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Aula 06 - Queimaduras

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Disciplina: Primeiros Socorros- Técnico em Radiologia
Queimaduras
As queimaduras são lesões na pele, provocadas geralmente pelo calor ou pelo frio, mas que podem também ser provocadas pela eletricidade, por contato com certos produtos químicos, por radiações, ou ate por fricção. As consequências das queimaduras vão mais além do que a destruição superficial do tecido. O maior dano talvez causando cicatrizes permanentes ou sequelas, advém do calor que atinge os tecidos mais profundos e pela manutenção deste calor que agrava a situação.
	Com relação a sua extensão, calcula-se a área de superfície corporal queimada (SCQ) através da regra dos noves. Nesta regra, cada braço tem 9% da SCQ, a cabeça outros 9%, tórax 9%, abdome 9%, dorso 18%, coxas 9% e pernas 9%, totalizando 99%. O 1% restante é o pescoço. Para áreas pequenas, usa-se uma comparação da área queimada com a palma da mão do queimado: equivale a 1% da SCQ.	
Profundidade da queimadura
As queimaduras são classificadas em três graus, conforme sua profundidade:
Queimadura de Primeiro Grau _ É uma queimadura superficial, atingindo apenas a primeira camada da pele (epiderme). Caracteriza-se por ser uma queimadura não exsudativa, dolorosa mas que regride em poucos dias. Como exemplo temos a queimadura solar. 
Queimadura de Segundo Grau _ É uma queimadura mais profunda, causa bolhas ( FLICTENAS ) e é muito dolorosa, por que há a exposição das raízes nervosas que foram atingidas. 
Queimadura de Terceiro Grau _ É uma queimadura esbranquiçada, tão profunda que atinge os músculos e ossos. Os tecidos ficam negros e sem vida, (NECROSE) não há dor por que as terminações nervosas responsáveis pela sensibilidade à dor foram também queimadas. Nas bordas de uma queimadura de terceiro grau haverá queimaduras de primeiro e segundo grau. Deixam cicatrizes refráteis ou quelóides, sendo estas últimas mais frequentes em indivíduos de pele escura.
Quando as roupas estão em chamas pegue a primeira coisa que encontrar para abafar as chamas: uma cortina pequena, toalha, um cobertor grosso ou mesmo seu casaco, se puder tirá-lo rapidamente. Aplique-o sobre o fogo, que acabará, por falta de oxigênio.
Se é uma criança, ela pode estar em pânico, correndo em volta, e, assim, aumentando as chamas, tornando as coisa piores. Coloque-a no chão, de modo que o fogo (a superfície que queima) esteja para cima, as chamas se elevando de seu corpo. Quando aplicar o abafador, faça-o de cima para baixo, da cabeça para os pés, evitando assim que as chamas permaneçam na cabeça.
	Retire as roupas atingidas pelo fogo mas não puxe nada que esteja colado à pele. As roupas ou objetos podem estar grudados à pele. Adultos e crianças com mais idade devem ser ensinados a, em circunstâncias semelhantes inexistindo auxílio, jogarem-se ao solo e rolar até que o fogo se apague. 
Tratamento
	As queimaduras não devem ser tocadas nem ter suas bolhas estouradas. Para o tratamento imediato, aplique água fria, logo e em grande quantidade. Mão ou braço queimados podem ser facilmente mergulhados na água. Faça uma compressa bem grossa com algo como uma toalha dobrada: ensope-a de água e aplique-a sobre a área queimada. Quando ela se tornar morna, torne a umedecê-la e repita a operação. Uma coisa que você não deve fazer é colocar o paciente sob um chuveiro frio ou água gelada.
	Essa ação da compressa com água fria proporciona alívio da dor, e você deve mantê-la por dez minutos. Se depois disso o paciente ainda se queixar de muita dor, repita por mais dez minutos. Água fria simples é mais eficiente. Sacos de gelo ou água gelada não tem eficácia. Mesmo que você socorra o paciente 15 ou 20 minutos depois da queimadura, ainda é aconselhável utilizar esse processo.
Hemorragias
	Hemorragia ou sangramento é a perda de sangue do sistema circulatório. A resposta inicial do sistema cárdio-circulatório à perda aguda de sangue é um mecanismo compensatório, isto é, ocorre vasoconstrição cutânea, muscular e visceral, para tentar manter o fluxo sanguíneo para os rins, coração e cérebro, órgãos mais importantes para a manutenção da vida. Ocorre também um aumento da freqüência cardíaca para tentar manter o débito cardíaco. A liberação de outros hormônios nesta fase faz com que a pessoa fique extremamente pálida, com o coração disparado (taquicardia), e com o pulso fino e difícil de palpar. Apesar de todo este mecanismo compensatório, existe um limite além do qual o organismo entra em falência. Pessoas vítimas de traumas com perdas sanguíneas importantes e que demoram para receber socorro médico podem ter isquemia temporária dos tecidos. 
Recebendo assistência médica, o volume sanguíneo é inicialmente reposto através de soluções salinas através de um tipo de agulha calibrosa diretamente na veia. A Hemorragia deve ser tratada com volume, isto é, com soro fisiológico e solução de Ringer. Casos mais graves podem requerer soluções gelatinosas, mas existe um volume máximo desta solução que se ultrapassado intoxica e mata o paciente. Este volume é em torno de 1000 ml para um adulto normal. Todas as tentativas para parar a perda sanguínea devem ser feitas, incluindo cirurgias visando a hemostasia. Este é o motivo do cirugião comandar o atendimento ao paciente politraumatizado. Alcançado este ponto, somente a transfusão sanguínea pode manter a vida do doente.
	Embora tenha variações, de uma maneira geral uma pessoa tem 7% do seu próprio peso em sangue. Assim, uma pessoa de 50 quilos teria 3,5 litros de sangue e uma pessoa com 70 quilos teria um volume total em torno de 5 litros de sangue.
A hemorragia arterial é ocasionada pelo rompimento de uma artéria, apresenta-se em jatos e com sangue de cor vermelho vivo, podendo conter bolhas, indicando que esse sangue é rico em oxigênio. 
A hemorragia venosa é ocasionada pelo rompimento de uma veia, apresenta-se em filete e com a presença de sangue vermelho escuro. 
A hemorragia capilar é a hemorragia causada pelo rompimento de capilares sangüíneos, o exemplo mais comum desse tipo de hemorragia é a escoriação. 
	As hemorragias também podem ser divididas do ponto de vista clínico em: 
Hemorragias externas: caracteriza-se pelo extravasamento de sangue para fora do corpo. 
Hemorragias internas: São mais difíceis de serem diagnosticadas pela enfermagem, porque se apresentam de forma mais subjetiva, não exteriorizando o sangue. São ocasionadas por rupturas internas, decorrente de traumas, nos órgãos em seus respectivos sistemas. São comuns em acidentes automobilísticos e em acidentes de quedas de grandes alturas. 
Hemorragias mistas: é quando uma vítima apresenta os dois tipos de hemorragia. 
Sinais e Sintomas:
Pulso Fraco;
A vítima queixa sede;
Suor pegajoso e frio;
Pele cianótica;
Lábios e dedos cianóticos;
Desmaio;
Queda da Pressão Arterial.
Hemostasia: É o conjunto ou qualquer manobra que vise conter a hemorragia. A hemostasia temporária é a hemostasia para conter a hemorragia à nível de primeiros socorros. Dentre essas técnicas para conter a hemorragia, podemos citar: 
Compressão Direta: É também conhecida como tamponamento. Funciona fazendo-se pressão direta (em cima do ferimento), utilizando-se uma gaze ou pano limpo. É importante não se retirar a gaze, mesmo que essa fique encharcada de sangue, para permitir a cicatrização desse ferimento. 
Compressão Indireta: Para ser realizada depende da identificação correta do tipo de hemorragia (se a hemorragia é arterial, venosa ou capilar). Consiste em comprimir o vaso num local acima do ferimento a fim de impedir uma maior perda de sangue. Não é muito aconselhada porque o socorrista precisa identificar o tipo de vaso lesado e, do ponto de vista anatômico, o tipo de hemorragia. 
Procedimentos Básicos para Primeiros Socorros em Hemorragias:
Deitar a vítima;
Colocar a cabeça da vítima mais baixa que o corpo;
Elevar os membros inferiores;
Folgar as roupas;
Não fornecer líquidos.
Tipos Especiais de Hemorragia
Epistaxe: É o sangramento provocado por rompimento de vasos do nariz. Deve-seacalmar a vítima, pedir para que a mesma abaixe a cabeça e respire pela boca. Pode-se fazer aplicação de gelo, envolvido em pano em torno do nariz. Caso a hemorragia continue, pode-se utilizar gazinhas embebidas com adrenalina e introduzir dentro da narina que esteja sangrando. 
Hematêmese: É o extravasamento de sangue proveniente do estômago, utilizando-se o esôfago e em forma de vômitos. Pode vir acompanhado de alimentos e o sangue apresenta cor escura. A enfermagem deve procurar lateralizar a cabeça da vítima, caso NÃO haja suspeita de lesão na coluna cervical, a fim de que a vítima não aspire o sangue ou os restos de alimentos regurgitados. 
Hemoptise: É a saída de sangue pelas vias respiratórias, o sangue pode vir em golfadas, apresentando-se em cor vermelho vivo. Deve-se lateralizar a cabeça da vítima ou a vítima em bloco, evitando que ela aspire o sangue para os pulmões. 
Exposição de vísceras: Ocorrência muito comum em acidentes automobilísticos. É importante manter e não tocar nas vísceras, muito menos pressioná-las para dentro do ferimento. O socorrista deve colocar uma compressa limpa, umedecida em soro fisiológico ou água, em cima dessa ferida e encaminhar à vítima ao socorro médico. Procurar transportar a vítima em decúbito dorsal e em uma prancha ou maca. É importante prevenir o estado de choque nessas vítimas, principalmente o choque hipovolêmico (choque por perda demasiada de sangue). Por isso, é importante fazer a hemostasia o mais rápido possível. 
Metrorragia: A metrorragia é o sangramento vaginal anormal que não se deve à menstruação. No período reprodutivo da mulher as metrorragias em geral são devidas a alterações dos hormônios ( denominadas hemorragias disfuncionais ). Após a menopausa a metrorragia em geral ocorre devida a tumores dos órgãos genitais, sendo o principal sintoma do colo de útero. Todo sangramento vaginal da 3a idade deve ser muito bem investigado. Alem dos tumores outras causas de hemorragia genital na 3a idade são a atrofia da vagina e do útero, e as infecções (vaginites).

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