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Trabalho de psicologia social Resenha da serie Atypical

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TRABALHO DE PSICOLOGIA SOCIAL
RESENHA DA SERIE: ATYPICAL
WESLEY DAMAZIO DOS SANTOS JUNIOR
RA: C235059
PSICOLOGIA 3º SEMESTRE DIURNO ASSIS, 2018
“Sam ( Keir Gilchrist) é um jovem autista de 18 anos que está em busca de sua própria independência. Nesta jornada, repleta de desafios, mas que rende algumas risadas, ele e sua família aprendem a lidar com as dificuldades da vida e descobrem que o significado de "ser um pessoa normal" não é tão óbvio assim.”
 Sinopse da Netflix
Minha resenha é sobre a série Atypical da Netflix. 
O Próprio título da série, já diz muito a respeito dela e do foco que darei nessa resenha. Trata-se da história de um rapaz com autismo. Essa condição, dá ao protagonista características muito próprias de comportamento, personalidade e o que é mais interessante na minha opinião, os pensamentos dele. A série em vários momentos deixa o garoto narrar suas próprias experiências. São comportamentos e atitudes que comparado com a sociedade com a qual convive, o faz um sujeito atípico. E essas diferenças são bem exploradas no seriado, que coloca lado a lado as atitudes e expectativas de Sam versus as consequências de seus atos, na maioria das vezes inesperadas por ele. Também mostra a expectativa dele de como vão julga-lo, defronte a visão das pessoas a respeito dele. Na maioria das vezes ele é incompreendido.
 A mente cartesiana e literal de Sam, as vezes se faz parecer mais lógica e apropriada do que as das pessoas típicas. Do começo ao fim a serie nos faz refletir sobre o que é ser normal, com bom humor. Porem com uma profundidade que torna tudo mais interessante.
 Ao mesmo tempo que traz personagens “padrões” em famílias, e principalmente os clichês de tipos de alunos em escolas americanas. No decorrer da trama esses personagens vão sendo revelados com mais profundidade, e a serie consegue com maestria torná-los únicos. 
Apesar de Sam ser o protagonista, o seriado também dá muita atenção as relações entre os demais personagens. Suas fraquezas e particularidades, como no caso da mãe de Sam por exemplo. Que tinha dificuldades em lidar com o stress de cumprir seus “papeis sociais” como dona de casa e mãe. Vivendo dilemas tão bem representados, que nos fazem sentir alguma dose de angustia. Em meio a esses dilemas, paradoxalmente, quando ela acaba por falhar no seu papel como esposa, percebe ao mesmo tempo o peso do remorso e da culpa, e leveza com uma certa sensação de liberdade e fuga. Mantendo seus segredos, ela vem inesperadamente ser reconhecida no bom desempenho do seu papel doméstico, coisa que tanto desejava. 
Esse é o anzol da série, uma certa imprevisibilidade, de conseguir fugir do “comum” mesmo tratando de personagens típicos na dramaturgia americana. O que nos causa empatia ao início e nos provoca reflexão com certas quebras inesperadas de paradigmas no momento em que já estamos familiarizados e empáticos aos personagens. Isso é outro ponto forte da série, tratar e provocar a empatia.
Outro exemplo de desequilíbrio é o pai de Sam. Um homem auto e robusto, que em certo momento após o nascimento de Sam, desabou em fragilidade e fugiu da sua realidade, voltando a morar com os pais. Para quem conhece a cultura americana sabe que morar com os pais sendo maior de idade é sinônimo fracasso, quanto mais na meia idade. O interessante que ao fim dos dilemas, as situações são equilibradas, mas sem necessariamente ditar um lição moral, ou uma conclusão patente. E ainda faz uma crítica a esse tipo de posicionamento, na cena em que o Pai de Sam finalmente comparece a uma reunião de apoio a pais com filhos no espectro autista. Mesmo ele sendo leigo e simples, normalmente é quem mais consegue ajudar o Sam. Porem ao se encontrar nessa reunião, se passa por insensível e grosso, ao não compreender e seguir os padrões politicamente corretos de linguagem. É veementemente repreendido e constrangido pela Tutora da reunião. Essa questão, bem evidenciada e tratada como POLITICAMENTE CORRETO no próprio capitulo citado, me fez menção ao livro da Silvia Lene. Onde ela linka o uso da linguagem no processo de dominação. Nesse momento em que pessoas se posicionam como autoridade naquele assunto, constroem regras de etiquetas de linguagens com tantas normas, com tanta reatribuição de significado, (muitas vezes sem uma justificativa pratica plausível) que acaba colocando uma pessoa, mesmo que bem intencionada, na posição de ignorante e dependente da tutela do “Especialista”.
 Assistindo a serie as reflexões são diversas. A serie estimula muito isso, de propósito e as vezes parece que até sem intenção. Nós Brasileiros nos vemos familiarizados com uma cultura diferente a nossa, e compartilhamos tabus e paradigmas. Temos nossa cultura e um padrão de comportamento social e por motivos diversos somos influenciados e entendemos os padrões de um outro pais, como os EUA. 
Percebemos a influência cultural mesmo no personagem com Autismo. Eles que são vulgarmente conhecidos pelo senso comum, por viverem em um mundo paralelo. Na história Sam deseja moldar-se ao meio, e muitas vezes o meio recusa a flexibilizar-se a ele. Ele estranha o mundo, e o mundo o estranha. Ele é sozinho no que sobra de mundo para ser seu, enquanto vê o resto do mundo sendo compartilhado entre indivíduos “normais”. É um indivíduo com dificuldade de socialização mesmo a nível mais básico, como o familiar. Sam tem um certo impulso, ou desejo, de também socializar, de participar desse mundo. Porem a serie não evidencia se esse desejo é inato ou influenciado pelo meio e pela carga cultural despejada inconscientemente em todos os indivíduos, incluindo Sam. Ponto que cabe reflexão. A natureza influencia a cultura ou a cultura influencia a natureza? Seria um círculo vicioso onde a cultura tende a se reafirmar na sociedade, se arraigando cada vez mais no indivíduo, que por sua vez influenciara essa sociedade? 
 Este tipo de reflexão provocada pela série, esses paradoxos e dualidades, remetem muito ao pensamento Dialético Histórico que influenciou a psicologia social Brasileira, tratada no livro de BERNARDES. 
Os papeis sociais, o conflito do indivíduo nesses papeis, a necessidade “inconsciente” de cumpri-los, nos remete agora à teoria das ATITUDES, típica da Psicologia Social Americana abordado no livro de RODRIGUES, A., ASSMAR, E.M.L., JABLONSKY, B. Atitudes: conceito, formação e mudança. Pois envolvem componentes COGNITIVOS, no que diz respeito ao conhecimento das “regras sociais”, componentes fortemente AFETIVOS, pois são relações humanas familiares ou de amizade, baseadas em afeto e predisposição em beneficiar a família ou amigos, ou mesmo a predisposição em não simpatizar com o diferente, negar o que desiquilibra o que já foi acomodado pelo senso comum. (Segundo o cognitivismo abordado no mesmo livro e que influenciou a psicologia social americana). E por fim o componente COMPORTAMENTAL, as pessoas agirem com empatia a favor do Sam por exemplo, ou trata-lo com preconceito. A estranheza que o Protagonista causa nas pessoas que não o conhecem, deixa evidente algo sobre outra teoria que influenciou a Psicologia Social Americana, o quanto as pessoas são reforçadas aos padrões de comportamento, o quanto elas são modeladas a agir e esperar ações dentro desse espectro padrão. 
Outros momentos evidenciam o Princípio de Equilíbrio, esse de Fritz Heider, dentro da teoria das Atitudes. Como o romance impossível que Sam fantasia com sua terapeuta, que não corresponde aos seus sentimentos. Também o de meninas que tentaram se aproximar de Sam, e que o mesmo não se interessou, mas uma delas que ele tentou manter relação. Acabou sendo trágica pra ela e insatisfatório para o Sam. O rompimento desse relacionamento por parte dele desencadeou um dramático e cômico desiquilíbrio emocional na garota.
Sim, o Sam namora na série, e essa é partefundamental na série, o quão desafiador é para ele, uma pessoa com pouca compreensão das formalidades e contratos sociais, em se adequar as expectativas das suas pretendentes. As atitudes de Sam no geral, nos faz refletir sobre questão das “Normas Sociais”. Como já citado, Sam tem uma forma peculiar de pensar, sentir e se comportar (ATITUDES peculiares). Ele tem uma percepção excêntrica do que as pessoas esperam dele e das consequências dos seus comportamentos. 
O eixo principal da trama, com nome de “ATYPICAL”, é analisar e pôr em questionamento, o que é a NORMALIDADE, criticando atitudes polemicas de pessoas consideradas normais e comparando com as de Sam, que é considerado Anormal. Consonante com uma das pautas principais da Ideia abordada no Livro do BERNARDES História da psicologia social, é o pensamento crítico, a crítica a visão positivista.
 A ideia de relativização, de levar em conta mais de um ponto de vista em uma narrativa histórica, é outra coisa que a serie mais uma vez faz com excelência e que liga teorias abordadas no curso com a série. Como já dito, ela explora bastante os personagens coadjuvantes, mostrando seus pontos de vistas, como no exemplo da Irmã do Sam, que ninguém percebe, mas ela se vê em segundo plano devido a integral atenção por parte do seus pai dada a seu irmão. E mesmo o próprio Sam, que causa estranhamento num primeiro momento, mas basta algum tempo para perceber que a normalidade é questão de perspectiva.
“Atypical” ao mesmo tempo que mostra onde um falhou e prejudicou o outro, mostra também o que o levou a tal comportamento. Levando-nos ao lugar do personagem e nos fazendo pensar se conseguiríamos agir melhor na mesma situação. 
 Percebemos que a série foi muito bem construída e pensada, pois mesmo com aparente intenção de impactar, entendeu como que na teoria Gestaltista, a necessidade do espectador de se familiarizar, de entender um todo mais superficial antes se aprofundar em cada personagem. Percebe-se que houve muita preocupação com a estética do filme. De modo a manter os padrões que estamos acostumados e que nos agrada, de roteiro, narrativa, sequência lógica, cenários, escola, família, de moral e personalidades e usar de muita sutileza para “trinca-los” a ponto de nos gerar um calculado incomodo, levando a reflexão.

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