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TOXICIDADE DE FÁRMACOS PROF. ANA CAROLINE DOS S. CASTRO INTRODUÇÃO • United States Food and Drug Administration (FDA) investe uma parte significativa de seu orçamento - trilhão de dólares - assegurar que as novas substâncias desenvolvidas não sejam notória ou desnecessariamente perigosas. • Todos os fármacos possuem efeitos pretendidos primários e efeitos não-pretendidos secundários os efeitos colaterais ou efeitos adversos. • interações fármaco-receptor compreender as propriedades benéficas de um fármaco compreensão dos efeitos adversos de um fármaco MECANISMO DE TOXICIDADE DOS FÁRMACOS • Os efeitos tóxicos que derivam: da ativação ou inibição inapropriadas do alvo pretendido da substância (efeitos adversos direcionados para o alvo) alvos não-pretendidos (efeitos adversos não direcionados para o alvo). •A possibilidade de um fármaco causar mais prejuízo do que benefício a determinado paciente depende de muitos fatores: idade do indivíduo, constituição genética Condições preexistentes, dose do fármaco administrado e outros fármacos em uso pelo paciente. ESPECTRO DE EFEITOS ADVERSOS Efeitos adversos sobre o alvo, que resultam da ligação do fármaco a seu receptor pretendido, porém em uma concentração inapropriada, com cinética subótima ou no tecido incorreto Efeitos colaterais indesejados, que são causados pela ligação do fármaco a um alvo ou receptor não-pretendido Produção de metabólitos tóxicos Produção de respostas imunes prejudiciais Respostas idiossincrásicas Mecanismos de toxicidade das substâncias, com base em vários paradigmas gerais: EFEITOS ADVERSOS SOBRE O ALVO Erro deliberado ou acidental de dose alterações na farmacocinética da substância (por exemplo, doença hepática ou renal ou a interações com outras substâncias) alterações na farmacodinâmica da interação substância - receptor Aumento na [ ] efetiva da substância EFEITO ADVERSO - PODE REPRESENTAR UM EXAGERO DA AÇÃO FARMACOLÓGICA DESEJADA MECANISMO DE TOXICIDADE DOS FÁRMACOS CLORIDRATO DE DIFENIDRAMINA (ANTI-HISTAMÍNICO) • antagonista do receptor H1 - reduzir os sintomas desagradáveis da liberação de histamina em afecções alérgicas. • Também atravessa a barreira hematoencefálica antagoniza os receptores H1 no sistema nervoso central: resultando em sonolência. •Antagonistas dos receptores H1 de 2ª. Geração não travessam a barreira hematoencefálica não produzem sonolência EFEITOS ADVERSOS NÃO RELACIONADOS AO ALVO • Ocorrem quando o fármaco interage com alvos não- pretendidos. terfenadina - que inibe um canal de potássio cardíaco (hERG) – inibição não pretendida do canal iônico - arritmias cardíacas fatais –Fexofenadina - inibe apenas fracamente o canal de hERG- comercializada como antihistaminico Alguns fármacos são tão seletivos que eles interagem com um único alvo molecular TALIDOMIDA RACÊMICA • mistura dos enantiômeros [R] e [S] - década de 1960 Tratamento do enjôo matinal em gestantes. Enantiômero (R) - sedativo efetivo Enantiômero (S) - potente teratógeno - provocou graves defeitos congênitos como focomelia, em um número estimado de 10.000 recém-nascidos em 46 países Enantiomeros • FDA a tratar os enantiômeros dos fármacos como entidades químicas separadas omeprazol, e seu enantiômero (S), o esomeprazol (como no [S]-omeprazol), são comercializados como fármacos separados. •Ativação não-pretendida de diferentes subtipos de receptores. • Receptor B1-adrenérgico expresso no coração - ativação aumenta a frequência cardíaca e a contratilidade Miocárdica •Receptores B2-adrenérgicos expressos primariamente nas células musculares lisas das vias respiratórias e na vasculatura - ativação leva ao relaxamento do músculo liso e dilatação desses tecidos • Antagonistas dos receptores B-adrenérgicos (b-bloqueadores) freqüentemente direcionados para o receptor B1 alguns antagonistas dos receptores B1 não são totalmente seletivos – podem antagonizar o receptor B2 EFEITOS ADVERSOS NÃO RELACIONADOS AO ALVO • BIOLOGIA MOLECULAR efeitos de um fármaco sobre o alvo - explorados com o uso de animais geneticamente modificados CAMUNDONGOS EFEITOS ADVERSOS NÃO RELACIONADOS AO ALVO receptor alvo pretendido sofre deleção genética responderem ao fármaco de alguma maneira, Ações do fármaco devem estar sendo exercidas através de um alvo diferente do alvo pretendido PRODUÇÃO DE METABÓLITOS TÓXICOS • um metabólito de um fármaco pode ter um efeito adverso. • Acetaminofeno (analgésico e antipirético) N-acetilbenzoquinoneimina - conjugado com glutationa • Fluoroquinolonas (antibióticos de amplo espectro) – derivados do ácido nalidíxico Efeitos tóxicos mínimos nos estudos pré-clínicos e clínicos maior exposição clínica a esses fármacos - relatos de anafilaxia, prolongamento do intervalo QTc e cardiotoxicidade potencial temafloxacin e o grepafloxacin – retirado do mercado trovafloxacin – uso restrito - hepatoxicidade ciprofloxacin e o levofloxacin são fluoroquinolonas geralmente bem toleradas RESPOSTAS IMUNES PREJUDICIAIS •fármacos são xenobióticos que podem ser reconhecidos pelo sistema imune como substâncias estranhas • Substâncias que consistem em pequenas moléculas, com massa inferior a 600 daltons, não são, em sua maioria, imunógenos diretos porém atuam como haptenos •mecanismos imunes principais pelos quais a substâncias podem provocar lesão são as respostas de hipersensibilidade (respostas alérgicas) reações auto-imunes Mecanismos de reações de hipersensibilidade A. Ocorrem reações de hipersensibilidade tipo I B. Ocorrem reações de hipersensibilidade tipo II Mecanismos de reações de hipersensibilidade C. Ocorrem reações de hipersensibilidade tipo III D. Ocorrem reações de hipersensibilidade tipo IV quando RESPOSTAS IMUNES PREJUDICIAIS Penilicilia e quinidina •Auto-imunidade quando o sistema imune do organismo ataca as suas próprias células METILDOPA pode causar anemia hemolítica ao deflagrar uma resposta auto-imune contra os antígenos Rhesus (fatores Rh). HIDRALAZINA, A ISONIAZIDA E A PROCAINAMIDA podem causar uma síndrome semelhante ao lúpus –induzir anticorpos contra a mieloperoxidase (hidralazina e isoniazida) –ou o DNA (procainamida) RESPOSTAS IMUNES PREJUDICIAIS TOXICIDADE IDIOSSINCRÁSICA • Reações medicamentosas idiossincrásicas - efeitos adversos raros para os quais não existe nenhum mecanismo óbvio refletir diferenças genéticas individuais singulares Difícil estudá-las em modelos animais - precisamente pelo fato de a variação genética que pode estar causando a resposta adversa não ser conhecida estudo sistemático das variações nas respostas dos pacientes a diferentes fármacos (farmacogenômica) - ajudar a elucidar os mecanismos
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