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TEXTO 4 HEIDEGGER Ser e tempo (síntese)

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"Ser e tempo", de Heidegger (I) 
 
André Coelho
1
 
 
 Os livros de filosofia costumam carregar a fama de serem difíceis. Nós, o 
público leigo, costumamos pensar neles como longas digressões sobre coisas muito 
abstrusas numa linguagem que as torna ainda mais inacessíveis. Embora essa imagem, 
na maioria das vezes, seja falsa, sendo apenas o caso de que não damos a esses livros a 
chance devida para nos seduzirem e nos aprisionarem, no caso de "Ser e tempo", de 
Heidegger, aquele estereótipo do texto truncado, que nos causa dor de cabeça e 
desespero durante a leitura, não está longe da verdade. Heidegger era um gênio, sem 
dúvida, com idéias revolucionárias e robustas, mas não era um autor particularmente 
preocupado em fazer-se entender fora do círculo de filósofos profissionais que 
conviviam com ele. Por isso, sua linguagem, excessivamente abstrata e parcamente 
ilustrativa, representa um obstáculo real na tarefa de acesso à sua filosofia. Gostaria, se 
possível, de prestar aqui uma humilde contribuição a essa tarefa, introduzindo de 
maneira mais palatável algumas de suas ideias principais. 
 
"Ser e tempo" aborda de maneira original uma das mais antigas questões da filosofia: a 
questão do ser. Vou, inicialmente, dizer do que se trata essa questão, que, embora seja 
bastante abstrata, depois de compreendida se revela fundamental. 
 
No nosso dia-a-dia, falamos de muitas coisas que existem. Falamos de coisas que têm 
existência objetiva, como cidades, ruas, casas, carros, roupas, relógios, mesas, cadeiras, 
telefones celulares etc. Falamos também de pessoas, de homens, de mulheres, de 
brancos, de negros, de crianças, de adultos, de jovens, de idosos etc. Falamos também 
de relações, de perto, de longe, de maior, de menor, de mais belo, de mais rápido, de 
mais barato etc. Falamos ainda de coisas cuja existência é subjetiva, como pensamentos, 
sentimentos, lembranças, imaginações, sonhos, ilusões de ótica etc. Falamos, 
finalmente, de coisas cuja existência é cultural, como valor da moeda, movimento da 
bolsa de valores, conhecimento, arte, religião, prestígio, honra, virtudes etc. São 
infinitas coisas de muitos tipos diferentes, mas que têm em comum o fato de que 
podemos falar delas como coisas que existem ou não existem. 
 
1
 Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (2005), Mestre (2010-2012) e 
Doutorando (2012-2015) em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Esteve em 
Frankfurt (2014) para um ano de Doutorado Sanduíche na Goethe Universität, sob supervisão 
do Prof. Klaus Günther. Experiência como Professor de Filosofia do Direito, Filosofia 
Política, Introdução ao Direito e Direito Constitucional no Centro Universitário do Pará, na 
Universidade da Amazônia e na Faculdade de Castanhal. Atualmente Professor de Filosofia e 
Filosofia do Direito no Centro Universitário do Pará. Campo de Pesquisa: Filosofia do Direito, 
Teoria Crítica. 
 
Texto disponível em: http://aquitemfilosofiasim.blogspot.com.br/2012/02/ser-e-tempo-de-
heidegger-ii-o-dasein.html 
Essa "existência" é o fenômeno que a filosofia chama de "ser". As coisas que "são" são 
as coisas que "existem", as que "não são", as que "não existem". Porém, que significa 
existir e não existir? Ou, como agora vamos falar, que significa ser ou não ser? (Aqui 
talvez lhe venha à mente a famosa fala da personagem Hamlet, na peça homônima de 
Shakespeare: "Ser ou não ser: eis a questão", mas o príncipe da Dinamarca se 
perguntava sobre se era melhor continuar vivendo ou dar fim à sua vida, e não sobre a 
questão do ser no sentido filosófico que estamos abordando. 
 
Para uma mesa, por exemplo, ser significa ocupar certo lugar no espaço e no tempo(ser 
como ser, em geral, alguma coisa no mundo) e ter certas propriedades comuns a todas 
as mesas (ser como ser, em especial, uma mesa). Mas essa definição de ser não serviria, 
por exemplo, para um pensamento, ou para uma relação. O pensamento existe na 
subjetividade do pensador, enquanto a relação existe na percepção de quem a 
contempla. A coisa pode ficar ainda mais difícil se falarmos de memórias, de ilusões, de 
miragens de sonhos, etc. 
 
Tomemos a frase seguinte: "Unicórnios não existem". O que significa dizer que tais 
seres "não existem"? (Aqui convém distinguir entre não existir enquanto entidade 
concreta e não existir enquanto conceito, pois os unicórnios, enquanto conceito, 
existem, do contrário a frase "Unicórnios não existem" não poderia ser formulada. 
Também convém distinguir entre existir enquanto entidade concreta no mundo real e 
existir enquanto entidade concreta num mundo fictício, porque, num conto de fadas, por 
exemplo, um unicórnio pode perfeitamente existir não apenas enquanto conceito, mas 
também enquanto entidade concreta, como, por exemplo, o animal em que a mocinha 
monta para fugir de seus perseguidores.) Significa que nunca ninguém viu um 
unicórnio? Ora, mas nunca ninguém viu o ar, ou a gravidade, ou a raiz quadrada de dois, 
e todas essas coisas existem. (Embora aqui seja aconselhável chamar a atenção para o 
fato de que o ar, a gravidade e raiz de dois são coisas cujas propriedades não implicam a 
possibilidade de serem vistas, enquanto unicórnios, se existissem com as propriedades 
que se atribuem a eles, certamente teriam que poder ser vistos. Por isso, nunca se ter 
visto um unicórnio tem uma relevância diferente de nunca se ter visto coisas, como o ar, 
a gravidade e a raiz de dois, cuja natureza inclui a característica de não serem visíveis.) 
Significa que não há entidades concretas que preencham as condições para serem 
reconhecidas como unicórnios, quer dizer, que não há nenhum cavalo com um chifre 
frontal? Talvez, mas essa explicação contém a expressão "não há", que é apenas uma 
variante de "não existe", que é exatamente o que queremos explicar. 
 
Passando de unicórnios para coisas mais sérias: Os átomos, eles existem? Bem, existem 
teorias sobre os átomos, modelos de sua estrutura, funcionamento, relação entre si. 
Existem milhares de teorias e pesquisas que pressupõem a existência desses átomos e 
milhares de aparelhos tecnológicos que funcionam a partir dessa suposição. Mas os 
átomos não são objeto de percepção, como as hemáceas e os leucócitos, que podem ser 
vistos ao microscópio. Como se poderia provar que eles não são apenas entidades 
hipotéticas, cuja pressuposição de existência nunca foi refutada por um teste empírico? 
Como se poderia provar que, além de serem supostos como existentes em teorias que 
são empiricamente bem-sucedidas, eles realmente existem? Bem, isso depende da 
resposta que se tenha para a questão do que signficam "ser" e "não ser". 
 
Heidegger diz que a tradição filosófica dos gregos em diante sempre identificou o ser 
com a presença no mundo. Assim, segundo tal tradição, ser era estar presente no mundo 
e não ser era não estar presente no mundo. Segundo Heidegger, isso é um erro, porque, 
se se entende por "presença" a possibilidade de ocupar lugar no espaço e no tempo, 
toma como resposta geral sobre a questão do ser uma resposta que pode servir, quando 
muito, para o ser dos objetos materiais, para o ser, por exemplo, de mesas e cadeiras. 
Ora, tomar como referencial do que é o ser a descrição do ser de objetos materiais é 
generalizar para todos os outros entes ("entes" são as coisas que são, que existem) o tipo 
de ser característico de certos entes em particular. 
 
Não que se possa determinar o que é o ser sem levar em conta os entes dos quais se fala 
em especial, ou seja, sem levar em conta se se fala do ser das mesas, de idéias, de 
relações, de pessoas, de abstrações etc. Heidegger acreditava que a resposta daquestão 
do ser só pode ser obtida mediante o exame do ser dos entes, e, portanto, é preciso, sim, 
começar por algum ente ou tipo de ente em especial. Mas não via razão para começar 
pelos objetos materiais como os entes que acima de tudo deveriam ser examinados. 
Heidegger acreditava que, na tentativa de responder à questão do ser, se deveria 
examinar em primeiro lugar aquele ente que é o único que se pergunta sobre o ser, ou 
seja, o homem. 
 
Aqui vale a pena chamar atenção para um ponto polêmico de interpretação das idéias de 
Heidegger. Heidegger não se refere explicitamente ao homem, e sim ao "Dasein", termo 
alemão que, embora signifique simplesmente "existência", é geralmente traduzido como 
"Ser-aí", porque isso facilita a posterior compreensão dos jogos conceituais que 
Heidegger faz com o "da" (aí) e o "sein" (ser). Pois bem, o Ser-aí é, segundo Heidegger, 
aquele ente capaz de se perguntar sobre o ser, aquele ente que se põe como intérprete 
privilegiado do ser dos outros entes. Ora, o mais natural seria identificar de cara esse 
ente com o homem. Contudo, uma respeitável tradição de intérpretes considera essa 
identificação precipitada, ou porque considera que as propriedades que Heidegger 
atribui ao Ser-aí pertenceriam a todo e qualquer ente que se fizesse a pergunta sobre o 
ser, e não apenas ao homem; ou porque interpreta que, acima do homem individual, é 
muito mais às coletividades, às tradições culturais, que Heidegger atribui o estatuto de 
Ser-aí. Em que pese essa considerável objeção, seguirei minha exposição me referindo 
ao Ser-aí como sendo o homem individual (essa interpretação que faço costuma ser 
chamada de "interpretação existencialista" do pensamento de Heidegger). 
 
Portanto, Heidegger acreditava que, na tentativa de responder à questão do ser, se 
deveria examinar em primeiro lugar aquele ente que é o único que se pergunta sobre o 
ser, ou seja, o homem. Isso equivale a, na relação entre sujeito conhecedor e objeto 
conhecido, em vez de se perguntar pelo ser daquele ente que só pode ser objeto, se 
perguntar pelo ser daquele ente que pode ser tanto objeto quanto sujeito. Em vez de 
partir das coisas para determinar o ser de todos os entes, inclusive o homem, Heidegger 
propunha partir do homem para determinar o ser de todos os entes, inclusive as coisas. 
 
 
"Ser e tempo", de Heidegger (II): O Dasein (Ser-aí) 
 
Segundo Heidegger, em Ser e Tempo, a pergunta sobre o ser não deve se basear no ser 
daquele ente que são as coisas, que consiste em simples presença no mundo, mas sim no 
ser daquele ente que é o homem, o único ente capaz de fazer-se a pergunta sobre o ser. 
O ser do homem não consiste numa simples presença no mundo, e sim num Ser-aí 
(Dasein), o qual pode ser definido a partir dos seguintes elementos: 
 
- Trata-se um projeto indefinido, autodirigido e perpetuamente inacabado: O homem, ao 
contrário de uma faca, uma cadeira ou uma casa, não tem essência, no sentido de um 
conjunto pré-definido de propriedades e atributos que ele deve adquirir ou conservar 
para aí sim ser de fato um homem. O homem tem existência, no sentido de que está 
constantemente definindo que tipo de coisa ele é. O que ele é ele mesmo é que define. 
E essa definição é sempre projeção. Trata-se antes do que se quer ser e como chegar até 
lá. E não existe linha de chegada. Todo ponto final é ponto de partida de uma nova 
projeção. O homem está condenado a ser esse “espaço vazio” que pode conter e buscar 
qualquer projeção, mas jamais pode se deixar definir ou aprisionar inteiramente por ela. 
Mas essa projeção está sujeita a três condições (que são também limites), quais sejam: 
 
a) O Ser-aí é um ser-no-mundo: A primeira condição (e também o limite) dessa 
projeção é a facticidade, quer dizer, aquele conjunto de circunstâncias que fazem com 
que um homem em particular projete certas coisas, e não outras, e seja capaz de 
alcançar certas projeções, e não outras. A facticidade (essa possibilitação, 
direcionalidade e limitação que o mundo em volta do homem exerce sobre suas 
projeções) se dá porque ele é um ser-no-mundo. Para Heidegger, não há que falar em 
homem em abstrato, fora de uma situação mundana específica. Ser homem é estar numa 
situação mundana em particular (nisso consiste sua “mundanidade”), situação a partir da 
qual certas projeções são possíveis (mundanidade como condição), mas a partir da qual 
também certas projeções se tornam impossíveis (mundanidade como limite). Para usar 
um exemplo simples de que parte da definição do homem é sua mundanidade, pense em 
como ser homem no Antigo Egito e ser homem no mundo atual são coisas distintas: não 
são ambos versões diferentes de um ser-homem em abstrato (o qual seria inclusive 
inconcebível), e sim duas coisas distintas, o ser-homem-no-Antigo-Egito e o ser-
homem-no-mundo-atual. Para usar um exemplo simples de como a facticidade afeta as 
projeções, basta ver como o projeto de ser um ativista político influente não seria 
possível no Antigo Egito, enquanto o projeto de ser Faraó não seria possível hoje. 
 
 
b) O Ser-aí é um ser-com-os-outros: A segunda condição (e também o limite) dessa 
projeção é o mundo-da-vida, quer dizer, aquela rede de crenças, valores e afetos 
compartilhados pelos homens que vivem em certo meio social, rede que serve ao 
mesmo tempo de matéria-prima das projeções e de limite para elas. O homem é um ser 
social, não no sentido essencial de que ele quer ou precisa viver em sociedade, e sim no 
sentido existencial de que a definição de em que consiste seu Ser-aí se alimenta (como 
continuidade, renovação ou oposição) de uma massa de imagens e motivos que já 
existem antes dele e no qual cada homem se vê mergulhado ao fazer parte de um mundo 
social. Até mesmo a projeção de ser um eremita isolado só se torna possível a partir de 
certo mundo-da-vida no qual é possível pensar a figura do eremita como uma figura 
dotada de sentido. O “espaço vazio” do ser do homem precisa ser preenchido com 
sentidos, e sentidos são construídos, interpretados, mantidos e transformados 
socialmente. Esse mundo-da-vida como condição e limite existencial do homem é o 
ponto de partida da noção de “tradição” no mais famoso seguidor de Heidegger, Hans-
Georg Gadamer. (Outro ponto importante, que vou apenas apontar aqui sem 
desenvolver, é o contraste entre a instrumentalidade das coisas, derivada do ser-no-
mundo, e a não instrumentalidade dos outros, derivada do ser-com-os-outros, que, para 
Heidegger, tem não apenas as relevantes consequências éticas que Kant já havia 
apontado, mas também consequências existenciais para o tipo de projeto que é possível 
em um mundo que se enfrenta em concurso com outros. 
 
c) Ser-aí é um ser-para-a-morte: A terceira condição (e também o limite) dessa 
projeção é a finitude temporal que se impõe a partir da consciência e certeza de que se 
vai morrer um dia. O perpétuo projetar não é eterno projetar: é constante por toda a 
vida, mas dura apenas enquanto durar esta última. A morte em si é só mais um elemento 
da facticidade, mas a consciência e certeza da morte é outra coisa completamente 
distinta. Sem consciência e certeza da morte, não existiria urgência nem de projetar nem 
de realizar os projetos projetados. Tal urgência só se mantém, além disso, porque a 
consciência e certeza da morte não implica consciência e certeza da data da morte. 
Pode-se ser jovem e morrer amanhã, ou ser velho e viver mais vinte anos. A consciência 
e certeza de uma morte certa em data incerta é que pressiona todo o período de vida a 
ser constantemente realização de um projeto. Existe, é claro, na chamada “civilização” 
uma série de mecanismos para inibir essa força opressora da morte, mas o ser-para-a-morte do homem, mesmo quando este está entorpecido por falsas certezas de 
completude e por temporários esquecimentos de sua mortalidade inevitável, nunca deixa 
de irromper de tempos em tempos na forma da experiência existencialmente liberadora 
da angústia. A angústia reconecta o homem com seu ser-para-a-morte e faz com que se 
relembre da sua incontornável condição de “Ser-aí”. 
 
O desenvolvimento pormenorizado dessa “analítica existencial”, ou seja, dessa 
enumeração e revelação das condições (e limites) do Ser-aí do homem, enquanto ente 
que se faz a pergunta sobre o ser, é o que permite a Heidegger inverter o sentido 
tradicional da relação entre Ser e Tempo (a relação que dá nome ao livro). Se, na 
tradição ocidental, sob impulso de Parmênides e a partir do cânone de Platão, o tempo, 
como promotor do devir (o vir-a-ser, a mudança) havia sido sempre pensado como 
aquilo que é contrário ao ser (pois o ser, inspirado no ser dos entes que são as coisas, é 
aquilo que não muda, sempre permanece igual e idêntico a si próprio), agora, a partir da 
reflexão deSer e Tempo, era possível visualizar o tempo como a condição sem a qual 
não existe o ser, desde que este seja entendido a partir do ser do ente que se pergunta 
sobre o ser, isto é, a partir do ser do homem, o Ser-aí. Só no tempo é que o Ser-aí pode 
se projetar, só no tempo é que pode se enfrentar com o mundo em busca de seu projeto 
projetado, só no tempo, e na consciência do tempo e certeza da morte, é que pode 
reencontrar o sentido de seu Ser-aí para além de toda ilusão ou esquecimento. O tempo 
deixa de ser o temido inimigo do ser e passa a ser – de agora em diante – seu aliado 
necessário.

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