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Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 1� Aula 0: Apresentação! Olá, meus amigos! Como estão? Não é que saiu o tão esperado edital? Excelente oportunidade para aqueles que desejam ingressar de vez no serviço público. Remuneração inicial de R$ 11.500,00. Ótimo salário! E tem mais! Morando na Cidade Maravilhosa, esse vencimento se torna mero detalhe. Pois bem, estamos aqui para ministrar um curso de Direito Empresarial em Exercícios para o referido certame, que, felizmente, é uma matéria com relativo peso no certame. Olhem que edital lindo. Nem em provas para magistratura vi cobrarem tanto. Mas nada como um bom desafio. E vamos vencê-los juntos! Nada de deixá-la de lado. Estudemo-la com muito afinco! Vamos trabalhar aqui para abordar o que vai cair na prova, sem perder tempo, foco e clareza! É essa a minha proposta. Uma breve apresentação. Meu nome é Gabriel Rabelo, sou professor colaborador de Contabilidade no Fórum Concurseiros e de Direito Comercial aqui no sítio do Ponto. Ex-aluno dos Colégios Militares de Brasília e de Campo Grande, graduado em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, aprovado nos seguintes concursos: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA (2005); Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso do Sul (2006); Tribunal Regional Federal da 3ª região (2007) e Auditor Fiscal da Secretaria de Fazenda do Espírito Santo - 2009 (1º lugar - região Nordeste), onde estou atualmente. Sou autor do livro 1.001 questões comentadas de direito empresarial FCC, publicado pela editora Método. Estou aqui para ajudá-los no que for preciso na disciplina. Trabalharemos com uma linguagem clara e objetiva, sem muitos vocabulários jurídicos. Vamos estar focados no concurso! Sempre que possível, será disponibilizado o dispositivo legal a que a questão se refere, bem como eventual doutrinária e jurisprudência. Ok? O que acontece é que muitas pessoas não estão familiarizadas com o direito empresarial, tendendo a achá-lo uma Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 2� matéria chata, difícil, isso ou aquilo. Mas, vocês verão, ao longo do curso, que nada disso existe. Serão 10 questões de Empresarial, matéria cuja ementa abrange os seguintes tópicos: Direito Empresarial 1. Teoria da Empresa. 2. Institutos fundamentais do direito empresarial: atividade empresarial, empresário (individual e sociedade empresária) e estabelecimento empresarial. 3. Direito societário: teoria geral das sociedades; conceito de sociedade; sociedade simples e sociedade empresária; sociedade personificada e sociedade não personificada. 3.1. Sociedades não personificadas: sociedade em comum e sociedade em conta de participação 3.2. Tipos societários incomuns: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações. 3.3. Sociedade simples. Sociedade Cooperativa 3.4. Sociedade limitada; constituição, contrato social, direitos e deveres dos sócios; administração; deliberações sociais; resolução, dissolução e liquidação. 3.5. Sociedade anônima: constituição, objeto, capital social e ações, acionistas e administração e demais órgãos sociais; dissolução, liquidação e extinção das sociedades anônimas; direitos dos acionistas minoritários. 3.6. Operações de reorganização societária: transformação, incorporação, fusão e cisão. 3.7. Sociedades controladoras, controladas e coligadas; subsidiária integral. 3.8. O poder de controle na sociedade anônima; acordo de acionistas; abuso do poder de controle. 4. Desconsideração da personalidade jurídica. 5. Contratos no direito empresarial: contratos de troca (compra e venda mercantil, alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil); contratos de colaboração (sociedade, representação comercial, comissão mercantil, distribuição, concessão comercial, franquia e faturização). 6. Títulos de crédito. Princípios. Modalidades. Características. Aceite. Aval. Protesto. Endosso. Letra de Câmbio. Nota Promissória. Cheque. Duplicata. Cédula de Crédito Bancário e títulos de crédito imobiliário. 7. Títulos de financiamento da atividade econômica (notas e cédulas de crédito rural, industrial, comercial, à exportação, conhecimento de depósito e warrant, cédula de produto rural). 8. Títulos societários (ações, debêntures, bônus de subscrição, partes beneficiárias). 9. Recuperação da empresa e Falência. 10. Responsabilidade civil das sociedades em geral e das instituições financeiras. 11. Responsabilidade especial dos administradores e dos controladores de instituição financeira. Trabalharemos com aulas semanais, com início a partir de 29 de julho de 2010 até a semana anterior à prova, totalizando 6 aulas, assim divididas: Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 3� Aula 0 1. Teoria da Empresa. 2. Institutos fundamentais do direito empresarial: atividade empresarial, empresário (individual e sociedade empresária) e estabelecimento empresarial. Aula 1 2. Institutos fundamentais do direito empresarial: atividade empresarial, empresário (individual e sociedade empresária) e estabelecimento empresarial. 3. Direito societário: teoria geral das sociedades; conceito de sociedade; sociedade simples e sociedade empresária; sociedade personificada e sociedade não personificada. 3.1. Sociedades não personificadas: sociedade em comum e sociedade em conta de participação 3.2. Tipos societários incomuns: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações. 3.3. Sociedade simples. Sociedade Cooperativa Aula 2 3.4. Sociedade limitada; constituição, contrato social, direitos e deveres dos sócios; administração; deliberações sociais; resolução, dissolução e liquidação. 3.5. Sociedade anônima: constituição, objeto, capital social e ações, acionistas e administração e demais órgãos sociais; dissolução, liquidação e extinção das sociedades anônimas; direitos dos acionistas minoritários. 3.6. Operações de reorganização societária: transformação, incorporação, fusão e cisão. 3.7. Sociedades controladoras, controladas e coligadas; subsidiária integral. 3.8. O poder de controle na sociedade anônima; acordo de acionistas; abuso do poder de controle. 4. Desconsideração da personalidade jurídica. Aula 3 5. Contratos no direito empresarial: contratos de troca (compra e venda mercantil, alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil); contratos de colaboração (sociedade, representação comercial, comissão mercantil, distribuição, concessão comercial, franquia e faturização). Aula 4 6. Títulos de crédito. Princípios. Modalidades. Características. Aceite. Aval. Protesto. Endosso. Letra de Câmbio. Nota Promissória. Cheque. Duplicata. Cédula de Crédito Bancário e títulos de crédito imobiliário. 7. Títulos de financiamento da atividade econômica (notas e cédulas de crédito rural, industrial, comercial, à exportação, conhecimento de depósito e warrant, cédula de produto rural). 8. Títulos societários (ações, debêntures, bônus de subscrição, partes beneficiárias). Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 4� Aula 5 9. Recuperação da empresa e Falência. 10. Responsabilidade civil das sociedades em geral e das instituições financeiras. Aula 6 11. Responsabilidade especial dos administradores e dos controladores de instituição financeira. + revisão, exercícios. Analisaremos ao longo das aulas questões de múltipla escolha e questões de certo ou errado. Em minha opinião comoprofessor, tal como fizemos no curso de 1.001 questões comentadas, o aprendizado pode se potencializar se, em algumas questões, dependendo de seu conteúdo, analisarmos apenas um ou outro item. Ok? Vamos em frente? Hoje teremos uma breve noção do curso que nos aguarda. Direito de Empresa Começaremos pelo primeiro tópico: Teoria da Empresa. Essa é moleza e ponto garantido na prova. Analisemos as questões. 1. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Pela teoria da empresa, adotada pelo novo Código Civil, pode-se afirmar que o principal elemento da sociedade empresarial é: a) o trabalho. b) o capital. c) a organização. d) o ativo permanente. e) o maquinário Comentários Duas são as teorias existentes no âmbito do direito comercial e que podem ser cobradas em concursos: a) Teoria dos atos de comércio: vigente no período Napoleônico, na França, século XIX. Nesta época fora feita distinção entre as relações civilistas e comerciais. Sempre que alguém praticava atividade econômica que o direito considerava ato de comércio, submeter-se-ia às obrigações do Código Comercial, sujeitando- se a regime jurídico próprio. A caracterização era feita com base em uma lista de atividades. Muitas atividades importantes, como a prestação de serviços, não se encontravam na lista, o que, com o passar dos tempos, tornou Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 5� inaplicável a aplicação da teoria, que a esta altura já estava difundida pelo mundo. b) Teoria da empresa: surgiu na Itália, em 1942, como evolução da teoria passada. Na nova teoria, não são mais reguladas atividades específicas, mas, sim, uma forma de produzir ou circular bens ou serviços, a forma empresarial. O Código Comercial brasileiro de 1850 fora fortemente influenciado pela teoria dos atos do comércio. Todavia, leis esparsas anteriores ao Código Civil já previam a utilização da teoria da empresa, como o Código de Defesa do Consumidor, juntamente de doutrina e jurisprudência. O CC 2002 veio ao mundo apenas aniquilar a teoria dos atos do comércio de nosso ordenamento. Essa já poderia ser uma questão de prova. Já pensaram? A teoria dos atos de comércio é novidade positivada pelo CC 2002. Certo ou errado? Errado, amigos. A atividade dos empresários (abarcados pela teoria da empresa) pode ser vista como a de articular fatores de produção, quais sejam: capital, mão-de-obra, insumo e tecnologia. Enxergando uma oportunidade e de posse desses recursos, estrutura-se uma organização com o fito de produzir mercadorias e serviços correspondentes, auferindo lucro para si. Portanto, todos os itens da questão correspondem a elementos de uma sociedade empresarial. Contudo, o principal elemento, com fulcro na teoria da empresa, é a organização. Fácil, não? Gabarito å C. 2. (Cespe/OAB/2007) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. a) O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. b) O Código Civil de 2002 não revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de responsabilidade limitada. c) O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. d) A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). Comentários a) Comentários: Vimos que o Código Civil de 2002 adotou, sim, a teoria da empresa para o direito pátrio. Todavia, o Código Comercial de 1850 não o fez, vigendo naquela época a teoria dos atos de comércio. Item, portanto, errado. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 6� b) Comentários: As sociedades por quotas de responsabilidade limitada foram introduzidas em nosso ordenamento através do Decreto-lei 3.708/19. Pois bem, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, essa legislação foi integralmente revogada. Ok? Não restam dúvidas sobre isso. Item também incorreto. O Código Civil de 2002 revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de responsabilidade limitada. c) Comentários: O Código Civil de 2002 revogou a primeira parte do Código Comercial de 1.850. A segunda parte, relativa ao Comércio Marítimo, ainda está em vigor. Item também incorreto. d) Comentários: Correto. Segundo a Constituição Federal compete privativamente à União legislar sobre Direito Comercial (CF, art. 22). Ressalve-se a possibilidade de que lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas (CF, art. 22, parágrafo único). 3. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 11ª/2005) De acordo com o Código Civil de 2002, a utilização do termo "comerciante" para designar todo aquele a quem são dirigidas as normas de Direito Comercial a) permanece correta, em razão da adoção, pelo Código Civil, da teoria objetiva dos atos de comércio. b) perdeu sentido, pois a revogação de parte expressiva do Código Comercial operou a extinção do Direito Comercial. c) tornou-se equivocada, pois o Código Civil estendeu a aplicação do Direito Comercial a todos os que exercem atividade econômica organizada e profissional, não apenas comerciantes. d) permanece correta, em razão da adoção, pelo Código Civil, da teoria da empresa. e) tornou-se equivocada, pois os antigos "comerciantes" são hoje denominados "empresários", embora designando os mesmos conceitos. Comentários O Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa. Segundo o artigo 966 do codex: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Vejam que os comerciantes são apenas uma espécie do gênero empresário. A teoria da empresa não define uma lista daqueles que são ou não empresários, como fazia a teoria dos atos do comércio. A assertiva “a” está incorreta. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 7� Passemos à assertiva b. Muitos autores defendem que como o Código Civil abarcou o Direito de Empresa (Parte Especial – Livro II) o Brasil teria optado por unificar estes dois ramos do direito: civil e comercial. Essa é uma longa discussão e, é óbvio, não entraremos nesta seara doutrinária. Para concursos (é o que nos interessa) o Direito Comercial é autônomo, sim, em relação ao Direito Civil. Até por que a própria Constituição Federal assim dispôs ao prever competência privativa para que a União legisle sobre Direito Comercial (CF, art. 22). A letra c está em plena consonância com o que estamos afirmando desde o começo da aula. Distinga-se teoria dos atos de comércio de teoria da empresa. Aquela valoriza o exercício de determinadas atividades, submetendo-as a regime jurídico diferenciado. Esta, atualmente adotada no Brasil, estipula certas características e condições. Enquadrando-se, estará caracterizado o exercício de empresa. Os requisitos para classificação como empresário são os vistos acima, no artigo 966 do CC, a seguir: Assim, o correto hoje é falar-se em empresário e, não mais em comerciante. Podemos compreender o comerciante como espécie do gênero empresário. Por este motivo, a letra “d” e “e” estão incorretas e a letra “c” está correta. 4. (OAB/DF/2005) De acordo com a "teoria da empresa" adotada pelo Código Civil é correto afirmar que a exploração profissional, individual, direta, habitual e com fins lucrativos de uma atividade econômica será, necessariamente, uma atividade empresarial. Comentários De posse da essência daquilo que constitui a teoria da empresae do que dispõe o artigo 966 do Código Civil, conseguimos matar qualquer questão de prova acerca do assunto. Senão vejamos: Empresário� Profissionalismo Organização Atividade�econômica�(produção�e� circulação�de�bens�ou�serviços)�Capacidade� Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 8� Dissemos no quadro esquemático na questão 3, quais eram os requisitos para caracterização de um pessoa, física ou jurídica, como empresária. Lembram-se? Vamos lá: organização, profissionalismo, atividade econômica e capacidade. Uma pessoa pode explorar determinada atividade de forma profissional, individual, direta, habitual e com fins lucrativos, porém, sem organização? Pode! Será caracterizada como empresária? Não. Pode possuir todos os requisitos e ser relativamente incapaz? Pode. Será considerada empresária? Não. Portanto, possuir as características citadas na letra a não implica a caracterização como empresário. Ainda, o artigo 966, parágrafo único traz uma importante ressalva... Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Com base no dispositivo acima, ressalvadas estão, via de regra, as atividades intelectuais que possuam natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Explique-se melhor esse ponto. Um médico que trabalhe sozinho, que tenha uma clientela que freqüenta sua clínica a fim de prestigiar o bom trabalho por ele realizado, não será considerado empresário (embora possua todos os elementos contidos na questão: exploração profissional, individual, direta, habitual e com fins lucrativos de uma atividade econômica). O mesmo vale para dentistas, arquitetos, artistas, uma vez que prestam serviços de natureza intelectual, científica, literária ou artística. Todavia, o hospital de grande porte onde esse mesmo médico trabalha como plantonista, ambiente cujos pacientes não sabem sequer de sua existência, não vão lá por sua causa, mas, sim, por que o exercício da profissão (a medicina) constitui elemento da empresa, será considerado sociedade empresária. Entenderam? Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 9� Com base no expendido, a questão se encontra incorreta. O CESPE, baseando-se na inteligência deste artigo propôs a seguinte assertiva: 5. (CESPE/DPE CE/2008) Se um autor de obra literária que ganhou o prêmio de melhor livro de poesia do ano decidir produzir novos livros e comercializá-los, com o auxílio de um colaborador, ele será considerado um empresário individual. Vamos lá! Primeira pergunta para responder: qual o tipo de atividade? É intelectual, literária, científica ou artística? Sim. Opa! Fiquemos atentos, pois, via de regra, não poderá ser considerado como empresário. Mas, espere, haverá o concurso (ajuda) de auxiliar. Já está configurando empresa, professor? Não! Vejam que o Código diz “ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores”. Portanto, o item está errado. Ok? Passemos a outro item do edital. 2. Institutos fundamentais do direito empresarial: atividade empresarial, empresário (individual e sociedade empresária) e estabelecimento empresarial. 6. (DPE/SP/2009/FCC) Para que uma pessoa possa ser reputada empresária tem-se que verificar sua inscrição perante o Registro Público de Empresas Mercantis. Comentários A questão trata da figura do empresário. Inicialmente, devemos perguntar: o que é empresário? O Código Civil (art. 966) o define como aquele exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. São estes, pois, repitamos, os requisitos para caracterização como empresário: Empresário� Profissionalismo Organização Atividade�econômica�(produção�e� circulação�de�bens�ou�serviços)�Capacidade� Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 10� Profissionalismo: O negócio não pode ser praticado em caráter eventual, mas deve ser feito rotineiramente, assumindo-o o empresário como seu ofício. Assim, uma pessoa que vende o seu carro a um terceiro não será caracterizada como empresária por este motivo. Organização: A pessoa deve praticar a atividade de forma organizada, dispondo do chamado estabelecimento empresarial, que é o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, utilizados para o exercício da atividade. Atividade econômica: Vejam que o Código arrolou tanto a circulação de bens como a prestação de serviços. Ressalvadas estão, via de regra, as atividades intelectuais que possuam natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Repitamos: Regra å Atividades intelectuais, científicas, literárias, artísticas não caracterizam exercício de empresa. Ex: Médico que tem milhares de pacientes com base em sua fama pessoal como profissional. Exceção å Se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Ex: O hospital onde esse médico trabalha como plantonista e os pacientes sequer sabem de sua existência. O exercício da profissão (a medicina) constitui elemento de empresa (hospital). Atenção: os artigos 966 e parágrafo único são importantíssimos para a prova. Por fim, falemos da capacidade. Segundo o artigo 972 do Código Civil, podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Voltando à questão... Do conceito de empresário abstraímos alguns requisitos como o profissionalismo, atividade econômica organizada, capacidade, organização. Falou-se aqui, em algum momento, no registro do empresário como requisito para caracterização como tal? Não! Contudo, o Código Civil estabeleceu que: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 11� O que podemos concluir disso? Simples! O registro é obrigação legal a todos os empresários imposta. Não obstante, um empresário que não o faça não deixará de sê-lo por este motivo. Encontrar-se-á, tão-somente, em situação irregular. Algumas conseqüências advêm da não providência do registro, como exemplo: a vedação de requerer para si recuperação judicial ou extrajudicial e a responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios também surgirá. Além do mais, poderá ser requerida a falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial do empresário irregular. Decretando-a, incorrerá o empresário irregular em ilícito penal, previsto no artigo 178 da Lei de Falência, cuja sanção é detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constituir crime mais grave. Repita-se: a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis não é requisito previsto no artigo 966, mas é obrigação imposta aos empresários no artigo 967, um empresário que não o faça não deixará de sê-lo por este motivo. O gabarito da questão é, portanto, falso. Próxima questão sobre empresário! 7. (FCC/Promotor de Justiça MP CE/2009) Assinale a alternativa correta. a) No ordenamento brasileiro, o incapaz não pode exercer a atividadede empresário, pois sobre os seus bens não podem recair os resultados negativos da empresa. b) O empresário casado, com exceção do regime de separação absoluta de bens, deve proceder à averbação dos pactos e declarações antenupciais no Registro Público de Empresas Mercantis, bem como fazer inserir nos assentamentos do registros público de imóveis a outorga uxória quando de gravação com ônus ou de alienação dos bens imóveis do patrimônio empresarial. c) Deve o empresário operar no mercado sob firma constituída, a qual poderá ser seu nome completo ou abreviado e, se quiser, designação de sua pessoa ou da atividade exercida. d) A instituição de sucursal, agência ou filial implica na averbação no primeiro assento do Registro Público de Empresas Mercantis para que se tenha como regular a atividade desta, sendo desnecessária outra inscrição. Comentários Falaremos sobre a capacidade e impedimento para o exercício da empresa... Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 12� Segundo o artigo 972 do Código Civil, podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Atente-se que não basta o pleno gozo da capacidade civil - que, via de regra, se dá aos 18 anos, quando a pessoa se torna capaz para todos os atos da vida civil -, é necessário, também, que não seja o empresário pessoa legalmente impedida, como são os magistrados, militares, servidores públicos federais. Frise-se: deve o empresário atender cumulativamente os dois requisitos, não ser impedido e estar no pleno gozo da capacidade civil. A regra é o pleno gozo da capacidade civil. Porém, existem casos em que o incapaz poderá continuar – e nunca dar início – a atividade empresarial, adquirindo status de empresário. São as seguintes situações: 1) Incapacidade superveniente. Determinada pessoa era capaz e, após determinado acontecimento, torna-se incapaz para os atos da vida civil. 2) Falecimento ou ausência dos pais. Ressalve-se que em ambos os casos é exigida autorização judicial. Além disso, exige-se que o incapaz seja representado ou assistido, conforme seja absoluta ou relativa a incapacidade. Vamos à questão: No ordenamento brasileiro, o incapaz não pode exercer a atividade de empresário, pois sobre os seus bens não podem recair os resultados negativos da empresa. Isso é verdadeiro ou falso? Ora, é falso! Por quê? Esquematizando... Essa questão foi cobrada no concurso realizado para PFN, em 2006, pela ESAF, como se vê (item correto): (ESAF/PFN/2006) Poderá o representante ou assistente legal do incapaz continuar a empresa antes exercida por ele, enquanto capaz, mediante autorização judicial. A alternativa B está incorreta também. A resposta a este item encontra-se nos seguintes dispositivos do Código Civil: Empresário� Regra:�Capaz� Exceções� Incapacidade�Superv.� Herança� Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 13� Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Vamos lá. Ao item! Dividindo-o por partes: “b) O empresário casado, com exceção do regime de separação absoluta de bens, deve proceder à averbação dos pactos e declarações antenupciais no Registro Público de Empresas Mercantis (...)”. Até aqui a questão já estaria falsa. O Código ressalvou o regime de separação absoluta? Não! Não ressalvou. Continuemos a análise da questão, da parte restante “(...) bem como fazer inserir nos assentamentos do registro público de imóveis a outorga uxória quando de gravação com ônus ou de alienação dos bens imóveis do patrimônio empresarial”. Para a prática de determinados atos, a lei exige que a pessoa casada tenha o consentimento do outro cônjuge (marido ou esposa). Essa autorização é o que se denomina outorga uxória. Segundo o artigo 978, é necessária a outorga uxória para alienar ou gravar de ônus os bens empresariais? Não! O item está, mais uma vez, falso. Novamente, este assunto foi cobrado no concurso para PFN, realizado em 2006 pela ESAF... (ESAF/PFN/2006) O empresário casado pode alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens. Fácil perceber que o item do PFN está correto. Voltando à nossa questão, o item c é o gabarito da questão e está correto. O Código Civil definiu como empresário (art. 966) aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Esse conceito serve para as duas espécies de empresários existentes no ordenamento jurídico: a) empresário individual; e b) empresário coletivo (sociedade empresária). Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 14� Todo empresário, seja individual, seja sociedade, possui um nome empresarial, que funciona tal como o nome de uma pessoa natural. Assim, da mesma forma que o nome Gabriel Rabelo pode gerar obrigações e direitos para a minha pessoa natural, a sociedade cujo nome é Celso - Casa do Peixe Limitada pode ser sujeito de direitos e obrigações. Nome empresarial é o nome adotado pela pessoa física ou jurídica para o exercício da atividade por ele desenvolvida e por cujo meio se identifica. Repita-se: Nome empresarial é a designação que serve tanto para indicar o nome do empresário quanto para indicar o exercício da atividade por ele desenvolvida, que pode ser de um empresário individual - pessoa física ou natural - ou de uma sociedade empresarial - pessoa jurídica. O nome empresarial subdivide-se em duas espécies: a) firma ou razão e b) denominação. A firma ou razão comercial, por sua vez, subdivide-se em: a) Firma ou razão individual, quando se referir a empresário individual; e b) Firma ou razão social, quando se referir à sociedade empresarial. Portanto, o empresário individual atua sob firma ou razão individual, cuja composição constitui-se do nome civil, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou atividade. É este o teor do artigo 1.156 do Código Civil: O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Exemplo: João A. S. Silva – Marceneiro. Por fim, analisemos a alternativa incorreta d: A instituição de sucursal, agência ou filial implica na averbação no primeiro assento do Registro Público de Empresas Mercantis para que se tenha como regular a atividade desta, sendo desnecessária outra inscrição. Veja o teor do artigo 969 do Código Civil: Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 15� Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. Assim, se determinada sociedade empresária tem sedeem São Paulo e deseja se instalar no Rio de Janeiro, deverá averbar a constituição em São Paulo e, também, requerer nova inscrição no Rio de Janeiro. O gabarito está falso. Próxima questão! 8. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ CE/2007) Qualificar uma pessoa como empresária depende de: a) a pessoa exercer atividade econômica. b) a pessoa organizar a atividade que é exercida por outrem. c) a pessoa aceitar os riscos derivados de participar de um mercado como consumidor. d) ser aceita sua inscrição como empresária. e) adotar uma das formas societárias previstas para o exercício da empresa. Comentários Pessoal, vamos tomar cuidado com cada palavra em questões da ESAF. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. O simples fato de uma pessoa exercer atividade econômica é condição necessária, mas não é suficente para se qualificar como empresária. Pensem que não basta a atividade ser econômica, uma vez que esta poderá ser econômica organizada ou econômica não organizada. Só será caracterizado o empresário se a atividade econômica for organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Ok? A ESAF é extremamente cruel. Cuidado! A letra b também está incorreta. Não há necessidade de a organização ser da atividade exercida por outrem. Sobre esse assunto, a ESAF trouxe a seguinte questão: (ESAF) A colaboração de terceiros para a consecução da atividade é elemento principal para a qualificação como empresa, ou não. Ora, não há necessidade do emprego de mão-de-obra de terceiros, empregados, colaboradores ou outros para caracterizar o exercício da empresa. O empresário individual pode atuar Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 16� sozinho, ou pode, por exemplo, empregar toda a sua família. Há casos também, em que, mesmo com o concurso de diversas pessoas, pode não ser caracterizado o exercício da empresa, por exemplo, se uma atividade não for organizada. A letra c também não traz um pré-requisito para qualificação como empresário. A letra e também está incorreta, uma vez que as sociedades simples (que não exploram atividades econômicas) também podem adotar as formas previstas para as sociedades empresárias. A banca deu como gabarito a letra d. Creio que a intenção da banca foi a de brincar com a palavra qualificar do enunciado, pois vimos na questão 6 que para ser empresário, não existe o pré-requisito registro. A inscrição apenas qualifica a pessoa como empresário regular. A ESAF queria que marcássemos, portanto, a melhor opção. Existe muito isso nas questões desta banca, infelizmente. Trataremos todas as questões polêmicas, como esta, aqui. 9. (ESAF/PFN/2006) A classificação da Lei n. 10.406/2002, no que diz respeito às sociedades, em simples e empresárias, adota como fundamento a distinção tem que ver com ser a prestação de cunho personalíssimo. Comentários Existem dois tipos de sociedades, as empresárias, que exploram seu objeto nos moldes do artigo 966 do CC, isto é, de forma organizada, profissional, para a produção, circulação de bens ou serviços, e as simples, que não exploram seu objeto nos moldes do artigo 966. Lembram-se do que dissemos sobre os trabalhos de profissionais do ramo artístico, científico, literário? Pois bem, como regra, as sociedades formadas entre esses profissionais são consideradas sociedades simples. Tomemos um exemplo. Vamos simular uma situação em que uma sociedade simples formada por dois contadores, a partir de um determinado ponto, pode transformar-se em uma sociedade empresária em decorrência do surgimento posterior do chamado “elemento de empresa”. Para identificação do elemento de empresa, suponha que dois contadores criaram uma sociedade simples para atuar de forma profissional na atividade de assessoria contábil. No início os clientes utilizavam os conhecimentos técnicos dos referidos sócios. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 17� A partir de determinado momento, em decorrência do aumento da clientela, contrataram estagiários e outros auxiliares. Com o passar do tempo o negócio foi evoluindo e o escritório, para atender a demanda, teve que contratar outros contadores e mais auxiliares. Diante desta nova realidade, e na hipótese dos sócios não mais participarem das atividades, atuando somente como administradores, gestores ou mesmo investidores no escritório sem assumir nenhuma responsabilidade técnica profissional prevista na regulamentação da sua profissão, presente estaria o elemento de empresa. Nesse caso os clientes não mais tinham qualquer contato ou orientação dos sócios que fundaram o negócio, a maioria dos clientes nem mesmo os conhecem. Os sócios tornaram-se administradores de uma grande sociedade de prestação de serviços contábeis. Seus conhecimentos técnicos ou mesmo seus nomes não seriam mais referências que viessem gerar um diferencial relacionado a pessoalidade pelas suas qualidades como profissionais. Portanto, nesta sociedade está presente o elemento de empresa, haja vista que estão sendo articulados os fatores de produção na prestação de serviços. A sociedade que no início era uma sociedade simples, tornou-se uma sociedade empresária do ramo de prestação de serviços contábeis. A distinção está justamente no cunho personalíssimo. Item correto. 10. (Procurador do BACEN/ 2006/FCC) O art. 195, I, da Constituição estabelece que a seguridade social será custeada por contribuições sociais "do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei". De acordo com a terminologia empregada pelo Código Civil, a palavra "empresa", no texto constitucional, está usada de modo correto. Comentários O concurseiro deve fazer três distinções nos seus estudos de direito empresarial. EMPRESÁRIO EMPRESA ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Tomemos como exemplo um açougue. Empresário é a pessoa que o explora, seja física, seja jurídica. Se Jair explora a atividade sozinho, como empresário individual, é ele o empresário. Se explora junto de seu irmão, Jorge, mediante sociedade, cujo nome é Casa de Carne Ltda, é ela quem será o sujeito de direitos e obrigações, e não os irmãos, que simplesmente ostentarão a condição de sócios. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 18� A empresa é a atividade ali existente, a venda de carnes em si. Já o estabelecimento empresarial é o complexo de bens organizados, indispensável para o exercício da empresa. Tanto o empresário individual como a sociedade empresária devem possuí-lo, pois é requisito para qualificação como tal. Os bens podem ser corpóreos (ex: móveis) ou incorpóreos (ex: marca, título do estabelecimento). Segundo o Código Civil: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. O cerne deste item 2 do edital é fazer essa distinção. A partir dele, partiremos para uma análise mais aprofundada sobre cada um dos itens. Portanto, vamos lá: Empresa: É a atividade. Empresário: É o sujeito que explora essa atividade. Pode ser pessoa física ou jurídica. Estabelecimento empresarial: é o conjunto de bens que o empresário utiliza de forma organizada para o exercício da empresa. Certo? 11. (ESAF/AFRFB/2009) A respeito do empresário individual no âmbito do direito comercial, marque a opção correta. a) O empresário individual atua sob a forma de pessoa jurídica. b) Da inscrição do empresário individual,constam o objeto e a sede da empresa. c) O analfabeto não pode registrar-se como empresário individual. d) O empresário, cuja atividade principal seja a rural, não pode registrar-se no Registro Público de Empresas. e) O empresário individual registra uma razão social no Registro Público de Empresas. Comentários O Código Civil definiu como empresário (art. 966) aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 19� Esse conceito serve para as duas espécies de empresários existentes no ordenamento jurídico: a) empresário individual; e b) empresário coletivo (sociedade empresária). Uma primeira nota: não podemos confundir os sócios de uma sociedade empresária com o empresário individual! O sócio não é considerado empresário, mas a sociedade, com personalidade jurídica própria, é. Analisando os itens. Letra A: a) O empresário individual atua sob a forma de pessoa jurídica. O gabarito é falso. Explique-se. O empresário individual nada mais é do que aquele que exerce em nome próprio atividade empresarial, não possuindo, assim, personalidade jurídica. A personalidade jurídica é concernente às sociedades empresárias. Frise-se: o empresário individual é pessoa física. Letra B: o item está correto. O registro é obrigação legal imposta a todos os empresários, seja individual, seja sociedade empresária, prevista no artigo 967 do Código Civil, que assim dispõe: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Ainda, o artigo 968 trouxe alguns requisitos para a inscrição, a saber: Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: (...) IV - o objeto e a sede da empresa. A letra C é um item interessante. Inexiste, no ordenamento jurídico, proibição a que o analfabeto exerça a atividade empresarial. Todavia, se o empresário é analfabeto, deve possuir procurador constituído, com poderes específicos, por instrumento público. Vamos para a letra D, cujo enunciado é: o empresário, cuja atividade principal seja a rural, não pode registrar-se no Registro Público de Empresas. O item está incorreto. Iremos direto à fonte! Art. 971 do Código Civil: O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 20� Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Primeiro aspecto: A norma em comento teve por objetivo precípuo atingir os empresários rurais (simples ou individuais) que estejam basicamente sob o manto da economia familiar. Não têm guarida no referido dispositivos aquelas organizações que chamamos de agronegócio. Assim, levemos o seguinte para a prova: Pequeno produtor rural å Via de regra, não está sujeito a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (vige para ele o regime civil), porém, em requerendo-a consideraremo-lo empresário, submetendo-se aos demais regramentos do Direito Empresarial. Agronegócio å Deve se submeter às normas de Direito Empresarial, não tendo a benesse do artigo 971 em comento. Um outro detalhe é que o empresário rural pode ter o auxílio de funcionários, máquinas, tecnologia e continuará com o tratamento favorecido, desde que continue com o dimensionamento de agroindústria. Por fim, vamos à ultima alternativa. A letra e. Analisemos: e) O empresário individual registra uma razão social no Registro Público de Empresas. Nome empresarial é o nome adotado pela pessoa física ou jurídica para o exercício da atividade por ele desenvolvida e por cujo meio se identifica. Dessa forma, tal como o nome civil está para a pessoa física, o nome empresarial está para o empresário. Repita-se: Nome empresarial é a designação que serve tanto para indicar o nome do empresário quanto para indicar o exercício da atividade por ele desenvolvida, que pode ser de um empresário individual - pessoa física ou natural - ou de uma sociedade empresarial - pessoa jurídica. O nome empresarial subdivide-se em duas espécies: a) firma ou razão e b) denominação. A firma ou razão comercial, por sua vez, subdivide-se em: Firma ou razão individual, quando se referir a empresário individual; e Firma ou razão social, quando se referir à sociedade empresarial. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 21� Portanto, o empresário individual atua sob firma ou razão individual (e não social), cuja composição constitui-se do nome civil, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou atividade. Exemplo de firma individual: Gabriel Rabelo – Conveniência. Veja o teor do CC: Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. O gabarito da questão é, portanto, a letra B. 12. (Defensor Público/Pará/2009/FCC) O adquirente do estabelecimento não responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, contabilizados ou não, exceção feita aos débitos fiscais. Comentários O estabelecimento pode ser objeto unitário de direitos e negócios jurídicos (diferentemente do nome empresarial). A alienação do estabelecimento é chamada de trespasse. Como condição para o trespasse, o alienante deve ter bens suficientes para pagamento dos credores existentes à época. Em caso negativo, deve haver consentimento destes, que pode ser expresso ou tácito (decurso de 30 dias, a partir da notificação). Sendo eficaz o trespasse, o adquirente passa a responder por todos os débitos anteriores, desde que devidamente contabilizados. O alienante é, porém, solidário pelo prazo de 1 ano, a partir publicação da transferência, para os créditos vencidos ou do vencimento, para os vincendos. O item, portanto, está incorreto. Continuaremos este tópico 2 e iniciaremos o tópico 3 na próxima aula... Um forte abraço e ótimos estudos! Gabriel Rabelo. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 22� Questões comentadas nesta aula 1. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Pela teoria da empresa, adotada pelo novo Código Civil, pode-se afirmar que o principal elemento da sociedade empresarial é: a) o trabalho. b) o capital. c) a organização. d) o ativo permanente. e) o maquinário 2. (Cespe/OAB/2007) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. a) O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. b) O Código Civil de 2002 não revogou a antiga legislação sobre sociedades por quotas de responsabilidade limitada. c) O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. d) A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). 3. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 11ª/2005) De acordo com o Código Civil de 2002, a utilização do termo "comerciante" para designar todo aquele a quem são dirigidas as normas de Direito Comercial a) permanece correta, em razão da adoção, pelo Código Civil,da teoria objetiva dos atos de comércio. b) perdeu sentido, pois a revogação de parte expressiva do Código Comercial operou a extinção do Direito Comercial. c) tornou-se equivocada, pois o Código Civil estendeu a aplicação do Direito Comercial a todos os que exercem atividade econômica organizada e profissional, não apenas comerciantes. d) permanece correta, em razão da adoção, pelo Código Civil, da teoria da empresa. e) tornou-se equivocada, pois os antigos "comerciantes" são hoje denominados "empresários", embora designando os mesmos conceitos. 4. (OAB/DF/2005) De acordo com a "teoria da empresa" adotada pelo Código Civil é correto afirmar que a exploração profissional, Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 23� individual, direta, habitual e com fins lucrativos de uma atividade econômica será, necessariamente, uma atividade empresarial. 5. (CESPE/DPE CE/2008) Se um autor de obra literária que ganhou o prêmio de melhor livro de poesia do ano decidir produzir novos livros e comercializá-los, com o auxílio de um colaborador, ele será considerado um empresário individual. 6. (DPE/SP/2009/FCC) Para que uma pessoa possa ser reputada empresária tem-se que verificar sua inscrição perante o Registro Público de Empresas Mercantis. 7. (FCC/Promotor de Justiça MP CE/2009) Assinale a alternativa correta. a) No ordenamento brasileiro, o incapaz não pode exercer a atividade de empresário, pois sobre os seus bens não podem recair os resultados negativos da empresa. b) O empresário casado, com exceção do regime de separação absoluta de bens, deve proceder à averbação dos pactos e declarações antenupciais no Registro Público de Empresas Mercantis, bem como fazer inserir nos assentamentos do registros público de imóveis a outorga uxória quando de gravação com ônus ou de alienação dos bens imóveis do patrimônio empresarial. c) Deve o empresário operar no mercado sob firma constituída, a qual poderá ser seu nome completo ou abreviado e, se quiser, designação de sua pessoa ou da atividade exercida. d) A instituição de sucursal, agência ou filial implica na averbação no primeiro assento do Registro Público de Empresas Mercantis para que se tenha como regular a atividade desta, sendo desnecessária outra inscrição. 8. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ CE/2007) Qualificar uma pessoa como empresária depende de: a) a pessoa exercer atividade econômica. b) a pessoa organizar a atividade que é exercida por outrem. c) a pessoa aceitar os riscos derivados de participar de um mercado como consumidor. d) ser aceita sua inscrição como empresária. e) adotar uma das formas societárias previstas para o exercício da empresa. 9. (ESAF/PFN/2006) A classificação da Lei n. 10.406/2002, no que diz respeito às sociedades, em simples e empresárias, adota como fundamento a distinção tem que ver com ser a prestação de cunho personalíssimo. Direito�Empresarial�em�Exercícios�para�o�ISS�RJ� Professor�Gabriel�Rabelo� www.pontodosconcursos.com.br� 24� 10. (Procurador do BACEN/ 2006/FCC) O art. 195, I, da Constituição estabelece que a seguridade social será custeada por contribuições sociais "do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei". De acordo com a terminologia empregada pelo Código Civil, a palavra "empresa", no texto constitucional, está usada de modo correto. 11. (ESAF/AFRFB/2009) A respeito do empresário individual no âmbito do direito comercial, marque a opção correta. a) O empresário individual atua sob a forma de pessoa jurídica. b) Da inscrição do empresário individual, constam o objeto e a sede da empresa. c) O analfabeto não pode registrar-se como empresário individual. d) O empresário, cuja atividade principal seja a rural, não pode registrar-se no Registro Público de Empresas. e) O empresário individual registra uma razão social no Registro Público de Empresas. 12. (Defensor Público/Pará/2009/FCC) O adquirente do estabelecimento não responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, contabilizados ou não, exceção feita aos débitos fiscais.
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