no passado. 
15. Uma das medidas importantes que prevaleceram no Brasil nos últimos anos foi exatamente o aspecto regulatório. O Banco Central do Brasil tem uma história - em particular nos últimos anos - de uma regulação prudencial cuidadosa. Este cuidado evitou que ocorressem disfuncionalidades e exageros, como aconteceu em outros países do mundo. Essa é uma das razões pelas quais o Brasil tem melhores condições de enfrentar a crise. 
16. Em resumo, aqui nunca deixamos que o mercado adotasse padrões de risco e exageros que levaram às perdas e aos problemas que muitos países enfrentam hoje. O Brasil é considerado um dos países de melhor controle regulatório do mundo e citado até como exemplo a ser seguido. 
17. Portanto, é importante mencionar esse diferencial do Brasil porque este é um momento sério. É um momento grave. É um momento em que estamos vendo uma série de indicadores econômicos preocupantes. Mas por outro lado, o Brasil está bem posicionado. O governo brasileiro está preparado para tomar todas as medidas necessárias para que enfrentemos essa crise da melhor maneira possível. 
18. Vamos celebrar, portanto, os dez anos de câmbio flutuante. Muito obrigado a todos, e vamos em frente. Obrigado. 
O Regime de Metas para a Inflação (Target Inflacion): O governo estabelece metas com valores inferior e superior para a inflação anual (caso brasileiro) e procura através da política monetária atingir preferencialmente o centro da meta. Para 2009 e 2010, por exemplo, o centro da meta é de 4,5% sendo 2,5% e 6,5% os limites inferiores e superiores respectivamente. 
 
Aulas 20 - Desenvolvimento Econômico
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O SURGIMENTO DA TEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO 
NA CIÊNCIA ECONÔMICA
A ECONOMIA CLÁSSICA E O DISSIDENTE MARX: Desde quando surgiu a Ciência Econômica como um campo específico de estudos, é tematizada a questão do desenvolvimento, porém somente no século XX este tema é explorado de forma sistemática.
	A Teoria Econômica Clássica encarava o desenvolvimento como algo natural, independente do planejamento Adam Smith relatava a "Riqueza das Nações" como um processo evolutivo respaldado no simples jogo de oferta e demanda num mercado que deveria ser liberado dos proteccionismo comerciais e apostava no desenvolvimento do capitalismo como uma questão de fé. Era a ascensão de um capitalismo liberal em controposição as amarras dos resquícios do feudalismo (o Mercantilismo). 
	A Smith (em 1776) com esta postura nitidamente evolucionista, cria uma faseologia que vai da caça para a criação animal, passando pela agricultura e o comércio para finalmente a sociedade chegar ao estágio industrial onde passaríamos a desfrutar das benesses do capitalismo liberal. Entretanto para Smith, a explicação do desenvolvimento estaria na propensão humana à troca; a partir do momento que as trocas (no mercado) estivessem desobstruídas, a "mão invisível" ditaria o equilíbrio entre oferta e demanda até o preço "justo" e assim o "desenvolvimento" (riqueza) estaria garantido.
	D. Ricardo também lançou em 1814 a sua obra principal, questionando a renda auferida pelos proprietários de terra como algo excessivo e anti-natural posto que baseado em lucros protegidos, algo que emperrava o avanço das forças, produtivas freava o avanço do capitalismo (e da indústria), deixando trabalhadores e capitalistas sem os frutos de seu trabalho e investimento.
	Neste caso D. Ricardo sem abandonar a economia clássica, começa consciente ou inconscientemente a verificar que o crescimento não era algo tão natural. Embora centrando fogo no proteccionismo do campo para garantir rendas maiores para a indústria, intui limites para o crescimento e verifica a necessidade de intervir para que a sociedade não caia em estagnação.
	Passados os séculos XVIII e XIX e o primeiro quartel do século XX, onde a economia cresceu na Inglaterra, no continente Europeu e nos EUA, baseado no Liberalismo Clássico, os anos 30 vem questionar pela depressão econômica todo o arcabouço teórico e ideológico do capitalismo liberal, admitindo-se que em meados do século XIX, o dissidente KARL MARX já o havia contestado porém para fins revolucionários e de superação.	
Entretanto MARX também tem algum conteúdo evolucionista, apesar da dialética também contida em sua obra. Ao propor fases como o comunismo primitivo, depois a escravidão, posteriormente o feudalismo, e o capitalismo como precondição do socialismo e do comunismo ao representar o monstruoso desenvolvimento das forças produtivas devido ao progresso técnico, a acumulação e principalmente pela contradição entre desenvolvimento destas forças produtivas e o não acompanhamento pelas relações de produção (que permaneciam "escravistas" ou "feudais" politicamente). Nesta contradição: grande evolução técnica e acumulação de riquezas com a permanência de classes explodiria esmagadas e sem capacidade de consumo exploraria o conflito e a paralisia do crescimento (por falta de consumo). Aí então a revolução contra a propriedade privada dos meios de produção/logo a apropriação desigual da riqueza), torna-se "inexorável".
	Embora MARX (e ENGELS) mais tarde tenham produzidos textos menos enfáticos e otimistas do que no manifesto comunista

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